Winterspell (Magia do Inverno) escrita por ArtGirlLullaby


Capítulo 4
Capítulo 4: Água e Chuva


Notas iniciais do capítulo

Muito bem! Como pedido de desculpas por ter postado fora da ordem, tá aqui um novo capítulo!



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Natsu comia feito louco no bar. Não havia comido nada naquela manhã por estar distraído com Mizuki. Pelo o canto dos olhos, viu ela sentada numa mesa perto conversando com a maga da água. Ele havia dito e pensado que se dariam bem, e realmente aconteceu. Mais isso era igual somar dois mais dois. Ambas eram magas da água (embora a magia de Mizuki fosse mais forte e variada que a de Juvia) então teriam o que conversar por um bom tempo. Colocar as últimas magias em dia...

Foi quando começou a pensar na magia da amiga ele lembrou de algo importante e como ela corria um semi-constante perigo. Poucos sabiam da existência dela, mas o fato era que os que sabiam, com certeza pensariam em utilizar da sua magia e nem todos seria um bom sinal.

Tentou afastar esses pensamentos. Por hora só importava encher seu estômago e que sua amiga estava por perto novamente.

– Ei! Natsu!

Ele olhou para o lado e viu Lucy vindo com um papel em mãos.

– Vamos fazer essa missão! É simples e preciso de dinheiro pra o aluguel! - fez choramingando.

Ela colocou o folheto quase na sua cara. Ele não estava pronto para encarar ficar com ela a sós (porque o Happy não contaria como muita ajuda nessa situação), e também não queria fazer uma missão entediante... Mas o que fez o ciúme e inveja arder dentro dele foi reparar a mão em que Lucy segurava o cartaz... A mão com aquela aliança.

Ele rolou os olhos e grunhiu como se estivesse enjoado.

– Não quero.

– Ah, qual é Natsu! Eu preciso!

– Então vai pedir ajuda pro seu namorado.

Lucy achou estranho o comportamento dele e ainda mais trazendo Gray sem motivo para aquela conversa. Foi então que caiu a ficha. Natsu estava com ciúmes. Tudo porque agora eram oficialmente namorados? Era besteira. Ele achava que ela largaria ele e o deixaria de lado para ficar com Gray? Ela nunca largaria um amigo assim por uma razão ridícula assim. Ela podia muito bem namorar Gray e ser amiga dele ainda.

– Natsu está com ciúmes do Gray? - Ao ver ele ficar tenso ela teve sua resposta.

– Não...

– Qual é Natsu! Não minta! Isso é besteira sabia? Mesmo que Gray e eu sejamos namorados, não será por isso que deixará de ser meu amigo. Independente do que aconteça, você sempre será meu melhor amigo!

Aquela frase, embora ela estivesse sendo dita numa tentativa de consolar e incentivar o amigo, foi uma facada no peito do Dragon Slayer. Ele ficou quieto por um tempo tentando controlar a terrível dor que sentiu na hora.

Para Dragon Slayer, as emoções estão diretamente ligadas ao seu potencial poder. Por isso, quando Natsu via um amigo machucado ou algo ruim acontecendo ele conseguia aumentar seu poder e força pra vencer. Com um Companheiro, isso era de uma forma tão elevada que não havia sequer uma explicação que fosse compreensível a alguém que não sentisse o mesmo. O que se podia dizer é que neste momento a dor dentro dele foi tão forte, que se não fosse a presença de Mizuki ali por perto que amenizava e acalmava, todos teriam visto um Salamander gritando desesperadamente de dor por um momento.

Diante do silêncio do amigo, Lucy se preocupou e iria se aproximar dele.

– Ei, Natsu, você está bem?

– NAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAATSU~!

Antes que alguém percebesse, Mizuki voava no pescoço de Natsu e apertava com força.

– Você tinha razão! A juvia e eu nos damos muito bem! Somos irmãs elementais! Isso significa que você ganhou uma irmã!

– Desde quando?! - Disse ele tentando respirar.

– Ué! Sou quase uma irmã pra você, uma irmão muito boa devo dizer, além de Igneel e Aqua terem nos criado praticamente juntos, ainda tem nossos elementos que se contrapõem, então somos irmãos elementais! Por isso, a Juvia também é!

– Juvia não sabe nada sobre isso... - Disse ela sem graça se aproximando.

– Ele não tá respirando... - Disse Lucy.

Mizuki fitou Natsu e ao ver que ele estava roxo ela o soltou e sorriu, dessa vez passando o braço direito pelo pescoço da Juvia, mas ainda virada pra ele.

– Eu e Juvia seriamos praticamente gêmeas e você nosso irmão.

– Acho que é mais para primo, não? - Disse massageando o pescoço.

– Pff, besteira! Até porque, se fosse essa "classificação", por elemento e proximidade eu seria quase obrigada a casar com você.

Antes que algo mais pudesse ser dito ou explicado, as pessoas que estavam ali por perto bebendo engasgaram ou cuspiram as bebidas e as que estavam sem nada, ou engasgaram com o ar ou pararam de respirar deixando o queixo caído.

Mizuki deu de ombros essa reação e continuou a falar.

– Enfim, Juvia e eu iremos as compras. E você vem junto!

– Eh?! Por que eu?!

– Porque alguém queimou minhas roupas noite passada!

Novamente, o som de pessoas engasgando foi ouvido. Muitos tiram os rostos corados e alguns até sangramentos nasais.

– Eu tava tentando ajudar! Não é culpa minha que você estava muito perto do fogo.

– PERA! - Gritou Mira com as bochechas tão rosadas que parecia que havia se maquiado - 1) Isso não é coisa para se discutir aqui e nem assim! 2) COMO VOCÊS AVANÇARAM TÃO RÁPIDO?! 3) COMO ASSIM DEVERIAM SE CASAR?!

Tanto Natsu como Mizuki ficaram olhando Mira e se perguntando porque daquela reação e de toda essa gritaria.

– sh... Calma, Mira.

– Eu não entendi o motivo de tanto alvoroço... Mas vou responder. 1) Não entendi. 2) Não entendi porcaria nenhuma e 3) é uma coisa haver com magia elemental e Dragon Slayers. Mais para uma lenda. Diz que se você encontra uma pessoa que tenha a mesma propriedade mágica que você, que seja próxima ou oposta, e você sedá bem com essa pessoa, você deve ficar com ela. No sentido de casar. Como eu e Natsu somos Dragon Slayers, essa regra até que funciona e muito bem, devo dizer. Dragon Slayer costumam fazer Par com uma pessoa que tenha uma magia relacionada com a sua de algum modo, e como Natsu e eu nos damos bem, nossos pais também e toda essa coisa, seria quase uma obrigação sermos Companheiros.

– Não obrigado. Minha Parceira está muito bem escolhida.

– Digo o mesmo. Não quero você queimando minhas roupas quando vai tentar seca-las.

– Você que disse para eu seca-las!

– Eu disse para você secar, não fazer uma fogueira com elas!

Enquanto os dois discutiam, o resto da guilda bateu com a palma na cara, nas mesas, alguns se levantaram e foram embora.

Será que todos os Dragon Slayers seriam ingênuos daquele jeito?!

– Que seja, você disse que daria um jeito. Você vai me pagar roupas novas!

– Argh... Eu te dou o dinheiro.

– Não mesmo! Você prometeu que iria me guiar por Magnólia até que eu me acostumasse com aqui, lembra?!

– Mas Juvia vai estar com você!

– Mas você prometeu! - Ela insistiu como uma criança mimada.

– Eu sei, mas...

Natsu parecia não saber o que fazer. Ele não queria deixar a Lucy fazer a missão sozinha. Ela poderia se machucar, mas também não podia quebrar uma promessa feita à Mizuki... Como poderia colocar os dois sem deixar nenhuma de lado?

Vendo como Natsu estava dividido, Lucy decidiu ceder seu parceiro. Afinal, Mizuki e ele haviam acabado de se encontrar e ao que parecia, Natsu gostava dela. Então, porque não dar um empurrãozinho?

– Tudo bem, Natsu. - Ele a fitou incerto - Eu vou pedir para a Levy ir comigo. É uma missão simples e com livros, faz um tempão que não faço missões com ela, então tudo bem.

– Tem certeza?

– Claro! E você está devendo Mizuki as roupas e o tempo perdido.

– Sério?! Lucy, você é a melhor! - Disse Mizuki indo quebrar suas costelas num forte abraço.

Lucy sentiu algo estranho, ela e Natsu eram tão parecidos que até mesmo a frase que ele sempre lhe dizia era igual e o gesto... Mas porque ouvi-la de Mizuki não parecia certo?

A garota lhe soltou e sorriu.

– Vamos marcar um dia de só irmos as garotas! Vai ser divertido! - Sorriu.

– Sim - Sorriu também.

O sorriso. Até o sorriso era parecido.

– Vamos, Nat-nii!

– Que apelido é esse agora.

– Ela chama Juvia de Ju-nee - Disse Juvia explicando.

– Eu dou o apelido que eu quiser em quem eu quiser e vocês vão ter que lidar com isso.

Natsu quase pediu para que Lucy o salvasse, mas ao lembrar da tediosa missão que ela escolheu e a situação em que ficaria, desistiu.

Mizuki foi o puxando pelo cachecol enquanto andava de braços entrelaçados com Juvia, que ainda não parecia ter se acostumado com o jeito de Mizuki.

Uma vez distantes o bastante da Guilda, Mizuki largou Natsu e deu um leve tapinha nas costas.

– Tá me devendo mais essa.

Outra coisa que a magia dela ajudava e muito: Disfarçar, misturar. Mizuki era uma ótima atriz.

– Isso vai fazer com que você pague as roupas da Juvia.

– Mizuki-san! Não precisa!

– Ele tá apenas pagando a dívida dele.

Natsu apenas suspirou. Ele estava ferrado.

.

.

.

Alguém poderia lembra-lo porque ele não foi na missão com a Lucy?

Ficar andando de um lado pro outro por toda Magnolia atrás de roupas, sapatos e etcs não era algo que Natsu estava gostando de fazer. Enquanto esperava que as garotas saíssem para que ele visse outro conjunto de roupas, conversavam a distância.

– Mizuki, agora fiquei um pouco mais curiosa... - Dizia Juvia.

– Diga - Respondeu.

– Se você e Natsu são contrapostos, não deveriam sentir algum tipo de ligação? Quero dizer, Natsu confessou para alguns da Guilda que sua Parceira era Lucy-san.

– Juvia, a ligação entre os elementos pode se dar de maneiras diferentes - Respondeu Natsu.

– Como assim?

– A ligação que eu e Natsu temos é por Irmandade mesmo. É uma ligação forte, mas mais fraca que é de um Parceiro - Disse Mizuki.

– Além do que, se Mizuki fosse minha Parceira, teria despertado isso quando éramos crianças.

– Vocês identificam o Parceiro tão cedo?

– Identificamos ao primeiro contato - Disse Mizuki.

– Eu identifiquei Lucy um pouco mais devagar. Sempre tive um pouco de medo disso...

– Há! Todo homem tem! - Riu Mizuki.

– Nunca forcei nada com medo do que poderia dar...

Natsu estava começando a ficar triste ao lembrar dela. Saber que ela amava outro do modo como ele desejava ser amado por ela, não era fácil. Uma pedra de gelo foi taca na sua cabeça.

– Não tirei você de uma fria pra ficar depressivo, aqui. Entendu? - Disse Mizuki.

– Tá, tá... Dá pra irmos logo? Quero ir pra casa.

– Calma, estamos dando uma repaginada na Juvia e procurando nossas roupas pras aventuras, esqueceu?

Foi depois da terceira ou quarta loja que Juvia inundou ao lembrar de Gray que foi decido isso. Iriam dar a Juvia um novo visual que valorizasse e aumentasse sua auto-estima, assim ajudando a superar sua decepção amorosa.

– Ei, Mizuki-San.

– Já disse que pode me chamar de Mizu!

– Juvia vai se acostumar!

– Primeira pessoa, Juvia! - Lembrou Natsu.

– Ok... - Disse irritada por ter deslizado de novo.

– Você disse que magos tendem a se relacionar com alguém que tenha uma magia parecida, certo?

– Sim.

– Isso inclui os "não-dragon-slayers"?

– Se você está perguntando isso por conta da sua paixão profunda pelo Gray, sim. A conexão entre Água e Gelo é direta. Assim como Chuva e Água também são. A conexão de Natsu e Lucy tem é semi-direta.

– Lucy se encaixa nisso?

– Sim - explicava Mizuki - Estrelas são uma espécie de sol distante que a luz viaja através de anos até chegar aqui. Algumas já estão até mortas quando chegam. Esse "sol" é na verdade a magia pura de cada ser Estelar.

– Achei que eles fossem imortais - Comentou Natsu agora interessado no assunto.

– Semi-Imortais. Eles deixam de ser no momento em que acham seu correspondente e têm um filho, então a tarefa fica para ele até que faça o mesmo e o Pai passa a viver como um ser vivo mortal.

– Isso parece triste - Comentou Juvia.

– Não é. Seres Estelares serão permanentemente fiéis aos seus donos, por isso mesmo que quando isso ocorre, normalmente é com o dono de sua chave.

– Existe a possibilidade de Loke ter passado por isso com Lucy?

– Quem é Loke?- Indagou Mizuki.

– Um membro da guilda que descobrimos ser um Ser Estelar. Ele declarou amor pela Lucy diversas vezes.

– Hum... Não acho que seja o caso. Quando um Ser Estelar encontra seu contraposto, Ele vira o que chamam de "Estrela Cadente", que é um Ser Estelar forte e que pode viver no mundo sem usar a Magia, Isso é, até que haja um herdeiro e ele passe a função para seu filho quando chegar a idade certa.

– E se não acontecer.

– É o que ocorre quando a Estrela morre... - Disse Cabisbaixa.

– Isso funciona para o Zodíaco também? - Indagou Natsu.

– Não, no caso do Zodíaco, se acontecer de não haver um Filho, ele pode escolher um Herdeiro qualquer.

– Mizu-san...

– Diga.

– Como sabe tudo isso? - Indagou Juvia.

– Não posso te dizer a verdade absoluta, porque se não isso te mataria.

Juvia se assustou com a fala da amiga, mas Natsu manteve-se indiferente por ter noção daquilo já.

– O que posso te dizer é que o conhecimento é como a água. Limpo, transparente e claro. Uma vez contaminado, perde-se muitos litros... Quando você descobre as coisas desse mundo, você pode saber mais e ter muitos amigos... Mas não se consegue isso sem ter inimigos.

– Você tem inimigos Mizu-san?

– Eu sei demais, Juvia. Isso não é bom para algumas pessoas.

Antes que Juvia pudesse continuar, Mizuki saiu do trocador e depois a apressou pois ainda tinham que ir no cabeleireiro. Quando Juvia saiu, ambas ficam de frente com Natsu.

– O que achou das roupas? - Disse Mizuki rodando.

– Olha, você tá parecendo uma personagem do RWBY, mas ficou legal!

– Olha a Juvia! - Disse Mizuki a fazendo girar sem graça.

– Mizu-san!

– A Juvia ficou muito legal também, mas acho que esse chapéu é um problema...

– Mas Juvia gosta dele.

– Primeira pessoa, Ju. E você pode colocar só a borboleta, que tal?

Juvia pensou por um momento, e depois cedeu achando melhor. Compraram as roupas e Mizuki pediu para que Natsu levasse as compras enquanto iam ao cabeleireiro. Ele deu graças a Deus e elas foram...

Ele se arrependeu assim que viu o volume das compras.

Porque ele tinha que ter duas "irmãs" tão problemáticas?

.

.

.

– Mizu...

– Fala Ju.

– Não sei se isso vai dar certo.

– Ju, você tá linda, gata e muito fashion. Vai conseguir alguém rapidinho!

– Mas Juvia... Digo, eu não tenho certeza se é isso que eu quero.

– Juvia - Disse Mizuki colocando a mão em seus ombros e posicionando sua cabeça ao lado do dela no reflexo do espelho - Existem outros caras no mundo. Existe alguém melhor para você e que vai te dar o que o Gray não pode.

– Mas eu não posso dar.

– Você nunca vai saber se não tentar.

– E se ele for realmente o Gray?

– Então você precisa superar isso. E para começar, ame a si mesma, depois procure o amor dos outros.

Juvia sorriu. Ela havia gostado do novo visual que ganhou.

– Vou tentar!

– É assim que se fala, Gêmea!

Juvia riu. Pois realmente se sentia como se Mizuki fosse uma irmã perdida ou algo do tipo. Elas eram unidas pela magia, por seu elemento.

E ninguém consegue quebrar a ligação com a Água.

Muito menos com a Chuva.


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Notas finais do capítulo

Muito bem, por enquanto é só introdução a situação da história.
Espero que estejam se acostumando com Mizuki no meio da Muvuca, em breve vai ter algumas situação e talvez mais personagens, mas primeiro preciso que se acostumem com a que coloquei. O que acham? muito forçado? muito clichê? Preciso saber ;-;



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