O outro lado da Cicatriz escrita por Céu Costa, Raio de Luz


Capítulo 21
Aquela Noite


Notas iniciais do capítulo

Muito bem pessoal, o capítulo que vocês estavam esperando! Ebbaaa! Bom, eu dei uma caprichada, e escrevi no pov do Harry, pra ficar ainda mais interessante! Respirem fundo eeee.... lá vai!



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Pov Harry

Ela me beijou. Não, não foi um beijo de verdade, eu bem queria que fosse, mas não foi. Mas ainda assim, foi um beijo. E foi o melhor do mundo.

Deixa eu voltar pro começo.

Hoje foi a festa de natal do Professor Slughorn. Excepcionalmente hoje, eu fui cerca de duas horas mais cedo, porque meu relógio estava adiantado... enfim, eu estava ansioso. Luna Lovegood, meu par, já estava me esperando quando entrei no corredor da Corvinal, e usava um vestido furta-cor excêntrico, assim como ela, portanto, nem reparei. Ela falou o caminho todo, alguma coisa sobre sonambolismo, eu acho. Sinceramente, nem reparei.

Quando chegamos lá, Prof Slughorn abriu a porta.

– Harry Potter? - ele falou - Que surpresa vê-lo aqui, tão cedo!

– Me desculpe, senhor, eu me atrapalhei com o relógio. - eu me desculpei - Se quiser, podemos voltar mais tarde...

– Tolice! - ele retrucou, convicto - Podem entrar, vocês dois!

Ele abriu a porta. O local era espaçoso, e estava todo decorado com compridas cortinas de seda e cetim em tons de verde, branco e amarelo claro. Um tapete persa demarcava a pista de dança, ou mais propriamente dito, a sala de estar. E sobre ele, um grande lustre de cristal, todo espelhado e iluminado.

– Que lugar adorável! - Luna comentou.

– Oh sim, este lugar foi um presente de Dumbledore, para festas e pequenos encontros entre alunos, embora não tenha sido muito usado. - ele começou a conversar com ela.

Eu, por outro lado, não me interesso muito por este tipo de coisa. Havia um visgo, pendurado em um canto do salão. Pode parecer meio bobo, mas ao ver aquelas folhas verdes, automaticamente pensei nela. Pensar nela tem sido algo que eu tenho feito com muita frequência este ano, particularmente nos últimos meses. As lembranças da noite passada passaram por meus olhos como um flash. "Por que não me diz logo o que quer me dizer?" Aqueles olhos azuis, me encarando na noite. Os cabelos dourados ondulando sob a luz prata da lua. Por que eu não disse?

– Sr. Potter, já que está aqui, poderia nos preparar uma bebida mais forte? - a voz do professor me arrancou incômodamente de meus pensamentos. - Eu mesmo prepararia, mas acho melhor o senhor fazer, assim não ficará muito forte para os alunos.

– Oh.. oh sim, claro. - eu respondi, ainda meio alheio.

– Excelente! - ele sorriu - Venha, vou lhe mostrar.

Ele me guiou até uma mesa, onde havia uma grande vasilha de ponche, alguns licores e sucos de frutas, e pedaços de frutas frescas. Assim que ele se afastou, eu fiquei olhando todos aqueles frascos, e ela me veio à mente outra vez. Eu, a guiando para fazer as poções, enquanto ela perguntava e fazia caretas ao mexer na bile de tatu. Tão linda...

O quê?! Esquece isso, ela tem namorado, ela mesma disse isso!

Fiz um ponche de morango e framboesa, com licor de laranja. Slughorn disse que ele colocaria mais álcool, portanto, estava na medida certa para alunos do sexto ano.

Logo, os alunos começaram a chegar, e o salão se encheu rapidamente. Hermione estava uma graça, porém muito desconfortável com Cormaco, a quem ela convidara apenas para fazer ciúmes ao Rony.

Belle, a melhor amiga de Sophie, estava acompanhada do capitão do time de quadribol da Sonserina, o Eric. E usava um vestido vermelho, com decote fundo, bem provocante, bem o estilo dela.

– Eh, com licença... - eu me aproximei dela.

– Potter! - Belle me cumprimentou alegremente, o que foi estranho - Nem me diga, eu já sei o que vai perguntar. Acontece que o par dela não é da escola, por isso ela teve que ir buscá-lo, mas ela já deve estar chegando. Ah! Olha ela ali!

Eu me virei onde Belle apontava. Ela estava encantadora. Usava um vestido azul turqueza, de seda, com renda no busto e laço de cetim um pouco mais abaixo. Seus sapatos pareciam feitos da mais pura luz da lua, assim como sua pele alva. Seus cabelos dourados levemente cacheados repousavam graciosamente sobre seus ombros, e seu rosto estava iluminado com o mais lindo sorriso que eu já vira.Porém, ela não sorria para mim.

Ao olhar para o par dela, senti vontade de abrir um buraco e me enfiar dentro até o mundo acabar. Ele era alto, pele alva, cabelos castanhos, olhos verdes, sorriso sedutor. Porte atlético. Ele era tudo o que Sophie havia me descrito e um pouco mais. Eu podia sentir meu rosto queimar ao ver os sorrisos sinceros e as risadas dela a cada comentário dele. Idiota engomadinho!

– Potter? - Belle passou a mão na frente do meu rosto - Poootter!

Eu olhei para ela.

– Sua amiga tá com problemas! - Belle apontou para as cortinas. Hermione estava escondida lá. E parecia aflita. Eu me enfiei nas cortinas atrás dela, e ela estava péssima.

– Hermione, o que está fazendo? E o que houve com você? - eu perguntei, em tom de acusação.

– Acabo de fugir. - ela arrumou os cabelos - Isto é, larguei o Cormaco debaixo do visgo.

– Cormaco? - eu perguntei, como se já não soubesse a resposta - Então foi ele quem você convidou?

– Foi apenas pra deixar o Rony com raiva! - ela choramingou - Ele tem mais tentáculos que uma planta Snarfalump!

– Tartar de dragão? - um garçom perguntou, entrando na cortina também.

– Obrigada, estou satisfeita. - Hermione respondeu automaticamente.

– Melhor assim, - o garçom comentou - porque eles dão um bafo horrível!

Imediatamente, Hermione pegou a bandeja da mão dele e começou a comer.

– Pensando bem, isso aqui deve manter o Cormaco longe... - ela mastigou - Ele tá vindo!

Ela jogou a bandeja na minha mão, enquanto eu disfarçava sua fuga. Cormaco logo adentrou nas cortinas, mas por sorte não a viu sair, eu acho.

– Acho que ela foi retocar a maquiagem. - boa, Harry!

– Bem escorregadia essa sua amiga, não? - ele pegou um canapé da bandeja na minha mão - E fica falando... Blá, blá, blá... O que é isso que eu tô comendo?

Trollo ou não trollo? Ele tá pedindo...

– Bolas de Dragão. - eu disse naturalmente.

Professor Snape abriu as cortinas. A reação de Cormaco ao meu comentário foi instantãnea, e ficou nos sapatos do Snape. Aproveitei para dar no pé bem de fininho...

– Acaba de ganhar um mês de suspensão, McLaggen. - ele falou - Pode esperar aí, Sr. Potter.

Dancei...

Ele saiu das cortinas, olhando para mim.

– Senhor, eu preciso voltar para festa... - uma desculpa, rápido - O meu par...

– Pode muito bem sobreviver à sua ausência por mais um ou dois minutos, além disso, só quero transmitir um recado. - ele informou.

– Um recado? - eu estranhei.

– Do Professor Dumbledore. Ele lhe mandou lembranças e espera que você aproveite bem suas férias. - ele fez uma pausa - Ele foi viajar, e só retornará quando as aulas recomeçarem.

–Viajou para onde? - perguntei, desconfiado.

Ele simplesmente ficou em silêncio de dirigiu-se à saída. Como ele consegue ser tão desagradável?

Um tumulto assustou a todos na festa. Filtch segurava Draco, que se debatia.

– Me solta, seu bruxo abortado! - ele esbravejou.

Me pergunto o que isso quer dizer.

– Professor Slughorn, acabo de encontrar este garoto escondido em um corredor lá em cima. Ele afirma ter sido convidado para sua festa. - Filtch informou.

– Tá bem, tá bem! Eu estava de penetra! - Draco esbravejou - Satisfeito?

– Eu o acompanho até a saída. - Snape se aproximou dele.

– Perfeitamente, professor. - Draco retrucou, naquele jeito arrogante dele.

E eles saíram. E olhei uma última vez naquela direção. O par dela conversava animadamente com o meu par, mas eu não a vi. E nem tinha tempo para isso. Tinha que investigar.

Eu caminhei pelo corredor vazio e escuro, torcendo para eles não estarem muito longe. Mas eu não conseguia ouvi-los, nem vê-los em lugar algum.

Algo segurou meu pulso e me puxou. Eu senti minhas costas baterem com força contra a parede. Eu teria reclamado de dor, mas aqueles olhos azuis me hipnotizaram, e eu esqueci de tudo. Era ela. Ela estava ali, comigo.

Sophie encostou o indicador nos lábios rosados, e encostou a cabeça na parede, fechando os olhos. Então eu também ouvi as vozes deles.

– Posso ter enfeitiçado a tal da Bell, ou não. O que você tem a ver com isso? - Draco protestou.

– Eu jurei proteger você. - Snape afirmou, sem alterar o tom de voz. - Eu fiz o Voto Perpétuo.

Sophie olhou para mim, cobrindo a boca com a mão. Estava espantada. Mas eu não compreendo o porquê.

– Eu não preciso de proteção! Dentre todos, eu fui o escolhido! Ele me escolheu! - Draco esbravejou - E não vou falhar!

– Você está com medo, Draco. - Snape consolou-o - Você tenta esconder, mas isto está óbvio! Deixe-me ajuda você...

– Não! - Draco berrou - Eu fui o escolhido! Este é o meu momento!

Depois disso, apenas um silêncio mortal. O que quer dizer isso tudo que eu acabei de ouvir? Voto perpétuo? Ser escolhido? Momento dele?

– Se foi. - Sophie sussurrou, olhando na direção do outro corredor. - Já foram.

Eu sentia uma confusão forte em minha mente, mas olhando para o rosto dela, eu via que não era o único. Mas ela não parecia apenas confusa. Parecia desolada.

– Oh non! - ela sussurrou - Draco também, não! O cerco está se fechando! Logo ele vai me achar também!

– Quem vai te achar? - eu olhei para ela, ainda mais confuso.

Ela olhou para mim, assustada por ter dito aquilo em voz alta. Se bem que se ela tivesse dito em pensamento, eu também teria ouvido de alguma forma.

– Quem dera você soubesse de tudo o que eu sei... - ela suspirou, pesarosa.

– Por que não me conta? - eu sussurrei outra vez.

Ela me olhou. Seus olhos estavam aflitos e levemente molhados. Eu não resisti ao impulso, e envolvi meus braços ao redor de seu corpo, confortando-a, e confortando-me. Por um momento, ela duvidou, e eu senti suas mãos contra meu peito, me empurrando suavemente. Mas então, ela se entregou, envolvendo meu abdome com os braços e enterrando o rosto em meu ombro. Ela me abraçou tão forte que eu quase acreditei que ela me queria tanto quanto eu a quero. Do mesmo jeito que eu a quero.

Eu acariciei seus cabelos com meus dedos, e eu me esqueci de tudo, do Draco, Snape, o par dela, e até mesmo as coisas terríveis que ela disse para mim. Eu só pensava nela. O mundo todo éramos só nós dois.

Ela me soltou, e me fitou por um tempo, com aqueles lindos olhos azuis brilhantes dela.

– Um dia eu vou poder explicar tudo pra você, Harry... - ela sussurrou - Um dia.... eu juro...

Aqueles lindos olhos azuis me fazendo uma promessa. Ah, como eu queria ter coragem...

Ela se aproximou de mim suavemente, ficando na ponta dos pés. Eu senti meu coração acelerar, à medida que nossos rostos iam se aproximando. Mas ela virou meu rosto suavemente com a mão, e tocou seus lábios quentes em meu rosto, causando-me um arrepio. E então, desapareceu na escuridão.

Eu retornei para a festa, com um sorriso bobo no rosto. Ela me beijou. Sim, ela me beijou. Não importa o que digam, foi um beijo para mim.

– Olá, Harry! - a voz de Luna me assustou - Sua bochecha tá rosa!

– Ah, não foi nada. - eu passei a manga da camisa, de modo a limpar o batom - Com quem estava conversando?

– Com Nicola Borboune. Ele é par da Sophie. Sabia que ele lê O Pasquim? Sophie também! Ele disse que uma vez desmaiou na floresta da escola, e uma garota chamada Emille o encontrou por causa dos zonzóbulos na cabeça dele. Legal né? Igual você, Harry! - ela comentou.

Ah não. Ele não é igual a mim, não mesmo. E eu vou provar pra Sophie.


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Notas finais do capítulo

E aí? Quem bota fé no Harry levanta a mão!



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