Mon Amour Inconnu Meu Amor Desconhecido escrita por minsantana


Capítulo 5
Capítulo 5 – Shakespeare In Love


Notas iniciais do capítulo

Cap romântico...



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Descemos alguns pontos depois em uma rua totalmente desconhecida pra ele.
- está perdido? – perguntei ainda segurando em sua mão.
- ao seu lado, nunca. – ele deu um sorriso meigo e me seguiu.
Paramos em frente a uma casa verde-água com flores na frente e um pequeno portãozinho de madeira.
Abri minha mala e tirei minha chave. A essa altura, ele estava sim completamente perdido.
Passamos pelo portãozinho e eu destranquei a porta, dando passagem para que ele conhecesse meu lar doce lar.
- então você mora aqui? – ele perguntou olhando ao redor com curiosidade.
- sim. É aqui que me escondo dos problemas.
- e por que não me disse que morava em Paris?
- teria acabado com toda a graça da surpresa, não acha? – joguei minha mala no sofá e tirei meu cachecol. – quer um pouco d’água, um suco?
- aceito um suco. É a segunda vez que me oferece água hoje. – disse rindo. Eu corei de vergonha e fui buscar o suco na cozinha.
Quando voltei com o copo na mão, ele estava em pé, parado em frente a um quadro preso na parede.
- seu suco. – ofereci a ele que pegou da minha mão ainda olhando pra parede.
- você que fez?? – ele apontava pra assinatura no canto perto da moldura.
- sim, há muito tempo atrás. – disfarcei. Estava morta de vergonha do que ele acharia de um quadro feito por uma pessoa que não entende absolutamente nada de artes e pintura.
- está perfeito! – ele sorriu pra mim e eu quase fui ao chão pela décima vez no dia.
- não tente me convencer que sei pintar porque eu já sei que sou uma negação.
- eu não diria que você é uma negação. Pra alguém que não sabe o que é vitral, está maravilhoso. – ele disse rindo e eu dei um tapinha de leve no ombro dele.
Percebi que um simples tapinha já era intimidade demais para duas pessoas que se conheciam há menos de 24 horas. Encolhi minha mão de vergonha e ele voltou a tomar seu suco, como se nada tivesse acontecido.
- vou tomar um banho. Pode ver TV se quiser, o controle está em cima da estante. Qualquer coisa é só gritar. – eu saí da sala com um sorriso no rosto sem saber o porquê. Com certeza todos me achariam uma louca se soubessem que eu deixei um desconhecido sozinho em minha sala enquanto estava no banho. E se ele fosse mesmo um assassino de carteirinha? E se ele quisesse me matar durante o banho como no filme Psicose?
Resolvi parar de tanta paranóia e entrei no banheiro. Ouvi quando ele ligou a TV e colocou no canal de desenhos. Comecei a rir sozinha dentro do banheiro sem acreditar que aquela obra-prima estava em minha sala, mexendo no meu controle remoto, vendo minha TV a cabo.
Tomei meu banho e quando saí, ele não estava mais na sala. Fiquei assustada pois não o achava em lugar nenhum da casa.
Será que ele tinha ido embora sem se despedir? Ou será que tudo tinha sido imaginação da minha cabeça?
Vesti minha roupa de dormir (uma camisola amarela de seda) e fiquei na sala vendo tv. De repente, a porta da sala abriu e Gerard entrou segurando algumas sacolas na mão.
- Gerard!!! – gritei tentando cobrir meu corpo com as poucas mãos que faltavam.
Ao me ver vestida (ou quase nua) daquele jeito, ele quase deixou tudo cair no chão. Eu senti, não só meu rosto arder, como o corpo todo arrepiar de vergonha. Corri pro quarto e vesti rapidamente uma calça de moletom e uma camiseta com o desenho do Mikey.
Respirei umas 30 vezes até tomar coragem de enfrentá-lo novamente na sala. Mas não tinha jeito, eu teria que ir até lá. Não podia deixar o rapaz sozinho ali numa casa estranha o resto da noite.
- Gerard...
- Celine, me desculpe, eu não imaginei que...
- deixa, já passou o susto. Mas onde você estava? Eu pensei que tivesse ido embora.
- eu fui até um mercadinho aqui perto comprar pipocas e também comprei alguns filmes.
- comprou? Por que não alugou?
- acho que enrolaria no francês na hora de fazer o cadastro. – ele riu.
- e como você saiu daqui?
- você deixou a porta aberta, estava destrancada quando saí e quando voltei, não percebeu?
- ih, é mesmo. – sorri sem graça.
- vamos fazer a pipoca antes que fique tarde. Eu ainda tenho que voltar pro hotel.
No fundo eu queria que ele ficasse, mas não tinha coragem para pedir tal coisa.
Fomos pra cozinha e fizemos pipocas. Ficaram deliciosas e até melhores do que as que eu mesma faço. Senti até inveja daquele homem perfeito em tudo, até na hora de fazer pipoca.
Colocamos o filme no DVD e sentamos um ao lado do outro no sofá. Sempre que eu via filmes com minhas amigas, nós estendíamos um edredom em cima do tapete e víamos todas juntas deitadas no chão. E foi isso que resolvi fazer, a única diferença era que ele não era uma ‘amiga’ e sim um Deus grego, ops, americano.
Dei pause no filme e fiz toda a arrumação. Acho que ele nunca tinha feito isso antes, deitar no chão com a cabeça no travesseiro e um balde de pipocas na mão, por isso ele me olhava assustado sem acreditar.
- tcharam! Prontinho! – eu sacodia os braços pra cima como quando eu tinha 4 aninhos de idade. – agora deita, Gerard. Garanto que vai ficar bem melhor pra ver o filme.
Ele deitou meio sem graça, talvez achando que eu fosse brigar caso ele amassasse um pouquinho que fosse o lençol.
O filme que ele comprou era “Shakespeare Apaixonado”, mais apaixonante impossível. Durante o filme, eu via que ele me olhava diferente e de vez em quando nossos olhares se encontravam misturando as cores de nossos olhos tornando um azul quase verde.

No meio do filme, senti frio. Talvez porque estivesse apenas de camiseta, ou talvez por estar carente de calor humano, não sei.
- está com frio? – ele me perguntou carinhoso.
- morrendo. – respondi tremendo.
- quer que eu te esquente? – mesmo sem saber se ele estava falando na maldade, eu aceitei com a cabeça – vem que eu te abraço.
Os braços dele eram como um verdadeiro forno à lenha. Ele me envolveu num abraço apertado, sobre seu peito enquanto estávamos deitados no chão. Me senti protegida, viva como não me sentia há muito tempo.
- se sente melhor?
- muito. – só foi o que consegui responder deslumbrada com aquele olhar magnífico.
Continuamos a ver o filme, que a essa altura já tinha perdido até a graça, mas não o romantismo. No fim do filme, ele se levantou e me ajudou a arrumar toda aquela bagunça.
- nossa, como tá tarde. São quase 23:30hs. – ele disse olhando pro relógio na parede. “Droga, de relógio!” pensei.
- você precisa mesmo ir?
- meu vôo sai às 9 horas da manhã. E minhas coisas estão no hotel. – ele disse cabisbaixo, triste por não achar outra alternativa.
Eu nem disse mais nada. Ele iria embora, isso era uma certeza que eu deveria aceitar. Mais cedo ou mais tarde, ele me deixaria, sozinha e triste como antes de conhecê-lo há 24 horas atrás.

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Notas finais do capítulo

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