A última pétala escrita por Ann


Capítulo 7
A dama de vermelho


Notas iniciais do capítulo

Heeey voltei! Gente, minha net tá um inferno ( to tendo que rotear do celular) então não sei quando vou conseguir postar novamente, desculpem! E espero que gostem desse capítulo. beijooooos



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/530397/chapter/7

No dia seguinte, acordei sozinha no quarto, nem mesmo Rich estava ali.

Abracei um dos travesseiros e me permiti rir como uma adolescente apaixonada, ele havia passado a noite do meu lado, me contou coisas que aconteceram com sua família, confiou em mim! Foi o melhor jeito de adormecer, escutando seu coração e acompanhando a sua respiração enquanto sentia suas mãos em meus cabelos.

Acho que estou amando Claus Weltear, na verdade, sempre amei. Desde as nossas brincadeiras no jardim da minha casa, sentir o verde de seus olhos em mim era o que me passava confiança. Eu não queria me envolver com Claus, mas agora não voltaria atrás, agora já descobri o que sinto e não tenho como ignorar.

Depois de alguns minutos no meu devaneio, decidi levantar e procurar por meu filho, afinal , ele não deveria estar fora da cama. Richard nunca tomaria juízo, pensei sorrindo.

Johanna: Jovem Weltear! - Ela me surpreendeu assim que abri a porta.

Eu: Johanna, eu não sou mais jovem, muito menos Weltear. - falei sorrindo para ela.

Johanna: A senhorita tem de ver o que o pequeno Richard está aprontando!

De pequeno, Richard não tinha nada, mas mesmo assim continuei sorrindo e deixei que ela me guiasse até a sala, descendo as escadas. Johanna era uma senhora negra de idade já avançada, mas sem ela, aquela casa não duraria dias. Tinha os cabelos presos atrás de uma touca branca e sempre usava o mesmo vestido negro, que só revelava suas mãos e rosto. Eu me lembro de parte da sua história, o Sr Weltear comprara ela diretamente na África, e desde então, ela trabalha aqui, apesar de hoje ela ser livre. Tenho certeza de que ela foi a segunda mãe de Claus e Vincent.

Johanna manteve seu sorriso amigável quando abriu a janela da sala, dando-me uma vista perfeita do jardim. Encarei as flores bem cuidadas até que meus olhos focassem no que ela queria me mostrar. Richard estava entre as flores, rindo e conversando com Lizzy, que também ria de algo, encarei encantada a cena até que meu menininho me viu e me chamou com a mão.

Johanna: Vá, pequena Weltear.

Isso foi o suficiente para eu abrir a porta e sentir a brisa fresca no meu rosto, enquanto corria em direção ao meu filho.

Rich: Bom dia, dorminhoca. - Ele falou e me abraçou. Mas não me levantou do chão como de costume, o que me fez chegar rapidamente a conclusão de que ele ainda não estava tão forte assim.

Mas é óbvio que não estaria, ele só havia repousado durante uma semana, e apesar de estar bem melhor, tenho certeza de que precisaria de mais uns dias de descanso. Porém eu não iria estragar essa felicidade agora.

Eu: Pelo visto, perdi muita coisa. - falei, passando meu olhar dele para Lizzy, que muito convenientemente, ficou distraída com uma rosa vermelha.

Rich: Ah, pare com isso, mãe.

Eu: Eu que digo isso, geralmente.

Rich: As eras mudam, Rachel.

Eu: Estou começando a notar isso, Richard.

Nós dois rimos um para o outro.

Eu: Estou certa de que está se divertindo muito aqui fora, Rich.

Rich: Mas... - ele me interrompeu, sem abalar seu sorriso.

Eu: Mas o vento está começando a ficar forte, talvez fosse uma ideia melhor ficar lá dentro.

Lizzy: A ideia foi minha, Senhora , desculpe.

Eu: Ora Lizzy, por favor, chame-me de Rachel e foi uma ótima ideia, m...

Rich: Maaaaaas... - ele me interrompeu novamente, e desta vez piscou para a loira, fazendo-a rir como eu nunca tinha visto antes.

Eu: Maaaaas-- imitei ele - você é uma boa enfermeira e poderia levá-lo para o quarto, enquanto eu...

Foi aí que me dei conta que não tinha o que fazer. Sem mais roupas para lavar, casas para visitar ou comida para cozinhar.

Rich: Você o que, mãe?

Eu: Vou procurar Johanna, para dentro, os dois. - E quando passavam por mim, Richard apertou minha bochecha e Lizzy sorriu.

Agora eu realmente teria de achar Johanna, vou ajudá-la com as tarefas da casa, isso!

Encontrei a senhora na cozinha, dando ordens para os outros empregados ajeitarem o almoço, era bonito o modo como todos eles olhavam para ela, com uma admiração lindamente pura. A casa tinha cinco empregados, sendo eles três cozinheiros, cinco camareiras e dois jardineiros, isso tudo sem contar a própria Johanna. Desnecessário dizer que todos eles tinham uma rotina desgastante pois a mansão era colossal, e espero sinceramente que o salário deles compensem todo esse trabalho.

Johanna: Todos entenderam? - Eles assentiram com a cabeça e foram cumprir seus deveres do dia.

Eu: E o que eu devo fazer, patroa? - brinquei e ela se assustou, notando a minha presença.

Johanna: Ora, Weltear, me assustou. - Ela sorriu para mim.

Eu: Desculpe, Johanna. Quero ajudar em algo.

Johanna: Você ajuda se descansar bastante. Sofreu demais nestes anos. - ela falou e começou a me puxar pelos corredores.

Eu: Não estou brincando, senhora, por favor, deixe-me ajudar! Estou farta de descansar.

Então ela parou e me olhou com curiosidade.

Johanna: Não tem o que ajudar aqui, sinto muito.

Devo ter feito uma expressão bem infantil, por que ela abriu um sorriso e deu dois tapinhas no meu ombro.

Eu: Não há realmente nada que eu possa fazer? - Dava para sentir o desespero na minha voz, eu queria de fato fazer algo, tanto para agradecer o que todos fazem por mim, como para me ocupar.

Johanna: Você poderia ler algum livro.

Não era uma má ideia, de fato. Porém, pela expressão da senhora, soube que ela ia me dar outra opção.

Johanna: Ou levar o almoço de Claus para ele..- então ela abriu um sorriso amplo que revelava todos os dentes. Aquele cabeça de vento esqueceu novamente.

Johanna me conhecia muito bem. Eu queria algo para fazer, mas uma parte de mim também buscava uma desculpa para encontrar com Claus, retribuí seu sorriso e ela me guiou até a cozinha da casa, ainda com seu jeito de " eu sei o que se passa em sua cabeça", quem não sabia?

Comecei a desconfiar quando percebi que a senhora já havia preparado tudo, inclusive a carruagem.

Eu: Ora, você não toma jeito. És de fato a minha fada madrinha. - falei pela janela do meu transporte enquanto sorria para ela.

Johanna: Não se preocupe, Jovem Weltear, a senhorita pode passar da meia noite.- Então com um último sorriso, ela deu um tapinha na carruagem que começou a andar, e só para fins literários: Não, ela não estava enfeitiçada.

Eu conhecia o hospital desde sempre, mas não o visitava há mais de anos então assim que vi a colossal construção, me senti em um ambiente estranho. O cocheiro me ajudou a descer e com a cesta de Claus, eu entrei pela porta da frente.

Confesso que fiquei tonta nos primeiros segundos, era gente em demasia! Mas uma dama capturou minha atenção, enquanto todos por ali circulavam sem parar vestiam preto , branco ou cinza, aquela dama em especial usava do mais forte carmesim, desde o cabelo ruivo vibrante até o vestido comprido.

A dama sentiu meu olhar e virou-se para mim, imediatamente , senti-me mal perante ao seu olhar superior, eu estava totalmente misturada na multidão, mesmo assim seus olhos de águia se fixaram em mim antes de um sorriso de deboche brotar em seus lábios e ela sumir pelos corredores.

Passado o meu choque inicial, caminhei até a recepcionista, evitando ao máximo esbarrar nas pessoas apressadas ao meu redor, li o nome da moça antes de chamar sua atenção.

Eu: Srta Tayla?

Tayla: Pois não, madame? - Ela me avaliou antes de abrir um sorriso cansado para mim.

Eu: Gostaria de falar com o doutor Claus Weltear, por gentileza.

Tayla: O Dr Weltear está um pouco ocupado no momento. - Levantei a cesta que eu carregava e a deixei na visão da moça.

Eu: Ah, não se preocupe, senhorita. Só vim entregar o almoço dele.- Eu não queria atrapalhar Claus, porém não iria mesmo demorar.

Então a jovem pareceu convencida.

Tayla: Sim, madame. Eu pediria para alguém levar a cesta para a senhora, mas como pode ver, estamos muito atarefados. Peço perdão.

E de fato, o hospital estava cheio, mais do que eu me lembrava. Assenti com a cabeça para a moça e ela apontou para um corredor.

Tayla: Terceira porta do corredor três, senhora.

Eu: Muito obrigada. - Murmurei, apesar dela já não me ouvir mais, e fui até o local que ela havia indicado.

Havia gritos vindo da sala de Claus. Será que ele estava atendendo algum paciente? Decidi bater na porta antes de entrar, e as vozes cessaram de imediato. Ouvi passos apressados e logo a porta se abriu, revelando o belo rosto de Claus.

Eu esperava qualquer reação dele, menos o olhar de desespero que ele me lançou.

Eu: Claus, está tudo bem? Eu só vim deixar seu almoço, e.. - mas parei de falasr assim que o restante da porta se abriu com um puxão de uma mão enluvada.

Então lá estava ela, parada atrás dele com o mesmo olhar de superioridade.

A dama de vermelho não sorria, pelo contrário, parecia extremamente aborrecida com algo e não sei se era com a minha interrupção ou com a conversa que eles estavam tendo.

Claus: Rach, não é o que pensas. - típica frase masculina.

Eu: Eu não estou pensando nada, Claus. Só... Aqui, seu almoço. - falei e entreguei a cesta para ele.

Claus: Ela não... Ah, Rachel, esta é Kimberly, minha..

Kimberly: Noiva. - Então a ruiva finalmente havia recuperado o seu sorriso.

Minha boca se abriu com essas palavras.

Eu: Perdão?

Claus: Merde.. Não, Kimberly, você sabe que isso não... Rachel, nós não... - ele se atrapalhava com as palavras.

Mas o que diabos eu estava esperando? Que ele estivesse esse tempo todo sem ninguém?

Eu: Claus, ela é sua noiva?

Claus:Rachel, eu pos...

Eu: É ou não? - interrompi.

Claus: Sim, mas..

Eu: É o que eu preciso saber. - Falei sobre a sua voz novamente. - Perdão por interromper.

E me virei para ir embora, senti que Claus ia me seguir e mesmo sabendo que não teria como evitá-lo mais tarde na mansão, tomei a atitude mais infantil possível e corri, sabendo que ele não poderia deixar o hospital agora.

Por que as lágrimas que rolavam em minhas bochechas pesavam tanto?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Então, o que acham que vai acontecer? Gostaram?odiaram? Morreram? Então revivam e se manifestem! Beijos procês até mais



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A última pétala" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.