Gina acordou cedo no dia seguinte e decidiu preparar algo para o desjejum. Ela nunca duvidava de Harry, porém ontem o comportamento do namorado havia sido peculiar e ela bem sabia que ele escondia algo.

Harry acordou enquanto ela ainda preparava o café da manhã. Abaixo de seus olhos verdes, duas bolsas negras se destacavam. Ele lhe deu um sorriso cansado e sentou-se defronte a ruiva.

– Ei, como está você? - perguntou Gina preocupada.

– Cansado, mas bem - respondeu o jovem. Era uma grande mentira. Ele não parava de pensar em todos aqueles comensais. Não tinha certeza de quantas pessoas ele tinha visto, mas calculava, no mínimo, 50 pessoas.

Ele se obrigou a comer algo antes de sair apressado de casa deixando Gina. A jovem se obrigou a afastar os pensamentos da cabeça e focou nas tarefas que teria que realizar naquele dia.

Levou alguns documentos na sede das Harpias em Londres, aproveitou para renovar alguns de seus produtos do “Estojo de manutenção de Vassouras” e por fim, usou o resto das horas de luz natural para escrever algo para Hermione. Contou como Harry estava escondendo algo, como estava entusiasmada pelo Harpias, como temia deixar Harry só, como temia a volta da ameaça maléfica de Voldemort e consequentemente pela vida do namorado.

Gina enviou a carta a amiga e rumou para o Largo Grimmauld. Iria mesmo a pé, precisava espairecer e deixou tudo vir a tona em sua mente. A brisa começou a ficar gelada, decidiu manter o pensamento positivo e disse a si mesma que aquilo era comum, afinal, já anoitecia. Em seguida ela sentiu o cheiro podre que realmente a alertou. Ela olhou para os lados e identificou uma forma negra no final da rua, ela sacou sua varinha, porém era tarde de mais. A forma negra à estuporou e ela caiu no chão frio. Ela ouviu a risada gutural e sua visão escureceu.

***

Harry sentiu um pressentimento ruim durante aquele anoitecer. Preferiu ir para casa mais cedo deixando Rony desamparado no treinamento. Aparatou no Largo Grimmauld e chegou na casa já tirando os sapatos desconfortáveis.

– Gina, cheguei - ele avisou. Não obteve resposta. - Gina? Você está aí?

Ele vasculhou os cômodos do lugar a procura da moça e não a encontrou. Conferiu outra vez por precaução. Voltou a entrada e calçou os sapatos novamente, desta vez não se importou com os pés doloridos. Aparatou n’A Toca.

– Gina está aqui? - perguntou antes mesmo se firmar-se naquele espaço.

– Gina? Não - disse Jorge, que havia voltado de viajem, por conta dos acontecimentos.

– O que houve? - perguntou Sra. Weasley.

– Gina não estava em casa e ela obviamente deveria estar lá - disse o moreno atordoado.

– Harry, você não está exagerando? - perguntou Jorge com tom irônico, porém visivelmente preocupado.

– Não estou exagerando! Ela devia estar lá! Ela devia estar lá - gritou Harry.

Em quinze minutos a família Weasley estava reunida e aparatava toda junta em Londres a procura de Gina. Se espalharam pela cidade. Harry e Sr. Weasley ficaram responsáveis pela região próxima a residência do jovem casal. Cinco quarteirões a oeste do lugar Sr. Weasley a encontrou. A garota estava desacordada, suas roupas rasgadas, sua varinha raptada. Porém nada disso chamava atenção diante dos cortes em seus braços que formavam a sentença: “ESTAMOS VIVOS”.