Pouco tempo depois, o meu dormitório parecia uma derradeira sala de aula… Estou falando sério! Eles mandaram minhas coisas para um canto e juntaram as mesas em círculo no meio! E o Drew ainda teve a feliz ideia de me vestir um cosplay de professora!

– Oh, Dawn, você fica uma gracinha nesse cosplay! – Drew corava de emoção ao me ver daquele jeito.

– Drew, vá se ferrar, isto é muito apertado! – Queixava-me ao tentar ajeitar o decote que me apertava.

– Tão perfeita… - Drew babava-se ao olhar para meus seios que ficavam apertados.

– Ei, podemos começar? Eu não concordei vir com vocês só porque sim! – Kenny queixava-se sentado com o caderno aberto na sua frente.

– Ah, você devia ser menos certinho, Kenny. – Gary queixava-se se sentando do lado dele.

– Hum, não vou andar por ai olhando para os seios das garotas! Não é isso que me vai fazer passar o ano com as melhores notas! – Kenny exibia o seu orgulho.

– Ah, Kenny, seu mimado! Desde que eramos criancinhas que você era assim! – Barry lembrou o colega se sentando do meu lado.

– E desde criancinhas que você é um burro orgulhoso que não faz nada se não se exibir! – Kenny retorquiu.

– Ok, garotos, vamos parar a discussão, ok? Temos de estudar. – Eu pedi preocupada com o que aconteceria.

– Dawn tem razão, vamos ajeitar-nos. – Gary voltou a pôr a ordem na sala.

Depois, todos se sentaram. Gary, Drew, Kenny, Barry e Ash estavam presentes, os únicos garotos que frequentavam aquele curso. Sentei-me também, mas quando ia dar início à explicação, um ser abriu a porta do meu quarto.

– Posso entrar? – O ser perguntou.

Virei a cara para ver quem era, arregalei os olhos ao ver que era Paul! O que ele faria ali? Ele não era do meu curso…

– Paul? Que faz aqui? Você não é de nosso curso. – Perguntei estranhando a presensa dele no meu dormitório.

– Eu sei disso… Mas eu também tenho esta disciplina. Vinha ver se você me podia ajudar… - Paul perguntou desviando a face para não o ver corar, ele tem sempre de manter o seu orgulho.

– O Paul está IN Love… E não podia estar mais IN Love… - Drew e Gary cantavam em coro.

– Calados, seus atrasados! – Paul gritou com eles corado.

– Calma, garotos! Claro que se pode juntar a nós, Paul. Quanto mais pessoas eu poder ajudar melhor. – Eu convidei o outro a sentar-se.

– Arigato, Dawn-senpai. – Paul curvou-se perante mim e sentou-se numa cadeira entre Barry e Kenny.

Um pouco envergonhada com o ato de Paul, voltei-me para a mesa, dando início à explicação.

O tempo foi passando devagar. Por vezes, uns pediam-me ajuda para resolver os exercícios e outros pesquisavam sozinhos nos livros.

– Ei, Dawn, pode chegar aqui, por favor? – Pediu Drew, parecia ter dúvidas numa pergunta.

– O que foi, Drew? – Perguntei chegando ao pé dele.

– Esta pergunta aqui, não estou entendendo. – Ele apontou para uma pergunta no livro.

Inclinei-me para baixo, para ler melhor a pergunta. Achei estranho ele perguntar uma coisa tão básica como: “Quais os Pokémons super-afetivos contra água?” Mas visto que estávamos a falar do Drew, não liguei. A verdade, é que aquele ato tinha uma ação subliminar, que eu toda inocente não notei. Lembram de eu dizer que tinha um cosplay de professora? Pois é. Aquele decote era bem grande, sendo de quando eu me baixava, dava para ver tudo. Ao olhar para o lado para explicar aquilo ao Drew, vi que os olhos dele brilhavam e corria baba de sua boca… Revirei os olhos sem paciência. Depois, ouvi Gary a rir por trás de mim.

– Que foi Gary, aconteceu algo? – Virei a cabeça para trás mantendo a posição.

– N-não... N-nada… hahah – Ele disse por entre risos que tentava travar.

Encarei-o com uma cara estranha, depois vi que Paul, Barry e Kenny olhavam para mim corados e com sangue a escorrer-lhes pelo nariz.

– Que se passa com vocês, seu… - Fui perdendo enfase na voz enquanto me apercebia de uma coisa… Eu estava de minissaia enquanto estava inclinada de costas para eles…

Arceus Palkia, eles viram tudo!

– Hen-Hentai! – Disse me endireitando, a minha face estava rubra e eu estava completamente envergonhada. Tentei puxar minha saia para baixo para me tapar enquanto os outros me olhavam.

– Hehe, Dawn… Você é bem gostosinha. – Gary riu entre dentes limpando algum sangue que tinha no nariz.

– Gary! – Gritei o seu nome com raiva e vergonha.

– Que foi? Eu só digo verdades. Olhe lá, você não vê que todos os garotos nesta sala gostam de você? Qual o problema de a gente ver? – Gary colocou o seu ar sedutor.

– Não diga bobagem, Gary! – Eu sabia que ele só dizia aquilo para me provocar.

– Você acha que eu estou brincando? – ele levantou da cadeira e veio ter comigo – Dawn, querida… Você sabe que eu amo você. Não lembra daquela noite em que fomos ver o filme?

Gary colocou seus braços em torno de minha cintura e colocou seus lábios em meu pescoço. Eu me arrepiei. Realmente queria esquecer isso… Já tinha sido há tanto tempo… Ash olhou para mim com uma face duvidosa.

– O que teve essa noite? – Ash interrompeu o silêncio que fizera até ali.

– Querido Ash, a Dawn sabe muito bem o que aconteceu… Só não gosta de falar sobre isso… Não é? – Gary mordeu minha orelha.

– Me largue, Gary! – Eu o enxotei.

– Hehe… Depois ainda temos o Kenny. – Ele se dirigiu ao garoto que se esforçava para se concentrar no estudo. – Olhe este carinha mimado que você conhece desde infância. Ele sempre teve um carinho especial por você.

Depois de obrigar Kenny a me encarar, Gary se voltou para Paul.

– Eheh, ainda temos de falar de Paul? Ele não para de sonhar com você desde que viu seus seios na piscina. – Gary me lembro de outro episódio traumático.

– Gary! – Paul avermelhou na hora.

– Que foi? E eu não oiço você falar de noite quando ia lá dormir? Você passava o tempo dizendo: “Oh, Dawn, volte para mim! Faça de novo aquilo da piscina! Você estava tão lindinha, Dawn!” – Gary enquanto fazia uma imitação exagerada do amigo.

Paul olhou para baixo, não me conseguia encarar mais, via-se que estava cheio de vergonha.

– Também temos o Barry. Eheh, você acha mesmo que a embirração toda dele com o Ash é à toa? Eheh, não me parece… - Gary fitava Barry nos olhos que lhe respondia com um olhar mortal.

– Né, Ash? Você também ama Dawn, não é? – Gary encarou o outro que permanecia calado.

Ash não respondeu, nem manteve contacto visual com o maior.

– O seu silêncio me dá muitas respostas… - Gary disse vitorioso.

Gary olhou para Drew com um ar cúmplice e esse logo colocou os pés em cima da mesa e disse:

– Senhor Oak, você sabe muito bem que se tiver um bom par de seios, uma bundinha redondinha e uma vagina eu gosto. – Drew deu a reconhecer o seu lado tarado.

– Vê, Dawn, você não tem de ter vergonha. Todo mundo aqui te ama. Então não tenha vergonha. – Gary voltou para falar comigo.

– Fora. – Eu pedi encarando o chão.

– O quê? – Gary ficou sem perceber.

– Sai! Vamos, todo o mundo! Quero todo mundo fora de meu quarto! – Eu berrei apontando a porta chateada.

– Dawn… Não era minha intensão magoar você… - Gary tentou tocar meu rosto.

– Pare! Saia, Gary! Eu odeio você! – Disse começando a chorar e o afastando.

Todos os garotos da sala viram que tinham agido mal. Levantaram-se do local onde estavam e se dirigiram à porta, parando diante mim e pedindo desculpas depois de se inclinarem.

– Saiam. – Pedi sem os olhar.

Só Gary ficou para trás, olhando-me arrependido.

– Desculpe, Dawn. Eu não queria que ficasse magoada. – Ele disse arrependido.

– Magoada?! Gary, você me envergonhou! Você e Drew me expuseram aos olhos de vocês! Você não sabe a vergonha que sinto! Eu pensei que você fosse meu amigo… Afinal é só mais um tarado. – Eu gritei com ele.

– Mas eu… - Ele tentou se desculpar de novo.

– Sai! Eu não te quero mais aqui! Cai fora! Eu odeio você! Saia de minha vista! – Gritei atirando com almofadas fazendo com que ele recua-se e ficasse por trás da porta.

– Ok, Dawn. Eu saio. Mas quero que saiba, que quando disse que te amava, eu não estava brincando. Eu amo mesmo você. – Gary disse num tom triste antes de fechar a porta.

Agora o único garoto que estava no quarto era Ash, que olhava para mim com um jeito de pena.

– Dawn… Você quer ficar sozinha um bocado? – Ele perguntou sério.

– Sim, por favor… - Eu pedi escondendo as lágrimas dele.

Ash saiu do quarto, me deixando sozinha. Ele estava tão sério… E parecia completamente a par do que se tinha passado ali. O garoto costumava ser tão ingénuo… Ash estava diferente… O que teria acontecido?