Todos Iguais escrita por Mi Freire


Capítulo 55
Bianca


Notas iniciais do capítulo

Odeio acordar cedo, mas é a vida. Muito provavelmente por causa de toda essa preguiça estive meio desanimada para escrever, por sorte tenho esse mês inteiro com capítulos prontinhos.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/530365/chapter/55

Eu ainda estava muito chateada com toda essa situação.

Não que eu estivesse com raiva do Felipe por ele não me ter contato a respeito dos planos em estudar no exterior, mas sim, estava muito revoltada com a vida, que justamente agora que me dá a coisa mais preciosa de toda minha vida – o amor de um garoto maravilhoso -, é quando também tenta tira-lo de mim. E não é como se eu já estivesse preparada para isso. Ou pior: nem sei se algum dia estaria.

Eu o amo demais. E não quero perde-lo.

Estou tentando encarar essa situação com o máximo de maturidade que consigo. Mas toda vez que eu olho para o Felipe e ele olha pra mim de volta com aquele sorriso meigo eu sinto um aperto forte no peito. Ou quando me aproximo e ele entrelaça nossos dedos ou beija a ponta do meu nariz sem eu ao menos pedir. Ou quando ele sussurra no meu ouvido, mesmo em meio a todo mundo, o quanto me ama. Ou quando ele simplesmente pergunta se estou bem ou precisando de alguma ajuda e eu tento soar o mais convincente possível, quando na verdade estou um caco por dentro.

Sei que parece um pouco de exagero da minha parte. Mas coloco-se você no meu lugar. E imagine ter passado um século gostando de um garoto que não dava a mínima para você, mas que ainda assim a amizade dele já seria o bastante para você. E aí, com o tempo, vocês se tornam íntimos, conhecem melhor um ao outro e repentinamente ele descobre que aprendeu a gostar de você, a te amar pelo que você é. Vocês constroem uma relação linda, um laço forte e do dia pra noite você descobre que ele está muito perto de ter uma grande carreira... Só que muito longe de você.

Certamente, essa é uma situação de matar o coração.

E não tem como não pensar nisso, por mais que eu tente.

Desde que acidentalmente li aquele email eu comecei a enxergar e até mesmo pensar sobre as coisas de outra forma.

O que eu e o Felipe estávamos vivendo é um momento maravilhoso e encantador, mas um momento que por melhor que fosse, não duraria para todo sempre. O que é obvio. Não que não quiséssemos, mas sim, porque já está todo mundo cansado de saber que a vida é cheia dessas coisas. Todos nós morremos e todas essas coisas. O que é deprimente, se for pra parar pra pensar que tudo, tudo mesmo, tem um fim.

Enfim...

Depois que saí do quarto dele aquela manhã eu desabei em minha cama. Chorei infinitamente por horas, sem conseguir ou sem saber como me controlar. Era uma dor muito forte, que nenhuma outra que eu já tenha sentido antes fosse capaz de superar. Mas com o cair da noite, após tomar um pouco de água, fechar os olhos e contar até dez eu – pela primeira vez em muito tempo - pensei sobre o meu futuro.

E me fiz todas aquelas perguntas que quem está mais ou menos na minha idade se faz a todo tempo: Quem sou eu? Qual o meu propósito? O que eu quero pra mim? Quem eu vou ser? Que carreira vou seguir? Que profissão que eu quero? Por onde devo começar? Quais decisões devo tomar? Será que é muito cedo pra pensar nessas coisas?

Foi muito difícil me responder a tudo isso de uma só vez. Mas após um longo tempo de reflexão, acho que consegui pelo menos chegar a um ponto de partida. Mas pra isso, primeiro eu pensei: o que de melhor eu sei fazer? O que de melhor eu posso oferecer as pessoas? Do que eu realmente gosto? E matutei sobre isso. E a principio achei que tudo que eu sabia ou achava que sabia eram coisas tão fúteis ou inúteis. Como por exemplo: pintar as unhas, pentear meus cabelos, cuidar da minha pele, fazer minha própria maquiagem, escolher/comprar roupas.

Então... Você quer se cabeleireira ou manicure? Perguntou uma voizinha na minha mente. E eu respondi: Não! Claro que não! Nada contra... Mas jamais me imaginei fazendo algo assim. Eu não teria paciência o bastante. Então novamente me perguntei: Talvez uma... Personal Stylist? Não achei aquela ideia tão mal. Mas tinha algo que eu gostava muito mais, além de cuidar da aparência tanto minha quanto das pessoas.

E como uma luz que desceu do céu para iluminar a minha vida... Veio a palavra Moda na minha mente. E foi aí que eu abri um grande sorriso. Claro! Porque não pensei nisso antes? Esse era o legado dos meus pais... Ser estilista. E esse futuramente poderia ser muito bem o meu legado também. Quem sabe até poder aprender algo com eles, agora que estamos tendo uma relação tão melhor que antes.

Saber no que eu realmente era boa ou no que eu realmente gostava e que me imaginava vivendo o resto da minha vida praticamente aquela coisa – não por dinheiro, mas sim por amor – foi o primeiro passo de muitos.

Eu sabia que eu tinha um namorado que muito provavelmente já tinha planos definidos para o seu próprio futuro. E de repente eu vi na obrigação de também traçar caminhos para o meu futuro. Não para estar na mesma altura que ele, mas sim para podermos nos igualar e quem sabe até caminharmos juntos, rumo a aquilo que tanto sonhamos.

Mas quando me lembrei de que o futuro dele era muito longe daqui, muito longe de mim... Rapidamente me entristeci. Sem muitas escolhas ou saídas, tomei um banho, vesti meu pijama mais confortável e fui dormir. No outro dia acordei me sentindo um pouquinho melhor. Não totalmente, mas pelo menos melhor. E assim foram os dias que seguiram. Eu não estava totalmente recuperada do choque em pensar em perder o Felipe, mas estava tentando lidar com aquilo como maturidade, como adulta e não de maneira imatura ou infantil.

Ele merecia o melhor vindo de mim.

Apesar de o clima ter ficado um pouco estranho e pesado entre nós desde aquele dia, não voltamos a tocar no assunto. Eu sentia que nenhum dos dois estava preparado para ter aquela conversa. O que era totalmente compreensível. Também não tínhamos todo o tempo do mundo para sermos corajosos e encararmos aquilo de frente. Mas eu sempre acreditei muito nisso de que cada coisa tem um tempo certo pra acontecer.

Graças a Deus.. Nem tudo na vida é só tragédia. Então vamos deixar um pouco essa tristeza de lado e falar as coisas boas também.

Como o fato de eu enfim ter conseguido me livrar da minha prima, a Caipira... Ops... Ou melhor... A Maria Eduarda. Apesar de ter achado que não foram cruéis o bastante com ela – foram bem bonzinhos até - como ela bem merecia. Pelo menos ela enfim saiu da minha casa e foi morar em qualquer outro lugar e que pra mim não tem a mínima importância. Desde que ela continue distante e fora do meu caminho e da minha vida.

Mas também é só isso de... Bom. Além de eu e meus pais estarmos cada vez mais próximos, mais unidos e mais envolvidos. Como uma boa família deve ser. Mas sempre devagarzinho, um passo de cada vez, sem muita pressa e aproveitando o máximo os poucos momentos que temos juntos.

Ah, ontem mesmo – através do Pedro – ficamos sabendo que a Gabriela muito provavelmente vai receber alta mês que vem, apesar de ter tido umas crises nas ultimas semanas. Mas nada de mais, disse ele. Nada que ela não seja capaz de superar após ter passado tempo o bastante trancada naquele lugar fazendo seu tratamento. Eu fico muito feliz por ela! Espero que dê tudo certo. Ela merece.

E isso é só.

Além de estar tristezinha com a minha situação com o Felipe, estou com uma dózinha da Luiza e da Nati que continuam brigadas após terem repentinamente terminado o namoro. Mas creio que se elas se amam de verdade o tanto que diziam se amar... Logo isso vai passar e tudo voltará a ficar bem como antes. Pelo menos assim espero.

O lado bom de tudo isso é que as provas finais estão perto de começar e quando tudo isso acabar e a Luiza se sair bem, ela estará livre de seu castigo e poderá voltar ao grupo. Isso se ela ainda quiser, coisa que duvido muito. Já que ela tem olhado para a Natália com tanto ódio. O que eu acho é que elas deveriam parar com essa frescura. Afinal, antes de qualquer coisa somos amigos e pertencemos ao mesmo grupo. Não tem como do dia pra noite desfazermos isso por briguinhas à toa e desentendimentos.

Hoje foi só mais um dia normal no colégio. Um dia antes de começarem as provas – no final do ano o colégio sempre resolve correr com as coisas, impressionante – e os professores aproveitaram para dar uma revisada na matéria e passar alguns trabalhos para facilitar na hora da fixação da matéria. Além de eu e o Felipe termos tido que apresentar um seminário de História sobre o Império Napoleônico, mesmo com todo aquele clima pra lá de estranho entre nós.

Por fim, acabamos nos saindo bem. Não tínhamos ensaiado as falar como tínhamos planejado há alguma semanas atrás antes de tudo aquilo acontecer. Depois do tal email, como ficamos um tanto balançados, nós apenas dividimos as partes e cada um ensaiou sozinho sua própria parte. Como se de fato estivéssemos evitando um ao outro o máximo que podíamos só para não termos aquela conversinha.

Bom, as quatro e dez dos tarde meus pais foram me buscar no colégio – o que era algo inédito – pois tínhamos uma terapia em família com a minha nova psicóloga. Coisa que durou pelos menos umas três horas e depois fomos jantar fora e tomamos sorvete também.

Papai e mamãe me deixaram em casa, mas disseram que iam voltar para a empresa para ver uns últimos contratos e que muito provavelmente só voltariam para casa quando eu já estivesse dormindo. Me deram um beijo de boa noite e eu pulei do carro com as minhas coisas.

Entrei dentro da casa me sentindo exausta, mas me surpreendi com o fato de não ter nenhum sinal dos empregados.

Ué, onde estavam todos?

Bom, não importa. Eu só queria um bom banho e ir direto pra cama para poder dar minha ultima revisada nas minhas anotações para a primeira prova de manhã. Mas fui – mais uma vez – surpreendida assim que pisei meus pés dentro do meu próprio quarto.

Diferentemente da ultima vez as luzes estavam todas acessas. Porém, Felipe tinha feito uma surpresa mais que especial para mim. Que eu não pude deixar de chorar, emocionada e contente. Sabia que era muito sortuda por ter o melhor namorado do mundo! Por isso nunca estaria preparada para perdê-lo, mas entendia também que essa era umas das coisas da vida que a gente tem que aceitar, querendo ou não.

E é como dizem por aí: Parece o fim do mundo, mas não é.

Ele estava parado, em pé, no meio do meu quarto, segurando um buquê de rosas muito volumoso. Ele vestia seu típico jeans surrado e uma de suas camisetas escura da Marvel. Além do All Star furado. Seus cabelos meio bagunçadinhos, como sempre. E os olhos perfeitos. Além do sorriso que me faz suspirar sem parar.

Felipe tinha feito um coração – muito bem feito por sinal – com as nossas fotos reveladas sobre a minha cama. Nos espaços vazios havia mais fotos de nós dois e pétalas de rosas espalhadas por toda parte.

Larguei minha bolsa no chão.

Naquele momento percebi que no chão havia um caminho, feito com pétalas, que me guiava até ele. Como se eu precisasse disso, já que meu coração sempre me guiaria até ele. Não importa. Eu só abri um sorriso em meio às lágrimas, fui até ele e o abracei forte antes de qualquer coisa.

Carinhosamente ele limpou minhas lágrimas com a pontinha do dedo indicador com a mão livre, afastou meu cabelo do rosto molhado, sorriu para mim e beijou a ponta do meu nariz. Eu fechei os olhos por um rápido momento, antes de voltar a abrir e encontra-lo novamente. Foi então que ele aproveitou para me entregar o buquê.

Felipe me guiou até a minha cama, onde nos sentamos em uma pontinha vazia, para não estragar a linda surpresa. Mais tarde –se possível – eu tiraria foto daquilo para jamais me esquecer. Deixei o buquê de lado, em cima do criado mudo e voltei-me para ele.

— Eu queria me explicar sobre aquele email. – ele começou, segurando as minhas mãos e massageando as costas com o polegar. — Eu sinto muito que você tenha lido e se sentindo tão mal. Mas a verdade é que eu não tinha o lido antes, como você mesmo pôde ver, porque ele já não tinha mais tanta importância para mim como em um tempo atrás.

Ele suspirou. Esperei que ele prosseguisse.

— Foi no primeiro ano que eu comecei a pensar sobre essas coisas. Fiz inúmeras pesquisas e conversei muito com a professora Adriana. Ela me aconselhou e me apoiou muito. Exatamente o que eu precisava naquela época, quando ainda era muito difícil suportar a rejeição dos meus pais. Numa época que eu era muito sozinho e só queria ir embora daqui e me livrar deles de uma vez por todas. Então eu fiz alguns vestibulares... Pela internet mesmo para universidades que aceitassem bolsistas de outros países. Oh, não foi grande coisa. Eu nem coloquei muita fé, afinal, eu era só mais um em um milhão em busca de uma oportunidade.

Ele sorriu, fraco.

— Eu esperei pelos resultados por muito tempo, mas eles nunca vieram. Até que eu desisti. Achei que era bobagem minha e que eu não era merecedor de nada, como a minha mãe já cansou de dizer. Então continuei normalmente com a minha vida. Conheci vocês e as coisas foram acontecendo... Acontecendo de uma forma que eu nunca imaginei que pudesse acontecer. Fiz amigos e acabei me apaixonando por você e passei a considerar essa a coisa mais importante e especial de toda minha vida. Até que esse email chegou. Eu nem li, por falta de interesse e também nem apaguei. E aí, você já sabe o final da história: você leu e deve ter pensando mil coisas.

Eu assenti e sorri um pouco.

Ele tinha toda razão.

Nem era da minha conta xeretar o email dele. Mas estava lá aberto e tinha uma mensagem que me chamou muita atenção entre tantas outras. A curiosidade foi muito maior e eu abri para ler. Por fim, me senti muito mal também por ter sido tão xereta. Não era da minha conta!

Mas agora já foi.

— Eu só queria te dizer, que isso não tem mais importância. Eu não vou! Eu pensei muito a respeito desde então e... Eu passei... Mas idaí? Tenho condições de passar em uma universidade por aqui mesmo. Não tem que ser assim... Não temos porque dificultar tanto as coisas. Eu amo você e ponto. – ele levou a mão até o meu rosto. — Eu quero ficar com você aqui mesmo ou em qualquer outro lugar. Podemos sim ser felizes juntos agora e futuramente. Eu quero isso. Você quer isso. Porque não daria certo então?

— Porque é do seu futuro que estamos falando, Felipe! – me afasto, um tanto contrariada. Foi lindo ouvir tudo aquilo. Que ele seria capaz de arriscar/sacrificar tudo por mim. Mas eu não posso ser egoísta a esse ponto! Não é sobre mim, não é sobre nós... É sobre ele. E o futuro brilhante que ele pode ter lá fora. Não é todo mundo que tem essa chance.

Mas e o amor?

O amor não muda!

Ele sempre continuará aqui, não importa quanto tempo passe ou quantos quilômetros, mares, países ou horas nos distancie.

— Não, você não vai deixar essa chance passar assim. – continuei, olhando para ele furiosa, com um misto de tristeza. — Nem por mim, nem por nada, nem por ninguém. Você merece isso! Você sonhou com isso!

— Você é o meu sonho, Bia. – ele segurou meu rosto com as duas mãos, parecendo um tanto desesperado. — Eu não preciso de mais nada. Eu não quero mais nada. Por favor, entenda... É por você. Tudo por você.

— Esse é o problema! – recuei novamente, voltando a sentir os olhos se encherem de lágrimas. — Eu jamais me sentiria bem sabendo que você deixou tudo isso pra trás por mim! Não parece justo. Não é isso que as pessoas que se amam fazem. Elas não privam umas as outras quando aparece uma grande chance... Elas libertam, incentivam, apoiam.

Suspirei, tentando manter a calma.

— Pode ser que hoje, agora, você não veja isso como uma grande coisa como já foi um dia. Mas no futuro, quando você estiver lá, vai ver que foi a escolha certa. – foi a minha vez de segurar o rosto dele e olhar bem dentro de seus olhos confusos e assustados. — Eu quero que você faça isso. Por favor. Você tem que fazer isso. Você tem que ir. Você tem meu total apoio.

— Mas e quanto a nós dois? – perguntou ele, também já chorando, assim como eu. Era a primeira vez que chorávamos juntos. E aquilo só aumentou a minha dor. — Eu não quero perder você.

— E nem vai. Eu sempre serei sua. Só sua. – beijei seus lábios docemente, sentindo o sabor de suas lágrimas. — Mas não vamos decidir nada disso agora, tudo bem? Só me prometa que você vai sim estudar lá fora. É uma grande oportunidade! É um sonho, Felipe. Muitos gostariam de estar no seu lugar. Mas diferentemente dos outros, você é especial, você tem potencial, você se superou, você conseguiu! E isso é tudo que importa agora. Eu tenho orgulho de você!

Foi à vez de ele me atacar com um grande beijo. Intenso e caloroso. Deitamos em minha cama devagar, após jogarmos tudo no chão. Uma pena... Estava tudo tão bonito. Mas nada importa agora. O nosso amor era maior que qualquer outra coisa. E tínhamos tudo isso só para nós dois. Nada nos impedia, nada estava no caminho.

Ele tirou a minha blusinha de seda com cuidado e beijou carinhosamente cada pedacinho do meu corpo, enquanto sussurrava coisas que me faziam arrepiar. Coisas bobas e simples que eram muito significativas para mim. Como: Eu amo seus olhos. Amo você cabelo. Amo seus lábios. Amo a sua barriga. Amo as suas pernas. Seus braços. Seus seios. Seu rosto. Amo tudo em você. E com isso ele ia beijando e falando baixinho, com voz rouquinha e sensual.

Ele me amava! E eu nem era perfeita. Não tinha um bumbum grande e durinho, pernas grosas e delineadas, seios fartos, barriga definida... Mas ele me amava! Mesmo eu sendo infantil muitas vezes, patética e imatura. Mesmo com as nossas briguinhas, desentendimentos, diferenças e defeitos.

Não tinha como me não me sentir linda, desejada e sortuda, mesmo com todas as luzes acessas, seus olhos me observando, suas mãos me tocando, seus lábios me saboreado e eu ficando cada vez mais exposta.

E excitada. À vontade. E confiante.

Mas antes que fôssemos mais a fundo, eu tinha duas coisas a dizer.

— Você promete pra mim que vai? – pergunto, quando seus olhos encontram os meus. — Eu quero que você me prometa!

— Tudo bem. – ele suspirou, parecendo contrariado. Depois deu aquele sorriso e me deu um rápido selinho. — Eu prometo.

— E antes de continuarmos eu queria saber outra coisa. – solto um risinho, ele também. — Por acaso você tem alguma coisa a ver em estarmos aqui sozinhos essa noite?

O vento noturno adentrava o quarto pelas portas abertas da minha sacada.

— Sim, claro que tenho. – ele riu. — Eu inventei uma desculpazinhas para seus pais dizendo que faria uma surpresa para você. Não entrei em muitos detalhes, mas eles concordaram mesmo assim. E eu fui o responsável por dispensar os empregados. Eles ficaram bem felizes, por sinal.

— Espertinho. – brinquei, passando o dedo de maneira provocante pelo contorno do seu queixo. — Então quer dizer que você já tinha essa noite elaborada em seus planos mais perversos? E como você sabia que eu ia topar fazer... Você sabe o quê.

Rimos juntos mais uma vez.

— Como eu sabia? – ele sorria torto. — O que eu sei é que você jamais resistiu ao meu charme. Então eu pensei: porque não tentar? E também queria que fosse uma noite especial para nós dois. Por isso dei um jeito de sumir com todo mundo. Mas não tinha certeza total de que íamos chegar tão longe. O que eu sabia é que precisávamos ter essa conversa.

Sorri, convencida de que ele estava falando a verdade.

Como poderia não estar?

Puxei-o para um beijo. Para continuarmos o que eu tinha parado.

— Eu amo tanto você. – disse por fim, enquanto ele acariciava meu rosto com doçura. — Mas disso você já sabe.

— É, eu sei. – ele continuou sorrindo, os olhos vidrados em mim. — Mas é sempre bom escutar você dizer de novo... De novo... E de novo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Own, me derreti ao escrever esse capítulo. Mas e vocês, o que acharam?



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Todos Iguais" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.