XX

Depois da tempestade, a bonança

Corri o mais rápido que pude; a sensação desagradável aumentava dentro de mim a cada passo que eu dava em direção ao banheiro da minha suíte. Dias se passaram após aquela confusão toda com os Volturi, e estávamos finalmente bem. Quer dizer... se você for contar que eu estava enorme, fraca, faminta, e o fato de eu ter acabado de vomitar pela quarta vez no mesmo dia, “bem” não é exatamente a palavra que eu usaria.

Mas não posso deixar de lado o fato da minha gravidez – embora complicada – estar mais fácil de acompanhar com Jacob ao meu lado. Era ele quem me divertia com suas piadas quando eu estava mal humorada com meus hormônios a flor da pele; era ele quem me fazia massagens nos pés, me aninhava nos dias frios, me ajudava a pintar o quarto da nossa menininha; era ele quem me aguentava o tempo todo, sempre com seu jeito carinhoso, sempre me fazendo sentir a mulher mais feliz do mundo. Eu não podia pedir mais nada, tinha tudo o que sempre desejei, e ainda mais do que eu podia imaginar.

Ok. Tudo bem que se eu pudesse escolher não passar mal na gravidez, seria uma ótima pedida. Argh, como eu odeio essa sensação!

Molhei o rosto demoradamente e olhei a mulher pálida refletida no espelho. Eu não deveria estar radiante? Pelo menos é o que sempre ouvi: mulheres grávidas ficam radiantes. Para falar a verdade, se alguém me olhasse por completo agora perceberia que a única coisa radiante no meu corpo inteiro era meu anel de casamento.

Suspirei ao escovar os dentes. Tentei ao máximo melhorar a minha aparência arrumando meu cabelo e beliscando as bochechas. Sem chances. Caso perdido.

Sentei desanimada no vaso sanitário e fitei o chão. Deus, eu estava chata! E feia. E enorme. Traduzindo: não sei como o Jacob me suportava.

“Minha princesa já acordou?” Sua voz rouca me tirou de meus devaneios. Levantei o olhar para a figura maravilhosa parada no batente da porta. Tinha os braços cruzados, um sorriso tranquilo e olhos amorosos. Como meu marido é perfeito!

“Não tem nenhuma princesa aqui Jake.” Disse desanimada, levantando-me do meu acento improvisado. Tentei um sorriso amarelo. “Que tal uma ogra enorme e desarrumada?”

“Bom, eu vou ter que pensar nessa proposta.” Jake fez um bico, fingindo estar pensativo antes de caminhar até mim e colocar uma mecha do meu cabelo desarrumado atrás da orelha. “A gravidez te deixa muito insegura, meu amor.”

“Insegura, não! Realista!” Fiz uma careta de dor, ele sorriu balançando a cabeça.

“Ness, você está maravilhosa! Nunca duvide disso!” Ele beijou minha testa antes de segurar meu rosto em suas mãos quentes. “Aliás, nunca a vi tão linda!”

Franzi o cenho para sua última frase.

“Você tem um péssimo gosto, sr. Black.” Disse, ele sorriu. “Deveria rever seus conceitos de beleza. Urgentemente.”

“Não seja boba.” Ele disse sorrindo, antes de pousar suas mãos em minha cintura e encostar sua testa na minha. Seu olhar tornou-se malicioso e intenso. Me senti hiperventilar imediatamente. Malditos hormônios da gravidez! “Você está tão maravilhosa! Se não faltasse menos de uma semana para minha garotinha chegar, eu jurava que arrancava sua camisola com os dentes agora mesmo.”

“Jake...” Murmurei, manhosa. Não conseguia conter o sorriso que insistia em dançar em meus lábios. “Você é terrível!”

“Isso é tudo culpa sua,” Jake sussurrou com o canto dos lábios levantados. “É você quem me deixa terrível.”

Senti seus lábios quentes preencherem os meus e uma explosão de sensações se espalharem pelo meu corpo. Era sempre tão inacreditável beijar Jacob Black. Ele me fazia flutuar. Todos os nossos beijos tinham o mesmo efeito do primeiro. Era incrível.

Então, antes que pudéssemos aprofundar algo, Jacob se afasta delicadamente – posso ver em seus olhos que o fez com muita dificuldade. Pensei em protestar, mas a palpitação em meu ventre me trouxe de volta a realidade.

“Enquanto estava cochilando, Carlisle ligou. Disse que tinha coisas a dizer sobre nossa menininha.” Jake disse passando uma de suas mãos ásperas por meu cabelo e pousando a outra sobre meu ventre elevado. “Estão nos esperando, Sammy e Jullian já foram.”

Suspirei fechando os olhos. Estava tão cansada, não tinha vontade nenhuma de sair da cama. O que explica o fato de eu ter me enfiado lá e dormido a tarde inteira. Mas sabia que quando o assunto era minha filha eu deveria ignorar qualquer resquício de preguiça e excesso de ócio.

Jacob percebeu minha feição e franziu o cenho divertido.

“Minha garota está tão preguiçosa!” Disse, me dando um beijo suave. “Vamos, parece importante! Se arrume. Eu vou pegar a moto que deixei na oficina, volto logo!”

Fiz uma careta de desapontamento, seguida de um biquinho. Jacob sorriu, cruzando os braços novamente.

“Não faça essa cara, Ness. É irresistível! E eu já estou louco de saudades de você há quase um mês. Não me culpe se eu ignorar tudo e te agarrar aqui nesse banheiro.” Ele revirou os olhos como se falasse a coisa mais normal do mundo. Senti meu rosto ferver no mesmo instante em que arregalava os olhos. Em um minuto ele já estava abrindo aquele sorriso maravilhoso; provavelmente rindo da minha careta de ‘pega desprevenida’.

“Eu acho que nunca vou me acostumar com seus comentários nada apropriados, Jacob.” Disse rindo junto com ele. “Você sempre me surpreende.”

“Ah, eu espero que não se acostume, baby.” Disse, saindo do banheiro. “Eu amo te deixar corada.”

Ele então virou apenas o rosto para me olhar – tinha um sorriso sarcástico nos lábios – e piscou para mim, caminhando para longe do banheiro. Fiquei um minuto inteiro apenas me deliciando com a visão do meu Jacob. Como estava lindo! Tinha uma camiseta regata branca – colada em seu abdômen definido, uma calça jeans preta um tanto caída – de forma que se ele abaixasse com certeza revelaria sua roupa intima – e um tênis surrado. Precisei fazer uma nota mental: jogar algo no chão para que ele abaixasse para pegar, e ter logo minha filha, para poder... como ele diz mesmo? Ah sim, ser “agarrada” por ele.

Suspirei e deixei aquele sorriso bobo invadir meu rosto. Ah Jacob, se você soubesse o efeito que tem sobre mim...

Dei outra olhada rápida no espelho – para não me assustar, pensei – e resolvi tomar um banho para ver se ajudava em alguma coisa. Levei uns bons 10 minutos em baixo do chuveiro. De repente, antes que eu pudesse desligar a água, começo a sentir minha menina mexer em minha barriga. Porém, a sensação dessa vez não é calma e confortante como antes, mas sim dolorida, impaciente.

“Ei, calma garota!” Passei minhas mãos pelo meu ventre, tentando inutilmente parar a dor, mas ela apenas se intensificou. Tentei me controlar para não gritar.

Nunca havia sentido algo tão doloroso antes, nem na hora de dar a luz aos meus filhos. Comecei a me desesperar ao pensar que aquela dor não significava boa coisa. Desliguei o chuveiro e decidi dar um passo para fora do Box; me arrependi profundamente de o fazer no momento em que perdi o equilíbrio e desabei no chão. Tentei virar de costas, mas mesmo assim a dor foi intensa. Comecei a chorar desesperadamente.

Minha filha, não! Minha bebê! Era tudo que eu conseguia pensar quando a dor tornava-se intensa e eu me encolhia no chão frio do banheiro.

Tentei gritar, mas não tinha forças pra isso. Sabia que Jacob estava longe, e isso me deixava ainda mais desesperada. Tentei me levantar, mas desisti ao ver a poça de sangue que se formava ao meu redor. Entrei em pânico.

Pensei em chamar meus filhos, mas a minha visão turva e o formigamento em minha cabeça não o deixaram. Tentei gritar, mas perdi totalmente minhas forças e, no minuto seguinte, estava desmaiada.

XxXxXxX

“Ela está bem? Por favor, Carlisle, diga alguma coisa!”

“Só está dormindo, não se preocupe. Tudo foi resolvido a tempo.”

O que estava acontecendo? Eu delirava na cama, tentava abrir os olhos, mas eles estavam tão pesados... Estava tão cansada! Não conseguia pensar em nada, minha mente pregava-me peças. Comecei a ver flashes temporários; olhos infantis, uma menina chorava, e então a vejo parada, suspensa no ar como se estivesse... Oh, céus! Mais imagens apareciam em minha mente: meus familiares chorando, Jacob chorando. E eu não podia mais suportar.

Abri os olhos e percebi que estava suando. Olhei ao redor e vi a sala tão conhecida me rodear. As paredes claras demais, a cama dura demais, os aparelhos apitavam com frequência demais. Tudo exagerado. Tudo que me lembra a época maldita em que perdi a memória. Estava no quarto dos Cullens novamente.

Percebi que estava sozinha no quarto e passei as mãos pelo rosto. Não havia mais dor, mas eu me sentia estranha, diferente. O que será que tinha acontecido? Minha menina tinha parado de se mexer. Quando passei a mão pela minha barriga, entrei em choque. Não havia mais nada, ela estava dolorida, baixa. Minha filha não estava lá.

Será que ela estava...? Será que eu a perdi?

Comecei a chorar no mesmo instante, desesperadamente.

“Jake...” Murmurei entre soluços; não tinha forças para gritar. Mas também não foi preciso muito. Apenas meu sussurro conseguiu chamar a atenção de meu marido, que apareceu na sala em menos de um segundo. Correu até mim, sentou-se na cama ao meu lado e me aninhou em seus braços.

“Shh, Ness, está tudo bem!” Ele disse em meu ouvido e eu só conseguia chorar. Ficamos longos minutos abraçados até que eu me acalmasse. E então, ele se afastou um pouco de mim, apenas o suficiente para olhar em meus olhos e secar minhas lágrimas.

Cadê a nossa filha? O que aconteceu? Perguntei usando meu poder, já que minha voz não sairia nem que eu tentasse falar.

“Ela está bem.” Ele disse, e meus músculos relaxaram no mesmo instante. E então, vejo meu avô entrar no quarto, com uma feição compreensiva, segurando uma prancheta. Caminhou até chegar ao meu lado e pousar sua mão fria em meu cabelo. Jacob levantou-se e ficou ao lado de Carlisle, segurando apenas minha mão.“Carlisle pode explicar melhor, mas está tudo bem minha pequena, não precisa mais chorar.”

“Como está se sentindo, querida?” Carlisle perguntou com um sorriso amoroso nos lábios finos.

“Assustada.” Respondi, com uma risada seca. Quem me visse agora acharia que eu estava ficando louca. Talvez eu estivesse, não tenho como dizer. “Cadê minha filha? O que houve?”

Meu avô suspirou antes de responder.

“Ela está bem. Você estava entrando em trabalho de parto, o bebê estava inquieto e quebrou algumas de suas costelas enquanto se mexia. Com a queda, você bateu a cabeça, e acredito que foi em um dos pontos recém-feridos pelo seu acidente, por isso desmaiou. Mas fizemos um check-up enquanto estava dormindo, e não houve preocupações maiores, foi só um susto. Tive que fazer o parto por cesariana, pois estava desacordada, e ocorreu tudo bem. Foi uma cirurgia difícil, devido as suas costelas quebradas. Mas está se recuperando bem.”

“Mas... e o sangue?” Perguntei, sem entender. “Tinha muito sangue embaixo de mim, eu pensei que tinha... a perdido.”

“O sangue provavelmente foi fruto de uma junção entre a força que o bebê estava fazendo em seu útero e a queda.” Ele explicou anotando algo na prancheta em sua mão. “Mas felizmente já estava em trabalho de parto e a bebê não é humana, se fosse, você provavelmente a perderia.”

Suspirei aliviada. Jacob apertou ainda mais minha mão. A feição em seu rosto era inexplicável. Mesclava dor, ansiedade, alívio. E eu só queria abraçá-lo.

“Você pode ver sua filha daqui a pouco, ela está sendo cuidada por Rosalie e Bella.” Ele disse sorrindo sereno.

“Obrigada, vovô!” Disse sincera. Ele sorriu e beijou suavemente minha testa, antes de dar um tapinha nas costas do Jacob e sair, murmurando um ‘vou deixá-los às sós’.

“Viu minha pequena? Eu disse que estava tudo bem!”

“Oh Jake... eu pensei que...” Quando falei, minha voz saiu como um sussurro rouco. Jacob voltou a sentar ao meu lado, abrindo os braços para que eu pudesse me aninhar neles. O fiz com um pouco de dificuldade, já que estava com o torso dolorido.

“Shh, eu sei meu amor.” Murmurou, acarinhando meu cabelo. Ficamos assim alguns minutos, e eu me senti segura novamente. Em seu abraço era onde eu queria estar todo o tempo. Era tão reconfortante. Ouvi ele suspirar e me apertar ainda mais contra seu peito. “Eu tive tanto medo.”

Levantei a cabeça para olhar em seus olhos, um gosto amargo desceu pela minha garganta ao ver a feição triste e preocupada de meu marido. Não disse nada, deixei que continuasse.

“Cheguei em casa para chamá-la e quando te vi caída no chão do banheiro, eu quase... Ness se algo tivesse acontecido com você, eu não suportaria, eu não...” Ele suspirou e passou uma mão pelos cabelos arrepiados. “Eu tive meu coração quebrado pela milésima vez, eu não sei se aguento mais uma vez...”

Fechei os olhos, meu peito ardendo, minha cabeça rodando. Eu sabia exatamente do que ele estava falando. Eu sempre o fazia sentir assim, consciente ou inconscientemente. Como quando casei com Nahuel, ou no meu ‘acidente’ – que eu mesma causei -, ou quando perdi a memória, quando fui enfrentar Demetri e quase matei Jacob, ou quando quase perdi nossa menininha com meu senso de desequilíbrio. O que eu fiz? Meu Deus! Tudo o que eu fiz foi fazer meu Jacob sofrer. Não estava certo. Descobrir isso me fez arfar.

“Jake... eu não mereço você...” Sussurrei, minha voz saiu mais baixa do que eu pensei. As lágrimas escorriam pelo meu rosto silenciosamente.

“O quê? Por que está dizendo isso?”

“Eu só te faço sofrer, Jake, só tomo decisões erradas.” Disse, minha voz começando a ficar mais rápida devido a incessante vontade de chorar. “Quando tudo parece certo e bom, eu faço algo que atrapalha tudo. Eu estou cansada disso... e acho que você deveria...”

“Por que diabos está pensando nisso, Nessie?” Jacob parecia magoado, seriamente magoado. Separou-se de mim para olhar em meus olhos. “O que está dizendo?”

“Estou dizendo que... v-você deveria ficar longe de mim.” Disse finalmente, incrível como minha voz saiu baixa. Jacob passou as mãos pelo rosto e olhou-me, incrédulo. “Eu não sou... boa o bastante pra você...”

Eu estava esperando que ele brigasse comigo por eu ser tão estúpida, estava esperando ser repreendida, mas como sempre, Jacob superou qualquer expectativa minha. Ele riu. Ele. Riu. E eu queria matar ele por estar rindo em um momento como esse.

“Você é tão boba, Nessie!” Certo. Essa não era a resposta que eu esperava. Seu sorriso maravilhoso de menino me encantou, e em menos de um segundo eu havia parado de chorar e meus lábios curvavam-se lentamente para cima, fazendo-me corar. “Como pode pensar uma coisa dessas? Escuta bem o que eu vou te falar: Você me faz o homem mais feliz do mundo, e não são essas malditas confusões que vão me separar de você. Na verdade, nada vai me fazer separar de você! Ok?”

Assenti, envergonhada. Ele sorriu mais ainda e passou suas mãos quentes pela minha bochecha. Eu soltei um suspiro aliviado.

“Será que esse é o nosso destino, Jake?” Perguntei segurando sua mão e a acariciando. Olhei em seus olhos, estavam serenos. “Digo, nosso relacionamento tem mais desafios do que aquele jogo do Mário que o tio Emmett gosta de jogar. Quer dizer, isso não é normal, Jake!”

Jacob gargalhou com a minha última frase. Ajeitou-se na cama e apertou suavemente minha mão, fazendo pequenos círculos com o seu polegar.

“Meu amor, se fosse fácil não teria graça.” Ele disse. “Aliás, sempre vamos ter esses desafios, e não importa quando, ou como, eu sei que nós vamos superar juntos! Por que é assim que sempre conseguimos tudo, juntos!”

“Ah Jake...” Suspirei aliviada. “Eu te amo tanto!”

“Eu sei, pequena.” Ele sussurrou sorrindo, depois abriu os braços pra mim. Seu olhar era amoroso. “Vem cá.”

Ele me abraçou, inspirando em meu cabelo, e depositou um beijo suave em meus lábios. Colou sua testa na minha antes de dizer: “Eu te amo também, você não sabe o quanto.”

Seus lábios tocaram os meus, e eu derreti por completo. O que eu tinha feito na minha vida para ganhar um presente tão maravilhoso como o Jacob?

“Com licença, casal.” Sua voz doce nos fez parar o que estávamos fazendo e olhar para ela. Bella tinha uma expressão de felicidade no rosto, e em seu colo carregava minha bebê. Parei de respirar no mesmo instante em que a vi. “Tenho alguém aqui que quer conhecê-los.”

Minha pequena virou o olhar para mim, e foi então que me apaixonei perdidamente. Ela era tão linda! Tinha a aparência de um bebê de quase um ano, seus cabelinhos curtos eram enroladinhos e pretos, e seus olhos, oh céus, seus olhos eram perfeitos! Dois orbes grandes e expressivos, acastanhados. Estava vestida em um macacão de babados cor-de-rosa claro, e tinha uma fitinha da mesma cor no cabelo. No momento em que me viu, esticou seus bracinhos para que eu a segurasse.

Fiz o que pedia e me senti completa. Minha menina olhou pra mim e sorriu, aninhando-se em meus braços. Eu era só emoção naquele momento. Não conseguia parar de sorrir e logo senti minhas lágrimas caírem novamente.

“Oi princesa!” Disse emocionada, ela levantou seu bracinho para tocar meu rosto. “Eu sou sua mamãe, é, sou sim!”

Levantei o rosto para encarar Jacob, que tinha o mesmo olhar de apaixonado e o mesmo sorriso bobo dançando sobre os lábios carnudos. Ele me abraçou e acarinhou os cabelos da minha garotinha - ela sorriu abertamente em resposta. Um sorriso animador, um sorriso tão Jacob!

“Ei linda!” Ele sussurrou, e no mesmo instante ela se jogou em seus braços. Jacob gargalhou e fez cócegas na barriga dela. “Já sabe quem é o papai, né minha linda?”

“Ah, vocês são tão lindos!” Minha mãe disse, fingindo secar uma lágrima. “Sammy, Jullian, venham aqui ver isso.”

Bella deixou o quarto e logo em seguida vejo meus filhos entrarem - ambos sorridentes - e caminharem até nós, sentando-se um em cada lado da cama.

“Ela é a sua cara mamãe.” Samantha disse amorosa, brincando com a bebê no colo de Jacob.

“Que nada! Ela é a cara do Jacob.” Jullian disse, sorrindo ao ver a bebê gargalhar com as brincadeiras de Samantha.

“Não, ela é uma junção.” Jacob sorriu orgulhoso, não conseguia tirar os olhos da nossa filha. Após um minuto de silêncio observando a pequena brincar e gargalhar, Samantha me olha, curiosa.

“Ei, qual o nome dela?” Ela perguntou. Nesse momento, Jacob e eu nos encaramos sorridentes. Não havíamos combinado nomes ainda e eu nem tinha noção de qual escolher, mas quando observei o olhar sinuoso de Jacob, tive certeza do que fazer.

“Que tal vocês dois escolherem?” Disse. Meus filhos se surpreenderam com a decisão, mas logo sorriram orgulhosos e olharam um para o outro. Com certeza estavam conversando mentalmente. Depois de menos de um minuto de silêncio, eles resolvem opinar.

“Sue.” Disseram em uníssono, me fazendo rir.

“Sue? Sue Clearwater? Isso não tem a ver com o fato de ela ser a sogra de vocês, certo?” Jacob franziu o cenho enquanto falou, fazendo os dois se entreolharem e balançarem a cabeça em negação. Pude ver Jake revirar os olhos.

Não sei porque estava tão desgostoso. Afinal, Sue era agora minha avó, já que estava noiva de Charlie, e eu amava. Não havia nome mais apropriado do que esse.

“Pare com isso Jacob! Eu achei perfeito!” Disse sorrindo, estiquei-me para pegar minha princesa e fitei seus olhinhos castanhos. “Bem vinda ao mundo, srta. Sue Black”.

Ela sorriu mostrando os dentes, e abraçou-me mais ainda. Estava tão feliz. Aquele momento era perfeito! Tudo estava perfeito, tudo estava no lugar. Quase enlouqueci, mas no fim valeu tudo a pena.

Valeu ainda mais a pena quando senti Jacob aproximar-se de meu ouvido e sussurrar: “Eu não disse que você me fazia o homem mais feliz do mundo? Obrigado por isso.”

Olhei para seu rosto, e sua felicidade de menino me fez sorrir. Depositei um beijo suave em seus lábios e deixei que ele soubesse o quanto o amava, usando o meu poder. Ele me olhou carinhosamente.

“Eu também, meu amor. Eu também.”

XxXxXxX