Combate escrita por Lostanny


Capítulo 2
Parte 2 - Sombra.


Notas iniciais do capítulo

Wiiiiii my niver! É como se eu estivesse me presenteando agora vish k Espero que gostem dessa segunda parte de Combate (mental, imagino) sz



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Muitas coisas Hayato já tinha sentido por aquela pessoa.

Respeitava Reborn há muito tempo. Precisamente desde a época que o outro ainda sofria com a maldição dos Arcobaleno, antes que Verde conseguisse uma forma de trazê-los as suas formas originais.

Também não havia porque pensar o contrário. Não quando soube que era ele o hitman que Timóteo, o nono, mais confiava.

Com o passar do tempo esse respeito se junto a um sentimento de gratidão, pois havia sido por aquela pessoa que ele pôde conhecer a pessoa a quem se procuraria entregar de corpo e alma: o jovem candidato a ser Décimo Vongola Sawada Tsunayoshi.

Fora Reborn quem havia lhe dado seu propósito de viver, de ter a oportunidade de corrigir seu mau hábito de se ferir por negligência.

Mas também foi o próprio (ex) arcobaleno que o fez voltar a se ferir e dessa vez por vontade própria. E tudo tinha começado com uma simples mania...

Isso era devido à inveja que passou a nutrir pelo outro: Era o Sol que seu Décimo ia buscar em dificuldade, e não ele... E o pior era que entendia tão bem o motivo... Reborn podia ter seu caráter duro, porém era bastante confiável. Ele conseguia passar uma confiança tão sólida ao Céu como Hayato nunca poderia fazer.

“Não teria pessoa mais indicada para ficar ao lado do Décimo.”

Um vazio gradualmente aumentava em si. Isso sempre existiu em si, desde que descobriu a respeito de sua verdadeira identidade, quando sentiu pela primeira vez o gosto amargo da traição - de sua própria família que escondeu de si a respeito de sua mãe pianista - e sentiu que não poderia mais confiar em ninguém, e ninguém lhe dando razões para pensar o contrário.

Isso até conhecer o “Décimo”, porém até essa experiência começou a parecer infrutífera para ele: Deu duro. Sempre muito rígido consigo mesmo... Queria pelo menos chegar ao máximo do que pudesse seguir. Mas nem isso pareceu ser o suficiente para si.

O que era para ser uma felicidade - por ter encontrado seu espaço na terra - se mostrou incompleto, gerando frustração e mais frustração... E ele seguindo... Um pensamento passou a se tornar recorrente para Hayato:

“Não sou bom o suficiente. Não importa o quanto me esforce eu não consigo alcançá-lo...!”

Se podia se sentir feliz com alguma coisa nessa situação a qual se enfiara era que Reborn não poderia ter tido um julgamento mais errôneo quanto a si! Aquele olhar que direcionava ao seu Décimo não era de um sentimento luxurioso, mas tão destrutivo quanto...

Pensamentos pessimistas e amargos se revoltavam em seu cérebro fazendo o verde de seus olhos se tornarem de intensos a distorcidos.

A imagem de Sawada Tsunayoshi era algo que associava imediatamente a ideia de respeito. Eram raras as vezes que se permitia enxergar seu chefe com pensamentos “pecaminosos” - bem, há um bom tempo tinha assumido para si sua orientação já que estava na cara que não tinha interesse em mulheres.

Porém não podia dizer o mesmo quanto a Reborn. É. Mais um sentimento se abrigava dentro de si com relação aquela pessoa, mas era difícil que algo diferente se sucedesse quando se fazia observar o outro na menor oportunidade que aparecesse, pois o tinha como sua “meta”.

É. Pelo menos nesse quesito ele podia encontrar uma semelhança com sua irmã Bianchi.

Esse sentimento se intensificou ainda mais quando o outro tinha aparecido diante de todos os guardiões e se apresentou pela primeira vez em sua “forma adulta”. Lembrava-se bem de como teve que se segurar para que não fizesse nenhuma cara de idiota - a maioria ficou assim, mas esse é um detalhe que poderia ser ignorado.

Mas só foram seus problemas internos se remexerem dentro de si, com relação ao mesmo rapaz diante de si, Hayato teve vontade de soltar um sorriso. Um amargo provavelmente.

Se já era preocupante seu comportamento devoto no passado, isso apenas havia se multiplicado, assim como as cicatrizes que esse comportamento desencadeava. Sua mania já dava maus sinais de ter se tornado uma doença...

Sentia uma vontade louca de se arranhar no mais leve sinal do “vazio”, que era uma sensação que se implantava em si quando se encontrava sem perspectiva de algo. Isso não seria um problema se não persistisse até machucá-lo.

Era diferente de quando era mais novo quando era seu modo de treinar negligente resultava em ferimentos: Essa mania era como uma espécie de válvula de escape para seu estresse mental. Não era a primeira vez que ele arranhava uma parte do corpo até que ela sangrasse.

A marca na bochecha era um alerta: antes não passavam de momentos espaçados entre si onde discretamente arranhava com as unhas a região do peito, barriga, pés, ombros - lugares estratégicos para que ninguém descobrisse.

Reborn provavelmente nunca havia cometido tantos erros em sua vida desde que se tornou um hitman, o que mostrava que no fundo havia coisas que até ele não sabia. Gokudera deu graças a isso: se o outro descobrisse que o motivo que estava se ferindo era em parte por causa dele não saberia o que esperar...

Quando Reborn o chamou para que seguissem em suas missões vários sentimentos se debateram dentro de si como numa guerra: alegria contra tristeza, expectativa contra pânico, sentiu-se como em um sonho contra o sentimento de que estivesse em um pesadelo.

“Ah, não.” Essa exclamação havia se destacado entre muitas outras em seu cérebro. Isso ao ver o olhar que o outro lhe lançava enquanto perguntava se queria acompanhá-lo. Reborn provavelmente tinha descoberto o seu segredo!

Se era isso ou não... O trabalho era corrido e eles mal se falavam além do necessário já que o outro não era tão próximo consigo quanto era com Yamamoto.

Gokudera tinha se sentido triste por isso, ainda mais quando Reborn adotou uma postura mais defensiva do que normalmente nos últimos tempos. Provavelmente a resposta era... “Não”. Mas então porque ele tinha mencionado “romântico” quanto ao jantar em que iriam como se fosse um encontro?

Poderia ter se passado apenas pouco tempo, mas era o suficiente para muitas teorias começarem a se formar naquela cabeça perturbada e formular as piores possíveis para serem apresentadas.

Poderia ser qualquer coisa que Reborn quereria dizer com aquilo, e o jeito previsível do tutor não ajudava. Poderia ser tudo menos o que ele mais queria ouvir!

Hayato se sentia estranho. Uma ânsia horrível de vomitar subia até sua garganta. O turbilhão de emoções dentro de si que há muito tempo se acumulava até chegar ali estava ficando além dos limites que pudesse suportar, mas ainda assim tentou se segurar.

Não queria se machucar mais. Sabia que estava ficando perigosa aquela vontade que sentia de se ferir.

Uma vontade terrível de coçar o ferimento anterior até piorá-lo pipocava em seu cérebro e lutava muito contra isso. O problema era que estava perdendo.

Não conseguiu segurar. Reborn estava distraído pedindo o jantar ao garçom, que Hayato não se preocupava em gravar em seu cérebro a aparência, pois tinha necessidades mais urgentes.

Desde que esse ser mantivesse Reborn distraído para que aqueles olhos não o capturassem mais...

– Reborn-san. Eu preciso ir ao banheiro. - Gokudera disse tentando ao máximo manter a voz estável.

– Claro, mas não demore. - Reborn falou com o tom imperativo de sempre.

Gokudera assentiu e se levantou com algum esforço - felizmente Reborn não percebeu a movimentação estranha que fazia, estava bem concentrado em dar ordens ao garçom para isso.

“Será que dá para chegar lá?” Gokudera se perguntou até perceber que não tinha ideia de onde estava o banheiro. Para completar o quadro sua cabeça começou a girar - além da sensação de peso que fazia sua cabeça doer.

A visão começava a ficar turva pelo seu desejo de se mutilar. De repente os talheres de prata da mesa vizinha lhe pareceram convidativos.

“Droga! Não posso dar um “show” nesse tipo de lugar.” Gokudera conseguiu identificar esse pensamento em meio a sua revolta interna. Por sorte o garçom tinha ouvido a conversa - se é que podia se chamar assim -, chamou-lhe a atenção e apontou a direção que devia seguir.

“Deveria dar um abraço nesse cara depois, não importa se vi ficar estranho”

Um pensamento inofensivo enquanto Hayato seguia apressadamente pelas outras pessoas do ambiente enquanto sentia seu corpo todo formigar. Hesitou um pouco, mas no fim não conseguiu impedir sua mão livre de recomeçar a arranhar o machucado que fizera desde a tarde, tirando o curativo colocado pelo outro.

Uma leve onda de alívio o invadiu quando soube que tinha chegado aonde queria, mas tão rapidamente quanto veio ela cessou.

Entrou em desespero ao ver que banheiro masculino estava passando por reformas no momento. Problema de quem se importasse com algo tão pequeno como aquilo! Comparado ao seu...

Seguiu-se para o banheiro feminino, mesmo com a desaprovação geral feminina. Acabou tendo de gritar para que as mulheres pudessem deixá-lo em paz consigo. Mas logo depois percebeu seu erro. Com isso Reborn não demoraria em saber que algo estava errado.

No máximo alguns minutos para que tivesse a chance de se “aliviar”. Sem pensar muito levou a mão livre até o bolso onde uma tesoura pequena, mas afiada, estava guardada. Manteve consigo tal objeto desde antes de saírem de seu apartamento.

A princípio era com a intenção de não se esquecer de cortar as unhas que estavam crescidas o suficiente para ferir seu rosto - isso quando voltasse... Ridículo. Algo que iria ajudá-lo apenas ajudaria a aumentar sua ansiedade.

Levantou a manga de sua camisa social até o cotovelo, parou um momento de arranhar o seu rosto para executar tal ação.

Uma pressão com a ponta de tal objeto foi feita em seu antebraço. Uma pequena perfuração se fez presente, não profunda o suficiente para que pudesse ver o sangue escorrer. Em seguida ele abriu as lâminas e cortou alguma coisa começando a sair dali uma corrente contínua de um líquido vermelho escuro.

Com um sorriso insano começando a se esboçar em sua face, perfurou-se mais uma vez, dessa vez quase próxima ao ombro e o sangue era mais brilhante e mais rápido... Ele volta a anterior, e afunda a ponta da faca um pouco mais ali e sente alguma coisa que não conseguia identificar no momento. Se era dor ou não... Ele já não sabia mais.

Diferente de outras ocasiões aquilo não parecia tão ruim.

Caiu de joelhos. Uma risada começou a sair de sua garganta como em um sopro de vida. Mas que ironia! Ele perdia sangue e se sentia com o pé em outro mundo!

Seus olhos estavam marejados como se quisesse chorar, mas era como se algo o impedisse de fazê-lo.

Sua mente tentava avisá-lo que aquilo era um mau sinal, de que nunca havia chegado tão longe... Mas essa mensagem era bloqueada: Muitas outras faziam questão de lembrá-lo que era apenas um imprestável que só causava problemas a todos. Que não merecia alguém como Tsuna como chefe ou mesmo Reborn como seu...

“Ei, Hayato! O que está acontecendo?”

Teria passado muito tempo ou o tutor teria desconfiado mais cedo do que previa?

Se o som de seu chamado estava alto ou não na realidade não importava, a voz era tão distante para Hayato como as batidas que o outro dava na porta da cabine que usava.

Pareciam estar em mundos completamente diferentes... Sol e Tempestade, atributos incompatíveis entre si...

Soltando mais um de seus risos diferentes do usual, Gokudera passou o objeto cortante e perfurante a partir de seu quadril, subindo progressivamente pelo corpo com uma força de quem quer abrir alguma coisa, com isso fez caretas pela dor agonizante que sentia igual ou menos que de sua mente.

Só parou ao ouvir mais daqueles “sons distantes” e “algo” tê-lo segurado a força. Não entendeu nada do que o outro disse, porém sentiu a consciência voltar por um tempo ao reconhecer a silhueta em meio sua visão ainda turva.

– Reborn-san...? Ah... É mesmo... Você tinha algo a me dizer...?

O outro o respondeu gritando, mas Gokudera não conseguiu ouvir direito. Só podia ser. Ele tinha ouvido errado não era? Por um instante pensava ter ouvido que Reborn o amava também...

Foi em choque que Tsunayoshi recebeu a ligação de seu tutor, fazendo com quem estava próximo ao Décimo Vongola se arrepiasse já que não era mais tão frequente quanto antes ver o Sawada perder sua postura e levar a mão aos cabelos, puxando-os de leve.

– O que houve Tsuna? - Dino perguntou e Yamamoto também parecia fazer tal pergunta com o olhar.

– É o Gokudera-kun... Yamamoto chame o Onii-san e diga que é urgente. - Tsunayoshi falou com o tom repentinamente sério.

Yamamoto não pensou duas vezes ao sair da sala de seu chefe atrás de seu colega.

– Foi tão grave assim? - Dino indagou preocupado.

– Aconteceu o que eu temia Dino-san. Eu pensava que se deixasse o Gokudera-kun aos cuidados de Reborn ia resolver alguma coisa... Mas parece que foi tarde... Tarde demais...


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Notas finais do capítulo

Agradeço de coração a quem comentou e quem está acompanhando de fininho também k E não, esse não é o fim ainda! Pois é, esquece. Quando terminar mesmo vou estar dizendo nas notas! Minha intuição pode se apresentar furada as vezes... Provavelmente só as vezes ~33~ Até sz



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