A última pétala escrita por Ann


Capítulo 8
O que está acontecendo comigo?


Notas iniciais do capítulo

Heeey, volteeei, tudo bom com vocês? Espero que sim. Bom o capítulo a seguir vai ser extremamente fofo, ou melhor " água com açúcar" oaisjdaodjad espero que gostem por que tentei deixar ele bem fofinho.



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Obviamente, as coisas estavam iguais quando retornei. Por que haveria de ter mudado algo, afinal? Lizzy lia um livro para Rich e Johanna polia a prataria. Cerrei meus punhos e entrei na casa sem ousar a levantar a cabeça.

Deixei um recado com uma das camareiras, que por acaso estava saindo de meus aposentos. Pedi-lhe que informasse aos demais membros da casa que eu estava tremendamente indisposta e ninguém, com exceção de Rich e Johanna, deveria me procurar.A mulher perguntou-me se queria algo, talvez um chá, para melhorar. Agradeci, porém me esquivei tanto de sua proposta quanto de seu olhar preocupado e entrei no quarto.

Não vi necessidade em abrir as pesadas cortinas e deitei-me desanimada. Eu sabia que não tinha o direito de agir daquela maneira, não é como se Claus tivesse feito algo de errado, mas por qual motivo aquela cena havia me machucado tanto?

Involuntariamente, percebi que eles formavam um casal perfeito. Ele com sua pele morena, olhos verdes, cabelos negros sedosos e um corpo invejável e ela com seu glorioso cabelo vermelho, olhos castanhos, lábios perfeitos e uma formosa jovem com traços marcantes. Como poderiam ficar separados? Imaginei-os correndo por esta casa, com os muitos filhos ao redor da dama que continuaria com seu carmesim enquanto Claus chegaria cansado do trabalho e ela o receberia com um beijo apaixonado, logo depois as crianças pulariam nele e ele gargalharia junto com seus filhos. Mas que ligação eu teria com tudo isso?

Coloquei as mãos no rosto, segurando as malditas lágrimas. Eu realmente não deveria me sentir assim.

Rich: Mãe? - Sua voz atingiu meus ouvidos um segundo depois da claridade do corredor acertar meus olhos.

Eu: Sim? - Falei com a voz rouca e sentei. Então meus músculos reclamaram e eu percebi que fiquei horas na mesma posição e pensando sobre aquele ocorrido.

Richard caminhou até a cama e sentou-se ao meu lado, mudando sua expressão drasticamente quando seus olhos se acostumaram com a escuridão.

Provavelmente meus olhos inchados me entregaram, pois ele segurou meus pulsos.

Rich: Mãe, está tudo bem?

Eu: Só estou um pouco cansada, Rich.

Rich: Mas você ficou descansando a tarde inteira! Quer que eu chame o Claus para ver se você está bem mesmo?

Eu: Não, obrigada. - Respondi rapidamente, o que capturou sua atenção.

Rich: Rachel, o que está acontecendo?

Eu: Já disse, estou cansada. - Menti novamente.

Eu sabia que Richard não iria acreditar mas naquela hora fui salva, pois a porta se abriu novamente. Bom, fui salva até eu tremer- imaginando se era Claus que entrava- e Richard sentir a minha temperatura cair de medo.

Johanna: Jovem, como anda indisposta, trouxe seu jantar.

Suspirei o mais baixo que consegui.

Eu: Obrigada Johanna.

Ela sorriu em resposta, novamente aquele sorriso de quem sabia algo.

Johanna: Só deixe que ele explique. - Ela resmungou.

Eu: Como? - Perguntei, sem ter certeza do que eu tinha ouvido.

Johanna: Ah, eu disse alguma coisa? - E saiu do quarto, me deixando novamente exposta ao olhar penetrante de Richard.

Rich: Mãe...

Eu: Já disse, Richard Downfair, não é nada. Agora eu vou comer, se importaria de juntar-se a mim sem mais perguntas?- fingi impaciência para fugir de seu interrogatório.

E funcionou, pois ele suspirou, deu de ombros e puxou a bandeja, que Johanna tinha deixado, para perto de nós.

Eu: Rich, perdão. Não queria ser grossa.

Rich: Tudo bem, mamãe. - ele sorriu.

Eu: E sobre Lizzy?

Vi a musculatura de Richard ficar totalmente tensa com a simples menção daquele nome.

Rich: Não é nada, se importaria de comer sem mais perguntas? - Ele imitou o meu tom impaciente e me encarou, eu caí na mais gostosa gargalhada.

Tal mãe, tal filho.

Rich: Mãe, você quer que eu durma aqui esta noite? - Ele perguntou quando nós dois acabamos de comer ( e ainda sobrou bastante coisa na bandeja).

Eu: Rich, não precisa. Onde está Elizabeth? - Estranhei, pois ela sempre nos procurava de noite antes de Vincent chamá-la.

Rich: Eu pedi para que ela nos deixasse a sós esta noite. Estava preocupado com você.

Eu: Ora, seu tolinho. Não precisava. Pode ir ficar com ela, sabes como ela precisa de alguém.

Ele não sabia. Mas eu sim... Sabia como eram tensas as horas da noite, antes de Vincent aparecer, sabia como era ter de ficar encarando o relógio, já que a biblioteca era ocupada pelos irmãos Weltear no período da noite, o que claro repelia qualquer outra pessoa que tenha a ideia de ir lá. Sim, eu sabia de todas essas coisas, mas comigo não teve ninguém para jogar cartas nessa época, ninguém para passear no jardim. Só uma visita de Claus, e tinha de ser rápida se não eu apanharia mais tarde.

Eu não ia fazer Lizzy ficar encarando o relógio que nem eu ficava.

Rich: Mas mãe, você...

Eu: Vá, Richard. Eu estou bem. Só preciso descansar.

Rich: Mas..

Eu: Vá. - Cortei ele. Ele mostrou a língua para mim enquanto fazia barulhos com uma voz aguda, provavelmente tentando soar como eu.

Rich: Boa noite então Sra Chatair. - Falou e me deu um beijo na testa.

Eu: Boa noite Sr Teimosair.

Rich: O meu nome ficou mais legal.

Eu: Vai logo, Richard. - E eu ouvi sua risada até a porta se fechar atrás dele.

Então fui novamente envolvida na escuridão do meu quarto. Acendi uma vela e ajeitei a minha cama, logo depois troquei o vestido pesado por uma camisola mais leve e deitei-me, pronta para me entregar novamente aos pensamentos infelizes.

Soprei a vela e deixei que o preto inatingível dominasse meus olhos,segurasse minhas mãos e acariciasse meus cabelos. Escuro como meus pensamentos, escuros como minha aura naquele momento. E então, quando eu estava quase me rendendo aos sonhos, uma única faixa de luz se abriu em algum canto, fechei os olhos incomodada, mas depois percebi que na verdade alguém estava abrindo a porta.

Continuei de olhos fechados.

Claus: Rach? - Ouvi sua voz preocupada e segundos depois senti sua mão cuidadosa em minha testa. - Rach?- Ele sussurrava, como se quisesse que eu o ouvisse mas ao mesmo tempo não quisesse me acordar.

E tomando a segunda atitude infantil do dia, eu não respondi e fingi que estava dormindo.Quantos anos eu tinha, afinal?

No dia seguinte, quando eu acordasse, não saberia dizer se o que aconteceu a seguir foi real ou só mais um sonho.

Claus se afastou e eu estava quase me arrependendo de não falar com ele quando ele deitou do meu lado e abraçou minha cintura. Tenho certeza que ele não faria isso se soubesse que eu estava acordada. Ele colocou seu rosto próximo ao meu, me fazendo sentir seu cabelo molhado em minha bochecha e sua respiração em meu ombro.

Sua bochecha roçou na minha por alguns segundos e tenho certeza que no local que a pele de Claus encostou na minha, um leve tom de rosa se espalharia. Ele demorou alguns segundos para ajustar seus braços no meu corpo e logo depois ajeitou seu rosto ao abraço, fazendo com que a cavidade que havia entre meu ombro e meu pescoço servisse de apoio perfeito para seu queixo.

Senti seus ombros se mexerem atrás de mim enquanto ele fixava o abraço.

Claus: Rach, me perdoa.- Ele suspirou.- pardonnez-moi dame.

Eu queria abrir os olhos e enfrentar ele, dizer que ele não tinha o direito de estar abraçado assim com outra mulher, que era um homem comprometido, não deveria estar brincando assim comigo. Mas aqueles braços ao meu redor eram tão verdadeiros, tão confortáveis que eu simplesmente não poderia afastá-los. Ele me segurava com tanta firmeza que eu poderia pensar que nunca me soltaria, sua voz preenchia o quarto com tanta ternura, tanta emoção. Eu simplesmente não podia parar aquilo, era o que eu queria.

Eu queria Claus do meu lado para sempre.

Ele continuou sussurrando em francês por um tempo, eu queria poder entender o que ele dizia, queria poder colocar os braços em volta dele assim como ele estava fazendo comigo, mas eu sabia que era errado.

Ele não deveria estar aqui, e eu não deveria estar gostando dele aqui .Tenho certeza que a dama de vermelho, Kimberly odiaria saber que o noivo está abraçado com outra mulher. Eu deveria afastá-lo e dizer para respeitar sua noiva, mas não fiz nada disso, só fiquei ali fingindo que não estava acordada.

O que está acontecendo comigo?


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Notas finais do capítulo

Então o que acharam? Se não comentarem, não tenho como saber se estou indo bem ou não!



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