Xeque Mate escrita por Utopia49


Capítulo 2
Uma Carta no xadrez




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Terça-feira de manhã. Hyden em sua sala, às 7 horas, olhando e observando os meros mortais a partir de sua sala. O design do prédio permitia que sua sala fosse como um camarote de onde ele podia assistir tudo que acontecia no saguão. Naquele horário, os funcionários iam começando a chegar, já que começavam a trabalhar às 7:30. Pontualmente fora de horário, Khardin e Kimberly chegaram às 7:55 e se dirigiram a seus escritórios. No horário de almoço, Hyden pôde os ver já se “socializando” com os funcionários.

– Exato... Entrem em contato com eles... tudo ficará divertido. Em breve.

Dito isso, saiu de sua sala e levou Hallerie para almoçar com ele em um restaurante próximo. Retornaram, e ao entrar em sua sala, sua poltrona trono estava virada na direção de sua estante que havia na sala, de costas para a porta. Hyden nunca deixava a poltrona assim, e dizia para os funcionários da limpeza sempre deixarem a poltrona como ele: virada para a porta. Hyden era perfeccionista em alguns pontos, e sofás e poltronas eram os principais. Ele se aproximou da poltrona, e quando a virou para si, eis que ali havia um fantasma de seu passado: Milena.

Milena era uma norueguesa loira, muito branca, de olhos azuis muito claros, e com um rosto e corpo perfeito. Cresceu em Paris, e depois viajou a Londres a estudos. Lá aprendeu o inglês e conheceu Hyden, aos poucos. Naquela época, Hyden já era um mestre estrategista, mas ainda não tinha o costume de observar as outras pessoas. Já Milena, era uma stalker profissional. Milena conseguia perceber até quando a pessoa iria se virar em sua direção para tirar o olhar antes. Ela conheceu Hyden e se interessou muito pela forma de estratégia com a qual ele guiava sua vida.

Assim, enquanto em Londres ela estudava engenharia mecatrônica, ela também aprendia a ser uma mestra estrategista com Hyden. Lentamente, por dentro dela, começou uma obsessão por Hyden, e ele acabou passando de amigo e professor de “estratégia” dela a alvo de seus stalks. Sua habilidade era tão avançada que Milena facilmente descobriu tudo o que ele fazia no seu dia, onde ele morava, até a hora que ele sempre ia dormir, tudo isso sem fazer uma única pergunta sobre essas coisas. Sua obsessão por ele começou a atingir níveis preocupantes até para ela mesma, como se lembrar dele durante as aulas sem nenhum objeto ou frase que sempre a lembrava.

Milena decidiu que era hora de fazer seu teste. Muitas das obsessões dela terminavam assim que ela conseguia o que queria. Então, em uma noite, Hyden estava voltando da GeoTherm.Inc, a empresa de seu sócio Clark, para sua casa. Ele chegou à sua mansão em Londres, pegou as chaves, e assim que as colocou na porta, a porta abriu. Hyden estranhou. Sua porta sempre ficava trancada duas vezes. Ele entrou cauteloso, receoso que algum de seus móveis ou eletrodomésticos houvessem sido roubados. Tudo estava em seu perfeito lugar. Ele continuou a se mover por todos os lugares da mansão, mas tudo estava em ordem. Voltou então e trancou a porta.

Passou pela cozinha, bebeu um copo de água e ficou olhando o lustre que havia no salão de sua mansão. Um lustre com 64 lâmpadas, construído de cristal, lindo, imponente, a três metros do chão. Apagou as luzes de toda a mansão, mergulhando-a na escuridão. Apenas a luz da lua em alguns pontos ajudaram seus olhos até que sua visão se acostumasse com o escuro. Subiu os dois lances de escada calmamente, e chegou a seu quarto. Trocou de roupa e vestiu o pijama. Passou no banheiro para escovar os dentes e se olhar no espelho, calculando se já era hora de fazer a barba ou não. Apagou as luzes do quarto e se deitou. Ligou a televisão e passou pelos canais, mas não encontrou nada de interessante sendo apresentado no televisor. Desligou o aparelho, ligou o ar-condicionado, deixou ambos os controles no criado mudo, como seu costume e repousou sua cabeça no travesseiro.

Estava de olhos fechados, sem pensar em nada, e não ouviu som algum, até que sentiu a cama sendo pressionada como outro corpo sobre ela. Ouviu então lentamente um som e abriu os olhos. De joelhos na cama, ao lado dele, estava Milena, vestida com uma camisola sem mangas e apenas acima dos joelhos. Seu susto não poderia ser maior, mas antes que pudesse perguntar qualquer coisa ou esboçar qualquer reação além de arregalar os olhos, Milena se atirou sobre ele e o beijou. O beijo foi longo, e ela parou repentinamente e afastou seu rosto rapidamente, deixando uma sensação em Hyden como se estivesse gritando por mais.

Ali, na cama dele, estava Milena, sorrindo e olhando para ele, de joelhos ao lado dele. Apesar de que Hyden era uma obsessão, ela ainda conseguia se controlar um pouco. Hyden se ajeitou na cama, ficando sentado, e então arrumando um travesseiro para suas costas e um ao seu lado. Milena rapidamente entendeu e se sentou ali ao lado dele, ainda sem tirar o olhar dele e sorrindo. Ele olhou para ela e perguntou:

– Há quanto tempo está aqui?

– Mais ou menos umas duas ou três horas.

– Onde se escondeu e como eu não te encontrei andando pela casa?

– Eu sou uma mestre em stalkear, já se esqueceu, Hydy? – Disse ela rindo.

– Não me chame de Hydy. Entendi... lembrei desse detalhe. Mas por quê fazer isso se poderia entrar comigo em casa?

– Eu não teria a oportunidade como tive e como queria. Além disso, que graça teria?

– Você não está meio obsessiva com isso?

– Também achei, mas se eu estivesse obsessiva não estaríamos conversando agora, Hyden – Disse ela com um sorriso malicioso no rosto, e então passou a mão no cabelo dele e continuou – Mas, se eu consegui me controlar e estou aqui conversando com você, então acho que é algo mais.

– Mas o que acontece com você se eu disse que não sinto nada profundo por você?

– Algo profundo você sente... talvez só uma ótima amizade, um interesse de professor em aluna, algo assim... Mas pode evoluir para algo mais. Sempre pode. – Respondeu ela, convicta.

– Se é o que diz, então quero saber uma coisa agora.

– E o que seria, Hyden?

– O que você vai fazer agora?

– Isso... vai depender do que você escolher a partir disso... – Disse ela antes de beijá-lo novamente e fazê-lo se deitar ainda durante o beijo, se afastando com um sorriso já deitada sobre ele.

Seu olhar e seu sorriso eram perfeitamente obsessivos e caóticos, como um gato que encontra uma presa e começa a brincar com aquilo com cada vez mais interesse até que o animal morra. Seus olhos azuis combinados com o sorriso dela faziam uma combinação devastadora sob os sentidos de controle e de planejar tudo de Hyden. O que aconteceu a seguir naquela noite, não é óbvio e não tem necessidade de ser escrito.

No dia seguinte, Hyden acordou e colocou o rosto entre as mãos, suspirando. O que ele havia feito? Dado corda para se enforcar? Na agradabilíssima noite passada, ele incentivou uma obsessão. Acordou se sentindo com uma culpa infernal. Levantou, lavou o rosto, e tomou um banho. A seguir, foi até a sala e fez para si um café cappuccino, seu preferido. Tomou e abriu o jornal na área de investimentos como fazia todas as manhãs. Estava absorto em sua leitura quando Milena apareceu na cozinha e com o dedo indicador abaixou o jornal até que ele olhasse para ela e ela pudesse perguntar:

– E então, o que posso comer? – Disse ela com um sorriso tímido.

– Qualquer coisa da geladeira – Hyden respondeu rapidamente e voltou ao seu jornal.

Qual não foi sua surpresa ao terminar o jornal e ver que seu precioso queijo gorgonzola estava sendo fatiado e devorado.

– Milena! Meu gorgonzola não!

– Mas você disse... – Ela disse envergonhada com a voz baixa enquanto levava a fatia à boca.

– Eu sei, mas meu gorgonzola não!

Milena então segurou o pedaço de queijo com a boca e se aproximou do pedaço dele. Hyden mordeu o pedaço de queijo pra fora sem encostar nela, o que a decepcionou. Virando-se, a loira guardou o restante do queijo na geladeira, no mesmo lugar que estava, sistematicamente. Hyden se levantou e a avisou:

– Eu estou subindo lá pra me vestir e talvez a leve em algum lugar.

– Tudo bem... – Respondeu Milena com uma voz baixa desanimada.

– Espere aqui, ok? – Disse Hyden saindo da cozinha e subindo as escadas apressadamente.

Hyden subiu e soltou um suspiro ao fim das escadas. A porta do quarto estava aberta, uma clara provocação divertida ao seu perfeccionismo. Ele entrou, fechou a sala e vestiu uma camisa e calça social, mas decidiu não por nem a gravata nem o paletó. Colocou os sapatos sociais, e quando se levantou da cama, foi arrumar os lençóis, e achou um bilhete escrito: “Quando ver isso saiba que quero que tenha um bom dia” e havia o desenho de um sorriso. Quem sabe aquilo tudo não era mais que uma simples obsessão? Hyden decidiu retribuir o favor e planejar um dia perfeito para Milena. Pelo menos uma vez. Pegou um pequeno bloco de notas, reservado para improvisos, e improvisou um planejamento.

Desceu as escadas apressadamente, mas Milena já não estava mais na cozinha. Nem nos outros cômodos da casa. Na geladeira, preso por um ímã de geladeira, estava um bilhete escrito: “Desculpe ter comido o seu gorgonzola. Deixa eu ir embora antes que te deixe pior né? Tenha um bom dia.” Hyden se sentiu mal em como havia a tratado e como não percebeu a reação de tristeza dela. Ele rapidamente pegou o celular e começou a ligar. O celular chamou duas vezes e então ele foi atendido.

– Alô?

– Hyden?

– Milena, me perdoe...

– Tá tudo bem...

– Onde você está, Milena?

– Do lado de fora da sua mansão.

– Entra. Eu quero te mostrar uma coisa.

Hyden a esperou no salão, sentado em uma poltrona, olhando para seu lustre. Milena entrou, e Hyden a mostrou os planos para o dia. Saíram com sua Ferrari, a estacionaram perto do Big Ben, tiraram fotos juntos, conversaram enquanto andavam de ônibus juntos, almoçaram juntos e ela pediu para que ele a deixasse em casa. Ele a levou de volta, e quando ela desceu de sua Ferrari para entrar em seu apartamento, Hyden tinha um sentimento de dever cumprido. E quando ela entrou e ele não mais pôde vê-la, Hyden pensava se aquela loira que apareceu inesperadamente não poderia ser algo que pudesse ser adaptado a seus planos.

O tempo passou, e eles ficaram juntos cerca de oito meses em Londres, sendo que os últimos três meses ela passou morando com ele na mansão. Porém, ao fim daquele ano, Milena teria que voltar à Noruega, pois seu intercâmbio havia terminado. Hyden a levou ao aeroporto, pagou a passagem dela mesmo contra a vontade dela, e enquanto eles esperavam o horário para que ela ingressasse no avião, Milena tentou se despedir.

– Hyden... eu só queria dizer que adorei o tempo que estivemos juntos... por mim nunca terminaria... – Disse ela triste.

– Eu tenho que admitir que também gostei... – Disse Hyden rindo.

– Eu vou sentir muito sua falta, Hyden... Principalmente porque você não vai mais morar em Londres também, não é?

– É... minha mansão em Miami está sendo terminada, e a em New Jersey também... Na verdade vou morar em New Jersey por conta da minha empresa. Pode vir me visitar quando estiver livre.

– Ainda vai se lembrar de mim? – Perguntou Milena com os olhos brilhando.

– Sempre. – Disse Hyden com um sorriso.

– Eu tinha comprado isso pra você, Hyden... – Disse Milena tirando uma caixinha da bolsa.

Hyden abriu a caixinha e era um pequeno anel de ouro com cristal em cima. Ele pegou o anel e colocou no dedo anelar, e era o número certo. Entretanto, Milena tirou o anel do dedo dele e colocou na caixinha novamente, e então pôs a caixinha no bolso interno do paletó dele. Hyden estranhou a ação e olhou para ela com um tom de indagação. Ela entendeu e respondeu:

– É que eu quero que você só use ele quando você realmente queira se lembrar de mim... não quero que você use ele o tempo todo e se aparecer alguém que você se interesse você não possa tentar flertar com ela... – Disse ela com um sorriso superficial, triste por dentro.

– Entendi... Contudo esse anel sempre será importante para mim, Milena.

– Mesmo?

– Sim. Vai estar na minha gaveta no meu escritório, sempre que eu precisar do celular, ou de um lápis, ou de uma folha de papel, eu verei seu anel.

– Ai que fofinho, Hydy! – Disse Milena rindo.

– Eu já disse pra não me chamar de Hydy, Millie! Me faz sentir fofo! – Disse Hyden rindo.

O horário chegou, e Milena e Hyden se despediram com um abraço e um beijo rápido. Hyden, aquela figura imponente de terno, se sentia despedaçado. Fosse aquilo amor ou só uma obsessão positiva, ele sentia como se um pedaço dele tivesse ido embora. A loira, que naturalmente estaria se sentindo uma modelo com seu sobretudo preto, se sentia a mais miserável das criaturas. Ao entrar naquele avião, mesmo sabendo que tinha que ir para a Noruega, algo a impelia a sair e voltar para Hyden. Mas ela abafou este impulso, e o avião partiu.

Terça-feira. Hyden retornou de seu almoço e encontra uma clara provocação ao seu perfeccionismo. Seus funcionários sabiam que sua poltrona trono não deveria ficar assim, e ele mesmo sempre a deixava virada para a porta. Um turbilhão de sentimentos o envolveram: receoso e esperançoso, ele virou a poltrona, e eis que ali estava um fantasma de seu passado: Milena. Ela estava segurando o anel de ouro com cristal, olhando para ele, e então quando Hyden virou a poltrona para si, ela olhou com um sorriso para ele e levantou num pulo o abraçando.

– Hyden! Quanto tempo! – Disse ela em alta voz, abraçando-o forte.

– Milena! Você resolveu aparecer! – Ele comentou, sorrindo, mas ainda atordoado com a presença dela ali, tão perto, depois de cerca de cinco anos sem manter contato.

– É, apareci... e você realmente manteve sua promessa! – Ela disse soltando o anel na mesa de Hyden.

– Sim... e sempre lembro de você, Millie. – Disse ele desconcertado.

– Então, quais as novidades, além de ter ficado ainda mais milionário?

– Bilionário agora. E eu me casei, Milena. – Disse ele com um sorriso.

O sorriso e o olhar brilhante de Milena se desfizeram completamente. Sua visão ficou como se estivesse muito longe dali, e lentamente, as lágrimas surgiram em seu rosto, apesar de que ela não as deixou sair. Hyden percebeu imediatamente o que aconteceu e a abraçou. E durante o abraço ela não pode mais aguentar e duas teimosas lágrimas rolaram pelo seu rosto. Hyden tirou uma das lágrimas do rosto de Milena com seu dedo indicador, e só pôde balbuciar:

– Eu... eu sinto muito, Milena.

– Tudo bem... está tudo bem Hyden – Disse ela tentando segurar as lágrimas e passando as mãos no rosto para tirar a outra que havia caído. – Era por isso que eu queria que você não usasse o anel o tempo todo, você pôde seguir em frente... Estou feliz por você, mesmo que não consiga expressar, Hydy – Disse ela com um sorriso, apesar dos olhos cheios de lágrimas.

– Milena, eu... eu lembro de você todos os dias, mas você nunca mais apareceu... e por volta de uns três anos atrás eu conheci a senhorita Hallerie, que agora é a minha esposa...

– Ela deve ser linda... – Comentou Milena.

– Quando passar pela recepção, você pode vê-la se quiser. É a minha secretária.

– Ah, obrigado por dizer... enfim, eu já vou saindo então... mas podemos manter contato? – Perguntou ela com uma ponta de esperança.

– Claro, claro, me passe seu celular.

Milena passou o celular, abraçou-o uma última vez e saiu rapidamente pela porta. Tomou o elevador, desceu no andar térreo e entrou no banheiro feminino. Entrou na primeira porta, se sentou sobre a tampa do vaso sanitário e chorou encolhida. Saiu e se olhou no espelho, e sua maquiagem estava borrada. Tentou limpar um pouco, e então saiu do banheiro, e deu um último olhar para a sala de Hyden. Lá em cima, ele a estava observando. Ela sorriu e acenou, e então saiu.

Quem saberia o que ainda poderia acontecer? Uma ponta de esperança ainda existia em Milena. Uma esperança de que mesmo que difícil, ainda poderia haver talvez um caso oculto com Hyden. Ele agora tinha aquela atitude de observar os outros, coisa que ela se sentia no mérito de ter ensinado a ele. E quem sabe aquela atitude não representasse que ela ainda teria uma chance? Ela sentiu o impulso novamente. Dessa vez não reprimiu. Tomou o elevador, e acabou entrando junto com Khardin e Kimberly nele. Saiu do elevador apressada, e entrou na sala de Hyden sem ser anunciada por Hallerie. Abriu a porta e a fechou rapidamente, e correu até Hyden, que estava ao lado da mesa já em pé. Ela se aproximou, segurando o rosto dele com as duas mãos próxima de seu rosto, e disse:

– Eu reprimi esse impulso uma vez e me arrependi por cinco anos... não caio duas vezes no mesmo erro. – E dito isso, o beijou.

Hyden e Milena permaneceram no beijo até que a porta se abriu e Khardin e Kimberly entraram. Os dois amantes interromperam o beijo, e Milena ficou vermelha, mas sorrindo, muito feliz. Ele não havia recusado seu beijo nem a afastado. Alguma chance ela ainda tinha. Khardin fechou a porta e comentou:

– Chefe, desculpe atrapalharmos o seu caso com a gatinha loira aí, mas só queríamos anunciar que estamos fazendo progressos. No meu setor, os funcionários da limpeza estão discutindo entre si e entre os funcionários normais toda vez que se cruzam.

– E no meu setor as calúnias chegaram ao nível de ter tido uma briga de socos e pontapés que foi acabar com um funcionário jogando uma lata de lixo no outro, espalhando papel e causando que o funcionário da limpeza que havia acabado de arrumar a sala acertasse o funcionário que arremessou com uma vassoura. Saldo final: dois funcionários na enfermaria, mas trabalho e produção normal. – Acrescentou Kimberly.

– Estou orgulhoso de vocês, meus agentes do caos. Estão fazendo seu trabalho exatamente como eu lhes pedi.

– Agora sem mais delongas, pode continuar chefe. Desculpa atrapalhar seu momento amoroso aí com a loira. E me passa o celular dela quando terminar? Ela é das boas – Disse Khardin rindo e piscando o olho para Milena.

Khardin e Kimberly saíram da sala em silêncio, sorrindo, segurando o riso. Ao chegarem ao elevador, começaram a pensar juntos em voz alta as possíveis consequências de arruinar a reputação do senhor Hyden, e chegaram a conclusão de que era a ideia mais caótica e suicida que poderiam ter no momento. Saíram do elevador e se dirigiram a seus setores, se encontrando apenas na saída.

Milena saiu da sala de Hyden, e este se sentou pensativo em sua poltrona como se fosse um trono, e pegou o anel de cima da mesa e começou a olhar para ele pensativo. Ele amava a senhorita Hallerie, lhe atormentava a ideia de uma existência sem ela. Por outro lado, a aparição de Milena, a reação dela, o beijo dela, o deixou fora de seu estado normal. Ele também queria aquilo de volta. Amor ou obsessão, ela estava de volta em sua vida.

Khardin e Kimberly voltaram juntos para seus apartamentos, no carro dele, como na maior parte dos dias. Conversaram enquanto iam, e ao deixá-la na frente do prédio dela, pediu que ela abrisse a janela e o esperasse na janela. Ele apareceu, pouco tempo depois, e levantou uma folha na qual estava escrita “Quer ir ao cinema comigo?” Kimberly riu, pegou uma folha e escreveu: “Quando vai ser?” E a resposta veio em outra folha: “Que tal no sábado à noite? Tô livre.” E a resposta veio: “Pode ser.” Não havia forma melhor de fazer parecer que a semana nunca terminava.

Durante toda a semana, tudo pareceu normal na mansão Hyden. Exceto o fato de que Hyden de tempo em tempo estava mandando mensagens e recebendo mensagens, de Milena. E no fim daquela semana, ele recebeu uma mensagem de Khardin, que dizia: “Chefe, valeu pela minha ‘colega’ de trabalho. Saímos juntos hoje. Boa noite chefe.” E Hyden, mais uma vez sentindo como que seus estratagemas eram perfeitos, disse “Eu nunca erro. Foi exatamente previsível como em meus planos.” E dormiu muito satisfeito na noite de sábado. Aquela semana havia sido sem precedentes, e deixou-o satisfeito.


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