A última pétala escrita por Ann


Capítulo 9
Quase perfeito


Notas iniciais do capítulo

Oie, voltei gente! espero que gostem desse capítulo *-*



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O dia amanheceu e eu não tinha dormido nem um minuto sequer. Eu havia percebido o exato segundo que Claus adormeceu do meu lado, sua respiração pesou na minha bochecha e seu braço amoleceu na minha cintura, continuei acordada o resto da noite sentindo seu coração tranquilo nas minhas costas. Foi por causa do coração que percebi quando ele acordou também, começou a bater rápido e ele se levantou mais rápido ainda, xingando baixinho e depois me olhando para ver se ele tinha me acordado. Continuei meu teatro até ele sair do quarto.

Quando o primeiro raio de sol passou por uma brecha entre as cortinas, percebi que era tarde demais para tentar dormir e levantei-me.

Com uma rápida troca de roupa, consegui chegar no horário certo para o café da manhã. Estavam todos na mesa, Vincent como o mais velho, sentava-se na cabeceira com Claus a sua direita e Lizzy a sua esquerda, Richard que chegou na mesma hora que eu, lançou-me seu sorriso travesso e sentou-se do lado de Lizzy, me deixando na obrigação de sentar do lado de Claus.

Eu: Engraçadinho. - Falei sem emitir nenhum som para Rich, que começou a rir alto e por sorte atraiu os olhares enquanto eu sentava.

Eu conseguia sentir a tensão de Claus enquanto eu me ajeitava na cadeira e acabei ficando tensa também.

Claus: Hoje estou de folga do hospital. - Ele falou para Vincent, provavelmente continuando um assunto anterior.

Vincent: Excelente, então vou na cidade resolver uns problemas. Cuide da casa na minha ausência. - Ele falou lançando um olhar especial para Lizzy e Richard que encaravam seus pratos.

Johanna: Sua mente deve estar muito confusa, jovem. - Ela simplesmente apareceu do meu lado, me fazendo soltar uma exclamação de espanto.

Vincent e Claus continuaram a conversa enquanto eu me virava para a senhora atrás de mim.

Eu: Como a senhora faz essas coisas?

Johanna: Ora, está estampado em sua face, menina Rachel.

Eu: Mesmo? - Perguntei colocando uma mão na minha bochecha, só para sentir o calor de meu rosto aumentar contra meus dedos.

Johanna: Ele não está muito melhor. - Ela comentou sorrindo e eu me virei para Claus.

Ele parecia entretido na conversa com Vincent mas eu conseguia ver seu desconforto, não sabia onde colocar suas mãos e voltava vez ou outra seus olhos verdes para mim, sorrindo sem graça ao perceber que eu o encarava. Constrangida, voltei a olhar para frente.

Johanna: Vocês parecem duas crianças.

Nisso eu tinha que concordar. Ora, dois adultos feitos como nós agindo feito dois bebês que não sabem o que fazer, como isso foi acontecer?

Eu: Se não se importa, Claus, preciso conversar com você.

Interrompi a conversa dos irmãos, recebendo assim um olhar em chamas de Vincent, que se levantou da mesa e jogou o guardanapo no prato.

Vincent: Pelo o que eu vejo, as pessoas acham que a nossa conversa acabou, Claus. Voltarei ao anoitecer. - E se virou para Lizzy. - Não quero ter de procurá-la quando chegar.

E saiu da sala.

Claus: Você queria falar comigo, Rachel?

Johanna deu um tapinha no meu ombro e saiu cantarolando da sala.

Rich e Lizzy sorriram para nós dois e saíram, mais uma vez Lizzy fez uma reverência para mim. Eu nunca iria me acostumar com aquilo.

Claus: Rach, sobre ontem...

Levantei um dedo e ele se calou. Eu não tomei coragem de anunciar para todos que queria falar com ele para que ele viesse dizer para mim que era noivo da dama de vermelho e eu ficasse calada o escutando.

Quando foi que eu ganhei essa coragem toda?

Eu: Não precisa se explicar para mim, Claus, eu só fui até o hospital pois estava com vontade de ajudar em algo e Johanna me disse que você esqueceu o almoço. Fico feliz por você ter uma noiva.

Claus: Ela não é a minha noiva, Rach.

Fiquei de boca aberta, dando a oportunidade perfeita para que ele continuasse falando.

Claus: Aquela senhora e eu não somos comprometidos há muitas semanas.

Eu: Prossiga. - falei quando a pausa dele me deu angústia.

Claus: Eu e ela fomos noivos sim, mas no passado, desmanchei nosso noivado há alguns meses, mas ela continua me procurando desde então. Infelizmente para a família dela e para a sociedade ainda estamos juntos, mas estou tentando resolver isso. Você não deve ter visto mas ontem havia uma enfermeira atrás de você, eu não podia simplesmente gritar que eu não era noivo dela.

Faz sentido.

Eu: E por que você desmanchou o noivado?

Aquela mulher era perfeita.

Claus: Kimberly tem sim muitas qualidades, mas não tem o que eu desejo em uma mulher. Não era ela.

E quem é?

Mas eu não perguntei isso em voz alta.

Claus: Eu não consegui falar isso para você ontem. Me desculpe pela situação constrangedora.

Ele falou olhando para baixo, eu sorri para ele e levantei seu rosto.

Eu: Tudo bem, Claus. Não é como se você me devesse alguma satisfação.

Claus: Eu quero dever satisfação para você, Rachel.

E segurou minha mão sobre sua bochecha.

Eu pensei que iria ter meu primeiro beijo com alguém que eu gostava nesse momento. Mas a vida tinha me reservado outras coisas para aquele dia.

Rich: Mãe! Claus! Lizzy está ferida! - Ele falou abrindo a porta da sala de refeições com força e correndo até nós.

Claus e eu nos levantamos e fomos até o lugar que ele tinha falado.

Lizzy estava no chão, e Vincent estava saindo pela porta.

Vincent: Ah, quanto exagero, não foi nada. - Ele disse e saiu.

Lizzy tinha um caco enorme de vidro no ombro esquerdo e o sangue se espalhava por seu braço.

Lizzy: Não é nada.

Ela falou olhando para baixo e chorando. Claus , que tinha saído correndo da sala, já estava de volta com sua caixa de primeiros socorros.

Com a ajuda de Richard, ou quase ajuda dele, já que ele ficava resmungando e colocando os cabelos para trás o tempo todo, consegui cortar uma parte do vestido de Lizzy, deixando a ferida exposta.

Richard gemeu.

Claus: Richard. - Ele falou com a voz calma enquanto preparava a linha para costurar o ombro de Lizzy. - Vá buscar água do poço.

E ele foi.

Eu: Água? - Perguntei confusa, já que tinha um balde de água do meu lado.

Claus: Ele estava me deixando nervoso.

Claus e eu começamos o trabalho como se já tivéssemos feito aquilo milhares de vezes juntos.

Claus: Me passa o pano, por favor, Rach.

Eu: Já limpei.

Claus: Ah.

E ele deu os pontos enquanto eu limpava em volta da ferida com uma mão e com a outra eu segurava forte a mão de Lizzy, que estava tremendo e encarando o chão.

Lizzy: Ele falou para eu colocar uma taça de vinho para ele. - Ela choramingava. - Mas disse que eu coloquei a quantidade errada.

Eu: Ele fez isso na frente de Richard?

Lizzy: Não, Rich tinha ido pegar um livro para lermos juntos. - E ela olhou para o livro ensanguentado no chão.

Eu: Vai ficar tudo bem, Lizzy.

Claus: Realmente vai. Onde você aprendeu a cuidar assim das pessoas, Rachel? - Ele deu o último ponto e começou a cobrir a ferida.

Eu: Ás vezes eu cuidava das crianças dos mais ricos. - dei de ombros.

Claus: Excelente. Lizzy, deite-se um pouco, você perdeu sangue e deve estar se sentindo tonta.

Nessa hora, Richard entrou com um balde de água e suspirou aliviado quando viu que já estava tudo bem.

Claus: Que bom que chegou, Rich. Por favor, leve Lizzy até alguma cama.

Lizzy: Obrigada.

E os dois saíram

Claus: Sabe, Rach. O hospital ultimamente anda muito cheio.

Olhei para ele e assenti com a cabeça, eu tinha visto a correria ontem.

Claus: Estamos com falta de enfermeiras. - Ele e eu estávamos tirando as coisas do chão da sala e tentando deixá-la livre do cheiro de sangue.

Eu: Onde você quer chegar com isso, Claus?

Claus: Você se incomodaria de trabalhar comigo, como enfermeira?

Olhei com os olhos arregalados para ele.

Claus: Desculpe se a proposta soou indecente! - Ele colocou as duas mãos para frente desesperado com a minha reação. - É que eu lembrei que quando éramos menores eu e você brincávamos que éramos médicos em um hospital.

Ele interpretou mal a minha expressão. Eu comecei a rir e ele ficou me encarando sem entender.

Eu: Adoraria trabalhar como enfermeira, Claus.

Ele soltou o ar aliviado e como se não soubesse o que fazer, abriu os braços. Andei até ele e o abracei.

Eu: Você só pode ter caído do céu.

Claus: Eu teria me machucado na queda.

Eu sorri e me separei dele.

Eu: Ainda bem que você tem uma enfermeira por perto.

Claus: É, ainda bem.


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Notas finais do capítulo

Então o que acharam? Comentem e alegrem meu domingo tedioso =)



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