Síndrome de Estocolmo escrita por Babs


Capítulo 19
Eu sabia!


Notas iniciais do capítulo

Nossa para escrever esse e os próximo capitulos estou assistindo Iron Man 3 há um tempo, e olha que ele ta na minha lista de piores filmes sem dúvida. Mas essa história também é uma forma minha de me acalmar e dar um final melhor a história.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/531389/chapter/19

Capitulo 18 – Eu sabia! 

—Por que eu concordei com essa ideia? – Resmunguei fechando os olhos com força evitando olhar pro céu nublado que enfrentávamos. Eu odeio voar em coisas pequenas, como helicóptero e um quinjet. Não podíamos voar num boeing 737? Um grande e seguro avião. 

—Ainda está com medo? - Perguntou Clint apertando alguns botões e largando o controle da nave 

O olhei desesperada e depois para o controle. 

—Piloto automático 

—E isso é seguro? Por que você largou? Você não vai me fazer pular dessa nave em movimento certo? Você sabe que não sou uma agente, não? 

—Hey, fica calma. Está tudo bem – Clint segurou minha mão a acariciando em círculos como havia feito com ele mais cedo - Além que você me fez flutuar hoje mais cedo, então se eu te jogasse desse quinjet... 

—Espere ai! Você VAI mesmo me jogar? – O interrompi me afastando assustada 

Ele estava brincando, certo? 

—Não, só disse que SE ocorresse, você consegue usar seus poderes para “planar” até terra firme. 

O olhei irritada, ele estava mesmo falando isso? 

—Meus poderes são ligados as minhas emoções, nessas situações eu não tenho nenhum controle das minhas emoções 

—Seria uma ótima forma de aperfeiçoar seus poderes  

O olhei completamente assustada, eu acho que aquela ideia estava realmente passando pela mente de Clint.  

Ele apenas riu balançando a cabeça e voltando aos controles da aeronave 

—Em 40 minutos chegamos à mansão de Tony, bem pelo menos onde ela deveria estar. 

—E por favor vamos POUSAR e não pular, senão vou te arrastar junto comigo – Clint se fingiu magoado fazendo uma cara extremamente falsa 

—Mas eu estou tão dodói – Ele acariciou o peito fazendo um bico me fazendo rir. 

—Se suas missões dependem de atuações como essa, você não deve se sair muito bem 

—Pode deixar, não dependem 

O castanho de me deu um sorriso divertido e fez uma curva fechada a esquerda nos fazendo sobrevoar sobre a rodovia beira mar, aquela que conhecia também 

Estávamos chegando à casa de Tony. 

—x-x 

Enquanto Clint descia em círculos no heliporto eu mal podia crer no que meus olhos viam 

—Não pode ser – Sussurrei já tirando o cinto e me encaminhando para a porta do quinjet. 

Clint não havia ainda tocado o chão quando pulei da nave sem nenhum medo.  

Senti minhas pernas doerem com o impacto, não era uma queda alta, deviam ser dois metros ou menos apenas, mas eu não podia acreditar no que estava a minha frente 

Ou melhor, o que não estava. 

Apenas a fachada da casa permanecia em pé, ou o que restara dela. Eram apenas algumas pilastras em pé, mas o telhado e o andar superior da casa haviam desmoronado completamente. O Heliporto era a única coisa que continuava em pé, provavelmente por que não estava na costa, mas sim na lateral da casa 

A casa... Bem não havia casa alguma, era apenas um monte de concreto amontado onde antes era a mansão de quatro andares de Tony Stark 

—O que aconteceu aqui? - Sussurrei confusa vendo que Clint já estava ao meu lado. 

—Misseis, a casa foi literalmente bombardeada – Quando Clint terminou de dizer senti um momento de fraqueza e cai no chão desesperada. 

Por um momento aquela certeza de que Tony estava vivo pareceu desaparecer de mim, afinal, quem sobrevive a um bombardeio? Isso não era possível. Era humanamente impossível. 

Mas Tony Stark não era qualquer humano 

—Você está bem Kim? 

Apenas meneei a cabeça afirmando e aceitei sua mão me ajudando a levantar. 

Caminhei em passos fracos até onde ficava o lar de Tony, ao passar pelo que restara da porta de vidro senti meu coração perder o balanço, há menos de dez metros em frente a mim caia um precipício. 

Meu deus onde estava o resto da casa? 

—Precisamos encontrar qualquer computador de mão, qualquer tela de senha ou qualquer armadura, Jarvis deve estar nos dispositivos móveis 

Clint apenas acenou concordando com a minha ordem e saiu em direção ao precipício, o olhei assustada um momento.  

Ele ia pular no mar?  

Mas não, percebi que havia uma rachadura no chão revelando o primeiro andar subterrâneo. 

Comecei a andar pelo que sobrará da casa e a cada meio objeto achado eu sentia meu corpo tremer e meu rosto se aquecer com as lágrimas 

—Isso está maravilhoso Kim – Elogiou Tony me olhando surpreso – Onde aprendeu a fazer? 

—Esse bolo é receita da minha avó, minha mãe me ensinou – Admiti sorrindo e pegando um pedaço do bolo de chocolate que acabará de sair do forno 

—Acho que se você não terminar a engenharia vou te contratar como cozinheira 

—Nem brinque Tony – Falei jogando um pano de prato em sua cara o fazendo rir 

—Não acha digno? 

—Ao contrário, eu amaria cozinhar, mas não pra você. Deus Tony, você é muito chato com comida, não toma chá, não come carne de segunda, não gosta de óleo de soja, evita glutén... 

—Isso tem glutén? - Tony olhou assustado pro pedaço de bolo que já estava no final me fazendo rir 

—É claro que tem! - Tony ficou alguns minutos encarando o pedaço e por fim deu os ombros 

—Um dia não vai me matar  

Aquilo parecia que tinha acontecido ontem.  

Deus! Tony tinha que estar bem, eu tinha que achá-lo! 

Andei mais um pouco pelo local, mas havia apenas concreto do que antes era o andar de cima. Encontrava apenas o resto da decoração quebrada pelo chão. Vi que parte da escada ainda estava em pé e isso pareceu aquecer meu coração. 

—Sério que você fez isso mesmo Kim? - Perguntou Tony me olhando incrédulo 

—Eu vi num filme e quis testar 

—E quantos anos você tem? 13? - Ele perguntou olhando pro tobogã improvisado que havia feito na sua escada com papelão 

—Estou entediada, me desculpe, mas se não quer brincar não me incomode  

Peguei um dos lençóis de seda de Tony e pulei no tobogã improvisado e deslizando. 

Aquele dia nem mesmo Tony se segurou, tenho certeza que após que fui dormir ele se jogou ali, Jarvis mesmo poderia me confirmar. 

Dei um sorriso fraco com a lembrança e enxuguei as lágrimas, não podia perder o foco, tinha que achar aquele homem de ferro. 

Encontrei o Bar que ficava ao lado da escada, antes o que era um belo móvel de madeira cobrindo uma parede inteira com garrafas, mas agora restará apenas uma parte, com todas as garrafas quebradas. 

Peguei a garrafa favorita de Tony, pelo menos o que restou de seu Whisky e tomei o ultimo gole que havia no fundo quebrado 

—Tony odiaria esse desperdício. 

—Acho que achei o que você queria – Gritou Clint 

Imediatamente pulei na mesma rachadura que Clint havia entrado parando no que antes era o laboratório de Tony e era nítido que não havia sobrado muito, então não foi difícil achar Clint. O que havia em suas mãos era exatamente o que eu queria 

—Um dos capacetes das armaduras – Sussurrei sem acreditar 

—E acho que isso não devia piscar assim correto? 

Clint virou o capacete completamente montado para mim e entendi exatamente do que ele falava, havia uma luz vermelha brilhando no interior 

—Uma mensagem, tem uma mensagem não lida no sistema – Falei animada indo em direção de Clint - Só pode ser do Tony 

Clint balançou a cabeça um pouco resistente mas ainda vestiu o capacete da armadura em mim 

Eu nunca tinha vestido nenhuma armadura do homem de ferro antes e era completamente estranho as condições com que eu tinha minha primeira vez. 

Assim que coloquei o capacete, telas azuis começaram a se materializar na minha frente e a voz de Jarvis anunciou 

—Serviço seguro Stark, varredura de retina verificada 

Antes que eu entendesse o que ocorria uma luz passou pelo meu olho verificando a minha retina e logo a voz de Tony começou a soar pelo capacete 

—Kim, se você estiver mesmo ouvindo isso, com certeza você ficou insana e foi atrás de mim se colocando em perigo – Eu dei uma risada – E isso era tudo que eu não queria, não quero te colocar no meio dessa bagunça! Eu estou longe, bem longe, em Tennessee, mas estou bem, não se preocupe comigo, posso dar conta disso, sou o Homem de ferro – Ouvi Tony suspirar e sua voz pela primeira vez em muito tempo sua voz transpareceu um cansaço de anos - Só se proteja, não posso perder você e Pepper, você foi a melhor estagiária que eu já tive. A primeira, mas a melhor sem dúvida. Se cuida. 

A voz parou e percebi que a luz continuava piscando, havia outra mensagem. 

—Jarvis onde está Tony  

—Serviço seguro Stark, apenas para mensagens. Estamos sem energia no momento. 

Retirei o capacete e olhei animada para Clint. 

—Eu sabia, ele está vivo – Falei sorrindo mas nem ao menos consegui ver a reação de Clint, ao tocar no capacete pela primeira vez fui arrastada diretamente para uma completa escuridão que eu conhecia completamente. 

Eu estava tendo uma visão 

Tony andava atordoado como se não soubesse para onde, ele parecia fugindo de alguém. Ouvi um barulho de fundo, bem alto por sinal como metal rangendo, Tony olhou pra mesma direção e ali vi da onde vinha 

Uma caixa d’agua onde as letras nitidamente diziam, Rose Hill, Tennessee. 

Era ali que Tony estava eu tinha certeza, não sabia o que ele estava fazendo ali, mas eu tinha certeza. 

A estrutura da caixa d’agua começou a se dobrar dando sinal que ela não aguentaria muito.  

Tony correu para a direção oposta pelo meio de pinheiros de Natal. Ouvi um grande estrondo e Tony pular em direção a uma cerca e em menos de 5 segundo o lugar todo foi tomado por água e entulho. 

Percebi que olhava atordoada para o capacete em minha mão e Clint parecia extremamente tenso 

—O que houve Kim? – Ele perguntou me olhando preocupado – Pensei que Tony estava bem. 

—Ele estava vivo – O corrigi ainda focada no capacete – Mas ele corre perigo 

—Você teve uma visão? 

—Ele está em Rose Hill, Tennessee 

Clint pareceu que soltou a respiração e relaxou o corpo 

—Isso é ótimo Kim. Podemos chegar lá em 4h de voo, sem problemas 

—Antes precisamos entregar o capacete a Pepper antes que alguém o ache. 

—Temos vários agentes aqui em Malibu que podem levar a ela 

—E você confia em algum deles? – Clint me olhou sério e depois balançou a cabeça negando – Vamos ligar para Pepper do quinjet e pedir para ela vir aqui 

—Acho que esse é o melhor plano realmente 

Com um impulso fiz Clint e eu flutuarmos de volta ao andar térreo 

—Esses seus poderes se tornam cada vez mais uteis – Ele admitiu sorrindo – Poderia me acostumar com eles facilmente 

Apenas ri e balancei a cabeça negando. 

—Se apresse, temos que achar Tony logo. Ele corre perigo. 

—x-x 

Enquanto voávamos em direção ao Tennessee consegui ligar para as indústrias Stark e conseguir o número de telefone do Hotel que Pepper se encontravam 

—Hotel Hiltons, boa Tarde – Falou uma voz feminina soando por todo o quinjet. Olhei para Clint arqueando as sobrancelhas mas ele apenas riu e soltou os ombros indiferente. 

Pelo menos alguém ficava em hotéis bons aqui. 

—Boa Tarde, gostaria de falar com a senhorita Maria Hogan – Falei olhando pro papel onde havia o suposto nome que Pepper estaria usando 

—Quem gostaria? 

—Kimberly Lewis 

—Só um minuto, irei ver se ela está disponível 

—Sério mesmo que você acha que devíamos ficar nos Hiltons? - Brincou Clint me olhando curioso 

—Um pouco de luxo não faria mal, além que eu duvido que Collin ia conseguir entrar num hotel como os Hiltons 

—Nem eu, já viu o tanto de câmeras que tem? Um dos segredos da espionagem é evitar ser visto 

—Certo, mas e... 

—Kim, Kim é você mesmo? - Ouvi a voz ansiosa e chorosa de Pepper no telefone – Me diz que você está bem – Ela perguntou a beira do choro 

Desliguei o botão de mute que Clint havia acionado e finalmente pude respondê-la e acalmá-la 

—Hey, sou eu mesmo Pepper, eu estou ótima, não se preocupe. 

—Graças a deus, é tão bom ouvir uma voz conhecida, você soube que... - Pepper mal conseguiu terminar de falar e já começou a chorar 

—Pepper ele não está morto, eu te liguei pra dizer isso. Tony está vivo 

—O que? - Ela perguntou visivelmente surpresa e feliz – Como você tem tanta certeza? 

—Acabei de sair da mansão, havia uma mensagem de Tony lá, ele está vivo e bem 

—Ai meu deus, não acredito nisso – Ouvi um baque seco e provavelmente Pepper tinha ido de encontro ao chão 

—Há mais uma mensagem para você 

—Você está falando sério Kim? 

—Estou 

—Ele está com você? 

—Eu estou indo encontrá-lo 

—Onde? Eu vou com você! 

Olhei para Clint preocupada, mas ele apenas balançou a cabeça negando 

—Não posso falar ainda Pepper, é o mais seguro para você. Apenas fique calma estou indo ajudá-lo 

—Kim eu posso ajudar eu realmente.... 

—Você sabe que não seria isso que Tony gostaria certo? 

Ouvi um suspiro longo do outro lado da linha e um silêncio. Pepper sabia que eu tinha razão, Tony nunca me perdoaria se eu levasse sua namorada para frente a uma linha de combate 

—Você vai trazê-lo de volta Kim? 

—Eu prometo 

—Eu vou voltar até a mansão, mas por favor, cuida dele e se cuida. - Apenas dei um sorriso. 

Claro que eu cuidaria de Tony, ele era meu padrinho praticamente. 

Me despedi de Pepper e logo desliguei o telefone. 

Mas parecia que havia algo errado, era uma sensação ruim, uma sensação de morte eminente 

Será que o quinjet ia cair? 

—Você está com uma cara estranha Kim, é o medo de voar? - Perguntou Clint me olhando preocupado 

—O quinjet tem a possibilidade de cair? 

—Nem próxima disso – Ele admitiu rindo e fazendo carinho na minha bochecha – O que realmente te incomoda? 

—Você acha que realmente fizemos a escolha certa ao não trazer a Pepper conosco? 

—Claro, ela não está acostumada com essas situações poderia estragar tudo – Clint falou com firmeza mas ainda curioso - Você não pensa assim? 

—Penso – Admiti olhando para Clint e segurando suas mãos entre as minhas – Mas por que ainda estou com essa sensação de morte em mim? 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Síndrome de Estocolmo" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.