(One-shots) Diario de um Escritor Estudante escrita por TV2101


Capítulo 2
+13 Os românticos sofrem


Notas iniciais do capítulo

GÊNEROS: Death Fic, Drama, Romance, Tragédia
AVISOS: -

Fiz esse texto por volta do dia 20 de fevereiro, e postei ela no Facebook primeiro. Coloquei junto ao texto exatamente isso:
"Professor que passa redação é outro nível, né cara. A Minha professora passou essa. Supostamente deveria ser uma narração com elementos da segunda fase do romantismo brasileiro, uma historia infeliz com fim trágico. Eu tentei, é."

SINOPSE: -



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/529187/chapter/2

Ela andava pelas ruas de Belo Horizonte, com um destino certo: a casa de Antonio. O céu estava negro e sem estrelas, e a lua crescente, que se assemelhava a lábios infelizes, estava encoberta por nuvens de tempestade, fazendo com que até mesmo a Igreja de São Francisco, tão bela quanto a cidade, parecesse feia e sem graça.

–Mas que ruiva, em?- ela ouviu alguém gritar após um assobio.
E de fato, Renata podia ser considerada uma baita ruiva. Suas coxas eram grossas, enrijecidas e atraentes; sua pele, clara. Seu quadril não tinha muitas curvas, o que era compensado em seus seios, fartos, empinados e macios. Seu rosto era marcado por sardas e tinha traços quadrados, com boca e nariz pequenos e olhos delimitados por um óculos quadrado. Aquele rosto escondia uma melancolia, uma tristeza extrema.

Geralmente, Renata se estressaria com aquele sujeito, pois considerava absurdo tal falta de respeito. Mas não aquele dia; mal mal decifrara a fala do sujeito. Seus pensamentos estavam direcionados a Antonio.

Não se deu conta de que tinha chegado ao prédio. Tocou o interfone, e logo estava sentada no sofá dele.

–O que foi, vadia?- ele disse.

Antonio estava digno de pena. Baixo e careca, estava sem camisa, exibindo sua nova e enorme pança. Estava feio, gordo, e recentemente mal educado.

–Eu te amo, Antonio- ela disse, já quase aos choros.

–Não me importo.

–O que aconteceu com você? Você me amava!

–Arrumei coisa melhor- mentiu.

Renata levantou-se e abraçou Antonio, que não correspondeu. Ela apoiou-se no ombro dele, e começou a chorar.

–Não! Esse não é você! Lembra de como nos conhecemos, naquele Sete de Setembro? Você me seguiu por todo o desfile, sem coragem de falar comigo. Eu que falei com você, assustada. E você pediu o meu telefone!- Renata mantinha um brilho em meio a aquele olhar triste ao se lembrar do dia.

Com força, Antonio empurrou-a de encontro ao sofá. Renata bateu a cabeça, mas não desistiu daquele que era o homem dos seus sonhos. Continuou a falar.

–Você sempre ia aos encontros com flores. Sempre me elogiava toda. E eu me apaixonei por você! Tudo em você era perfeito, seu jeito, seu cheiro, como você quis esperar para o sexo...- foi interrompida.

–NÃO ME FALE DO SEXO! Você me enrolou, me fez de otário! Eu era romântico com você e todos meus amigos zombavam de mim! Gastei meu dinheiro com flores, me endividei por joias, e o que você fez? - a essa altura, lágrimas já escorriam dos olhos do homem. -Não quis namorar comigo! Me enrolou, e enrolou, e enrolou...

–Mentira!

–CALE A BOCA! Eu te chamava de meu anjo, meu doce, e você sempre distante, intocável!

–Nunca estive distante! Antonio, eu guardo todos seus poemas, eu me delicio com cada uma de nossas lembranças, eu te amo, TE AMO!

–Você me desprezou. Veja só no que você me transformou! Toda vez que você negava um pedido de namoro, eu me afogava em bebidas. Perdi o emprego pois faltava para ir te ver, e você nunca quis namorar comigo. E só queria abrir as pernas depois do maldito namoro!

–Eu quero namorar agora. Me aceite de volta!

Renata se levantou e tentou beijar Antonio. Seu movimento foi interrompido por um forte soco na bochecha. Ela desabou no chão e quase desmaiou.Um longo silencio se perpetuou ali. Antonio estava claramente arrependido pelo golpe.

–Só... vá embora, Renata.

O homem adentrou mais ao interior do apartamento. Renata foi embora, aos choros.

Ela voltou a contornar a lagoa, de volta pra casa. Não enxergava bem para onde ia; suas lágrimas se misturavam as gotas da tempestade que resolvera desaguar.

Uma curva.

Quando deu por si, Renata já estava se debatendo nas águas da Pampulha. Não teve força de vontade para lutar contra o afogamento.

Destino irônico, ao lado da manchete "mulher morre afogada na Lagoa da Pampulha", estava "homem comete suicídio em seu apartamento". Antonio era o suicida; ao lado do corpo, um bilhete ensanguentado fora encontrado.

"Morro por amor; não aguento mais sofrer por ela"


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "(One-shots) Diario de um Escritor Estudante" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.