A última pétala escrita por Ann


Capítulo 4
Ma maison, votre maison.


Notas iniciais do capítulo

Oiii pétalas, voltei com o segundo capítulo do dia. com um agradecimento especial para Katy ( Fúria da noite). Ela sempre comenta e isso me incentiva muito >.< Obrigada , Katy! Que Deus te dê tudo isso em dobro ( o dobro de comentários ADJNASFKJAFNKA :v). Espero que gostem do capítulo! Beijoss =*



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"Pensei que você estivesse morta" - foi o que ele me disse ao me abraçar fortemente contra seu peito, a ponto de podermos sentir o coração um do outro.

Morta?

Morta?

Por que Claus pensou que eu havia morrido?

Eu ainda sentia seus braços me envolverem, e ele continuava sussurrando em francês.

Então me ocorreu a resposta da minha pergunta, e pelo visto Claus pensou a mesma coisa, pois me soltou e voltou-se contra o irmão.

Claus: Como foi que...?

Vincent sorriu, e se levantou, desvencilhando-se finalmente das moças.

Depois disso eu não entendi mais nada, pois os dois começaram a discutir furiosamente em francês.

Um fato sobre os Weltear: Vincent e Claus haviam nascido na França, onde o que sobrou da família se localizava, e só usavam sua língua natal quando estavam extremamente emocionados, sendo essa emoção boa, ou ruim. Com a mãe francesa, e o Pai inglês, eles dominavam perfeitamente as duas línguas, porém a língua da mãe predominava em momentos como este, acho que é por que eles passavam mais tempo com ela do que com o meu assustador sogro.

Eu não sabia o que falar. Então percebi que a jovem loira ainda me encarava.

Jovem: Me chamo Elizabeth. - ela falou chegando perto de mim, então se encolheu quando Vincent falou alguma palavra que me soou como de baixo escalão. - Ele acabou de insultar a própria mãe. - ela falou pra si mesma.

Eu: Você entende francês?

Elizabeth: Foi na França que Vincent me achou.

Tradução: Comprou.

Eu: Você é a nova esposa dele agora. - afirmei.

Ela assentiu com a cabeça.

Elizabeth: Nunca achei que fosse conhecer Rachel. Pode me chamar de Lizzy - ela falou se encolhendo ao meu lado, como se evitasse os gritos. Passei meus braços pelos ombros dela, afinal, era só uma criança... E teve o mesmo destino que o meu até agora.

Eu: "conhecer Rachel" ?

Lizzy: Sim, ouvi muitas coisas sobre a senhora.

Então Vincent virou uma mesa inteira no chão, quebrando tudo. As moças que ainda estavam no sofá o olharam horrorizadas, algumas colocaram a mão na boca. Ele as dispensou com um gesto de mão e saiu da sala, sem se atrever a olhar para mim novamente. Todas elas saíram também, mas não pela mesma porta que ele.

Claus: Pardon, Rachel... Eu não sabia que você estava viva. - ele falou virando-se para mim. - Lizzy, poderia nos dar uns instantes?

E a pequena loira se afastou, depois fez uma reverência, mas não para Claus, e sim para... Mim. Logo que a porta se fechou atrás dela Claus sentou-se em uma das poltronas, apontando para que eu fizesse o mesmo.

Claus: Ele nos disse que você morreu no parto, junto com a criança. - falou o homem.

Então colocou sua mão sobre a minha e a apertou.

Eu: E Claire?

Claus: Ele disse que a deu para seus pais... que não aguentaria vê-la sem lembrar de você. Sinto muito por acreditar nele. Imagino tudo o que você aguentou durante todo esse tempo...

Eu: Já passou. Claus, Richard está muito mal e eu não tenho como pagar seus medicamentos.

Claus: Richard? - Ele sorriu ao saber que escolhi o nome que ele sugeriu, mas logo ficou sério novamente.- Sim , claro seu pequeno Richard. Eu cuidarei pessoalmente dele.

Ele se formou em medicina... Oh, Claus. Foi minha vez de sorrir.

Eu: E você? Teve filhos?

Claus: Nunca casei, Rachel.

foi depois desta frase que ele apertou mais forte a minha mão, e eu senti como se tivesse quinze anos novamente, Claus sendo o único que se aproximava de mim de verdade. Olhar nos seus olhos me fazia crer mais ainda que nada do que eu passei era verdade.

Porém... Eu tinha meu Richard como prova de tudo, e se eu não fizesse algo depressa, não o teria mais.

Eu: Venha comigo, Claus, vou te levar até onde Richard está.

Claus: Nada disso. Vocês que vão vir pra cá.

Eu: Como?

Claus: Rachel Downfair... permita que eu repare os erros de meu irmão, volte a morar conosco, cuidarei da saúde e da educação de seu filho.

Como?

A oferta era tentadora, mas voltar a morar naquela casa, andar por aqueles corredores e esbarrar ocasionalmente com Vincent? Não me parecia muito promissor.

Eu: Não acho que seja uma boa ideia.

Claus: Chère, Permita que eu cuide de você. - ele falou passando o polegar em meu pulso e sendo sincero em seu olhar.

Eu: Não, Claus... Não posso viver aqui novamente.

Claus: Não vou deixar que ele te toque.. Se eu pudesse, me mudava para outro lugar com você e Richard, mas ele precisa de mim Rach ... Não restou ninguém.

Eu: Nunca pediria para abandonar seu irmão.

Claus: Eu sei, eu sei - ele soltou minhas mãos e cobriu seu rosto.- mas não quero que se afaste. - disse ele alisando os cabelos para trás, depois ele olhou bem em meus olhos. - Não novamente.

Eu: Claus, eu... Vincent nunca deixaria que eu...

Claus: Todos esses anos. - Ele me interrompeu. - eu via seu rosto em diversas pessoas ,Rachel Downfair, imaginei incontáveis vezes seus últimos instantes de vida e pensei em seus filhos, agora você, a verdadeira Rachel reapareceu para mim. Não quero que se vá. E já falei com Vincent, você presenciou sua reação, mas ele sabe que se fizer qualquer coisa contra os Downfair, eu vou embora, e ele ficará sozinho.

Eu não sabia o que dizer então desviei o olhar do dele, olhando para meu colo. A saia gasta do vestido estava manchada de diversas cores. Ele pôs a palma da mão em minha bochecha, com os dedos se enterrando em meus cabelos, e o polegar desenhando o contorno da minha boca, e me fez olhar novamente para ele.

Claus: Volte para a minha vida. Se não for por mim, que seja por Richard.

Eu continuei sem palavras, Claus aproximou sua face da minha e encostou os lábios em minha têmpora.

Claus: Vamos cuidar do seu pequeno. - e se levantou.

O lugar onde os lábios dele tocaram queimava, e enviava calor para todo o meu corpo, foi isso que me fez levantar e seguir com ele até a minha própria casa, onde meu pequeno menino me esperava.

Richard estava desacordado quando abri a porta, e Claus se ajoelhou do lado dele e pôs a mão em sua testa.

Claus: Está ardendo em febre! - disse ele.

Depois olhou para o rosto de meu filho com uma expressão curiosa.

Claus: Ele se parece muito com você, Rach... É um lindo rapaz.

Richard tinha meus olhos azuis, era pardo e tinha a boca igual a de Vincent, porém o resto do rosto dele era igual ao meu, o mesmo nariz arrebitado, os mesmos olhos médios e cílios grossos, e o mesmo cabelo negro e liso. Era um jovem alto e forte apesar da idade.

Claus: Vamos levá-lo para a mansão, Rach.

Eu: Ele realmente não vai gostar disso quando acordar.

Claus: Venha, me ajude a colocá-lo na carruagem.

E eu ajudei. As coisas nos pegaríamos depois, a prioridade agora era cuidar do meu menino, fazê-lo ficar bem e me fazer rir novamente.

Fui calada durante todo o percurso, com Richard deitado em meu colo e Claus na minha frente. Ele tentou conversar comigo uma ou duas vezes, mas desistiu diante do meu silêncio inatingível. Pude sentir seu olhar em mim, mas não desviei os olhos de Richard, que tremia os lábios e as pálpebras, como se pudesse acordar rapidamente, mas eu sabia que não iria. Meu filho já não tinha mais energia para isso.

Eu sabia que ia me arrepender desta decisão, mas ver meu filho doente cegou toda a minha lógica. Eu sabia que chegaria um dia que eu ia pagar por essa ação, temia não poder arcar com as consequências, mas faria o possível para proteger a única flor restante do meu jardim.

Estávamos diante do imponente portão preto afiado dos Weltear, Quando Claus apontou para a mansão que se estendia para nós.

Claus: Ma maison, votre maison. ( Minha casa, sua casa)

E eu não precisava saber francês para entender o que ele quis dizer.


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Notas finais do capítulo

então, gostaram? espero que sim! Não esqueçam de comentar ! Beijos pra vocês e não esqueçam de regar seus jardins heuheueh :v



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