– Como você trabalha, Morte?

– Bem, eu cuido do funcionamento da Casa dos Mortos – disse ele indo se sentar atrás da mesa.

– E como a casa funciona? – perguntou interessada Lua que se sentou numa das cadeiras de frente para ele.

– Bem, é aqui que arruma a papelada, quando você morre é mandado aqui e é julgado por Deus e o diabo, eles que decidem se você deve ir pro céu ou pro inferno – disse ele que escrevia em uns papéis.

– Julgamento? Quanto tempo dura esse “julgamento”? – perguntou ela.

– 40 anos.

– 40 anos?! Sério?! Para que tanto tempo – perguntou ela com os olhos arregalados.

– Sim, todo esse tempo... – disse ele calmamente.

– Aqui não é o inferno? – perguntou ela.

– Claro que não – disse ele olhando pra ela com ofensa – Pensou que eu fosse o diabo? – perguntou ele com as sobrancelhas arqueadas.

– Bem, é... Sim... Desculpe.

– Tudo bem – disse ele rindo.

– Mas você conhece Deus e o diabo? – perguntou ela interessada.

– Não. Os mortos que mando para o julgamento, eles sim conhecem Deus e diabo, eu não posso e nem quero conhecê-los, isso seria muito ruim para os negócios, entendeu?

– Bem, acho que sim! Isso ta parecendo um filme – comentou Lua.

Morte deu uma risada.

– Mas quando os mortos chegam aqui, para onde vão?

– Eles vão , como posso dizer, uma sela.

– Como uma prisão?

– Isso mesmo, boa definição.

– Falando nisso, quem é Mortífero?

– Bem, é nome que eu dei aos meus empregados – disse Morte, que deu de ombros – Vocês humanos chamam de Anjos da Morte.

– Ah ta!

– Acho que está na hora de chamar nossa menina – disse Morte dando um sorriso a Lua.

– Antes quero saber uma coisa.

– Bem, pergunte.

– Se aqui não é o inferno... A onde é?

– Mais para baixo...

– Nossa... E porque não estou com calor? – perguntou olhando para os lados como se fosse ver o calor, ali bem em sua frente.

Morte começou a rir.

– Isso só são lendas, minha amada.

– Hum... – falou Lua com uma cara pensativa.

– Terminou? – perguntou ele distraidamente.

– Sim, terminei... Mas com o decorrer do tempo irei perguntar mais alguma coisa – disse ela – Então, cadê Julie?

– Aqui – disse uma vozinha de criança, saindo da porta.

Julie estava usando um vestido branco lindo, um all star amarelo e seus cabelos loiros havia desaparecidos e tinham ficado azuis. Seus olhos estavam roxos. Ela estava anormal, mas linda.

– Oh, que fofa você está Julie – disse Lua indo abraçá-la.

– Obrigada – disse a menina envergonhada.

– Amor? – perguntou Morte, sobressaltando as duas.

– O quê?

– Quer adotar Julie?