O outro lado da Cicatriz escrita por Céu Costa, Raio de Luz


Capítulo 30
A melhor noite da minha vida


Notas iniciais do capítulo

Eu e a Luz tínhamos esse capítulo reservado para dias especiais...Considerem como um capítulo bônus na fic, e divirtam-se! ;)



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Pov Belle

– Belle, eu não te amo mais!! - Eric falava, frio.

– Eric, você falou que iria me amar para sempre!! - eu retruquei, chorando.

– Mas isso foi antes! Antes de você se tornar essa... essa coisa!! - Ele falou com desprezo.

– Coisa? - eu solucei.

Eu me virei pro espelho, e me aterrorizei com o que vi: eu estava gorda, cheia de varizes, olheiras, cabelos detonados... uma monstra medonha.

– Não... não pode ser... - eu solucei.

Duas cabeças de bebês gigantes começaram a flutuar e a rir de mim.

– Nãoooo! Parem, seus monstros! Parem! PAREM! NÃO!

***

– Parem! Não! - eu me sentei na cama, ofegante.

– Belle, calma! - Eric acordou, assustado - O que foi?

Sua voz doce ao meu lado fez minha mão se impulsionar para seu rosto.

– Desgraçado! Sai do meu quarto. SAI! - eu gritei, furiosa.

– Belle, calma! - ele tentava digerir aquilo - O que aconteceu? Porque você está assim? O que foi? Foi a graviola?

– Você mentiu pra mim! Falou que sempre iria me amar, mas você mentiu pra mim! - eu esbravejei, com lágrimas nos olhos.

– O quê? - ele perguntou, assustado - Eu não menti! Eu te amo Bell!

– Até você me ver gorda, feia, com varizes, estrias, tornozelos inchados... - comecei a chorar - Você mesmo disse isso! Disse que eu era uma coisa! E aqueles bebês flutuantes horríveis... riram de mim... Eles riram... Todos vocês...

Eric começou a rir. Como ele pode rir de mim? Como ele ousa? Peguei uma almofada e comecei a bater nele com toda minha força, mas foi em vão. Ele sentou sobre mim e segurou meus pulsos.

– Belle, você teve um pesadelo! - ele riu - Gorda? Varizes? Bebês flutuantes? - ele ria. - Meu amor, foi só um pesadelo!

– Me solta, seu imbecil! - eu gritei - Me solta!

– Eu te amo, Bell! - ele me beijou - Sempre vou te amar!

Ele me beijou intensamente, e eu me entreguei naquele beijo. Eu precisava dele, ele me fazia sempre me sentir melhor, e ao mesmo tempo pior. Pior por não ter guardado minha pureza para ele, pior por fazê-lo cuidar de duas crianças que não são dele, pior por fazê-lo esperar por mim, coisa que da primeira vez eu não pensei duas vezes... Mas com ele é tudo tão diferente, ele desperta a menininha fragilizada dentro de mim, fazendo-me ficar com medo, como se fosse minha primeira vez nesse jogo de amar.

Eric passou sua mão em minha perna, me fazendo tremer e suar frio. Eu o queria, mas...

Ele olhou nos meus olhos e percebeu meus temores. Seu sorriso se fechou, e ele pareceu arrependido.

– Desculpe! - ele se levantou,me deixando na cama sozinha. Era sempre assim: ele tentava e eu paralizava, e então ele saía de cena.- Vou tomar um banho e já volto.

Ele entrou no banheiro, trancando a porta.

– Droga! - eu soquei o travesseiro.

– Não fique assim, é normal ficar com medo. - mamãe apareceu, sentada na minha cama, ao meu lado

– Mas mãe, - eu solucei - não vai ser minha primeira vez, e eu não tenho nada pra oferecer, a não ser filhos...

– ...Que nem são dele. - ela completou.

– Você não está ajudando...

– Querida, o que eu estou tentando dizer é que, sim, é sua primeira vez! Primeira vez em que você se entregará pra quem ama de verdade, sim você tem o que oferecer, seu amor. A única diferença é que você já sabe jogar esse jogo, então... Porque deixar ele sem resposta se você sabe jogar? - mamãe passou os dedos em meus cabelos negros - Lembro-me da sua primeira vez, você veio toda meiga, me contando tudo, o friozinho na barriga e tudo mais... - Ela me beijou na testa - Dê seu melhor, minha filha!

Ela desaparatou, me deixando sozinha novamente. Ela está certa! Me levantei fui até meu guarda-roupa, coloquei um baby doll vermelho, e depois, deitei na cama.

– Eric! - eu falei alto, fazendo-o sair desesperado do banheiro.

– Belle, o que foi?... - Eric me olhou assustado e confuso - O que que... como... hã?....

– Shiuu... - Me levantei e andei até ele, passei as mãos em volta de seu pescoço. Sua pele estava meio molhada.

– Não diga nada. - usei a minha voz mais melosa que tinha, e eu o beijei. Mas ele pareceu ainda confuso e totalmente imóvel.

– Bell, eu não...eu... - ele gaguejou.

– Eu te amo! E não posso te privar de mim, e me privar de você. Eu te amo! - eu falei.

Ele riu maliciosamente, daquele jeito alegre e bobo que só ele consegue, e me beijou, um beijo que me tirou o fôlego, e me deixou completamente vulnerável.

– Eu não fiz isso antes, por medo de... - eu gaguejei.

– Belle, cala boca e me beija logo! - Eric brigou comigo.

Eric me beijou, me levantando em seus braços, como um príncipe encantado.

– Eu te amo, Belle Scofh! - ele sussurrou, fazendo-me arrepiar até o último fio de cabelo.

*v* *v* *v* *v*

Na mesa do café da manhã, todos estavam reunidos, mas o silêncio era de matar. Eric às vezes olhava pra mim e sorria, corado, isso quando não suspirava, olhando sua tigela de cereal. Mamãe olhava pra mim e arqueava a sombracelha, maliciosa. Ainda bem que papai passou a noite no cassino hoje, resolvendo alguns assuntos, ou eu ouviria muuuuuuuitos comentários dele.

– E então, Belle, - mamãe resolveu finalmente tocar no assunto - como foi a noite? Eu ouvi gemidos até do meu quarto!

Um sorriso automático se abriu em meu rosto, mas Eric corou com o comentário.

– A graviola te fez passar mal? - Sophie se assustou - Foi a marula? Por que não me chamou?

Eu e mamãe começamos a rir. Sophie tão inocente...

– Adoro Sophie por isso, suas retardadas! - Eric a abraçou por trás - Ela é inocente demais para entender suas malícias.

– Não precisava de muita malícia para entender do que vocês tavam brincando lá no quarto! - Nico resmungou.

Sophie parou um pouco e pensou. De repente, seus olhos azuis se arregalaram, e ela olhou para mim.

– Ai meu Merlin! Eu... preciso vomitar! - ela levantou desesperada - Não me toque, Eric!

Todos começamos a rir, enquanto ela corria para o banheiro mais próximo. Sophie tão inocente.... Adoro minha amiga, mas ela precisa pedir a Merlin um pouco de malícia! Se eu fosse ela, o Potter já tinha perdido a cabeça! Ou as calças....

– Sophie? - eu bati na porta do banheiro - Não precisa se preocupar com seu amigo, Sophie! Garanto que não fiz nada que ele não quisesse!

– Sai de perto de mim! - ela brigou lá de dentro - Eu não preciso saber do que vocês brincam de noite! E além disso, você tá grávida! Não pensa que isso pode fazer mal pros bebês?

– Os bebês estão bem, obrigada. - eu retruquei - Sai logo daí!

Ela abriu a porta do banheiro, tendo o cuidado de ficar bem longe de mim.

– Nicola Borboune, faça o favor de fazer esse povo parar de falar disso, ou eu juro que vou desaparatar pra casa da mamie agora mesmo! - ela bateu o pé assim que chegou na cozinha.

E depois disso, trancou-se no quarto. Por mais de meia hora. Não sabia que Sophie era tão sensível assim...

– Sophie? - bati de leve em sua porta, mas ela não respondeu nada. - Sophie, abre a porta vai! Sou eu, a Belle, sua amiguxa do coração! Sophiiiie!...

Mas ela não abriu a porta. Pensa Belle, pensa. Aquelas aulas de teatro tem que servir para alguma coisa...

– Ai... ai... ai... Sophie!!.... Sophie, me ajuda!! - comecei a esmurrar a porta. - Ai!! Sophiiiee! Socorro!

– Belle? O que foi? -ela abriu a porta, desesperada.

– Obrigada! - entrei no quarto dela, me recompondo da cena.

– Belle, sua... sua desmiolada! Idiota! Quer me matar do coração, sua bruxa?! ...... - Sophie falou, furiosa.

Desculpa, mas Sophie brava é tão bonitinha que chega a ser engraçada. Não tem como levar ela a sério.

Eu me aproximei do guarda-roupas dela, e comecei a olhar suas roupas. Rendas, saias godê, tubinhos, tudo muito comportado, azul, cinza, preto ou branco, tão básico que quase chega a ser um insulto aos meus olhos.

– ....O que eu preciso pra ter paz? - ela se jogou na cama, meio furiosa.

– Eu não terei paz depois dessa visão ... - eu apontei pro guarda- roupa dela - E eu sei o que fazer!!!

– Por acaso você me ouviu? - ela arqueou a sombracelha, me olhando.

– Se você disse algo do tipo "Ai meu Merlin! Minhas roupas estão um uó, preciso de compras urgentes!!!" - eu a encarei, ela me olhava furiosa - É cherry, eu escutei! A fada madrinha está aqui pra ajudar.

– Sério? - ela ralhou comigo - Tenho pena dessas crianças!

– E elas tem pena de você, com essas roupas... - eu ironizei - O problema é... Como despistar o Eric, agora ele não me deixa pegar um copo da água sozinha, imagina ele me deixar ir fazer compras...

– Compras? - ela disse meio interessada - Se ele ver que você está comigo, talvez ele deixe...

Eu ri, menina esperta, aprendeu comigo.

– Eric! - puxei a Sophie pelas escadas abaixo - Amor, tô saindo com a Sophie. Vamos fazer compras!

– Cuida dela pra mim? - Eric perguntou.

– Claro, amor... Eu vou cuidar dela...

– Não estava falando com você, Belle.

Sophie começou a rir.

– Tá, todos resolvidos - segurei Sophie pelos pulsos - Vamos!


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