You'd love me escrita por Arisusagi


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Até que consegui escrever rápido dessa vez.
É minha primeira fanfic de KamiAso, queria receber mais comentários :/
Enfim, espero que gostem.



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— Ei, Balder, soube da exposição sobre mitologia?—Ele disse, levando a pequena xícara branca aos lábios. Era uma quinta-feira calma, não havia nenhum cliente na padaria com exceção de Loki.

— Não... Já começou?—Respondeu enquanto ajeitava os bolos expostos na vitrine.

— Começa semana que vem— sorriu, sentindo-se vitorioso. — Sabia que você ia se interessar.

Ele não respondeu, apenas devolveu o sorriso e voltou para a cozinha.

Loki apanhou outro pacotinho de açúcar, o terceiro que colocava em seu café. Ele não era um grande fã da bebida, mas era o produto mais barato naquela padaria. Um sacrifício necessário.

— Já estou terminando por aqui— o loiro colocou um último pedaço de bolo junto aos outros e fechou a portinha de vidro— Quer mais alguma coisa?

— O seu telefone.

Ele o encarou com olhar perplexo, nenhum dos dois se atreveu a dizer algo. Aquilo fora muito bem planejado por Loki, que esperou algumas semanas antes de fazer seu primeiro movimento.

Balder não disse nada, apenas seguiu para os fundos da loja.

— Até mais, Takeru, Loki— ele voltou, saindo da loja com passos apressados.

O ruivo permaneceu sentado, tentando entender o que havia acabado de acontecer. Tinha a vaga sensação de que tudo estava arruinado por sua causa. Sentia-se um idiota por acreditar que aquilo daria certo. Talvez Balder não quisesse se envolver com ele, talvez ele nem gostasse de sua presença. Sentia-se mal apenas por pensar na possibilidade de Balder se incomodar com suas visitas diárias. “Ele é muito educado para dizer que não me quer por perto”

Engoliu o resto do café e seguiu para o caixa, martirizando-se mentalmente. Entregou a comanda para Takeru e tirou a carteira do bolso, contando o dinheiro que tinha.

—Aqui está seu troco. — Disse o funcionário devolvendo-lhe algumas moedas.

Loki guardou-as no bolso, sentindo um forte aperto no peito. Ele realmente queria se aproximar de Balder e tudo estava indo por água abaixo.

—Aliás, o Balder pediu para eu te entregar isso aqui — Takeru falou, estendendo-lhe um pedaço de papel.

Loki ergueu a cabeça, olhando nos olhos dourados do outro.

— O quê...? —Perguntou incrédulo, pegando o bilhete. Havia uma série de números escritos com tinta azul, debaixo do nome “Balder Hringhorni”.

Ficou parado por alguns instantes, relendo o papel inúmeras vezes, só parou ao ouvir uma risada.

—Achou que ele tinha de dado um fora, não é? —Riu Takeru, debruçando-se sobre o balcão. —Não seria o primeiro a ser rejeitado.

Loki riu também, enfiando o papel no bolso do casaco. Estava aliviado, todos os pensamentos negativos desapareceram imediatamente, Balder não o odiava, afinal.

Adicionou o número aos contatos enquanto voltava para casa e mandou uma mensagem assim que chegou ao apartamento.

“Achei que não fosse me dar seu número”

Colocou o celular sobre a mesinha de centro e ligou a televisão. A resposta não chegou tão cedo e Loki adormeceu deitado no sofá.

Acordou algumas horas depois com o despertador avisando que ele devia se arrumar para o trabalho. Um pequeno ícone no topo da tela anunciava a nova mensagem recebida.

“Me desculpe! Eu estava com pressa. É o Loki?”

Eu mesmo. “

“Se importa se eu ficar um tempo sem te responder? Tenho que estudar...”

“Tudo bem, eu tenho que ir para o trabalho.”

Ele releu as mensagens com um sorriso no rosto, Balder era atencioso até mesmo quando se falavam por mensagens.

Loki não era acostumado com esse tipo de gentileza, nem mesmo vinda sua família. Aliás, ele não falava com seus parentes há mais de dois anos, e não pretendia faze-lo tão cedo. Preferia seus amigos, já que recebia mais apoio deles do que de seus familiares.

—E aí, como está indo com o Balder? — Perguntou Dionysus com as mãos nos bolsos. Os dois estavam parados na fila formada na entrada de uma danceteria. Thor não estava presente por motivos pessoais não esclarecidos.

—Sei lá, está tudo normal. — Ele respondeu, dando um passo para frente assim que a fila andou. —Aliás, peguei o número dele e estamos trocando mensagens.

—Devia chamá-lo para sair com a gente, quero conhecer seus pretendentes. —Provocou, dando uma cotovelada no amigo.

—Ele não gosta de festas. — Afirmou, cruzando os braços.

—Bem diferente de você.

Por fim entraram no lugar. Era escuro e abafado, o cheiro de gelo seco fez Loki espirrar. Os dois seguiram para o pequeno bar, passando no meio das pessoas que enchiam a pista de dança.

—Mas então, o que você quer com o Balder? — disse Dionysus próximo ao ouvido de Loki. A frase foi repetida algumas vezes para que ele entendesse.

—Sei lá, nada demais... —Respondeu, recebendo um olhar de estranhamento do outro—... Mas até que eu gostaria de dar uns pegas nele... Se ele quiser, né?

—Esse é o Loki que eu conheço— ele riu, debruçando-se sobre o balcão engordurado onde estavam encostados.

As bebidas foram pedidas uma atrás da outra, Dionysus desapareceu depois de alguns minutos e Loki permaneceu encostado ao balcão, pensando se deveria procurar pelo amigo.

—Oi Loki! — Um rapaz de cabelos castanhos se aproximou, acompanhado de uma moça de cabelos pretos—se lembra de mim?

—Ah, lembro... —Ele mentiu, levando o copo até boca vagarosamente— ...Você tava lá aquela vez, não é?

—Viu? Eu disse que ele ia lembrar de mim! — o rapaz disse a sua acompanhante em tom orgulhoso—então, lembra que eu falei que tinha uma amiga que tocava em uma banda?

—Lembro... —disse, observando a reação deles. Loki não fazia a mínima ideia de quem eram aqueles dois e as bebidas estavam começando a fazer efeito.

—Eu queria te apresentar para ela! —Ele puxou a garota pelos ombros, colocando-a em sua frente. —Amy, esse é o Loki!

—P-prazer—a garota olhou para o chão, claramente constrangida.

—Prazer, Amy—ele a cumprimentou, sentindo-se tão desconfortável quanto ela.

—Eu acho melhor a gente ir... —Ela se virou para o amigo—está ficando tarde...

—Que isso! Não se preocupa! Eu estou com a minha moto, posso te levar para casa. —Ele a segurou novamente, deixando-a de frente para Loki—conversem mais um pouco!

Ele encarou a moça, o clima desconfortável crescia cada vez mais.

Aquela seria uma noite longa.

Loki acordou em seu apartamento algumas horas depois. Lembrava-se, não muito claramente, das tentativas de escapar daquele casal, de ter alguns momentos íntimos com pessoas variadas e da sua volta para casa.

Virou-se no colchão, sentindo um gosto estranho na boca e uma forte dor de cabeça. Enfiou a mão no bolso traseiro da calça jeans e retirou o celular, junto o que parecia ser um monte de papéis.

Duas horas da tarde e três ligações perdidas de Dionysus. Largou o aparelho sobre sua barriga e passou um tempo encarando o teto. Decidiu se levantar após alguns minutos. Sentou-se, pegando os papéis caídos sob o colchão. Eram números de telefones, alguns vinham acompanhados de nomes ou de marcas de batom. Ele resmungou, jogando todo aquele lixo no chão. Levantou-se e saiu do quarto, se acostumando aos poucos com a claridade do dia.

Escovou os dentes e tomou um analgésico. Dionysus estava deitado de qualquer jeito no sofá da sala. Seguiu para a cozinha com a intenção de arrumar algo para comer, mas não encontrou nada.

Ir ao supermercado era sua única opção no momento. Tomou um banho e trocou de roupas antes de sair de casa, deixando um bilhete para Dionysus sobre a mesinha de centro. Ele não iria acordar tão cedo, de qualquer forma.

Caminhou por alguns quarteirões até chegar ao seu destino, sentia um pouco de tontura por causa da fome, não seria bom se ele desmaiasse no meio da rua.

Pegou uma cesta e caminhou no meio das prateleiras, pensando no que deveria comprar, comida congelada parecia ser a melhor opção.

—Loki! —Ele se virou, deparando-se com o rosto que via todas as manhãs naquela padaria.

—Balder!

—Que coincidência—comentou o loiro com um sorriso— fazendo compras?

—É, estou comprando algumas coisinhas— ele disse, pegando um pacote de nuggets.

—Aqui, Balder! —Uma menina de cabelos roxos se aproximou segurando uma bandeja de carne moída.

—Ah, Yui! Esse aqui é o Loki— disse Balder, colocando a bandeja em sua cesta. —Loki, essa é a Yui.

—Olá, Yui.

—Olá! —Ela respondeu, parecia ser uma garota gentil. —O Balder fala muito de você!

—É mesmo? —Perguntou surpreso, nunca imaginou que Balder falasse sobre ele para os amigos.

—Nem tanto... —Ele disse, um pouco sem graça—Eu vou ensinar a Yui a fazer hambúrguer, quer se juntar a nós?

—Eu adoraria! —O convite era tentador, ele estava prestes a aceitá-lo quando se lembrou do outro ruivo que estava dormindo no sofá de sua casa. —Mas não vai dar, estou com um amigo. Fica pra próxima.

—Ah, por falar nisso, o Tsukito está nos esperando. —Balder passou a cesta para outra mão, olhando para o seu relógio de pulso. —Até mais, Loki!

—Até. —ele disse, vendo os dois se afastarem.

Continuou suas compras, pensando sobre a relação entre Yui e Balder. Não pareciam ser namorados, porém não era possível confiar apenas nas aparências. Decidiu perguntar diretamente a ele em outro momento mais apropriado.

Voltou para casa com várias sacolas cheias de comida congelada e macarrão instantâneo. Foi recebido por Dionysus.

—Comprou o que? —Ele perguntou assim que o dono da casa fechou a porta.

—Boa tarde pra você também, Dio. —Suspirou, colocando as sacolas sobre a pia da cozinha.

—Boa tarde. —O outro se aproximou, ajudando-o a guardar as compras. —Tô morrendo de fome.

—Toma, isso é pra você—Loki entregou uma caixa de uvas para o amigo, a única coisa não industrializada que havia comprado.

—Não é comum você me agradar assim, tô até te estranhando.

—Elas estavam na promoção e eu achei que você fosse gostar, já que é sua fruta favorita—disse rispidamente.

—Obrigado—falou Dionysus, comendo uma uva.

—Lava isso antes de comer, você não sabe por onde elas passaram— ralhou Loki, tirando o cacho das mãos do outro e colocando-o debaixo da água da torneira.

—Você está mais alegrinho hoje, me dando bronca e tudo mais. Aconteceu alguma coisa?

—Encontrei com o Balder no supermercado—assumiu, devolvendo as frutas para Dio.

—Ah, então está explicado! —Ele riu. —Acho que alguém está apaixonado.

—Ah, cala a boca. —xingou, abrindo um pacote de lasanha congelada. —Vou fazer isso aqui. Pode ser?

—Tanto faz. — Disse, voltando para a sala.

Loki pôs a bandeja no forno e se encostou a parede, pensando no que Dionysus havia dito.

Não podia negar que o encontro com Balder havia alegrado o seu dia, mas isso significava que ele estava apaixonado? Sentia-se atraído por ele, talvez mais do que se sentia por outras pessoas, mesmo assim, tinha quase certeza de que seria algo passageiro.

Decidiu pensar sobre isso mais tarde e voltou para sala.


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam? Comentários? Críticas? Sugestões?