As aulas já tinham começado de novo, estava um grande alarido nos corredores, todos corriam de um lado para o outro buscando livros e cadernos, infelizes, pois ninguém queria voltar a ter aulas.

– Dawn! Me empresta seu livro de geologia, por favor? Eu não tenho o meu! – Serena passou por mim atrapalhada para perguntar.

– Serena, nós não estamos a ciências! É artes! Você quer dizer geometria! – Corrigi-a.

– Oh! Pois é! Então é por isso que eu não tenho… - Ela constatou – Obrigado então, Dawn-senpai!

Serena se retirou, correndo para a sala através do corredor até à sala de aula. Eu fui andando calmamente até lá.

Ao chegar à sala, me deparei com minha turma sentada aleatoriamente. Serena brincava num dos bancos de trás, Misty presava pela moral e os bons costumes da escola gritando com algumas alunas que usavam saias acima dos joelhos, May ficava sentada numa das mesas da frente a ler, enquanto Ash segurava um lugar do seu lado.

– Ei, Dawn! Guardei um lugar para você! – Ele sorriu acenando mal me viu.

– Obrigado, Ash. Me diz, gosta da turma em que ficou? – Perguntei simpática.

– Gosto. Afinal, fiquei com a minha mestre, não foi? – Ele sorriu.

– Ahahah… - Dei um sorriso tímido.

Enquanto nós falávamos chegaram Drew e Gary, eles também eram de minha turma.

– Ora, ora, se não é a beldade azul e o trolha! – Gary cumprimentava ao passar por nós.

– Oi, Gary. – Ash cumprimentara fingindo-se não ofendido.

– Eheh, parece que reagiu mal… Então, preparados para mais um ano letivo inteiro? – Gary perguntava agora mais simpático.

– Acha mesmo? Eu só quero pensar em voltar para minha casa e me livrar deste colégio mal cheiroso! – Barry apareceu do nada.

– Ei, Barry, você se transferiu para a turma de artes? – Drew espantou-se o ver o colega.

– Claro! O curso de línguas era muito fácil para um génio como eu! Então troquei com o florzinha do Tracey! – Barry auto elogiou-se.

– Barry, lá por o Tracey ser poeta não quer dizer que seja gay… - Eu lembrei.

– E o que você sabe? – Ele respondeu no seu tom de discussão.

Depois olhou para o lado, vendo Ash, vez uma expressão de estranheza, depois, aproximou-se fazendo pressão no menor.

– E quem é este?! – Perguntou com a voz estridente.

– Esse é o Ash. É novo aluno aqui. – Eu expliquei.

– Estou vendo… Estou de olho em você, rapaz! Olhe que o melhor galã aqui sou eu! – Disse vaidoso indo sentar-se no seu lugar.

– Quem era aquele? – Ash perguntou assustado.

– É o Barry. Ele é um pouco convencido, mas deixa pra lá, ele é boa pessoa. – Expliquei.

– Ele me assusta… - Ash disse encarando Barry do fundo da sala a olhá-lo ferozmente.

– Não precisa, ele é só um convencido. – Drew encolheu os ombros.

– Pois! E toda a gente sabe que o melhor galã sou eu! Né meninas? – Gary piscou para as garotas de nossa turma.

– AHHH! Nós te amamos, Gary! – Um coro estridente de raparigas histéricas fez-se ouvir na sala.

– Vê? – Gary vangloriou-se.

Depois de umas rizadas comuns, todos se dirigiram aos seus lugares, sendo que Drew passou pelo lugar de May, essa estava sentada a ler o seu livrinho. Ele não pode evitar olhar para ela e para a sua nova maneira de estar tão diferente, sendo que se meteu com ela.

– Oh, Mayzinha! O que uma garotinha tão linda como você está fazendo a se esconder por trás de um livro? – Ele brincou baixando-lhe o livro que segurava nas mãos.

– Me deixe em paz, seu pervertido. – Ela pediu tentando manter a calma.

Drew sentia a amiga muito triste e não a gostava de ver assim. Decidiu então colocar as suas práticas peculiares de comediante em ação.

– Vamos lá, Mayzinha fofa! Você não era assim. Não lembra? Você sempre gostava quando eu lhe tocava aqui… - Drew abraçou-a sorrateiramente por trás, tocando seus seios sobre a ropa.

Depois disso, podem presumir o que aconteceu, né? Bem, para piorar a situação, o professor Rowan tinha acabado de entrar na sala e assistiu a uma boa seção de pancadaria…

– HENTAI! – May gritou levantando-se da cadeira e atirando o esverdeado para o chão.

– Au! May qual é a sua!? – Então Drew olha para a cara de possuída que a outra tinha – M-May?

Depois disso, a única coisa que vi foi May pegar na tesoura e…

… cortar o fio que prendia a sua perna à cadeira e começar a pontapear o outro no chão.

– Ah, May! Isso doí! Pare com isso! – Drew contorcia-se de dor.

O professor começou por olhar com cara de parvo para a cena, mas logo teve a inteligência de chamar a enfermeira Joy, que felizmente, chegou antes de aquilo dar par o torto.

……

– Pronto, pronto. Está tudo bem agora. – A enfermeira tranquilizava-o colocando o último penso.

– Au, isto doeu… - Drew massajava o ombro pontapeado.

– Bem, bem, quem é que lhe manda ser tão tarado com as garotas? – A enfermeira Joy perguntava.

– Ela antes gostava… - Ele olhou para baixo pensativo enquanto a enfermeira saia da sala de aula.

– Muito bem, acho que podemos começar a aula agora. – O professor anunciou finalmente.

Então a aula decorreu normalmente. Uma seca para ser mais precisa… O professor apenas fazia a apresentação e dizia o que íamos fazer naquela disciplina, como se nós já não soubéssemos! Felizmente, eu tinha coisas mais interessantes para fazer… Quando olhava para o lado lá estava ele… Meu desenho lindo e maravilhoso… Como eu gostava dele… Mas não quero alimentar incertezas… A aula acabou com o toque de siada, mas o professor nos prendeu na sala.

– Onde pensam que vão? Eu ainda não mandei sair! – O professor chateou-se.

– Oh, stor, mas já tocou! – Barry incomodava-se.

– E eu importado! Sentem-se, isto não vai demorar. – O senhor ordenou.

Todos nos sentamos, pude ouvir Gary e Barry bufar contrariados com a ordem do professor, mas isso iria passar.

– Muito bem, alunos, eu vos resguardei aqui para dizer que iremos a uma visita de estudo brevemente. – O maior disse mexendo na papelada.

– Visita de estudo?! Oh, vei, isso é legal! – Serena se entusiasmou.

– Sim, uma visita de estudo. Iremos acampar para as planícies de Johto, então, se preparem. Iremos fazer um trabalho de pesquisa de como são os Pokémons de Johto, tendo que dizer o que os faz tão diferentes em comparação com os de outras regiões. – O professor passou a explicar.

– E quando vamos, professor? – Gary perguntou levantando o braço.

– Isso depende das notas que vocês tirarem no próximo teste. – O professor advertiu.

– O quê? Então a data da visita vai depender das nossas notas? – Drew ficou estupefacto.

– Sim. Por exemplo, se vocês tirarem boa nota, irão logo na semana que vem, se não tirarem boa nota, irão no dia de São nunca à tarde. – O professor deu a intender.

– Isso é descriminação pelos alunos burros! – Cameron disse ao entrar na sala.

– Cameron… Você está atrasado… - O professor assentiu.

– Como assim atrasado? A aula não começa agora? – Ele parecia confuso.

– Não, Cameron, a aula já acabou, nós só estamos ouvindo a indicação da visita. – Drew explicou para o colega.

– AHH! Falhei de novo! – Cameron foi pra o cantinho d depressão rodeado por uma aura negra.

Todos ficamos a olhar para ele com uma cara de pau completamente à toa (até o stor ficou assim, vei). Depois do pequeno transe, o professor sacudiu a cabeça e concluiu.

– Muito bem, crianças, agora que todos estão informados, façam favor de estudar para o teste… Ou então poupem-me trabalho e deixem-me levar menos pessoas. Podem sair.

Após o professor concluir, todos saímos da sala de aula, uns em pânico e outros completamente à vontade.

– Então, já sabem como vão estudar para este teste? – Perguntei simpática aos meus colegas.

– Ah! É moleza! Estás a falar com o Gary Oak da cidade de Pallet! Eu sou um vencedor! Neto do professor Oak! É claro que vou tirar boa nota! Faço isso com um Barry às costas! – Gary vangloriava-se de conseguir aprender mais depressa que os outros.

– Porquê um Barry? – Barry olhou para ele com um ar de raiva.

– Você não se lembra do último teste que fizemos? – Gary deu início a um Flash Back.

Flash Back

Gary: Então, x +1 sobre raiz quadrada de Pikachu só pode ser…

Barry: Oh, meu Arceus! Um Galvantula! (desmaia para as costas de Gary)

Gary: Aí (voz a tremer pelo peso) … que é proporcional ao facto de um Minun ser negativo…

Fim de Flash Back

– Você passou o teste todo desmaiado em cima de mim porque viu um Pokémon inseto! – Gary berrou para o colega. – Mas não é que eu me importe, tirei nota máxima naquela bodega.

– Desculpa?! O inseto era enorme e nojento! Para além disso, aquilo não aparece nos livros! Sabe-se lá se não era perigoso. – Barry chateou-se, como se tivesse toda a razão.

– Você não estudou nada?! O Galvantula é um Pokémon da região de Unova! É o número 102 da Pokédex de Unova e número 596 da Pokédex nacional! É de tipo inseto e elétrico e é a evolução de Joltik! Como não sabe isso?! – Misty indignou-se.

– Peço desculpa se não estudei a região de Unova! Eu vivo em Sinnoh! Para quê saber as outras? Nem da minha sei! – Barry indignou-se.

– Mas você está-se meio borrifando! – Misty quase teve um ataque.

– Calma, Misty, nem toda a gente pode ser tão inteligente quanto nós. – Drew ajeitou a franja.

– Você? Inteligente? Vai se ferrar, você é aluno de positiva à tangente! Você não é inteligente. Você tem sorte! – Misty falou com repulsa.

– Ai, Misty não fique assim. Eles vão estudar desta vez, vai ver. – Eu acalmei-a.

– Ai vão? E pode dizer-me como? – Ela encarou-me.

Fiquei um pouco pensativa, como os iria fazer estudar? Certo que eu não queria que eles fossem na visita, mas eles eram tão preguiçosos… Eu realmente não sabia.

– Dawn é inteligente. Ela podia dar explicações. – Ash propôs.

– Ash? – Fui apanhada de surpresa pela intervenção do ex desenho.

– Explicações? Não sei não… Dawn, acha que você consegue dar-lhes explicações? – Misty interrogou-se.

– Bem… Eu poço tentar… - Cocei a cabeça sem jeito.

– Bom, então vamos ver. Dawn, se você conseguir fazer com que TODOS eles tirem positiva, eu passo uma noite com o Gary! – Misty disse com orgulho.

– C-comigo? – Gary pasmou-se rosado, mas não obteve resposta.

– Misty, isso não vai contra a sua regra de respeitar a moral e bons costumes? – Eu preocupei-me com a moral da minha amiga.

– Vai. Mas sendo que você nunca vai conseguir fazer isso, eu não me importo de apostar. Vamos, Dawn. É melhor se apressar com isso, o teste é já sexta que vem. Hahaha! – Misty riu enquanto saia do local.

Bem, aquilo ficara sério. Uma de minhas melhores amigas se estava colocando numa posição muito má para a sua integridade. Eu não podia ganhar aquilo. Ela não iria gostar de dormir com Gary que naquele momento estava babando por ir dormir com a Misty… Mas depois olhei para os que estavam em minha volta. Ash, Barry, Drew e Gary olhavam para mim com esperança, como se dissessem: “Vai nos ajudar, Dawn, não vai?” A sua cara de preocupação era percetível, afinal, era uma ida a uma visita que estava em jogo… Nesse momento, pedi desculpas a Misty e encarei meus colegas. Eu não ia deixar que uma simples aposta de uma colega minha fosse afetar o percurso escolar de meus colegas! Eu iria fazê-los tirar positiva! Não só positiva, mas sim uma boa nota!

– Pessoal, - chamei, eles me olharam - … Vamos estudar!

Todos olharam para mim com um sorriso, a esperança pairava no ar, eu iri conseguir, iria faze meus amigos terem boas notas e iriem à visita. Desculpe, Misty, mas isto é o melhor para todos…