A Traidora escrita por Daughter Of Phobos


Capítulo 10
Pesadelo


Notas iniciais do capítulo

Vou nem perguntar se demorei, porque né hauhau. Queria agradecer a jujubiss e a Kethy pelos elogios *-* Aos leitores novos, bem-vindos!
E, desculpe se os fiz esperar tanto tempo por um capítulo, hum... como esse. O CAPÍTULO TA MINÚSCULO, DESCULPA!
Devo admitir, não é nem de longe um dos melhores, mas minha cabeça está em outro mundo por causa da escola.



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Olhei para Soluço que estava com a mesma cara que eu: O que está acontecendo aqui? Um momento tenso e quieto se instalou por alguns minutos. Pelo canto do olho, vi Ian que vagava sem rumo no andar de cima, mas ao perceber a falta de barulhos, se escorou em um dos pilares. Logo as gêmeas estavam presentes também. Pelo escuro, eu quase não reconheci quem era quem se não fosse pelo corte de cabelo, apesar de serem gêmeas vitelinas, Valquíria jamais cortaria seu cabelo como sua irmã.

Stoico andou lentamente até Valka e esta se pronunciou pela primeira vez depois do período de silêncio.

–Eu sei o que vai dizer, Stoico. Sei que tem tantas perguntas...

–Você está tão bonita quanto no dia em que a perdi. – Stoico interrompeu-a, colocando uma de suas mãos na bochecha de Valka.

Soluço pareceu gelar e seu olhar desviou de mim para seu pai e Valka.

–Espera... M-mãe? É você mesmo? – sua voz fraquejava como se estivesse prestes a chorar. Valka, não respondeu, simplesmente foi até Soluço e o abraçou.

–Eu sinto muito, meu filho, não ter voltado todo esse tempo... – o moreno retribuiu o abraço e afundou o rosto na curva de seu pescoço.

De fininho, sai de perto do momento família e subi as escadas. Antes de entrar no quarto, lancei um olhar repreensor para o trio. Ian ergueu as mãos em rendição e se virou, com Valquíria e Brenda o seguindo. Pude ouvir Brenda reclamar: “Por que a obedece, idiota?”.

Rolei os olhos e, quando finalmente em meu quarto, me joguei na cama. Que dia cansativo!

Então voltei meus pensamentos para Valka e Soluço se reencontrando. Aquele momento entre mãe e filho que eu jamais teria. Marian, minha mãe, faleceu pouco tempo após meu nascimento. Meu pai dizia que eu me parecia muito com ela, os cabelos loiros levemente ondulados, os olhos azuis atentos e curiosos, mas que também assustavam aqueles que tentavam enfrentar-me. Eu nasci pequena para uma viking, magra, e não cresci muito, isso devo ter puxado para minha mãe também.

Tentei evitar, mas eu já estava chorando. Eu sempre quis passar uma imagem de viking durona, sem sentimentos e que não se importa com ninguém. Mas isso estava desmoronando aos poucos, desde que pisei em Berk.

Eu ouvia as perguntas desesperadas de Stoico e Soluço, “Por que não voltou?”, “Por que fugiu?”, entre outras do gênero. Mesmo assim Valka respondia com firmeza e calma. Já devia ser madrugada quando finalmente ouvi Soluço desejando-lhes boa-noite.

Então, ouvi uma música, um assobio na verdade, com certeza vindo de Stoico. A melodia era desconhecida por mim, mas não deixou de ser agradável aos meus ouvidos. Stoico começou a cantar então, o mais baixo que podia, mas eu ouvi muito bem.

“I'll swim and sail on savage seas
With ne'er a fear of drowning
And gladly ride the waves of life
If you will marry me
No scorching sun
Nor freezing cold...”

Com a letra, consegui sorrir, pelo menos um pouco. Enfim adormeci, infelizmente tive um pesadelo, que se parecia mais com um flashback.

***

Eu me vi novamente com oito anos e no meu primeiro ano convivendo com Drago.

Gritos de dor ecoaram pelo corredor escuro em que eu, em meu corpo infantil, estava.

–Tio, tio! O que tem aí? – eu dizia a Drago, que tentava parecer amigável comigo, mesmo com sua aparência horrenda e amedrontadora.

–Nada, criança. – ele sorriu de leve, fechando e trancando a porta atrás de si, me impedindo de ter passagem. – Vá dormir.

Eu não queria me deitar, mas também não queria contrariar Drago que tinha o triplo de minha altura. Os gritos não cessaram, mas houve uma pequena e assombrosa. conversação.

–Meu marido vai te derrotar, Drago, desista! – gritou a voz feminina, adulta.

–Eu vou extermina-lo e toda sua tribo antes mesmo de ele se tocar que eu os ataquei. – mais um barulho forte, seguido de um grito.

Mais tarde da madrugada, acordei com outros gritos, mas desta vez dos homens de Drago. “Não deixem que ela escape!”. No outro dia, havia um pouco de sangue seco na saída de onde fui proibida de entrar, e Drago parecia furioso.

Quatro dias depois, os gritos voltaram, mas não como o da mulher que fugiu.

***

Eu quase pulei da cama. Foi um dos pesadelos mais curtos que já tive, mas não deixou de ser o mais assustador, já que me esclareceu uma coisa.

Com dezesseis anos descobri que Drago Sangue-Bravo amava torturar inimigos ou indefesos. Não bastava matar e ver o sangue ser derramado, ele gostava de ver a dor nos olhos de seus prisioneiros, até eles não servirem mais como brinquedos. Os gritos de Valka voltaram a minha cabeça, e, santo Thor, eram idênticos ao da mulher de meu pesadelo.

Minha respiração se acelerou. Valka estava receosa em contar sua história quando a conheci. Ela já fora uma vítima de Drago. Olhei para a janela, estava quase amanhecendo, então resolvi tomar um banho, para esfriar a cabeça.

Tomei um banho morno por causa do frio e fui pentear meus fios loiros. Uma boa distração para mim era trançar meu cabelo. Fiz e refiz tranças de todas as maneiras que eu conhecia, enfim decidi deixá-lo solto. Eu amava tranças, mas os cabelos caindo pelos ombros, costas e rosto sempre me davam um ar mais poderoso, corajoso. Olhei-me no espelho e não me contive, fazendo então algumas tranças pequenas e finas.

Quisera eu passar a vida toda trançando o cabelo.


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Notas finais do capítulo

Foi sacanagem minha colocar a letra em inglês? Foi, mas eu não sabia a letra da original e estava com dúvida que seria a mesma coisa que a tradução desse trecho. Enfim, pra quem não sabe a música é "For the dancing and dreaming", sim, aquela de httyd2 kk.
Vou tentar postar o próximo rápido, beijos!



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