Combate escrita por Lostanny


Capítulo 4
Parte 4 - Pedido.


Notas iniciais do capítulo

Ta aí, uma semana depois acho... Espero que gostem do capítulo sz



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Muitas pessoas condenam o medo e a indecisão, Gokudera Hayato também fazia parte desse grupo. Porém foram essas mesmas emoções que o permitiram ter a oportunidade de ouvir o que mais queria nesse mundo e isso foi mais que o suficiente para querer continuar a viver.

Felizmente Reborn inventou uma desculpa para sua condição então ele não precisou aguentar nenhum olhar de pena de nenhum de seus colegas...

Mas nada adiantou com relação à Shamal que conhecia bem demais Hayato então não demorou muito para que descobrisse por conta própria. Então ficou encarregado de visitar Hayato enquanto os outros dois ficaram ocupados com outros assuntos da máfia.

Seu ex-tutor veio lhe visitar enquanto ainda não podia se mover e lhe informara a respeito de tudo: da desculpa aos colegas, aos “avisos” para não dizer ameaças que os frequentadores do restaurante receberam para não espalharem a verdade...

Shamal não sabia da história toda é claro, mas sim que Hayato era o único que poderia ferir a si mesmo daquela forma: com o tempo era notável o quanto mais cuidadoso o jovem havia se tornado desde que se tornara oficialmente o braço direito de Tsunayoshi.

Bem, naquele momento o chefe Vongola havia quase que obrigado ao outro a fazê-lo então não havia como ser o contrário.

O doutor apenas poderia pensar que algo deveria estar seriamente frustrando Hayato, mas não iria indagá-lo a respeito, ah, não... Não cuidava de homens, mas isso não o impedia de direcionar aquele olhar ao incomodado Hayato.

– Dá pra parar? - Gokudera falou com os dentes cerrados para conter sua raiva.

– Com o quê? - Shamal disse fingindo não entender.

– Eu estou bem então para de me olhar assim! - Hayato disse enfim liberando a irritação acumulada.

Agora fora de perigo, Gokudera apenas poderia xingar a si mesmo pelo que estava tentando fazer aquele dia. Toda a visita era a mesma coisa! Hayato não queria contar, Shamal não queria perguntar e ficava apenas o encarando.

No inicio Hayato até tinha tentado se manter quieto já que de certa forma merecia esse tratamento por tê-lo preocupado... Porém tal atitude teve o efeito inverso, pois só fazia Shamal acreditar que ele não estivesse de fato arrependido.

– Bem, é que ainda é difícil para eu acreditar Hayato... Parece que eu ainda vejo a mesma criança que você era há dez anos.

– Obrigado. - Gokudera disse com ironia.

– Isso não foi um elogio.

– Eu sei. - Gokudera soltou o ar com força - Mas eu falei sério quando disse que estava bem, isso não vai acontecer de novo.

– Como você pode garantir que seu “pequeno deslize” não vai acontecer de novo? - Shamal questionou.

– Eu não preciso dar satisfação para você, eu só vou fazer tudo o que eu posso. - Gokudera disse olhando firme para o outro.

Curativos ainda cobriam seu corpo, mas no momento Hayato se ocupava em retirá-los já que tinha recebido o sinal positivo do médico para fazê-lo. Sim. Mesmo com as chamas do sol que Ryohei utilizou ainda foram necessários mais cuidados.

– Se é o que diz... Lembre-se bem de suas palavras. - Shamal disse se levantando de onde estava com a intenção de sair - Mas se isso é por causa de uma garota... Ou ela nunca amou antes ou só está brincando tenha cuidado... A Vongola já tem que providenciar um funeral e não precisa haver outro...

– O que...? Como assim...? - Gokudera questionou em confusão.

Shamal ou estava com pressa para se encontrar com alguma garota ou tinha dito algo que não deveria... Provavelmente as duas coisas.

O que ele queria dizer com aquilo? Ele deveria ficar preocupado? Afinal era normal que pessoas morressem no ramo deles...

Como seu ex-tutor se recusou a ajudá-lo a tirar os curativos - e ido embora - o trabalho havia demorado muito mais tempo para ser concluído. Quando terminou o poente já era visto pela janela.

– Droga... Demorei demais, não deve nem ter mais sombra do sujeito... - Gokudera bufou se jogando na cama em que passou os últimos dias.

Pegou-se imaginando como seria se Reborn lhe fizesse os curativos... Provavelmente seriam tudo menos aqueles estranhos a qual estava mais que habituado a ser tratado. Afinal, o que era que o hitman não era minimamente bom?

Um sorriso que era raro fazer para outros brincou em seus lábios e Hayato riu. Realmente era muito bom saber que estava vivo e que de alguma forma o outro pudesse correspondê-lo... Mas o que Shamal havia lhe dito antes de sair fazia sentido.

Reborn tratava bem as mulheres em geral, mas não saberia dizer como o outro agiria com relação a um relacionamento sério. Ah, realmente era incrível saber que não o conhecia tanto... Levando em conta que ele era uma pessoa extremamente “atualizada” com relação a tudo em que se interessava.

Estava em um quarto no mínimo luxuoso demais para seu gosto, isso o fazia lembrar-se de sua antiga casa e o pesadelo que teve com relação a ela. Depois de quase “ir dessa para melhor” sentia como se tivesse passado mais tempo do que deveria.

Só tinha uma coisa que queria fazer... Pensando nisso Gokudera seguiu para a saída... Seu corpo estava lhe obedecendo por pouco, ainda estava fraco pelo tempo em que ficou imobilizado.

Ao se encontrar no corredor viu que vários funcionários se dirigiam de um lado para o outro para atender seus clientes. Tentou indagar a algum deles a respeito do atual paradeiro de seu ex-tutor, alguém extravagante como Shamal devia ser facilmente identificado por aí, porém o método se mostrou infrutífero.

Não tinha uma direção para o qual pudesse seguir com calma.

Hayato teve que voltar ao quarto com frustração. Sua cabeça tinha apenas ficado tonta pelo movimento intenso.

O que fazer então? Esperar? Mesmo que os anos tivessem passado ele ainda odiava ter de esperar.

Até que sentiu uma presença atrás de si. Ao se virar caiu para trás com o susto que levou.

– Reborn-san? - Gokudera perguntou com voz falha.

– Ei, você está bem? Eu achava que você ainda estivesse dormindo. - Reborn perguntou em um tom firme, mas que esboçava uma nota de preocupação.

Reborn que de alguma forma tinha conseguido subir a janela daquele andar alto - nesse quesito ele se assemelhava a Hibari, ambos não tendo muito bom senso quanto a fazer suas aparições - lhe estendeu a mão e Gokudera a aceitou sem pensar muito.

– Estou... Acordei há um tempo já, o doutor me deixou com aquele Shamal... - Gokudera disse sem conseguir evitar fazer uma careta com a última conversa deles.

– Sei... Eu o vi no caminho. - Reborn disse sem se importar muito.

– É mesmo? Eu preciso perguntar a ele uma coisa... - Gokudera disse com a intenção de se afastar.

Porém Reborn apertou a mão que segurava com mais força e puxou Hayato para si, o abraçando ao fim.

– Aonde pensa que vai Hayato...?

– Mas eu preciso...

Hayato tentou repetir, mas sentir que o outro o enlaçava fazia qualquer pensamento divergente a ele sumir.

– É mesmo importante...? Você pode perguntar depois...

A voz de Reborn era de um tom suave. Hayato sentiu conforto. O outro sussurrava próximo ao seu ouvido fazendo com que se arrepiasse, ainda mais por estar sem camisa.

Hayato só poderia interpretar aquele momento como um presente dos céus. Mais uma vez ele agradeceu por estar vivo, tanto que ele sentiu vontade de chorar.

Como resposta a indagação do outro e ao que estava sentindo, Gokudera retornou o abraço, e o fez como se quisesse mantê-lo consigo para sempre. Reborn riu um pouco para si, como se enfim conseguisse voltar a ler a mente daquela pessoa.

Era muito estranho, mas desde que tinha admitido para si a respeito de seus sentimentos não conseguia mais entender as ações do outro, como se de repente tivesse sido envolto em uma névoa de mistério no mínimo confusa.

Reborn descobriu a face do amado que estava escondida em seu peito. Gokudera se perguntou brevemente o que o outro queria, porém mais uma vez sua mente ficou em branco quando viu que a face de Reborn se aproximava da sua.

Hayato sentiu as bochechas ferverem. Um pânico repentinamente o atingiu e ele quis se soltar.

Ele sabia que não teria volta se permitisse naquele momento. Porque Hayato sabia que não seria o suficiente. Era se render totalmente ou se negar na mesma proporção, pois para Gokudera tudo em sua vida se resumia a extremos, era tudo ou nada. Amava ou odiava.

Se não odiava então...

Mesmo que houvesse uma distância muito curta entre as faces, Reborn esperava. Porque quando se decidia, o tutor empenhava todas as suas forças para que algo obtivesse o melhor resultado possível, esse era o principal motivo de ele chegar onde estava como o melhor hitman do mundo.

Em outras palavras aquele gesto era um teste, já que mesmo em um caso desses o tutor era cuidadoso.

Reborn queria saber se Hayato seria capaz de aceitar a consequência de seus atos... De fazê-lo prometer algo tão sério e se seria capaz de retribuir em uma intensidade compatível ao seu pedido...

Gokudera parou com seus movimentos ao perceber o sentimento naqueles olhos. Seu peito começava a doer pelas batidas rápidas que seu coração fazia ali. Reborn mantinha os braços ao redor de si com a mesma intensidade de antes. Gokudera quase se sentia derreter pelo calor que sentia em todos os sentidos possíveis.

Era parecido com o seu sonho, mas não eram os portões do inferno que a morte convidava a entrar. O cheiro em que se embriagava no momento não era o dos mortos, mas um de café forte. Por isso ele não hesitou quando se lançou em seu amado e o beijou.

A princípio era apenas um selinho, não tinham pressa o que era bom para Gokudera que mal tinha se recuperado de seus ferimentos e não deveria fazer tanto esforço. Hayato passou a abraçar a nuca do outro para se apoiar melhor.

À medida que se sentia mais confortável, Hayato se atrevia a dar mais um passo, mordendo de leve o lábio do outro, que prontamente o atendeu deixando que Gokudera tomasse a iniciativa.

Hayato era desajeitado no que fazia, revelando a falta de experiência no assunto, mas sua vontade para o ato era algo que Reborn não podia deixar de admirar.

Quando sentia que o outro ficava perdido, Reborn o guiava como era de se esperar de sua profissão, mas sem se resumir a meramente isso.

Sentindo falta de ar, os dois se separaram, mais por Hayato. Reborn a esse ponto tinha conduzido os dois a cama onde Hayato acordou.

– Como está se sentindo...? - Reborn perguntou enquanto carinhosamente beijava o pescoço de Gokudera.

–... Tudo bem... - Gokudera disse com a voz falhando pelas carícias que o outro lhe fazia de leve - Reborn-san...

–... O quê...? - Reborn indagou sem interromper seus beijos sobre a pele exposta de Hayato.

– Eu... Te amo desde muito tempo... - Gokudera soltou de seus lábios sem ter controle.

– Eu não sabia... E por isso você ficou assim... Essas cicatrizes que não vão cicatrizar cedo... - Reborn falou.

Era um tom baixo mesmo que houvesse apenas os dois ali. Provavelmente porque Reborn não gostava de expressar muito seus sentimentos já que isso expressava vulnerabilidade... Mesmo assim ele ainda fez mais um esforço para dizer:

– Pode me pedir o que quiser. Pode ser o mais impossível que parecer... Eu vou atender.

– Reborn-san... - Gokudera começou mais se interrompeu por um momento.

Ele até poderia dizer que apenas a companhia dele era o suficiente para deixá-lo feliz, mas aqueles olhos que tinham um tom culposo incomum... Aquilo o fez ficar por um momento sem saber o que fazer.

Gokudera então decidiu arriscar e falou:

–... Se eu te dissesse que eu queria ter um filho seu, o que me diria...? – Gokudera indagou com as bochechas renovadas de vermelho enquanto seus lábios sustentavam um sorriso sem graça, mas verdadeiro.

Hayato se sentia envergonhado, mas estaria mentindo se dissesse que isso não tinha se passado em sua cabeça em algum momento.

... Era cada coisa que se passava na cabeça de Gokudera Hayato hein...

Reborn não conseguiu se conter e riu um pouco, fazendo com que Gokudera sentisse vontade de enterrar a cabeça em algum buraco. Reborn tinha parado com os beijos e apenas ficou deitado ao lado do outro, o analisando por um momento que pareceu uma eternidade a Hayato.

Depois de satisfeito lhe afirmou de bom humor:

– Não precisa se esforçar tanto assim... Podemos adotar o Tsuna!

– O quê? Mas Reborn-san, o Décimo já tem a Nana-san e o Iemitsu-san – Gokudera afirmou sem entender.

– Bem... Você é mais preocupado com o que o Tsuna faz do que a própria Nana, não? O papel cai direitinho - Reborn falou.

– E o Reborn-san seria meu marido? Hum... Não gosto da ideia de ser comparado a uma mulher... - Gokudera confessou fechando um pouco a cara.

Reborn beijou o local em que as sobrancelhas estavam franzidas, fazendo com que Gokudera imediatamente a desfizesse.

– Foi você que se colocou nessa posição... Arque com as consequências - Reborn disse mordendo de leve a orelha do jovem.

– É o que planejo...


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Notas finais do capítulo

Então povo... Esse aqui será o último capítulo. Pensei em uma continuação, mas estava incerta sobre isso então depois de um tempo pensando achei melhor parar *dramática*. Me desculpando por quem esperava um prox cap realmente. Mas espero que tenham gostado em todo o caso por que eu curti k Nos vemos! Abyssus (15/10/14)



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