A Traidora escrita por Daughter Of Phobos


Capítulo 3
Berk


Notas iniciais do capítulo

E aqui está o capítulo 2! Obrigada a todos que comentaram e estão acompanhando! Tem um aviso nas notas finais ok?



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Acordei de manhã, o sol ainda estava nascendo. Me espreguicei e bocejei, indo tomar um banho. Quando eu já estava pronta fui até a Arena, buscar Tempestade.

–Bom dia, amiga – joguei um frango para ela. – Vamos, que hoje a manhã vai ser cheia.

Coloquei alguns peixes – embrulhados, ninguém merece cheiro de peixe cru -, umas poucas frutas e um cantil de água na bolsa que eu levava presa a sela de Tempestade. Só depois disso, fomos até a casa de Bob - onde ele afiava e fazia armas - para deixar meu machado para ser afiado.

–Olá, Bob – falei ao homem de meia-idade que estava afiando uma espada.

–Olá, Astrid! Bom dia! – ele respondeu de bom humor – Vai deixar o machado aqui?

–Sim, venho buscar daqui a pouco. Obrigada.

Fui voar um pouco com Tempestade, mas não me afastando muito da ilha.

–Como vamos convence-los, garota? O povo tudo bem, tendo alguns a meu favor, para me defender de qualquer coisa, mas o chefe parece um problema e o filho dele também. – disse a dragão-fêmea.

Quando o sol já tinha totalmente nascido, voltei para casa e encontrei Drago na porta, provavelmente me esperando.

–Acho que já vou indo para Berk – disse para ele e Medo chegou na hora certa, pousando em meu ombro. – Você também vai, menino.

–Boa sorte, Astrid. – Drago apoiou a mão em meu ombro. Eu já ia montar novamente em Tempestade quando ouvi uma voz.

–Astrid, já ia esquecendo seu machado! – Bob gritou e me entregou a arma – Só não esquece a cabeça porque está presa ao corpo! – eu ri com o comentário – Boa sorte!

–Obrigada, Bob.

Eu, Tempestade e Medo partimos, cortando o céu com velocidade.

***

Quando estava quase anoitecendo, chegamos em Berk. E eu pensando que a viagem seria rápida. Tempestade pousou na praia e fomos andando pela floresta, onde as árvores eram altas e estava escuro, então a Nadder Mortal não seria algo visível aos moradores dali.

Quando finalmente sai do meio de árvores e pedras cheguei ao vilarejo, numa parte mais calma. Ou seja, não havia ninguém. Era o que eu pensava.

Eu estava andando naquela parte mais afastada quando vi um vulto. Não era humano. Era um dragão, com certeza. Não era muito grande, provavelmente menor que Tempestade. Me aproximei devagar e vi novamente o vulto, mas dessa vez o dragão vinha em minha direção. E era um Fúria da Noite. Lindo, majestoso, com as escamas negras e os olhos verdes. Mas eu não sabia como aquele dragão lidava com humanos, então a primeira coisa que fiz foi andar para trás. O dragão se aproximava de mim, mas não rosnava ou demonstrava estar incomodado, o que achei bom. Acabei tropeçando em meus próprios pés e cai, sentada na grama. Tempestade e Medo estavam atrás de mim, mas não se moviam, como se não quisessem se aproximar do Fúria da Noite como se ele fosse... O Alfa.

Por impulso, estiquei meu braço com a palma da mão virada para a face do dragão. Ele já não me assustava. Quando o dragão ia se aproximando, ouvi um barulho perto de onde o dragão saiu.

–Banguela! Por que saiu correndo? Achou alguma coisa aí? – um garoto apareceu, mas parou de andar e falar quando me viu.

O Fúria da Noite, denominado Banguela, saiu correndo de perto de mim e pulou no garoto, lambendo-o, que começou a protestar e dizer coisas como “Você sabe que isso não sai!”. Apesar de estar quase escuro, pude ver melhor o garoto. Deveria ter por volta de 19 anos também, era alto e com um pouco de músculos. Os cabelos eram castanhos com um toque ruivo, que combinava com a pele sardenta e os olhos verdes.

–Você está bem? – ele disse se aproximando de mim e esticando a mão, o que interrompeu meus pensamentos.

–Sim, estou – aceitei sua ajuda. Em outra ocasião eu não aceitaria ajuda alguma, mas preciso conquistar o povo de Berk e acho que ser um pouco mais gentil ajudaria. – Obrigada... Ahn, estou procurando... – qual era o nome mesmo? Ah! – Stoico.

–Se deu bem, sou Soluço, o filho dele. E você? – ele sorriu como se não se importasse em ser o filho do chefe.

–Astrid. Astrid Hofferson. Acredito que seu pai conheça minha família e vim pedir, hum, abrigo.

–Claro, mas por quê?

–Longa história, conto-lhe ao mesmo tempo em que eu falar com seu pai, para eu não precisar repetir. – ele riu e finalmente pareceu perceber os dois dragões atrás de mim.

–São seus dragões? – ele disse e aproximou-se deles, fazendo carinho no focinho de cada e eu assenti – São muito bonitos – Medo fez um barulho como um rosnado – E assustadores.

E perigosos – me aproximei de Tempestade – Essa é a Tempestade e o pequeno ali é o Medo. Agora conte-me sobre como conseguiu um Fúria da Noite. Banguela, não? – isso fez o dragão negro se aproximar e roçar a cabeça em minha mão, pedindo carinho, que logo foi recebido.

–Longa história, vamos andando até minha casa ai você fala com meu pai. – a conversa estava boa para quem acabou de se conhecer. É, parece que o Soluço é bem bobo e a confiança dele eu já ganhei, espero. Mas Banguela não poderia desconfiar nem um pouco de mim. Dragões percebem muito mais coisas que humanos e um cavaleiro sempre tem uma grande ligação com seu dragão, isso poderia acabar com meu plano.

Ele foi me contando tudo sobre ele e Banguela e que Banguela tornou-se o Alfa por ser o mais poderoso, falou também que tinha uma Academia, se eu quisesse treinar lá começava amanhã. Claro, que aceitei.

–E assim consegui essa perna de metal e agora todos têm dragões aqui.

–Uau, isso é incrível. – eu falei sincera – Não a parte de você perder a perna! Digo, que você conseguiu mudar a opinião de todos os vikings daqui e isso é impressionante.

–Obrigado – ele sorriu, mas não convencido, como eu faria se fosse ele. – Chegamos.

Não consegui observar bem a casa porque já estava escuro, a vila iluminada apenas pela lua, mas tinha dois andares e era bem grande.Os dragões ficaram para fora.

–Pai, cheguei! – Soluço gritou entrando na casa e me puxando pela mão, mas devagar, tirei-a da minha – Tem alguém que quer falar com o senhor!

–Já vou! – ouvi uma voz grave vindo de um canto da casa. Logo o dono da voz apareceu. Era um homem grande, alto, ruivo e barbudo, nada parecido com Soluço. – Boa noite, filho. E você, minha querida, quem é? – é, as coisas com ele parecem ser direto ao ponto. Soluço estava abrindo a boca para responder, mas fui mais rápida.

–Astrid Hofferson, senhor. E vim pedir abrigo.

–Hofferson? Um Hofferson é sempre bem-vindo! Mas, conte-me, querida. – sério, “querida” de novo? – Por que deseja abrigo? Não que eu esteja recusando! Só... Curiosidade.

–Ah, sim... – fiz uma voz triste e abaixei a cabeça - Meus pais, Jonathan e Marian, morreram quando eu tinha oito anos – Stoico me olhou, como se não acreditasse que seu amigo tinha morrido e ninguém havia o informado - Drago e seus vikings invadiram e mataram todos dali. Eu consegui sobreviver e a Anciã também, então fui criada por ela. Aos doze anos consegui domar um Nadder Mortal e um Terror Terrível, construí uma sela para a Tempestade então. – fiz uma pausa e percebi que isso era ridículo, ele iria mesmo acreditar que com doze anos domei dois dragões e construí uma sela? Mas percebi que os dois pareciam acreditar e continuei – A Anciã faleceu ontem e me lembrei que Berk era seguro e vim para cá. Tem algum abrigo para mim? Por favor, senhor.

–Oh, meus pêsames, Astrid. – apenas balancei a cabeça – Tem um quarto sobrando aqui.

–Obrigada, senhor.

–Não, não, Astrid. Me chame de Stoico. – ele sorriu – Soluço mostre a ela o quarto de hóspedes. – Soluço foi tirado de seus pensamentos e se dirigiu as escadas me chamando.

Eu o segui e entrei no quarto depois dele acender algumas velas. Tinha uma cama, uma cômoda, uma escrivaninha e uma janela. Perfeito. Medo entrou pela janela e pulou no meu colo.

–Eu vou levar Tempestade para a Academia. – franzi o cenho para o que Soluço acabou de falar – Não se preocupe, os dragões dos outros pilotos também dormem lá, é seguro.

–Ah, claro! Obrigada.

–Que nada. – ele fez um gesto com a mão – Amanhã de manhã você vai ter o primeiro dia de aula conosco, não se esqueça.

–Ok. Boa noite, Soluço.

–Boa noite... Milady – ele falou e antes que eu pudesse protestar sobre o apelido, ele fechou a porta do quarto.


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Notas finais do capítulo

AVISO
Gente, vou viajar de madrugada e não vai dar pra eu postar até depois de domingo :( Desculpa viu, gente.
A boa notícia é que o próximo capítulo já esta pronto, mas na minha cabeça kk
Beijos, espero que tenham gostado desse capítulo.



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