O retinir de espadas e o grunhido dos lutadores soavam a distância. Lucian caminhava rapidamente em direção ao confronto. Chegando lá, observou que dois grupos se agrediam mutuamente e brutalmente. Quando se aproximou da batalha, olhou para ambos os grupos e então ordenou:

– Parem agora, ou matarei cada um de vocês! – apenas algumas cabeças se deram o trabalho de olhar para ele. Furioso pela falta de obediência, Lucian partiu para cima de ambos os grupos de demônios, degolando cada um deles. Ao terminar o serviço, observou Samael rastejando sobre sua grossa cauda de serpente, indo em direção a ele.

– Meu senhor, o que houve? – perguntou ele.

– Estes demônios estavam brigando devido ao envio daqueles outros demônios ao plano físico. Eles queriam liberdade para poder fazer o mesmo. – prosseguiu Lucian. – Alguma notícia de onde estão os outros enviados de Baal, Samael?

– Ao que parece, meu senhor, Baal mandou que eles não se afastassem um do outro, então provavelmente eles estão próximos aonde vossa majestade encontrou um deles ontem à noite. – concluiu Samael.

– Algo mais?

– Sim, meu senhor. Conseguimos extrair de Baal a informação que vossa majestade pediu. – disse ele, abaixando a cabeça.

– E? Fale logo, Samael. Não tenho todo o tempo do mundo... – ia dizendo Lucian, quando em seu campo de visão avistou alguém correndo, e em seguida alçando vôo. Era Baal, que havia fugido de sua cela.

Lucian não pensou duas vezes e abriu suas asas, alçando vôo e partindo em direção a seu general fugitivo. Assim que o alcançou, sacou sua espada e cortou fora ambas as asas do traidor. Sem elas, Baal não tardou a despencar em direção ao chão. Lucian o seguiu, pousando com força sobre o peito do mesmo.

– Achou mesmo que poderia fugir de mim, Baal? – grunhiu ele – Quantas outras pessoas e quantos outros demônios já não tentaram o mesmo, sem sucesso? Nada passa por mim.

– Exceto minhas tropas na terra! – cuspiu ele. Lucian pisou em seu peito com ainda mais força, sentindo prazer ao perceber que havia quebrado boa parte das costelas do general.

– Traições não são toleradas sob meus domínios, demônio! – trovejou ele, erguendo a espada para um último golpe.

– É tarde demais! Meus demônios já a encontraram, e assim que conseguirem-na para mim, irão me trazer de volta dos mortos e me tornarei invencível, superior até mesmo a você, ó grande e poderoso senhor infernal! – terminou ele, gargalhando.

Cheio de fúria e cólera, Lucian desceu sua espada contra o pescoço de seu general, decapitando-o. Um pouco de sangue espirrou em sua camisa preta.

– Abaddon! – rugiu Lucian.

– Sim, mestre? – disse um jovem logo atrás de Lucian, coberto por uma grande capa de veludo negro.

– De hoje em diante, as legiões de Baal estão sob o seu comando. Se qualquer demônio sair daqui sem que seja sob o meu comando, você terá destinos piores que o de Baal!

– Sim, meu senhor. Não falharei. – disse o jovem.

– Muito bem, prepare-se para sair. Você irá comigo até o plano físico. Caçaremos os demônios traidores, e então descobriremos o que Baal quis dizer com suas palavras. – finalizou Lucian.

– Mestre. – disse o jovem, fazendo uma leve mesura e voltando a desaparecer.

– Samael, cuide de tudo até que eu volte. – disse Lucian para o demônio que estava a se aproximar e então alçou vôo, pensando no que faria a seguir.

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Em um lugar distante dali, Helena despertara.