Mon Amour Inconnu Meu Amor Desconhecido escrita por minsantana


Capítulo 11
Capítulo 11 – Ninguém manda no destino


Notas iniciais do capítulo

Desculpa a demora!!!



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A festança era na casa do tal amigo do Jean, amigo que eu nem conhecia muito menos sabia o nome. Com certeza era gente com dinheiro, da alta sociedade ou algum famoso, pois a vantagem de ser rico e jogador de baseball era que você podia freqüentar os lugares mais badalados de toda New York.
Eu e Susan nunca havíamos estado numa casa tão luxuosa e enorme como aquela, o tal amigo dele devia ser bem rico. Achei estranho que a casa, além de luxuosa, também era meio ‘sinistra’, tinha um ar depressivo demais. Me senti em meu consultório, atendendo mais um jovem suicida e sem amor à vida.
Ao lado de Susan, eu ia pesquisando os corredores da casa quando dei falta de Jean, que tinha sumido logo à nossa frente.
- pra onde ele foi?
- sei lá, essa festa tá lotada de gente. – Susan disse sem largar meu braço.
Olhando os quadros nas paredes, parei quando vi um em especial. Susan parou ao meu lado sem entender a minha cara de susto.
Passei a mão no quadro e senti outro calafrio. Olhei novamente pro quadro e só ouvi quando Susan disse:
- nossa, esse retrato se parece muito com você.
Com meus dedos eu segui até o final do quadro, perto da moldura onde havia o nome do pintor. Quase caí pra trás quando li aquele nome pintado à tinta, aquele mesmo nome da carta de 6 anos atrás.
- Celine, você tá bem?
- olha Su, olha! – apontava pra assinatura que nem uma louca até que ela percebeu a coincidência.
- aqui tá escrito Gerard Way. É ele?
- sim. É ele.
- caramba, então ele existe mesmo! – ela tampou a boca tentando rir e nem mesmo falar eu conseguia.
Jean apareceu logo em seguida, segurando dois copos de vinho e ao lado dele, um outro rapaz que eu logo reconheci.
- olá Frank. – eu disse e olhei pra cara de Susan que estava de boca aberta.
- olá Celine. – ele me disse com o olhar na minha amiga.
Frank também segurava dois copos, e ofereceu um pra Susan que quase o deixou cair no chão de tanto que tremia.
- e você é...? – ele perguntou olhando pra ela.
- Susan Smith, muito prazer. – ela só sorria abobalhada.
- vem Celine, vou te apresentar o meu amigo, o dono da festa. – Jean me puxou pela mão e eu o segui até os fundos da imensa casa, onde eu vi que tinha uma piscina enorme e toda iluminada. Algumas mulheres estavam de biquíni em volta da piscina, outras beijavam rapazes de roupa e tudo na água.
- espera aí que eu vou procurá-lo. Ele deve ter ido na cozinha. Já volto. – Jean saiu me deixando sozinha ali na beira daquela piscina, sem saber o que fazer.

- Celine... é você? – eu ouvi uma voz familiar atrás de mim e na mesma hora tive medo de me virar e descobrir se o que eu pensava era real ou uma alucinação.
Eu não precisei pensar, ele pôs a mão em meu ombro e automaticamente me virei, perdendo totalmente o controle sobre meu corpo e coração.
- Gerard?? – meu coração bateu rápido, num ritmo frenético como uma adolescente apaixonada.
- ah, você está aí. – Jean chegou e deu uns tapinhas nas costas de Gerard – já conhece a minha namorada?
Gerard estava paralisado, sem reação, e eu pior que ele. Minhas pernas tremiam e minha cabeça doía ao som daquela palavra. 6 anos para vê-lo de novo e quando acontece, estou com um namorado a tiracolo.
- é, já nos conhecemos. Há muito tempo atrás. – Gerard disse meio gaguejando e sem tirar o olhar de mim.
- que bom, então seremos todos bons amigos. – Jean disse sem perceber o que realmente acontecia ali.
- Jean, você pode pegar outro copo de vinho pra mim? – eu pedi com delicadeza, tentando levar Jean para o mais longe possível da conversa que eu teria com Gerard.
- claro meu amor. – e saiu, deixando-nos a sós, depois de 6 longos e inesquecíveis anos.

- como você está? – ele perguntou me olhando de corpo inteiro. Estava me analisando com o olhar.
- bem e você? – ele também tinha mudado muito, estava com um olhar mais maduro mas a beleza continuava a mesma.
- levando a vida como posso. – ele abaixou a cabeça.
- então essa é sua casa?
- é, posso dizer que minha situação financeira anda boa ultimamente.
- e o que faz? Ainda é pintor?
- eu nunca fui um pintor de verdade. Só pinto quadros e faço desenhos porque me sinto bem. Me sinto mais livre, tentando mostrar toda a minha imaginação num pedaço de papel.
- ainda fala bonito, monsieur Way. – consegui faze-lo rir e mostrar aquele sorriso lindo que eu sentia tanta falta.
- eu sou cantor agora. Tenho uma banda de rock chamada My Chemical Romance, conhece?
- acho que já ouvi falar mas nunca tinha reparado que era você que cantava. – rimos juntos. Acho que mais pelo nervosismo do que pela frase.
- e você, o que a traz aqui em New York de novo?
Jean chegou pra cortar a conversa. Junto com ele, Susan e Frank que já tinham se tornado mais que ‘vizinhos’.
- ah aí está você mocinha! – Susan parecia meio ‘alta’, já tinha bebido 4 copos de vinho.
- é, estou aqui. – respondi meio triste. – Gerard, essa é a minha amiga Susan e esse é o...
- Frank, cadê o Mikey? – ele me cortou e eu fiquei sem entender nada – ah, muito prazer Susan. – ele cumprimentou Susan com um beijo no rosto e depois olhou pra mim.
- você já conhecia o Frank?? – perguntei.
- ele faz parte da banda que eu falei. É o guitarrista.
- caramba, que coincidência. – eu disse ficando sem graça com os olhares sedutores que ele me lançava.
- o Mikey tá vindo aí, Gerard. Ele tava lá no portão. – Frank disse e mais uma vez ‘boiei’ no assunto. Quem era Mikey? Provavelmente mais um integrante da banda, eu pensei.
Jean me beijava e eu tentava o máximo me afastar dele sem que ele notasse. Não me sentia bem fazendo aquilo na frente do Gerard, mas será que ele ainda me amava? Ou será que aquilo tudo na carta era mentira?
Um rapaz magricelo e usando óculos chegou acompanhado de uma mulher muito bonita. Logo depois eu descobri quem eles eram.
- Mikey!! Até que enfim chegou, pensei não viria na festa do seu próprio irmão. – Gerard disse e eu não entendi. Até onde eu sabia, ele não tinha irmãos.
- poxa mano, essa tua namorada demora muito pra se arrumar, meu Deus do céu... Da próxima vez manda outra pessoa pra ir buscá-la. – todo mundo riu, menos eu e a ‘indivídua’.
- hey, eu precisava ficar linda pro meu amorzinho! – a mulher disse dando um selinho em Gerard, que me olhou entristecido. – não vai me apresentar pros seus novos amigos, amor? – ela me olhou de cara feia. Pelo olhar fuzilador, acho que percebeu que eu não era tão ‘nova amiga’ assim.
- ah, eh... Maya, essa é a Susan, e esses são Jean e Celine, namorada dele.
Ele disse me olhando com raiva na voz e no olhar. Não entendi o porquê daquele tom já que ele também estava namorando, e preciso também dizer: com uma patricinha da pior espécie.
Me senti rebaixada, acabada, triste. Todo aquele sentimento de saudade que eu guardava em meu peito tinha sumido. Tive vontade de correr pra casa e tacar fogo naquela maldita carta de amor. Então tudo era mentira, ele não me amava mais e talvez nunca tivesse chegado a me amar de verdade.

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