Combate escrita por Lostanny


Capítulo 3
Parte 3 - Degeneração.


Notas iniciais do capítulo

Ficou meio cortado o final, mas não queria ficar sem postar por muito tempo... Espero que gostem ^^~



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– SEU EGOÍSTA! QUEM TE DISSE PARA MORRER ANTES DO QUE EU TENHO PARA TE DIZER??

Quem estava falando mesmo? Reborn? Que moral ele tinha para dizer isso quando nem escutava os outros??

– Eu vou te curar! Eu não vou te perdoar se você morrer aqui. - Reborn falou sério.

Gokudera sentiu vontade de rir. Ele não queria ser curado. Não queria ser perdoado.

Porque ele queria apenas chamar a atenção de Reborn de uma forma que o outro nunca se esquecesse.

– No fim das contas... A culpa é minha não é...? - Gokudera disse com um tom amargurado enquanto tentava rir, porém acabou por se engasgar com seu próprio sangue.

Querendo ou não ele acabou acordando por aquela voz. Queria pelo menos ter dormido para sempre sem nenhuma dor... Mas devia estar querendo demais...

– Vamos... Você não é de agir dessa forma...! Ryohei traga o kit de primeiros socorros! Ainda dá para fazer alguma coisa... - Reborn falou em tom contrariado.

Por algum motivo, o corpo de Gokudera estava resistindo ao tratamento da chama do sol de Ryohei. No local onde estavam seus machucados havia aparecido chamas vermelhas...

“Degeneração”. Era essa a habilidade da chama da tempestade... Mas como podia ter chegado ao ponto de estar degenerando a si mesmo...?

– Ah, então você sabe como eu ajo...? Então você deve saber o motivo... Que eu fiz isso... - Gokudera falou fracamente sem nada mais a perder.

Havia pessoas ali observando acontecimento, umas horrorizadas, outras espantadas, porém nenhuma movia um músculo apenas à curiosidade os movendo.

Ninguém estava ali para ajudá-lo. Ele era apenas um espetáculo. Um triste cenário de alguém que, aos olhos de todos, estaria apenas de se portando como um “fraco”.

Reborn tinha uma expressão incomum de hesitação.

–... Eu... Não faço ideia... O que você vem pensando...? - Reborn começou desconfortável.

–... Eu posso ser fraco... Porque sou humano... - Gokudera se obrigou a dizer, estava cada vez mais difícil falar.

Reborn deu um olhar duro para os outros presentes, e não foi necessário gastar mais nenhuma palavra para que os espectadores saíssem correndo do lugar.

Provavelmente era querer demais de si ser franco com o outro quando tinha uma plateia ao redor deles.

Mas cada segundo contava. Quando Ryohei tinha dito que não poderia usar seu método para curá-lo, Reborn passou a pressionar o ferimento que o outro tinha na barriga com a mão mesmo enquanto a outra o mantinha junto a si. Piorava a cada segundo, se demorasse muito...

–... Você deve me odiar por fazer uma coisa dessas... É o que imagino... - Gokudera tentou manter uma voz firme, sem muito sucesso.

–... Não. Porque eu você não vai morrer e por que... Eu te amo seu desgraçado. - Reborn falou muito sério encostando a testa na do outro.

A expressão de Gokudera permaneceu inalterada, era mais como se ele nem tivesse ouvido, ou não sentisse nenhuma surpresa por aquilo.

Hayato sorriu torto.

– Se você não me odeia... Eu te odeio por isso. É o suficiente.

“Me deixe em paz”

Isso era porque o problema não era realmente que eles se importassem ou não consigo.

Porque no fundo ele devia saber que, não importasse o quão desmerecedor ele pudesse ser, alguém se importaria sim com ele. Se não fosse Tsuna, havia Bianchi, Shamal...

Mesmo que Reborn também pudesse ser incluído... Mesmo que o outro se importasse com ele tanto quanto ele se importava com Reborn...

Isso só fazia doer mais.

Em uma fuga desses sentimentos, ele mergulhou mais uma vez na escuridão que apenas ele podia ver. Com isso ele chegou naquele lugar. Seus olhos esmeraldinos se arregalaram ao reconhecê-lo: seu lar.

Não o apartamento que estava residindo atualmente, mas sim o castelo a qual passou a sua infância. Não estava deitado, mas sentado em um banquinho. Um piano estava diante de si.

E havia mais alguém ali.

– Hayato.

Aquela era sua mãe. Gokudera ficou minimamente confuso com aquela aparição. A mulher estava tal qual lembrava: o cabelo prateado ondulado caindo solto sobre os ombros, um vestido simples e claro, o sorriso suave... Mais como um anjo do que uma pessoa.

Mas era impossível que ela estivesse ali.

Hayato não acreditava no além e em seus “anjos”. Aquilo só poderia ser um sonho... Provavelmente era.

–... Você não é real. - Gokudera falou com firmeza, seu tom estava mais infantil, denunciando a volta no tempo em seu corpo.

– Eu estava te esperando. - a mulher falou como se não ouvisse - Eu tenho sentido sua falta... Me deixaria abraçá-lo?

–... Como...? Hum... E por quê? - Hayato se obrigou a perguntar.

Estava em dúvida quanto ao que fazer.

–... Eu tenho me sentido sozinha. - a mulher insistiu.

–... Tudo bem então... - Hayato falou ainda hesitante.

Porém... Era óbvio que ele gostaria de abraçá-la mesmo que não fosse real.

Hayato estendeu os braços pequenos à outra. A mãe circundou seus braços sobre ele. O jovem sentiu um sentimento de saudade o atingir, fazendo-o respirar fundo um aroma que não deveria mais existir...

E existia e era estranhamente realista. Não sabia se devia ficar impressionado por isso ou o fato de ainda conseguir se lembrar de algo assim. Isso o fez se segurar nas vestes contrárias com ainda mais força.

A única manifestação da mulher foi um agarre tão intenso quanto o do outro.

Hayato aprovou aquele gesto.

De alguma forma, qualquer coisa que tentava se implantasse em si, desde insegurança a pensamentos negativos, ia embora simplesmente por aquele toque.

– Hayato...

– O que foi...? - Hayato perguntou, com a voz abafada pelo tecido, sem pensar muito.

–... Você me fará companhia de agora em diante não é...?

– É mesmo...?

– Sim... Porque você vai estar morto logo...

Essa indagação fez com que Hayato erguesse sua cabeça.

– Qual o motivo desse rosto assustado, me querido? Você não queria isso...? Não precisa se preocupar... Você já tentou bastante Hayato. Fique comigo até que possa dormir tranquilo...

Ele sentia as chamas vermelhas queimando sua pele em vários pontos. Desfaziam-no. Ele via que o rosto da mulher não estava mais ali, isso se em algum momento estivesse.

Era apenas uma superfície sem pele ou músculo... Um crânio. Era a morte que estava junto dele.

De repente ele sentiu que não queria mais aquilo. Aquele cadáver diante de si, aquele cheiro podre que começava a ser exalado... O frio que se apoderava de seu corpo pouco a pouco... O cenário se tingindo de negro, derretendo tudo que não fosse eles dois... Como se uma mão houvesse passado por cima de uma pintura ainda por secar... Se tornando em um vazio absoluto...

Sentiu medo.

– O... Que está... Havendo...? - Hayato disse sem conseguir evitar.

– É meu Hayato que está fazendo isso... Você está cansado também não é...? De ficar sozinho... Não precisa mais acordar...

– Eu estava sozinho...?

“Se você morrer, você nunca vai saber como é ser amado”

Essas palavras soaram música para seus ouvidos, e diferente do que ele poderia achar em outro momento, ele se sentiu repentinamente tomado pela felicidade.

Mas pelo que seria...? A proposta da morte, a proposta de Reborn...?

“Não durma... Hayato!”

Porque não...?

Gokudera estava sendo abraçado. Mas não era uma ilusão. Aqueles braços também o seguravam com força, mas ainda com cuidado e gentileza... Como se fosse um tesouro que devesse ser protegido.

– Reborn...? Me deixe em paz... - Hayato repetiu o que tinha dito antes, mas sem empregar um tom ofensivo.

– Você não tem me levado a sério... Idiota. - Reborn disse com toda a calma e suavidade que podia colocar em suas palavras, seu agarre continuava forte - Vou fazer questão de lembrar seu cérebro de uma coisa: eu não me apaixonaria por qualquer um. E não daria pouco caso a isso depois que eu me decidisse... Era isso que eu vinha dizer... Que queria que você escutasse!

– Reborn... San... Isso foi muito... Gay, sabe... - Gokudera falou com a voz sonolenta como se estivesse sofrendo dos efeitos de uma canção de ninar.

Se era isso o que ele mais queria ouvir... O seu corpo disse por si mesmo. O brilho vermelho que antes o cobria foi substituído por um amarelo, Ryohei não demorou muito em aparecer carregando uma expressão chorosa em seu rosto.

– Uh... Que declaração mais extrema foi essa!! Quero ouvir igual! - Ryohei declarou enquanto outra figura o acompanhava.

– Tsuna! Chegou agora? - Reborn exclamou com as bochechas um tanto coradas.

– Não. Eu e Ryohei estávamos observando, espero que não fique muito zangado... Eu estava preocupado, mas no fim... Gokudera-kun pode ficar bem... Isso é um alívio...


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Notas finais do capítulo

Acho que estou terminando com o Tsuna de novo não é? Hum. Tá. Minhas aulas começaram e provavelmente vai demorar pra eu atualizar... Quando der vou estar postando é claro -v- Agradeço a quem favoritou e mandou comentários sz ~começando a colocar nome nas partes, pois é...~ Tchau Tchau!



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