Aliquam Tempus escrita por gab do gaara


Capítulo 2
1. Wake Up, Hemione


Notas iniciais do capítulo

Não resisti tive de postar mais um rsrsrs até lá em baixo!




EDITADO 15/07/17



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Aliquam Tempus 

REESCRITA 

|Capítulo 1 - Wake Up, Hermione| 

  

Hermione lentamente recuperou a consciência, seu corpo nunca esteve tão pesado e quase imóvel. Se o feitiço não tiver falhado, ela já estava em outro tempo. Em outro corpo. 

Seus braços e pernas doíam como se seus ossos tivessem sido quebrados e voltado ao normal repetidamente, assim como as articulações e músculos pareciam ter sido cortados e colados juntos novamente.  Seus olhos se recusavam a abrir, suas pálpebras estavam pesadas demais. A grifinória decidiu então, tentar identificar onde estava a partir de sons, cheiros e tato. 

Desistindo de tentar se virar no local onde estava deitada, se esforçou a mexer os dedos envolta do que a cobria. Suave, porém, se sentia pesado em seu corpo. Diferente do edredom que ela e Ron usavam. Talvez um cobertor feito exclusivamente para um inferno rigoroso?  

Puxando o ar lentamente para seus pulmões, Hermione sentiu um leve aroma de frutas silvestres e grama. Seja lá onde ela estava, a fazia pensar em um campo aberto. Ou talvez, um jardim. 

Apurando os ouvidos, pode ouvir a correnteza de um rio, o chilrear de pássaros e o solitário som de passos apressados pela casa. Deveria se preocupar com o silêncio que o lugar estranho trazia? 

Cerrando os dentes, Hermione forçou seu corpo a se virar na superfície do colchão. No início seu corpo protestou contra qualquer movimento, mas, aos poucos conseguiu ficar apoiada em seu cotovelo. Sua nuca doía pela posição desconfortável mas, já passara por coisa pior. Respirando trêmula, Hermione jogou as pernas ainda doloridas para fora da cama, estremecendo quando seus pés encontraram o chão gelado. Uma brisa fria passava por debaixo da cama. 

Seu corpo pareceu estar voltando ao normal - muito lentamente, assim como a tontura-, mas estava voltando. Com a pouca coragem que tinha decidiu que já conseguia abrir os olhos. 

Vamos, Granger... 

3... 

2... 

1...  

Abriu os olhos ao final da contagem. Seus olhos não demoraram a se acostumar com a luz, provavelmente era início da manhã, e Hermione não poderia estar mais feliz. Decidiu inspecionar seu corpo primeiro. 

Olhando para baixo, viu mãos pequenas e pálidas. Experimentou mexer os dedos e franziu o cenho levemente, o movimento causou dores em suas articulações. Com um pouco mais de força conseguiu levar sua mão em direção ao rosto. Lentamente, acompanhou os traços de seu rosto e suspirou feliz quando sentiu que seus dentes eram retos, diferente de quando era pequena em seu tempo. 

Subindo a mão para sua cabeça, passou a mão pelo cabelo. Os fios eram escuros como a noite, sedosos e lisos, completamente domados.  

Agradeço a Merlin por pequenos favores, pensou com um sorriso. 

O resto de seu novo corpo, deixaria para explorar quando estivesse em frente a um espelho. Hora de ver onde estava. Erguendo os olhos para o espaço a sua frente... Com certeza, não esperava por isso. 

As paredes do quarto variavam de um azul a um roxo, ambas cores claras. Uma das paredes tinhas as duas cores misturadas em listras verticais. A mesma também tinha uma prateleira de madeira escura anexada a ela, Hermione só podia imaginar os livros que ali estavam e com uma análise mais profunda, pode sentir uma magia desconhecida exalando para fora dos mesmos. Magia das trevas e magia pura? Não... Talvez algo entre os dois... 

Magia cinza...  Seu cérebro sugeriu e ela arregalou os olhos com o pensamento de poder aprender mais sobre isso. Isso queria dizer que era pertencia a uma família de bruxos. Isso pode facilitar as coisas um pouco... 

Mas, por enquanto deveria explorar o restante da casa. Ou melhor, do quarto. Estava muito fraca para sequer se levantar agora. 

Um armário e uma mesa longa estavam postos próximos a porta. A mesa tinha vários pergaminhos colocados de forma organizada em um suporte em baixo da mesma, assim como alguns livros e penas. Duas cadeiras foram colocadas lado a lado em frente à mesa. Um segundo...  

Por que eu precisaria de duas cadeiras? 

Em um canto, próximo da janela pintada de branco e coberta por uma cortina fina e azul, havia um guarda-roupas grande de madeira antiga. Em uma das portas, um grande espelho que mostrava apenas a parede, que estava a sua frente, sem ter realmente alguém para refletir.  Esculpido a mão nas portas, tinha algo escrito em latim. Forçando um pouco mais seus olhos, a frase "Reges non prodiderat" pode ser lida. 

Príncipes nunca traíram? Hermione não poderia estar mais confusa. Qual o significado disso? Merlin, ela estava ficando enjoada de novo.  

Achando melhor deixar de lado por enquanto, Hermione deu uma última olhada pelo quarto. O chão do quarto era coberto por um carpete vinho, a garota achou uma boa estratégia. Usar uma cor escura no chão evitaria que se houvesse alguma sujeira fosse tão óbvio de notar. 

Isso a fez olhar para a cama em que estava, era de casal. E uma coberta enorme, felpuda e azul marinho estava estendida sobre ela. O lençol combinava com a coberta sendo apenas um pouco mais claro. As capas dos travesseiros a intrigaram: o que estava anteriormente deitada era roxo e o outro, azul... 

Seria mesmo possível- 

Seu pensamento foi interrompido assim que seu olhar caiu para o criado-mudo do seu lado da cama. Em cima deste havia: um porta-retratos, um abajur e um livro grosso. Forçando os músculos de seu braço a funcionarem como deveriam, o esticou em direção ao porta-retratos e sua respiração falhou quando viu a fotografia. 

Uma mulher pálida de cabelos longos e negros sorria gentilmente para ela, por algum motivo seu coração apertou em seu peito. Os traços em seu rosto a lembravam dela própria, o que era estranho pois, não se lembrava de alguém parecido com ela. Exceto o nariz, que era ligeiramente mais longo. O vestido leve de cor clara balançava com o vento do campo. 

Com um braço ao redor da cintura da bela mulher, um homem com o cabelo amarrado em um rabo baixo e um terno, exibia um sorriso de canto para a câmera. Sua postura estava relaxada, mostrando o quão confortável estava ali. Algo nele a lembrava de alguém importante para ela e sua antiga vida... 

Passando para a próxima pessoa, Hermione arregalou os olhos. A miniatura de Severus Snape, a olhava com seu característico sorriso de escárnio em seu rosto, mas, seus olhos eram suaves. Uma perfeita mistura do casal. Seu nariz não era tão longo quanto lhe foi dito tantas vezes. Inclusive a lembrava muito dos narizes romanos. Seu cabelo não era tão oleoso quanto em sua época, mas, continuava liso e na altura dos ombros. Uma cópia do terno do homem, cobria seu corpo. 

Ao lado de Severus, Hermione sorriu. Era ela. Com um sorriso largo em seu rosto. Assim como Severus, uma mistura do casal, porém, puxando mais os traços da mulher. Era mais baixa que o garoto, mas nem tanto. Olhando com mais atenção, Hermione pode notar o quão parecidos eles eram. Talvez fossem gêmeos. Na foto, as duas crianças estavam de mãos dadas. 

Parecem tão felizes... 

A porta do quarto abriu e Hermione não pode deixar de suspirar com a visão do "velho morcego das masmorras" entrar pela porta com uma carranca em seu rosto. A careta, no entanto, só o deixava mais fofo na opinião de Hermione. Ele já era realmente pálido nesta idade. 

— Por que está me olhando assim? -a garota quase riu quando ouviu a voz infantil saindo do mini-Snape. Seria estranho conviver com ele assim. Ele se sentou na cadeira e cruzou uma perna por cima da outra e virou seus olhos ônix em direção a ela. 

Vamos, Hermione! Se continuar encarando, ele vai desconfiar de alguma coisa, ele era um espião depois de tudo... 

— Por nada, não seja resmungão -Hermione resistiu a vontade de tapar a boca com um olhar horrorizado em seu rosto. Como ela pode falar desse jeito com ele? Ele era seu professor, um verdadeiro herói e ela falou com ele como se fossem... Como se fossem... 

Como se fosse amigos... Mas, espera... Eles eram irmãos e irmãos são amigos. Sim, eles eram amigos! Mais que isso, eram irmãos. Ela poderia falar com ele como quisesse. Sem pontos retirados, olhares frios ou grunhidos irritados. Nada. 

Ele bufou e revirou os olhou para a resposta. Virando de costas para ela, puxou um pergaminho e uma pena de debaixo da mesa e se colocou a escrever freneticamente. Hermione continuou encarando suas costas, essa situação era tão estranha. Snape tinha morrido para a proteção de Harry. Pela dívida com Dumbledore. Pelo amor que tinha por Lily Evans. 

E agora, ele estava ali. Sentado a alguns metros dela, provavelmente escrevendo novas informações sobre poções ou alguma coisa do gênero. Tão relaxado e livre de problemas. E acima de tudo, vivo. 

A garota nem percebeu quando as lágrimas quentes escorreram por suas bochechas. Ou quando os soluços escaparam de sua boca e Snape se virou rapidamente em sua direção. Um olhar solene passou por seus olhos e ele se levantou, para se sentar ao lado dela na cama. 

— Shh, eu estou aqui... Enquanto estivermos juntos, nada poderá nos machucar... Não deixe que os sonhos te perturbem, Mi... -ele a puxou para um abraço e ela fechou os olhos, devolvendo o mesmo. Severus se encostou na cabeceira da cama e fez ela se deitar em seu peito, tentando deixa-la confortável- Não se preocupe... Quando crescermos irei te proteger com a minha vida... 

Na verdade, eu que irei fazer isso... 

Mas, Hermione não tinha forças para responder em voz alta. Imagens atrás de imagens preencheram sua mente. Sua nova história, preenchendo os espaços de sua biblioteca mental. 


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Notas finais do capítulo

(Obrigada pela leitura, se possível deixe seu review!)