Dezesseis Anos e Meio escrita por Lady Padackles


Capítulo 2
Capítulo 2




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Justin e Misha se conheciam há apenas algumas horas, mas sentiam como se já fossem amigos há anos. A conversa fluía fácil entre os dois. Na hora do almoço, foram juntos ao refeitório e pareciam inseparáveis.

– Onde vamos nos sentar? – perguntou Misha, olhando ao redor, assim que acabaram de se servir. Segurava sua bandeja nas mãos.

Justin sorriu maroto.

– Hmmmm... Que tal com duas garotas?– e dizendo isso o menino apontou com a cabeça para Jo e Ruby que já estavam sentadas. – Aquelas duas são da nossa turma...

– E são bem bonitas... – completou Misha, sentindo-se um tanto envergonhado. Não era particularmente bom com garotas.

– A ruiva é minha... – anunciou Justin.

O moreno suspirou e seguiu o amigo, indo em direção às duas.

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Ruby e Jo se conheciam há muito tempo, e eram inseparáveis. Seus pais eram amigos e as meninas cresceram praticamente juntas. Sempre estudaram nos mesmos colégios, e quando os pais de Jo resolveram colocá-la no Saint Peter, os pais de Ruby acharam por bem matricular sua filha lá também.

– Ahhh Ruby, eu estou apaixonada! – exclamou Jo para a amiga, sentada à sua frente, de maneira exagerada.

– Mas já!? – espantou-se a morena. Jo vivia se apaixonando, mas dessa vez fora em tempo recorde. Elas mal tinham chegado àquela escola... – E quem é a vítima dessa vez?

– Um loirinho lindo da nossa sala... Eu conversei com ele na aula de teatro... – suspirou a ruiva. – Você deve ter visto... É o mais lindo da turma!

Ruby tinha visto vários loiros, e mal reparara neles...

– É aquele ali que está vindo em nossa direção? – perguntou Ruby, achando graça na expressão de espanto que a amiga fez em seguida.

– Está vindo pra cá? – exclamou a outra, olhando para todos os lados. Decepcionou-se, entretanto, ao ver que o louro que se aproximava era Justin.

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– Olá – cumprimentou Justin. – Podemos sentar aqui com vocês?

Ruby era só sorrisos. Jo nem tivera tempo de lhe falar que aquele não o seu príncipe...

– Claro! Fiquem a vontade! – convidou a morena.

Justin sentou-se do lado de Jo, e Misha, do lado de Ruby. Começaram a puxar assunto.

Estranho... Jo parecia desgostosa da vida... Vai ver o lourinho era chato... Coitada... Mas quem mandou se apaixonar em poucas horas? Ela, Ruby, não era assim... Não se apaixonava por qualquer um... Misha não parecia ser chato como o colega. Muito pelo contrário, era um garoto até bem legal e engraçado. Poderiam ser até amigos, quem sabe?

Justin, na verdade não era chato. Nem chato nem feio. Era até bem bonitinho, aliás... Mas mesmo assim não chegava ao pés do Dean... E Jo estava apaixonada por ele... A garota conversava com o menino ao seu lado com pouco entusiasmo quando viu seu príncipe passar sozinho. Segurava seu almoço nas mãos e parecia perdido. Com certeza não conhecia ninguém ali e não tinha ideia de onde se sentar...

– Hey! – chamou Jo.

Dean olhou surpreso para ela.

– Vem se sentar aqui com a gente! – chamou.

Justin pareceu não gostar nem um pouco quando Dean aproximou-se e sentou do outro lado da ruiva, aceitando o convite. Jo olhou para ele com olhos gulosos e começou a jogar todo o seu charme.

– Ahhh! – exclamou Ruby notando o mal entendido. Começou a rir, deixando Jo sem graça. Os três meninos não entenderam nada.

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Dean não era de muita conversa, principalmente quando estava infeliz. E era exatamente assim que se sentia: infeliz. A comida da escola era ruim. Ele não gostava de cenoura, nem de beterraba. A carne estava dura... Sentia falta de casa. Jo era agradável, e ele tentava não ser antipático, mas a verdade é que não precisava fazer amigos ali. Em duas semanas estaria indo embora... Seu pai prometera: se ele não gostasse da escola poderia sair. Precisava aguentar duas semanas apenas, dar uma chance ao Saint Peter...

Poucas horas foram o suficiente. Dean definitivamente não queria ficar ali. Uma noite fora de casa já fora ruim o bastante... Imagina ter que ficar a semana toda na escola? Só de pensar sentia um pontada no peito.

A mãe reclamava. Dizia que ele era mimado demais, como todo filho temporão... Bem, temporão ele era mesmo... Seus pais já tinham mais de quarenta anos quando ele nasceu, e a irmã, havia já completado uma década de vida. Mas o pior mesmo era quando a mãe comparava-o ao irmão que morrera aos dezesseis anos, pouco antes dele nascer. Isso ela fazia sempre... “O seu irmão não era todo cheio de frescuras como você” – dizia ela. “Na época dele o colégio era interno, e ele não reclamava de nada...”. “Culpa do seu pai, que faz tudo o que você quer...”.

As pessoas diziam que eram idênticos fisicamente: ele e o irmão. As fotos que vira comprovavam: a semelhança era mesmo impressionante. Para piorar, o pai insistira em lhe batizar com o mesmo nome do falecido: Dean. O outro se chamava Dean Campbell apenas. Ele era Dean Ross Campbell.

– Esse colégio é tão bonito... – suspirou a ruiva, tirando o menino de seus pensamentos. – Você não quer ir explorá-lo comigo mais tarde?

Dean olhou para ela pouco a vontade.

– Eu quero! – Justin respondeu prontamente, antes que o outro louro pudesse se pronunciar.

Jo olhou para o menino irritada. O convite não era para ele...

– Podemos ir todos... – sugeriu Dean. Porque Jo estava sendo desagradável com o tal do Justin? Coitado...

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Nas aulas que se seguiram, Jo, Ruby, Justin, Misha e Dean sentaram-se juntos. Formaram um grupinho. Mais tarde, quando finalmente tiveram tempo livre, saíram para explorar o Castelo.

Andaram pelos corredores e visitaram a biblioteca. Era tudo tão bonito... Quando finalmente resolveram ir até o jardim notaram que uma chuvinha fina começava a cair. Justin e Misha pouco se importaram.

– Vamos, o que estão esperando? – perguntou Misha.

– Está chovendo... – suspirou Jo.

– Uma chuvinha de nada... Vocês são feitos de açúcar? – caçoou o moreno.

As meninas se entreolharam. Tudo bem... Talvez estivessem mesmo sendo frescas demais. Já iam seguir os meninos quando notaram que Dean os encarava arregalado. Ele não colocava o nariz para fora de casa quando estava chovendo. Seu pai não permitia, com medo que pegasse um resfriado, pneumonia, ou coisa pior... O garoto hesitou.

– Eu espero aqui... – disse simplesmente.

– Eu fico com você! – exclamou Jo, aproveitando-se para ficar a sós com o louro.

Justin, irritado, seguiu ao lado de Misha e Ruby. Talvez fosse melhor mesmo desistir da ruiva... Se Misha não se importasse, ficaria com a morena mesmo...

Jo sentou-se ao lado de Dean e jogou sobre ele todo o seu charme. Mexeu nos cabelos, e riu de tudo o que o menino falava. O louro, sem jeito, percebeu logo o interesse da ruiva. Nunca tinha beijado uma garota antes... Talvez pudesse tomar coragem e beijá-la algum dia, antes que saísse do colégio.

Enquanto isso, Justin, Misha e Ruby passeavam pelo jardim chuvoso. Conversavam animadamente quando a menina calou-se de repente. Meu Deus... Um homem, lindo, de cabelos revoltos e molhados, caminhava também por ali. Quem era aquele ser tão maravilhoso? Era tão alto... Tão másculo... Tão absolutamente mais interessante que aqueles pirralhos da sua turma...

– Hey, Ruby... Acorda! – reclamou Justin.

A menina pigarreou. Precisava voltar a si. Aquele ser maravilhoso era seu professor de teatro. Agora ela reconhecera... Sorriu abestalhada. Ele parecia bem mais belo andando descontraído, com os cabelos soltos. Demorara mais que Jo, mas finalmente encontrara também a sua vítima: Sr. Sam Winchester – o professor gatíssimo.

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Mais tarde, a sós, as meninas conversavam animadas sobre o maravilhoso primeiro dia de aulas que tiveram.

– Ah, O Dean é tão lindo... Tão fofo.. Meu príncipe... – exclamava Jo apaixonada.

Ruby riu. - Pois eu acho ele um pirralho... Gosto de homens... Com H maiúsculo!

Jo olhou para a amiga desconfiada. Conhecia aquela expressão muito bem...

– Quem, Ruby? Arrumou um príncipe por aqui também? Alguém mais velho? Do segundo ano?!

A morena sorriu.

– Segundo ano nada...

– É do terceiro? Conta logo, menina! – Jo estava entusiasmada. Finalmente a amiga havia se encantado por alguém quase tão depressa quanto ela...

– Sam Winchester... – suspirou a morena.

Jo precisou parar para pensar. Sabia que já tinha ouvido aquele nome antes...

– O professor de teatro? – espantou-se quando finalmente ligou o nome à pessoa.

Ruby riu e acenou a cabeça afirmativamente.

– Isso sim, é que é príncipe... – suspirou a morena.


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