Contando Estrelas 2 escrita por Letícia Matias
– Não posso nem acreditar que começaremos a faculdade amanhã! – Katie disse sentada no braço do sofá olhando para mim,
Tirei dois copos do armário e coloquei champanhe.
– No copo¿ - ela perguntou com reprovação.
Sorri.
– É tudo o que eu achei. E não reclame, pelo menos Johnny deixou champanhe aqui. E ele nem sabe. – eu disse dando a volta no balcão da cozinha e indo até Katie para lhe entregar o copo.
Sentei-me num banquinho de frente para ela.
– Vamos fazer um brinde! – ela disse levantando o copo. – Um brinde a nossa nova vida, ao seu lindo apartamento, a você, a nós, um brinde a esse ano que promete ser muito bom. Um brinde a nossa vida de universitárias!
Ri e então bati de leve o copo no copode Katie depois dei um grande gole no champanhe.
– Delícia! – ela disse provando-o.
Ela suspirou.
– Amiga você está bem mesmo¿ Foi tão horrível eu e o pessoal ficarmos sabendo disso depois de semanas. Digo você está bem para começar a faculdade e...
– Sim. – eu disse interrompendo-a. – Eu esperei muito por isso Katie. Eu passei um ano inteiro esperando por vocês para irmos para a faculdade todos juntos e estamos todos aqui em Nova York, como sempre sonhamos! – eu disse e sorri estonteante. – Todos nós passamos na Universidade de Nova York e em breve estaremos trabalhando e tendo nossas vidas! – dei uma pausa e olhei ao redor do apartamento. – Só está me faltando uma coisa. – eu disse e fiz biquinho.
– Deixe-me adivinhar¿ - ela disse colocando a mão na cabeça e fechando os olhos. – Johnny!
Olhamos uma para a outra e começamos a rir.
– Sim. – suspirei dando de ombros.
– Olha, devo te dizer que fiquei muito chateada por ficar sabendo depois de tanto tempo. Por que não me disse antes¿
Suspirei e dei mais um gole no champanhe gelado.
– Eu não podia Katie. Simplesmente não podia. Mas, é ótimo que agora você sabe e o pessoal sabe e eu e Johnny não temos que ficar nos escondendo.
Ela sorriu.
– Ele é lindo, não é¿ E vocês combinam tanto... – ela disse sorrindo e depois estreitou os olhos maliciosamente. – Como vocês se conheceram afinal¿
Sorri o sorriso mais largo do mundo.
– Nos conhecemos na casa do Sr. Weedon. – eu disse e ela arregalou os olhos. – Sim. – eu disse vendo sua expressão. – Num daqueles jantares chatos e insuportáveis e ele apoiou minha decisão de fazer faculdade de fotografia. E eu fiquei um pouquinho bêbada. No outro dia ele foi lá em casa e eu fiquei provocando ele. – eu disse e ri.
Katie me deu um chute de leve na canela.
– Você não vale nada Mary Anne! – ela disse rindo maliciosamente. – E então¿
– E aí eu fui ao Green’s lembra¿
Ela assentiu.
– E então depois na hora de ir embora eu recusei a carona dele e fiquei esperando um táxi, e deu uma tempestade e ele apareceu com o carro e nós nos beijamos na chuva. – eu disse sorrindo relembrando aquele momento que fora tão mágico. – E ele me levou pro apartamento dele e me emprestou uma camisa dele para eu dormir.
Ela abriu a boca surpresa.
– Vocês dormiram na mesma cama¿
– Sim.
– E vocês...
– Não! – apressei em me dizer.
– Mas já...
– Sim. – eu disse. – Katie!
Ela riu.
– Mary, como você nunca me contou isso¿ Você é minha melhor amiga!
– Estou te contando agora! Deixe eu terminar. – eu disse e ela se calou. – Depois no outro dia nós brigamos por uma coisa estúpida e aí nós nos beijamos novamente e aí começamos a ficar juntos e sair e... Foi tudo tão rápido sabe¿ - eu olhei para ela e vi que ela sorria intensamente com uma cara de boba.
Ela riu.
– Ai... Vocês são maravilhosos, Mary!
– Eu não duvido que ele apareça aqui para lhe fazer alguma surpresa.
Mordi o lábio. Seria ótimo, eu amaria.
– E quanto a seu pai¿ - ela disse mudando de assunto. – Você não ia vê-lo¿
– Estou adiando isso. - eu disse. – Mas, não quero falar disso.
Ela assentiu.
– Bem, já está na minha hora. Vou para casa e nos encontramos no saguão lá embaixo ás dez pode ser¿
– Mal posso esperar! – ela disse batendo palmas.
Eu ri e levantei levando-a até a porta.
– Tem certeza que já desempacotou tudo¿ - ela perguntou.
– Bem, há só algumas coisas para tirar de uma ou duas caixas. São poucas coisas. – eu disse.
Ela assentiu.
– Ah, meu apartamento está uma bagunça! Matt é tão desorganizado, as coisas dele estão todas dentro de uma caixa no quarto dele. Estou começando a achar uma má ideia morar com um amigo.
Ri.
– E Monica que está dividindo o apartamento com Joseph! – eu disse. – Joseph é daqueles que irá levar cada noite uma garota diferente para o apartamento. A Monica está frita. – ri.
– Sim. As únicas que estão morando sozinhas são você e a Alice
– Eu sempre quis morar sozinha. – dei de ombros.
– Não quer morar com Johnny¿
Mordi o lábio.
Ela estreitou os olhos e me deu uma cotovelada.
– Com o Johnny você quer, não é¿
– Katie, chega! – eu disse.
– Ok, deixa eu ir embora. Nos vemos as dez. – ela disse me dando um beijo no rosto.
– Tchau. – eu disse.
Ela deu um tchau e eu fechei a porta.
Sorri. Katie parecia estar muito feliz. E seus olhos de avelã estavam realmente muito brilhosos.
Fui até o meu novo quarto e comecei a tirar alguns livros da caixa e a limpá-los antes de colocá-los na prateleira de madeira em cima da escrivaninha.
Eu estava incrivelmente feliz com a mudança para Nova York. Minha mãe tinha chorado por uma semana antes da mudança pedindo para que eu não viesse. É muito óbvio que não lhe dei ouvidos. Eu tinha que fazer uma faculdade e seguir meus sonhos e o ótimo é que eu começaria a faculdade amanhã e eu tinha vendido o outro apartamento e tinha um bom dinheiro guardado. Apenas tinha que arrumar um emprego.
Ouvi uma batida na porta.
Franzi a testa. Será que Katie tinha deixado algo para trás¿
Corri até a porta e a abri.
– Surpresa Srta. Anne.
Sorri. Meu coração estava a mil.
Johnny. Meu Johnny...
Ele estava ali parado com um buquê de rosas vermelhas na mão, parado na minha porta com um sorriso lindo, vestido de terno, com um sapato de couro e sua barba estava começando a crescer.
Peguei o buquê e lhe dei um beijo.
– Johnny, elas são... Lindas! – eu disse com os olhos cheios de lágrimas.
Ele suspirou e sorriu.
Ele estava realmente lindo e me olhava com aqueles olhos confundíveis. Esverdeados e acinzentados.
– E então, vai me convidar para entrar¿
Eu só conseguia sorrir. Estava sem reação.
– Entre. – eu disse.
Ele passou por mim e eu tranquei a porta segurando o buquê.
Ele foi até o banquinho onde eu estava sentada e sentou-se.
Eu fiquei encostada na porta olhando para ele com um sorriso bobo na cara.
Ele olhou para mim sem dizer nada. Ele estava... Tão lindo! E tinha sido uma surpresa imensa.
– E então, você vai me contar as novidades e me abraçar ou apenas ficar me olhando¿
Ri e fui até ele sentando no seu colo. Coloquei o buquê em cima do balcão e passei os braços em volta de seu pescoço.
– Apenas estou muito feliz com sua surpresa inesperada. – eu disse e lhe dei um beijo.
Ele me olhou. Seu rosto a centímetros do meu.
– Você fica linda de cabelo preso. Nunca tinha visto.
Sorri e lhe dei um selinho.
– Eu já disse que você fica super sexy de terno¿
Ele deu de ombros.
– Eu realmente fico.
Estreitei os olhos e balancei a cabeça.
Ele riu.
Levantei-me e sentei-me no braço do sofá de frente para ele.
– Estou sentindo falta de algo. – eu disse. – E quero que me devolva.
Ele mordeu o lábio.
– Sentindo falta do que¿
Revirei os olhos.
– Johnny. – eu disse sorrindo. – Eu quero minha Nikon.
– Ah, a Nikon! – ele exclamou. – Ela está numa caixa aqui. Não acredito que você não encontrou!
Franzi a testa.
– Não, não a encontrei.
Ele fez beicinho o que foi muito engraçado e fofo.
– Venha. – ele disse e me deu a mão.
Fomos até o meu novo quarto e ele puxou uma caixa de madeira de baixo da cama.
– Jura que não encontrou isso¿
Sorri e balancei a cabeça.
Ele suspirou.
– Não consegue ao menos encontrar uma surpresa Srta. Anne¿
Fiz cara feia.
– Está me chamando de burra¿
– Longe de mim. – ele disse erguendo as mãos.
Lhe dei uma almofadada e ele riu sentando-se ao meu lado.
– Abra. – ele disse.
Sorri e abri a caixa de madeira.
Lá estava a Nikon. A tirei da caixa e tinha um envelope laranja fechado.
Olhei para Johnny que olhou para mim ansioso.
Peguei o envelope e o abri com as mãos trêmulas.
– Está tremendo¿ - ele perguntou baixinho.
Parei e olhei para ele. Engoli em seco.
– É o Efeito Johnny. – eu disse.
Ele não disse nada apenas continuou a me olhar. Só não sabia o que seu olhar transmitia. Amor, admiração, sensualidade ou tudo isso junto e muito mais.
Respirei fundo e enfiei a mão no envelope.
Sorri ao ver o que era.
Eram todas as nossas fotos tiradas com a Nikon. Nós no Topo Do Mundo olhando um para o outro, ele rindo e olhando para baixo quando eu o forcei a sorrir, eu fazendo biquinho, eu olhando para a paisagem com os meus cabelos voando, eu sentada na sala de costas para a câmera olhando a paisagem pela janela enorme naquele dia que chegamos em Nova York, eu dormindo, eu dormindo de novo. Havia muitas fotos minhas dormindo.
Olhei para ele e balancei a cabeça.
– O que é isso¿ - perguntei sorrindo.
– São suas fotos. – ele disse. – Nossas fotos. Eu tenho uma cópia de todas. Está em Los Angeles no meu apartamento e quando você por para LA, eu tenho uma surpresa para você. – ele disse. – Essa é uma pequena parte da surpresa.
Balancei a cabeça lentamente. Coloquei a mão em sua nuca e puxei sua boca para a minha.
– Você não tem ideia do quanto eu te amo. – eu disse.
– Senti saudades.
– Eu também. Muita saudade.
– Vamos sair para comemorar hoje não é¿ Katie me avisou.
Arfei e sorri.
– Katie sabia que você viria¿
Ele assentiu sorrindo vendo minha expressão.
– Ela mente tão bem. – eu disse. – Filha da mãe!
Ele riu.
– Agora está tudo completo, do jeitinho que eu queria. – eu disse e lhe dei um beijo.
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