Contando Estrelas 2 escrita por Letícia Matias


Capítulo 9
Capítulo 9




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O Sr. Weedon disse que achava melhor Johnny e eu dormir em quartos separados. Eu odiei isso, é claro, mas não disse nada, pois eu não estava em minha casa.

Depois de tomar banho e estar com uma calça de moletom e blusa de malha do Pateta fui me despedir de Johnny.

– Boa noite. – eu disse beijando-o em frente à porta do meu quarto.

Ele passou a mão por minha cintura e me puxou para mais perto retribuindo meu beijo.

– Boa noite. – ele sussurrou.

Olhei em seus olhos acinzentados e senti meu coração disparar. Ele soltou minha mão e se dirigiu para o quarto do lado.

Entrei no quarto destinado a mim e fechei a porta. Fui direto para a cama, porém não estava cansada.

Meu celular vibrou e eu sorri, sabia que era Johnny.

“Está com sono, Srta. Anne¿”.

Ri baixinho.

“Nem um pouco, Sr. Donahue. Queria estar com você, ou, queria que estivesse aqui comigo. Mas, temos de nos comportar hoje”.

Depois de alguns segundos obtive uma resposta.

“Esse é um dos melhores “Ano Novo” que eu já tive”.

Sorri e digitei uma resposta.

“Digo o mesmo. O que faremos amanhã¿”.

“Bem, sua mãe disse que irá para casa com Michael. Iremos para sua casa”.

Seria estranho estar em casa, mas, eu meio que sentia falta do meu quarto.

“Sinto falta do meu quarto. Mas, será estranho estar em casa depois... De tudo, sabe¿”.

Ele demorou uns minutos para responder.

“Sim, eu sei. Mas, isso fará sua mãe feliz. Você tem que aproveitar sua casa. Acredite você sentirá falta, mesmo morando em Nova York”.

“Não vejo a hora de ir para Nova York. Eu me apaixonei por aquela vista e estou ansiosa para começar a faculdade”.

“Está ansiosa para livrar-se de mim¿”.

“Nunca me cansarei de contar estrelas com você, Sr. Donahue. Mas, estou ansiosa para virar a líder de torcida da faculdade de Nova York”.

Comecei a rir, eu sabia que isso provocaria o ciúme exagerado dele. Com certeza ele não queria que eu fosse líder de torcida.

“Líder de torcida¿ Que história é essa¿”

Sorri ao ler sua resposta.

“Sr. Donahue, eu fui líder de torcida no ensino médio. Eu sempre gostei. Pretendo continuar”.

Não obtive resposta.

Não é possível que Johnny tenha ficado bravo por causa disso...

Ouvi uma batida na porta.

Mordi o lábio e sorri. Levantei e corri para abrir a porta.

E lá estava minha mãe.

– Oi mãe! – eu disse.

– Estava esperando outra pessoa¿ - ela perguntou estreitando os olhos.

– Não! – eu disse rindo.

Ela entrou e fechou a porta.

Sentei-me na cama e ela sentou-se ao meu lado.

– E então querida, como você está¿

Olhei para ela e sorri.

– Estou bem, mãe.

Ela assentiu e começou a passar a mão pelo edredom.

Analisei seu rosto. Ela parecia cansada e seus cachos louros estavam presos num coque.

– Mãe, está tudo bem¿.

Eu já sabia que viria uma conversa chata sobre tudo o que tinha acontecido.

Ela suspirou.

– Da melhor maneira possível.

– Querida, eu sinto tanto...

Suspirei, mas não a interrompi.

– Tudo por causa daquela empresa... É inacreditável. Olha o rumo que nossas vidas estão tomando por causa de seu pai.

– Mãe...

– O que você fará em Nova York¿ Não terá ninguém, não saberá como se sustentar e...

– Mãe! – eu disse exaltada. – Pare! Pare de tentar resolver tudo. Isso não está no seu alcance. O que passou, passou e pare de se culpar. A culpa não é sua! – soltei um suspiro alto. – E afinal, vou me sustentar. Começarei a trabalhar em algum lugar, não quero mais ficar dependendo do dinheiro do meu pai, não quero mais olhar para a cara dele e se eu pudesse trocar o sobrenome McCurdy, eu trocava.

Ela assentiu.

– Querida, eu sei que está com raiva de seu pai, mas não o corte da sua vida assim...

– Mãe, o que está dizendo¿ Raiva¿ Não tenho raiva dele, tenho ódio! Eu o odeio e pensei que talvez ele tivesse mudado um pouco até ele ter sequestrado o Johnny com a ajuda de não sabemos quem e ter tentado matá-lo. E você ainda quer que eu o abrace e o chame de papai¿

– Não é isso, querida! – ela disse cansada. – Apenas... Mary, você e Johnny são ótimos juntos e eu vejo que ele faz muito bem a você, mas... Querida, acorde! Um dia isso vai acabar. Vocês vão querer seguir caminhos diferentes e ele é mais velho do que você Mary. Ele já é um homem e você é uma garota perto dele. Já é adulta, madura para muitas coisas, mas não sabe de nada da vida...

– Mãe! – eu disse levantando-me da cama. – Olhe, se você veio criticar meu namoro com Johnny como todo mundo, peço que você saia, ok¿ É ano novo e eu não tenho que ficar aguentando isso.

– Mary, fale baixo...

– Não! Não! Estou cansada disso. Eu e Johnny estamos bem e nós não vamos nos separar. Ele não me vê como uma criança, definitivamente não vê. E já brigamos por causa disso e eu não me sinto uma criança perto dele, uma adolescente bobinha. Muito pelo contrário, ok¿ Olhe... Mãe, estou cansada, quero dormir.

Ela mordeu o lábio e assentiu lentamente.

– Conversamos depois. - ela disse.

– Boa noite querida. – ela disse e me deu um beijo na bochecha.

Abri a porta do quarto e ela passou por mim, entrou no seu quarto e fechou a porta.

Respirei fundo e fechei os olhos apoiando a cabeça no batente da porta.

Senti uma mão no meu ombro. Levei um susto e Johnny colocou a mão na minha boca. Entramos dentro do quarto e ele trancou a porta.

Deitei-me na cama cobrindo minhas pernas e ele fez o mesmo. Ficamos de frente um para o outro.

– Você está bem¿ Eu ouvi tudo. – ele sussurrou. – As paredes são finas, por isso temos que falar baixo.

Sorri murchamente.

– Por que é tão difícil eles aceitarem nosso namoro¿ - eu disse. – Eles acham que sou imatura, infantil e que nosso relacionamento não vai durar... Eu fico tão... Tão...

Não consegui completar a frase. Apenas balancei a cabeça exasperada.

Ele começou a acariciar meu cabelo.

– Mary, ficará tudo bem. Entenda o lado da sua mãe. Ela só quer que você não saia machucada.

– E porque eu sairia machucada¿ - eu disse levantando a voz.

– Shh! – ele disse franzindo a testa.

– Desculpe. – sussurrei. – Porque eu sairia machucada¿ Nós nos damos tão bem. Digo, temos nossas crises como todo casal tem, mas... Ai, odeio isso. Todos acham que não iremos durar.

– Eu estava pensando... – ele disse. – Não quero dividir a beleza da minha namorada com os outros. Acho que esse negócio de Líder de Torcida não dará muito certo.

– Nunca prometi exclusividade Sr. Donahue. – eu disse com um sorriso malicioso.

Ele arqueou as sobrancelhas.

– Ah é, Srta. Anne¿

Assenti sorrindo.

– Pois eu a proíbo de vestir um modelo daqueles, ouviu¿.

Fiz cara de deboche.

– Me proíbe¿ Você não manda em mim. – eu disse.

– Então se você não é exclusivamente minha, também não sou exclusivamente seu. – ele disse levantando da cama.

Sentei-me rapidamente e puxei seu braço.

Ele virou-se.

– Aonde pensa que vai¿

– Para a cama, ela me quer exclusivamente para ela e eu a quero exclusivamente para mim. – ele disse.

Cruzei os braços.

– Johnny, fique aqui, por favor! – eu disse.

– O que ganho com isso¿ - ele perguntou.

Sorri e puxei a gola da sua camiseta.

– Minha companhia. – eu disse.

Ele me deu um selinho.

– Só um pouco. – ele disse. – Não podemos violar as regras do Sr. Weedon. Já estamos desrespeitando-o na casa dele.

Dei de ombros.

– Desde quando eu ligo para regras¿

Ele balançou a cabeça negativamente.

– Realmente impossível Srta. Anne.

Sorri e deitei-me me cobrindo. Levantei o cobertor do lado dele para que ele se deitasse comigo. Ele o fez e colocou a testa na minha.

Eu já estava começando a me sentir cansada e sonolenta.

– Está cansada¿

– Sentindo falta do topo do mundo¿

Ri baixinho.

– Sim. Aquele se tornou meu lugar favorito. – eu disse olhando para ele.

Ele sorriu.

– Sabe qual o meu lugar favorito¿ - ele perguntou.

– Qual¿

– Todos os lugares em que eu esteja com você.

Sorri e lhe dei um beijo.

– Que romântico. – eu disse suspirando.

Ele riu.

– Posso ser bem romântico. – ele disse concordando.

Ri e depois bocejei de novo.

Ele me aninhou em seus braços e eu enterrei minha cara em seu pescoço.

Suspirei. Ele tinha o cheiro mais maravilhoso do mundo.

Ele ficou acariciando meu cabelo.

– Eu te amo. – eu disse.

– Eu também te amo.

Logo adormeci com ele fazendo carinho em minha cabeça, inalando seu cheio e aquecida com o seu calor.

Ele era... O centro do meu universo, minhas estrelas, meu infinito, minhas luzes da cidade, meu topo do mundo!

Algumas semanas depois...


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