Mia andava de um lado para outro.

– Não pode ser – resmungava. – Jamais irei me acostumar com uma madrasta e uma irmã pra dividir o palácio comigo!

– Querida, não seja egoísta. – Franco disse.

– Papai, não estou sendo egoísta. E se eu e a filha da Alma não tivermos nada em comum? – ela dá uma pausa. – Na verdade, o simples fato de eu ser uma princesa já faz com que sejamos diferentes.

– Eu sei que você se sairá muito bem – ele abraça a filha. – E vocês serão grandes amigas.

– Assim espero, papai... – sussurrou.

Horas Depois

A princesa Mia estava andando pelo castelo, até que Peter a chamou.

– Alma Rey e sua filha chegaram – disse ele. – Vossa majestade, a chama para recebe-las.

Mia deu um pequeno sorriso e logo seguiu Peter até onde os outros estavam.

(...)

Quando Roberta entrou no castelo, foi inevitável não abrir a boca com a grandeza daquele lugar. Era como se ela estivesse naquelas histórias de contos de fadas que Pepa contava para ela quando era pequena.

Ao olhar para sua frente, Roberta vê uma garota refinada aproximar-se delas.

– Quem é essa, mamãe? – perguntou, num sussurro.

– A princesa Mia Colucci, sua mais nova irmã!

Ela arregalou os olhos, não conseguindo acreditar no que sua mãe acabara de dizer.

– Sejam bem-vindas á Genóvia! – exclamou a princesa, com um enorme sorriso no rosto. – Fico muito feliz em finalmente conhecer a mulher que conquistou o meu pai, e claro, fico contente em conhecer sua filha. – Mia olhou para Roberta ainda com o sorriso no rosto.

– Uau fiquei impressionada! – disse Roberta, colocando a mão no coração. – Barbie, daria pra dizer logo onde é meu quarto porque eu quero dormir, estou cansada.

– Ah sim – concordou a princesa. – Irei chamar a empregada, ela mostrará seu quarto.

– Não precisa fingir que gostou de minha presença aqui. Tenho certeza que você está odiando tudo isso tanto quanto eu – falou Roberta, e saiu acompanhando a empregada deixando Mia pensativa.

Alguns minutos depois

Mia conversou um pouco com Alma Rey, depois foi procurar a garota de cabelo colorido que a empregada levara para conhecer o seu quarto.

– Roberta! – Mia bateu na porta do quarto da garota, com anseio. – Posso entrar?

– Claro, isso tudo é seu e não meu – a outra respondeu, gritando.

Ao entrar no quarto, Mia vê uma grande bagunça.

– O quarto é seu. Faça o que quiser dele. – Mia disse, analisando a bagunça.

– Se o quarto é meu, não precisavam ter deixando esse tipo de roupa no meu closet! – e novamente, Roberta joga roupas para longe.

– Me desculpe, eu pensei que iria gostar...

– Tudo bem, Barbie. Você não me conhecia mesmo! – Roberta dá de ombros.

– Você realmente não gostou de estar aqui?

– Odeio contos de fadas.

– Mais isso não é contos de fadas, é real.

– Na boa, princesa. Vai pro seu quarto e me deixa em paz! – gritou. – Eu não gosto dessa coisa de princesa, rei e sei lá o que da realeza. A única coisa que eu queria, era estar na minha casa, com meus amigos. Será que consegue entender isso ou seus neurônios não funcionam?

– Como é que é? – Mia diz, sem entender o que os neurônios dela tinha haver com a conversa. – Em todo caso, saiba que eu quero ser sua amiga.

Roberta riu.

– Você está dormindo em pé ou o que, Barbie? – questiona a novata. – Agora, tudo que é seu infelizmente vai ser meu porque seremos uma espécie de irmãs devido ao casamento de nossos pais.

– Eu vou ter que dividir minhas maquiagens com você? – questiona a princesa.

A rebelde revira os olhos.

– Se toda princesa for desse jeito, não quero conhecer mais nenhuma – disse ela.

– O que disse?

– Eu? Nada, não. Mais princesa, já parou pra pensar?

– Pensar em que?

– Você não terá a atenção de seu pai apenas para você... E a minha mãe, - Roberta se aproxima de Mia para cochichar em seu ouvido. – Ela nunca foi da realeza e pode gerar grandes escândalos para a Genóvia.

– Por que diz isso?

– Nunca viu as roupas dela? – questionou. – Nos shows dela, ela deixa aparecer as coisinhas – Roberta coloca as mãos nos seios. – E ela é barraqueira.

– Agora sei quem você puxou – Mia resmungou.

– Repete o que disse, por favor.

– Não, obrigada.

Elas ficam em silêncio durante um tempo. Ambas pensando o quão desagradável seria se continuassem essa loucura que os pais estavam prestes a fazer.

– Eles não podem se casar! – exclamou Mia.

– E o que a princesinha da Genóvia sugere?

– Não tenho ideia do que fazer, apenas sei que eles não podem ficar juntos.

– Pra quando será o casamento?

– Papai não me contou.

– Tampouco minha mãe. – Roberta lamentou. – Nós temos que impedir esse casamento, é a única coisa que sei.

– Estou de pleno acordo – disse Mia. – Mais agora, terei que me retirar.

– Tchau Barbie.

– Me chame de Mia.

– Prefiro Barbie.

Antes de sair, Mia pega uma das peças de roupa que Roberta tinha jogado.

– O que vai fazer? – questiona Roberta.

– Se você não quer, eu quero.

– Hei! – Roberta grita. – Pode deixar aí, isso é meu!

– Mais você não quis...

– O que está no meu quarto é meu e pronto.

– Está bem, já estou indo.

– Espera Barbie! – Roberta a chama. – Já tenho uma ideia pra impedir o casamento de nossos pais.

Mia corre até Roberta.

– Qual é a ideia, Robertinha? – a princesa pergunta.

– Roberta para você – disse a garota. – E a ideia é a gente se odiar.

– Ok. Eu sei que temos nossas diferenças mais eu não te odeio.

– Senhor, dai-me paciência! – exclamou Roberta e guiou Mia até o espelho. – Nós somos muito diferentes e se discutirmos na frente dos nossos pais, já será um motivo pra eles não se casarem.

– Que ótima ideia! – exclamou a princesa.

Roberta sorriu.

– Amanhã começamos a por o plano em prática ok? – disse Mia. – Agora irei descansar, pois o dia foi longo.

– Posso ir com você? – pergunta Roberta. – Assim, começamos a ir treinando...

– Tudo bem.

Elas andam juntas no corredor do castelo em silêncio até que sem querer, Roberta acaba derrubando um vaso de flor fazendo com que ele quebre em pedacinhos.

– Droga! – Roberta exclama.

– Silêncio – sussurrou Mia.

Elas escutam vozes se aproximando e se escondem.

– Marque para amanhã, Peter. – Franco disse, para o seu braço direito.

Roberta e Mia se olham.

– Amanhã irei julgar o caso da Mia.

– Mais será mesmo necessário isso? – pergunta o homem. – Ela é tão jovem para se casar.

– É isso que iremos decidir amanhã. Se a Mia irá se casar quando completar 18 anos ou não.*

Roberta e Mia se olham, surpresas.

– Mais a princesa não tem namorado... – Peter tentou justificar.

– Se ela tiver que se casar para se tornar rainha, já sei quem será o escolhido para esposo dela. – Franco confirmou.

Mia fecha os olhos, não acreditando no que ouvira e Roberta faz uma careta ao ver a péssima situação da nova irmã.