Cadri escrita por LF


Capítulo 2
1. A fuga




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Como me esqueci? Ontem mesmo, foi planejado a fuga do Quartel que nos aprisiona há tanto tempo (seis meses podem passar rápido... se você não estiver em um cativeiro).

Foi tudo repassado e repensado milhares de vezes e nenhuma falha no plano foi detectada: no meio da madrugada, quando havia poucos vigilantes, nós nos espalhamos estrategicamente para conseguir fugir.

Caleb ia para a área Norte, cuidar do sistema de alarme e câmeras de segurança. Joseph ia para o Leste, onde se encontravam todas as portas do Quartel. Louise foi para o Oeste, desativar o sistema de eletricidade do "Cativeiro" (se não pudermos passar pela porta, pularemos a cerca, que contém alta voltagem e que é super sensível). Por último só sobrou a tarefa mais arriscada para escaparmos desse lugar: as armas. Qualquer pessoa, por mais consciente que seja, precisa de uma arma para sair de uma prisão. Adivinha pra quem foi destinada essa tarefa?

Tenho certeza que ainda há uma falha nesse plano aparentemente perfeito: como passaríamos por todos os Vigilantes sem que percebam que estamos fugindo? Fácil. Acontece que nós, prisioneiros, somos tão rebeldes que eles precisaram de algo que nos deixasse imobilizados por um tempo, e não mortos. Foi aí que no começo do ano de 2102, os cientistas inventaram um vírus que se espalha e se multiplica no ar facilmente. Ele faz as pessoas perderem a noção de espaço e tempo (não é só desmaiar). Como o vírus é instantâneo e muito rápido, deve ser colocado em lugar fechado, para que ele não se espalhe para o Quartel inteiro.

Assim que descobrimos um modo de não respirar o ar contaminado, fomos juntando secretamente os frascos do vírus para hoje, na fuga usarmos contra os Vigilantes. Eles demoram 15 minutos para liberar todo o vírus. Só o que temos que fazer é, com o uso da máscara, fechar o frasco e guardar o conteúdo que sobrou.

Juntamos por longos dois meses porque não era sempre que era necessário o uso dos frascos. Além disso precisamos de muitos, O Quartel é muito grande.

–Louise, você foi muito esperta em descobrir a senha para abrir a nossa cela! Sem você estaríamos presos até agora.

–Magina, eu só tive a sorte de escutar a conversa de dois Vigilantes. É incrível a falta de cuidado deles. Só muito burros pra conversar algo tão confidencial em voz alta, perto de nós e na madrugada (passei muitas noites sem dormir depois que mudei de cela, tinha medo das pessoas, já falei isso pra vocês).

–Gente, eu não quero atrapalhar mas só temos uma hora até o efeito do vírus passar. Não temos muito tempo pra falatório.

Seguimos adiante com o plano e cada um foi para um polo diferente, seguido de máscaras contra o vírus, lanterna e armas por precaucão.

–Eu já cumpri parte da tarefa, vou encontrar Joseph no Leste para ajudar a distribuir as chaves.

–O.K., mas não tomem cuidado: só os liberem faltando 30 minutos, como combinado.

–Caleb, não precisa nos lembrar de cada detalhe do plano. Já sabemos e aliás os walk-talks não são para isso.

–Eu sei Bailey. Só quero sair logo desse inferno.

–Todo mundo quer e todos vão. Se acalma ♥. - respondi.

Olhei para as minhas mãos e só faltavam 6 frascos para serem usados. Já tinha usado um para um Vigilante que me viu e me atacaria, e outro para liberar passagem.

–Gente! Tive uma ideia: e se todos nós nos vestíssemos igual a um Vigilante?? Se acabarem os frascos, não precisaremos mais nos esconder! Já temos até armas de Vigilantes!

–É perfeito! Por isso que eu te amo, Louise. Você é tão inteligente!

–Espero que não seja só por esse motivo, amor. Hahahahah...

–O.K., cada um pegue um frasco, mire em um vigilante, abre, rola até ele, tira as roupas, veste e carrega o corpo até o esconder.

–Para isso que servem os walk-talks! :)

Passaram-se 15 minutos e já deu o tempo de liberar os prisioneiros.

–Bailey, temos que ir. O tempo está acabando! Onde você está?

–Estou na 1a cela do Quartel. Área Leste, perto da cafeteria. Vem rápido!

Dois minutos depois e eu só tinha liberado 3 celas.

–Cheguei. Já liberou muitas?

–Não muitas... Eles demoram muito pra acordar! Não dá pra eu ficar gritando aqui. Nem todos os Vigilantes estão sob o efeito do vírus. Tem alguma ideia?

–Hm... acho que sim! Lembra que as armas dos Vigilantes não são a base de bala? São de choque! É só dar um choque no arame das portas, que vários prisioneiros vão acordar, garanto.

–Ótimo! Boa ideia, Joe.

Assim que liguei a arma e passei no arame, várias pessoas acordaram. No mesmo instante que notaram que eu e Joe éramos Vigilantes, sorriram escandalosamente exagerado. Eram tão falsos os sorrisos que só faltavam falar que queriam contar alguma piada.

–Tirem esses sorrisos da cara! Eu não sou Vigilante (apesar da roupa) - falei, rápido demais.

Como não estavam acreditando, tirei a máscara e o meu colar de identificação. Para o povo, eu não era mais a Bailey, Era a "W-127.4" Como Inimiga do Estado, logo, do Povo, eu não merecia mais um nome, e sim uma identificação. Era tão cruel que a ideologia era mais ou menos assim: "você traiu o seu povo, traiu a sua origem. Não te consideramos mais uma pessoa. Quem faz isso não é mais gente. Pelo menos não de Cadri."

–Ah! Eu conheço você! Você é a Bailey! Está no topo da lista de mais perigosos e ameaçadores para o governo! Que prestígio, hein? Queria EU que o governo tivesse medo de mim. Mas então!? O que você fez de tão horrível, hein? -disse, com muita coragem, ou talvez muita burrice, uma pobre prisioneira.

–Eu... humilhei um Vigilante na frente do presidente. Mas isso não vem ao caso, estou aqui para ajudar vocês a escaparem daqui. Pronto, peguem a chave, mas SILÊNCIO! Vocês tem meia hora, sigam o Joseph, aquele Vigilante disfarçado ali.

–Como vou acreditar em você? Ele pode ser um Vigilante de verdade!

Eu realmente não tinha tempo pra isso...

–Olha se você não quer ajuda, problema é seu. Estou falando que aquela é a direção certa. Faça o que bem entender. Tenho que ir.

Distribuímos as chaves em 15 minutos e logo fomos sabendo que os outros já estavam na porta, prontos para sair.

–Vocês são tão bons! - falou outra -Por que pensaram em nos ajudar quando vocês correm o risco de serem pegos??? Por que não fugir e que se fodam os outros!?

Não tinha jeito, essa eu TINHA que responder:

–Porque sabemos que vocês estão aqui pelo mesmo motivo, E sabemos que vocês não fizeram nenhuma crueldade para o nosso povo e nem pra ninguém além do governo. Só queriam o que todo mundo quer mas que só os fortes tem coragem de tentar consegui-la: a liberdade.

Vinte minutos depois, com os Vigilantes que restaram, surtando por deixarem todos os prisioneiros escaparem, sabíamos que não daria tempo. Seríamos provavelmente pegos na porta do Cativeiro sem dó nem piedade...

Por isso Caleb desligou o sistema de segurança, alarmes e câmeras para não nos localizarmos fácil. Não demorou muito para chegarem na porta de entrada do Cativeiro. Porém à essa altura, incrívelmente... já estávamos muito bem escondidos.

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