Contando Estrelas 2 escrita por Letícia Matias


Capítulo 11
Capítulo 11




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Eu estava no quarto me olhando no espelho. Estava pronta. Tinha tomado um banho e estava pronta para ir festejar com Johnny, Katie, Joseph, Monica, Alice e Matt.

Tinha escolhido vestir um vestido com o cumprimento um pouco acima do joelho preto, um bolero preto de manga cumprida, uma meia-calça preta e uma bota preta. Eu gostava bastante de preto.

Decidi prender meu cabelo num rabo de cavalo alto. Johnny disse que gostava do meu cabelo preso.

Estou pronta. – pensei dando uma pirueta em frente ao espelho e sorrindo.

Abri a porta do quarto e olhei em volta procurando Johnny. O achei parado em frente à janela, com uma das mãos apoiada no vidro e a outra mão na cintura.

Sorri e me reencostei na parede.

Ele tinha tirado o blazer e estava apenas com a calça, os sapatos e a blusa branca social. Seus ombros largos estavam tensos.

Eu tenho a melhor vista de Nova York. – pensei.

Andei até ele de fininho e passei os braços por sua cintura. Ele se mexeu assustado e depois relaxou.

– Apreciando a vista¿ - perguntei.

– Sim. – ele disse e se virou. Sorriu ao me ver. – A vista que estou olhando agora é muito mais bonita.

Meu sorriso foi tão enorme que senti minhas bochechas doerem.

– Mentiroso. – eu disse.

Ele enrolou meu rabo de cavalo em sua mão.

– Você fica linda com o cabelo preso.

Eu não parava de sorrir.

– Obrigada. – sussurrei e o beijei.

– Se continuar me beijando assim, - ele disse com os lábios nos meus – Desistirei de sair daqui.

Ri e olhei para ele.

– Então vamos. – disse e peguei minha bolsa-carteira prateada.

Quando chegamos no saguão da recepção, Alice, Katie, Joseph, Matt e Monica estavam esperando por nós.

Eles estavam todos radiantes. Katie estava com um vestido salmão que ia até os joelhos e uma sandália preta. Seus cabelos pretos estavam soltos e ondulados até o meio das costas. Sua pele morena era o destaque naquele vestido.

Alice e Monica estavam vestidas praticamente iguais. Ambas de calça jeans e blusas de frio. Elas estavam mais confortáveis com seus All-Star.

Matt estava com uma camisa polo branca com azul e com uma calça jeans preta com um sapato preto e Joseph seguiu o estilo de Joseph, apenas estava diferente por estar usando uma camisa social como a de Johnny.

– Porque eles estão no olhando desse jeito¿ - Johnny sussurrou enquanto saíamos do elevador.

– Acho que nunca nos viram assim e isso é um choque. – eu disse olhando para Johnny.

Ele olhou para mim e sorriu, sorri de volta e lhe dei um beijo na bochecha.

Vi Katie sussurrar alguma coisa para Alice que assentiu sorrindo.

– Vocês estão ótimos! – eu disse quando chegamos perto deles abraçando cada um.

– Vocês também estão. – Matt disse. – Como vai Johnny¿ - ele estendeu a mão para cumprimentar Johnny.

Johnny o cumprimentou com um aperto de mão assim como Joseph. E nas meninas Johnny deu um abraço rápido.

Entrelacei minha mão na de Johnny.

– Vamos¿ - perguntei olhando para o pessoal.

– Vamos nessa! – Katie disse animada batendo palmas.

Olhei para Johnny que sorriu para mim e eu fiz o mesmo para ele.

Pegamos um táxi e fomos a um bar noturno no final da 5th Avenue. Chegamos todos juntos, pois os três táxis foram um atrás do outro.

Entramos e ocupamos nossos lugares em frente ao bar. A iluminação no ambiente era confortável, as luzes eram amarelas fracas. Alguns holofotes de LED pairavam sob nossas cabeças.

O barman veio até nós e perguntou o que queríamos beber. Todos nós concordamos em tequila. Várias doses de tequila.

Johnny estava do meu lado direito e Katie do meu lado esquerdo.

– Vocês ficam tão lindos juntos. – Katie sussurrou em meu ouvido.

– Eu sei. – eu disse.

Ela revirou os olhos.

O barman chegou com várias doses de tequila e então Katie disse:

– No três todo mundo vira! UM, DOIS, TRÊS! – e todos nós viramos nossas doses de tequila depois colocamos em sincronia o pequeno copo no balcão em frente ao barman.

Fechei os olhos com força absorvendo todo aquele sabor forte da tequila.

Uma música parecida com jazz e blue tocavam no ambiente, várias pessoas dançavam na pista de dança atrás de nós.

– Mais uma! – eu disse estalando os dedos pro barman.

Ele assentiu e serviu mais uma dose para cada uma.

– De novo no três! – Joseph disse animado. – UM, DOIS, TRÊS! – e todos viraram suas tequilas.

Arfei e coloquei o copo vazio de volta ao balcão.

– Acho que só aguento mais duas. – eu disse.

– Não deveria estar bebendo nenhuma. – Johnny sussurrou no meu ouvido.

Fiz cara feia para ele.

Ele deu de ombros.

– Não dê sermão hoje, ok¿ Você está aqui comigo.

Ele sorriu.

– Lhe darei uma folga hoje, Srta. Anne.

– Muito obrigada!

O garçom nos serviu mais uma vez, mas dessa vez ninguém fez aquele teatro de “Um, Dois, Três”. Apenas, bebemos e conversamos.

– Preciso ir ao banheiro. – Monica disse levantando-se do banquinho.

Ela tropeçou no banquinho de Joseph e cambaleou para frente. Joseph segurou sua cintura.

Ficamos olhando pasmos para ela.

– Você está bem¿ - Katie perguntou.

Monica riu.

– Sim, só preciso fazer xixi. – e riu escandalosamente novamente.

Mordi o lábio inferior contendo o riso.

Olhei para Johnny que tinha a mão cobrindo a boca de modo discreto. Ele também estava rindo.

– Meu Deus. – ele sussurrou.

– Vamos no banheiro. – Katie disse. – Eu te ajudo Monica. Ah eu não acredito que você está bêbada com três doses de tequila. Pelo amor de Deus!

– Vou ajudar a Katie, ok¿ - disse para Johnny pondo-me de pé.

Ele assentiu.

Katie conduziu Monica até ao banheiro e então ficamos esperando Monica fazer não sei o que.

– Vocês estão ótimos. – Katie disse retocando seu gloss.

– Ele é tão protetor. Eu até disse para Alice que quando vocês saíram daquele elevador, foi um choque. Vocês são... Perfeitos juntos!

– Eu também acho. – eu disse. – Mas ele pode ser bem teimoso e chato.

Katie riu.

– Eu entendo.

Monica abriu a porta do toalete e veio até a pia lavar as mãos.

Alice entrou no banheiro.

– Vim ver se vocês precisavam de ajuda.

– Acho que ela está melhor. – eu disse. – Monica, lave o rosto, vai melhorar. E beba bastante água.

Ela assentiu.

– Sou fraca. – ela disse.

– Você só não está acostumada. – Alice disse.

– Vamos. – Katie disse.

Quando saímos do banheiro a pista de dança estava muito mais cheia.

– Olha só, está tocando Avicii. Gostei! – Alice disse.

As meninas foram andando e eu senti alguém puxar meu braço.

– Oi docinho.

Virei-me e franzi a sobrancelha.

– Alex¿ O que está fazendo aqui¿ - Era o Alex que trabalhava naquela maldita empresa do meu pai.

– Você está ótima. – ele disse colocando a mão na minha cintura e me puxando para perto dele.

Pude sentir seu bafo de vodka.

– Me solte. – eu disse. Ele me apertou mais contra ele. – Alex, me solte! – eu disse mais uma vez batendo em seu braço.

– Está linda Mary. Apenas... Com a pessoa errada. Johnny não é o cara certo para você. – ele se inclinou para me beijar. – Eu sou.

– Me solte! – gritei.

– Larga ela. – Johnny disse empurrando Alex.

Ele caiu em cima de uma mesa.

Johnny me abraçou.

– Você está bem¿ - ele disse olhando atentamente para mim.

Alex se levantou rindo.

– Olhe se não é o Sr. Johnny Donahue. O cara que agarra a filhinha do chefe em reuniões.

Senti minha cabeça girar. Ele tinha visto... Tudo aquilo no dia da reunião¿

– Quer saber de uma coisa Johnny¿ - ele disse com a voz arrastando. – Eu lhe dedurei para o Roland. Eu! Você acha que ia pegar meu lugar naquela empresa¿ E ainda por cima pegar essa garota linda para você¿ - ele disse olhando para mim.

– Você é doente. – eu disse cuspindo nele. – Doente! Eu nunca teria nada com você.

Alex riu alto.

A música parou de tocar e todos a nossa volta olhavam para nós.

– Sabe o que você é Mary Anne¿ - ele disse apontando o dedo para mim. – Você é uma vadiazinha.

Johnny lhe deu outro empurrão.

– Cale a boca! – Johnny gritou. – Seu merda.

Alex começou a rir descontroladamente.

– Você nunca pegará meu lugar naquela empresa. – ele disse dirigindo-se a Johnny.

Se levantou devagar e ficou curvado, olhando para os pés.

– E você Mary... Se prepare, não ficará com Johnny. Não mesmo. Eu sempre a quis. Você é minha.

Eu estava realmente passando mal e com falta de ar. Que doença, que bosta era aquela que estava acontecendo¿

– Vai se ferrar, Alex! Seu doente, louco! – eu disse exaltada.

– Vagabunda! - Alex com um só movimento me deu uma bofetada na cara fazendo-me cair no chão. E então Johnny foi para cima dele, derrubando-o no chão e lhe dando socos na cara.

– Repita isso mais uma vez, seu merda! – Johnny socava o rosto de Alex sem parar.

Minha cara ardia e eu estava tonta. Senti braços me ajudarem a levantar.

– Johnny. – eu disse. Mas minha voz nem saia.

Alex deu um soco na cara de Johnny e Johnny revidou dando mais dois. Ele ia matá-lo.

– Johnny! – gritei sufocada com as lágrimas.

Joseph e Matt tiraram Johnny de cima de Alex e ficaram o segurando por um tempo.

Johnny arfava e tinha um pouco de sangue em suas mãos.

Eu tremia, sentia frio, medo, repulsa e angústia. Minha face ardia intensamente aonde Alex tinha me batido.

– Johnny, acalme-se! – Matt disse. – Vamos embora.

Johnny veio até mim e segurou minha face em suas mãos.

– Você está bem¿ - ele perguntou.

Assenti sem dizer nada, ainda olhando para Alex no chão que ria com a boca suja de sangue.

Eu não conseguia me mexer. Aquilo era horrível.

Joseph deu um guardanapo a Johnny que limpou as mãos e limpou também minha bochecha aonde ele tinha sujado.

Eu sentia medo e repulsa. As lágrimas caíam incontroláveis de meus olhos.

– Mary, você está bem¿ - ouvi Katie dizer. Sua voz parecia distante de mim.

Alex olhava para mim com um olhar psicopata.

Engoli em seco.

Johnny veio até mim e me envolveu em seu braço.

Todos no bar olhavam para nós e algumas pessoas – poucas – ajudavam Alex a se sentar.

Estávamos perto da porta de saída. Olhei para trás e vi Alex limpando a boca com a manga da blusa e olhando para nós.

Pegamos um táxi de volta para casa.

Chegamos no apartamento e Johnny sentou-me no sofá. Ele se agachou na minha frente e pegou meu rosto em suas mãos.

– Mary. – ele disse olhando nos meus olhos. – Olhe para mim. Você está bem¿

Eu sentia minhas pálpebras inchadas. Olhei para Johnny.

– Ah Johnny. – eu disse abraçando-o. – Você está bem¿

Ele suspirou.

– Eu estou bem o problema é você. Você está bem¿

Ele acariciou onde eu tinha levado a bofetada.

– Eu vou matá-lo. – Johnny disse.

Eu nunca o tinha visto daquele jeito, com tanta raiva e transtornado.

– Johnny. – sussurrei. – Por favor, fique longe daquele louco.

Minha garganta se fechou num soluço e lágrimas silenciosas escorreram meus olhos.

– Ah não Mary, não chore! – Johnny sentou-se do meu lado e me puxou para o seu abraço.

– Foi ele Johnny. Ele que causou tudo isso! – sussurrei. – Mas que... Nojo! Que louco!

– Shh. Não pense nisso, Mary! Ah mas que vontade de socá-lo por ter lhe batido e lhe xingado.

Fechei os olhos e apoiei minha cabeça em seu pescoço.

– Porque está tudo tão complicado para nós¿ - perguntei.

Ele não disse nada.

– Ficará tudo bem. – ele disse tentando me acalmar.

– Preciso tomar um banho. – eu disse levantando-me.

Olhei para ele e sorri murchamente.

Ele sorriu de volta e se levantou.

– Um dia aqui e já está bagunçando meu apartamento¿ - perguntei parada em frente a Johnny.

Ele sorriu.

Ele tinha pegado o coxão da cama e colocado na sala, perto da janela. Tinha pegado também dois edredons.

Ele estava vestindo uma calça de moletom.

– Não está com frio¿ - perguntei dando a volta no colchão e sentando-me nele.

– Um pouco. Ficarei aquecido quando você se deitar aqui comigo.

Sorri e deitei-me de costas para ele.

Ele nos cobriu e passou um braço por minha cintura. Eu estava mais calma e o seu estresse parecia ter se acalmado também. Respirei fundo de olhos fechados e depois os abri.

Sorri. Aquilo definitivamente me faria esquecer por algumas horas o estresse. Era a coisa mais linda do mundo.

Milhares de luzes acesas em arranha-céus enormes e um céu que começava a chuviscar.

– Estou chateado por não ter ocorrido tudo perfeitamente. – ele sussurrou.

– Eu também. –suspirei. – mas estou feliz de você estar aqui comigo. As coisas que me mais me fazem feliz são você e essa vista.

– Está se sentindo no topo do mundo¿

Ri baixinho.

– Sim e estou me sentindo cansada e com vontade de dar um bom chute na cara daquele otário!

– Não pense nisso. – Johnny disse. – Vamos... Acalmar-nos e amanhã será um grande dia, você vai começar a faculdade e será ótimo.

– E que o dia de amanhã supere minhas expectativas!

Ouvi-o sorrir.

– Eu te amo, Mary. – ele sussurrou em meu ouvido.

– Eu também te amo, Johnny. – respondi.

Ficamos em silêncio olhando para aqueles infinitos arranha-céus iluminados por luzes. Fui adormecendo conforme Johnny acariciava meu cabelo.

Eu estava perturbada com aquilo tudo, mas tê-lo ali comigo, fez tudo se amenizar. Pelo menos por um tempo.


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