A Traidora escrita por Daughter Of Phobos


Capítulo 2
A Missão


Notas iniciais do capítulo

Obrigada a Júuh, Lavinia Bruna e Kauã Wayne por comentarem!
Esse capítulo também mostra como Astrid é fria em relação a garotos.
Beijos :)



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POV Astrid

–Bom dia, Bob – falei para o Viking que estava afiando seu machado. Em resposta ele acenou com a cabeça.

Era de manhã e eu estava correndo para a arena. Mas não para treinar. Para buscar Tempestade e voarmos um pouco.

–Oi, Tempestade – falei abrindo o portão e jogando um frango pra o dragão-fêmea. – Vamos voar um pouco?

Após ela devorar o frango, saiu de seu cantinho quente e ficou do meu lado. Subi em suas costas e senti garras em meu ombro direito e levei minha mão até lá, acariciando a cabeça de Medo, que ronronou em aprovação. Medo saiu de meu ombro e foi voar por ai.

–Hoje Drago falou que iria me dar uma missão, como eu poderia ficar mais feliz? – disse para Tempestade, que chacoalhou a cabeça – Finalmente uma missão! Eu já tenho 19 anos, ele poderia me dar uma missão aos 17, mas melhor eu nem questionar. – falei novamente com Tempestade, que já estava voando sobre a ilha, mas era como falar para o vento, ela não iria me responder.

Tempestade foi mais alto ainda, ela sabe que adoro a sensação de tocar as nuvens. Levantei minhas mãos e minha cabeça pareceu ficar mais leve, sem pensamentos.

Quando fiquei com fome, voltei para a vila. A vila era escura, mesmo sendo de dia. Todos vestiam preto e cinza ou simplesmente coisas escuras. As casas eram de coloração escura também, o que deixava a vila sem graça. Eu era uma das únicas pessoas ali que usava roupas mais claras.

Entrei em casa, peguei uma maçã, dois frangos e um peixe cru. Joguei os dois pedaços de frango para Tempestade e logo Medo apareceu. Dei o peixe para ele e mordi minha maçã.

Fiquei apreciando a vista do mar azul que era favorecida pelo campo que tinha atrás de casa. Senti uma mão pesada sobre meu ombro, mas não me assustei. Não era meu tio, disso eu tinha certeza. Com certeza era o...

–Olá, linda – Ian falou se sentando ao meu lado e eu apenas revirei os olhos.

Ian era um garoto da minha idade e todas as garotas suspiram quando ele passa por elas. Menos eu. Nunca me apaixonei ou no mínimo gostei de um garoto. Eu não era do tipo que me apaixonava. Meus afazeres vikings em primeiro lugar. E eu nunca iria gostar do Ian. Não suporto esse garoto metido a besta.

–Sai pra lá, Ian – falei empurrando-o – Já não percebeu que não gosto de você? Com tantas garotas babando por você, por que logo eu? – levantei.

–Porque você é linda e difícil na queda, mas um dia consigo. – ele falou bagunçando seus cabelos negros e piscando pra mim com os olhos cor de mel. - Ninguém resiste aos meus encantos – ele sorriu. Isso faria qualquer uma beijar os pés dele. Repetindo: menos eu.

–Tenho coisas muito mais importantes que gastar meu tempo falando com você – bufei, mas quando fui me virar ele me agarrou pela cintura.

Num movimento rápido ele se aproximou de mim, mas fui mais rápida. Dei-lhe um tapa na bochecha, fazendo-o cair. Coloquei minha bota em cima de seu peito.

–Nunca, repito, nunca mais faça isso Ian. Você ainda não entendeu que eu não te quero? - e também não quero ninguém, completei mentalmente. Ele engoliu em seco.

Tirei o pé de seu peito e fui andando até minha casa. Tempestade deitou ao lado da casa e Medo voou para perto do mar, provavelmente para tentar pegar algum peixe.

Abri a porta e desabei na cadeira que se encontrava no canto do cômodo. Meu tio apareceu descendo as escadas.

–Oi, Astrid. – Drago então pareceu perceber meu cansaço - O que aconteceu? – ele perguntou, nem preocupado, mas também não tão despreocupado.

–Dia cansativo e olha que o dia mal começou! – ri – Então... O que pode dizer-me da missão, tio?

–Hm... Posso dizer-lhe que é complicada e que você é mais adequada para isso. – sorri, esperando que ele prosseguisse – É uma missão que requer ser inteligente e ter a resposta na ponta da língua, para qualquer questão; ter uma desculpa para qualquer coisa. Não se apaixonar é essencial – ele me olhou sério – Mas sei que isso não preciso me preocupar.

–Claro que não – ri alto – Acho que sou realmente adequada para esta missão. E qual é a missão?

–Ah, querida Astrid, só vou dizer-lhe a noite. Você parte de manhã cedinho. – fiquei surpresa, não esperava sair para a missão tão rápido.

–Bom, se você me dissesse a missão agora eu teria mais tempo de elaborar planos e...

–Astrid, sei que você elabora planos perfeitos com quanto tempo tiver. – ele me interrompeu – Vá andar um pouco, à noite te digo o plano.

Bufei e sai da casa. Montei em Tempestade e fui pra arena treinar. Bob dava aulas, isso era bom. Única coisa ruim é que Ian estava lá, mas vai ser legal ver a cara dele vermelha e marcada. Ri com o pensamento. Mas o que não saia de minha cabeça era por que Drago não me deu logo a missão. Isso é coisa dele, na verdade. Só revelar as coisas em cima da hora.

Cheguei na Arena e Bob estava começando a explicar algumas coisas. Eu nunca estou atrasada para as aulas, por que ficamos um dia todo treinando a mesma coisa. Só que três horas da tarde era o prazo de se entrar na aula. Sorte que cheguei antes, mesmo que eu não quisesse vir a aula hoje, eu não teria nada para fazer.

Procurei Ian e achei-o rápido. São apenas 17 alunos, entre 14 e 21 anos. Ri, tapando a boca com a mão, mas ele pareceu perceber. Ele me olhou zangado, ou pelo menos tentou, porque logo corou de leve, provavelmente envergonhado de não conseguir conquistar uma garota, que deu uma boa lição nele.

As sete e pouco da noite a aula terminou e fui para casa, a pé, ansiosa pela missão.

–Quero a missão! – falei abrindo a porta violentamente, fazendo Drago virar-se e me olhar confuso, mas depois riu alto.

–Apressadinha você, hein! Vai tomar um banho e você não precisa de malas, exceto levar comida na bolsa que leva presa a sela de Tempestade. E leve o pequeno mensageiro, vamos precisar nos comunicar. – assenti e fui para meu quarto.

Após tomar banho e me vestir, fui até a sala me sentando a mesa onde meu jantar estava.

–Vamos, a missão, tio, por favor. – falei suplicante.

–Sim, sim – ele riu, parecendo se divertir com a cena. – Já te falei dos Hooligan? – assenti – Sabe onde fica a ilha de Berk? – assenti novamente. – Bom, você irá para lá amanhã de manhã. Eles não veem os Hofferson há muito tempo. Conte a história, mas pulando uma coisa aqui e ali e adicionando outras: Seus pais morreram quando você tinha 8 anos, eu e meus vikings invadimos e matamos todos, mas não os deixe saber que somos parentes. Você conseguiu sobreviver juntamente com a Anciã e os seus dois dragões vieram depois, você conseguiu domá-los sozinha. A Anciã veio a falecer e você se lembrou do único refúgio conhecido: Berk. Eles vão lhe aceitar lá com certeza! – disse ele feliz.

–Tá e aonde você quer chegar com isso? – falei memorizando a história e arqueando uma sobrancelha.

–A cada semana você me enviara uma carta através de seu Terror Terrível, com tudo que aprender sobre Berk e os habitantes. Quando eu tiver informações suficientes eu lhe mando uma carta dizendo que vou atacar e quando eu chegar, se junte a mim, deixando todos surpresos – ele riu, maldoso – Mas, cuidado com o chefe Stoico e cuidado com seu filho também. Acho que é Soluço o nome do garoto, deve ter a sua idade. Eles são espertos. – ele disse pensativo e nem imagino como ele recolheu essas informações. – Resumindo tudo, – ele disse finalmente - você vai ganhar a confiança do povo de Berk, o máximo que conseguir até eu achar o tempo certo de atacar, e então vai traí-los.

–Moleza – falei, mentindo. Como eu iria conquistar a tribo Hooligan sem desconfiarem de mim? – Boa noite, tio. – falei, indo para meu quarto.

–Boa noite, Astrid.


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Notas finais do capítulo

Qualquer erro me avisem. Espero que tenham gostado.