O viajante no tempo escrita por Gabriel Lucena


Capítulo 10
Capítulo 10


Notas iniciais do capítulo

Aqui está o capítulo, acho que esse é o melhor da fic até agora.

Boa leitura.



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Quando acordei, pude ver que Alejandra me sacudia, preocupada, me chamando pelo nome, quando finalmente abri os olhos por completo, percebi que estava no meu quarto, na casa da Catarina, como eu havia ido parar ali? Provavelmente Alejandra tenha me levado, e minhas expectativas se confirmaram quando a vi entrando no quarto com um kit de primeiros socorros, bem grande, por sinal. Então, ela entrou no quarto e quando me viu acordado, exclamou:

–Querido, já acordou?

–Sim, ai, onde foi que eu bati a cabeça?

–Aquela maldita garota te acertou na cabeça com uma panela, que mais parecia uma frigideira, mas não se mexe, sua cabeça sangrou um pouco, mas já fiz um curativo.- só então pude perceber a gaze amarrada com fita adesiva bem no lado direito da minha testa, como pode ter sangrado tanto assim se eu senti uma dor não muito forte?

–Por quanto tempo eu apaguei?- perguntei, enquanto ela trocava o curativo.

–Umas seis horas, no máximo.

–O quê??? Como eu fiquei tanto tempo assim desmaiado? E cadê o Chaves?

–Calma, o Chaves está bem, ele está no colégio agora, mas foi um custo pra fazê-lo sair de lá viu? Aquela menina metida trancou a porta do quarto em que eles estavam e quando eu te vi ali, desmaiado, pude ouvir os gritos dele tentando sair, mas como a porta estava trancada, chamei o segurança pra arrombarem a porta e liguei para a polícia, a menina teve que ser levada arrastada dali, até a mãe dela, ficou impressionada com a filha por ela ter feito aquilo.

–Pois é, foi uma barra mesmo, mas cadê a Chiquinha?

–A Chiquinha está no quarto, está tão triste com a cena que viu que não quer falar com ninguém.

–Posso tentar?

–Pode, mas vai ser difícil.

Diante disso, ela terminou meu curativo e eu fui até o quarto dela, onde pude ouví-la chorando copiosamente, dei duas batidas na porta, mas ela pensou que eu fosse o Chaves e exclamou:

–Vá embora!

–Chiquinha, sou eu, Alessandro.- eu devolvi no mesmo tom, mas não adiantou, então, com a chave reserva da Catarina, abri a porta e pude ver a Chiquinha deitada de bruços na cama, com o cabelo caído na cara, não gostei nem um pouco de ver aquela cena, sentei-me ao lado dela e confessei:

–Chiquinha, não fica assim, o Chaves não te traiu de propósito.- eu disse, fazendo carinho em seus cabelos.

–Como não? Então aquela cena foi uma visão? Uma miragem? Um filme? Aquilo foi real Alessandro, sem dúvida foi.- ela gritou.

–Quer fazer o favor de me escutar?- gritei um pouco mais alto e ela cedeu, pois me encarou com aqueles olhos vermelhos e o rosto inchado.- Eu sei que o Chaves não te traiu porque eu estava lá na hora que tudo começou, aquela maluca já estava paquerando o Chaves quando eu ainda estava com ele na mesa, mas como eu sabia que ela planejava armar um plano pra vocês dois, eu fingi que ia no banheiro, mas me escondi atrás de uma cadeira e vi quando ela colocou algum tipo de droga no refrigerante dele e depois ele ficou inconsciente por uns três segundos e depois eles foram para o depósito fazer aquilo, aquele era o truque mais velho que já existe, e o Chaves caiu.- eu disse o mais calmamente possível pra que ela me entendesse.

–E como ela sabia que o Chaves tinha namorada?

–Porque antes de eu sair, ela perguntou pra nós dois se nós tínhamos namorada, eu até pensei que como eu não tenho, ela fosse tentar me seduzir, mas não foi isso que aconteceu.

–Olha, Alessandro. Eu quero muito acreditar em você, mas quando uma situação dessas é vista com os próprios olhos, é difícil de acreditar.- ela disse, mais calma.

–Tudo bem, então, vem comigo.- eu disse a puxando pra fora de casa, de lá, pegamos um táxi e fomos para a lanchonete, onde perguntamos para a mesma garçonete que nos atendeu sobre onde estava a Paulina.

–A Paulina deve estar no reformatório agora, ela foi detida por posse de drogas, no caso, aquela que ela usou e por assédio sexual.

–Então eu vou até lá, pra fazer ela confessar na cara dela aqui, o que ela fez.

E assim foi, levei ela ao reformatório que a garçonete nos indicou, chegando lá, a recepcionista perguntou como se ali fosse um hotel:

–Desejam falar com quem?

–Tem alguma menina que veio aqui hoje chamada Paulina?

–Sim, ela chegou hoje mesmo. Vou avisar a carcereira.

–Muito Obrigado.- eu disse por nós dois já que a Chiquinha estava impedida de falar.

Depois disso, um segurança nos conduziu até uma sala onde partiríamos para a nossa conversa franca, mas, logo ao vê-la, Chiquinha correu até ela gritando e depois começou a bater na Paulina, tudo bem que a Paulina estava mesmo merecendo uma surra, mas ali não era o momento, o segurança que nos trouxe e eu ainda tentamos segurá-la, mas ela puxava Paulina pelos cabelos e a arrastava pela sala toda, até que arrancou um punhado de cabelo dela, o que fez Paulina soltar um grito muito alto, tão forte que as grades da cela tremeram, foi quando o segurança foi para um lado e eu pro outro e conseguimos separar as duas. Depois disso, pedi desculpas e pedi que ele segurasse a Chiquinha enquanto eu a interrogava.

–Pode deixar.- ele disse e algemou a Chiquinha.

–Bom, então vamos começar. Paulina meu bem, saiba que eu estava vendo o momento em que você colocou aquela droga na bebida do Fernando e por isso, não adianta negar que vai ser pior. Então, confesse de uma vez: foi você quem seduziu ele pra separá-lo dela, não foi isso?- comecei.

–Sim, eu fiz isso, porque achei...- ela disse cabisbaixa e sem arrumar os cabelos, que estava todo desalinhado e arrepiado, o que o deixava caído na cara dela, mas a interrompi.

–Não me interrompa! Eu ainda não acabei. Pra mim não importa o que você achou porque eu já sei quais são suas intenções, agora me diga: como se chama aquela droga que você colocou na bebida dele?

–Psilocibina. Uma droga que causa alucinações logo depois que consumida, primeiro, a pessoa fica inconsciente porque o organismo está recebendo ela, e depois o efeito começa, mas só dura por dez minutos.- ela disse, ainda cabisbaixa.

–Ótimo. Era tudo o que eu precisava saber., vamos embora Chiquinha, não temos mais nada pra fazer aqui.- eu disse e ela ficava olhando para Paulina com uma cara de ódio, com certeza ela ainda não havia desistido de dar uns tapas naquela perua, os cabelos dela ainda estavam na mão da Chiquinha, mas no corredor eu mandei ela jogar os cabelos no lixo, ela fez, mas o que mais me impressionou foi o estado da Paulina, rosto e boca ensanguentado, olho roxo, nossa, a Chiquinha estava mesmo com muito ódio pra deixá-la daquele jeito.

Voltamos pra casa e a Catarina nos chamou pra almoçar, mas Chiquinha não quis, então, deixamos ela pra lá.

–Então? Como é que foi?- perguntou Alejandra.

–Bom, a Chiquinha entendeu o que aconteceu, mas não perdoou, ainda está magoada com isso e eu não sei o que fazer.

–Tadinha. A Chiquinha simplesmente não está feliz aqui, vamos ter que voltar pro México o mais depressa possível e vai ser hoje mesmo, vou falar isso para o Seu Madruga e para o Chaves.

–A senhora está certa, mas antes de vocês irem, eu preciso fazer uma coisa.- eu disse, saindo de casa mais uma vez.

Depois disso, contei pro Chaves, Sérgio, Horácio e Esteban que a Chiquinha agora sabia de toda a verdade, mas ainda não conseguiu superar.

–Ela ainda não quer nem me ver?- perguntou o Chaves.

–Não.

Ele ficou cabisbaixo também.

–Mas não se preocupe Chaves, eu tenho um plano pra fazer ela mudar de ideia e você conseguir o perdão dela, mas preciso da ajuda de vocês.

–Claro que topamos ajudar. Qual é o plano?- disse o Sérgio.

–Ok, vamos fazer o seguinte...

***

Em apenas uma hora, pegamos várias coisas que precisávamos para concluir nosso plano, ainda chamamos Alejandra e Seu Madruga pra ajudar também, então, pedi que Catarina levasse Chiquinha ao mercado e de lá, Chaves se encontraria com ela.

–Agora vai lá e capricha.

Chaves respirou fundo e foi até lá.

–Muito bem, agora vamos torcer pra que o Chaves consiga trazer a Chiquinha pra cá, todos prontos?

–Sim.- responderam todos (Sérgio, Horácio, Esteban, Seu Madruga, Alejandra e Catarina)em coro.

Depois de alguns longos minutos, os dois ficaram à uns vinte metros à nossa frente, na pracinha.

–Vamos lá, vamos nos organizar, Alejandra, você fica na direita, Seu Madruga do lado esquerdo dela, Sérgio do lado do Seu Madruga, Horácio ao lado do Sérgio, Esteban ao lado do Horácio e eu aqui, entre Horácio e Catarina.

Apesar da distância, dava pra ouvir um pouco da conversa dos dois.

–Olha Chavinho, eu já entendi tudo, mas, apesar disso, acho melhor a gente dar um tempo, eu preciso pensar sobre nós dois.

–Eu sei Chiquinha, mas você não sabe a dor que essas palavras me causam.

Fiz um sinal pra que ele desenrolasse logo.

–Mesmo assim, eu não quero machucar nenhum de nós dois, mas acho que é melhor deixarmos assim.

–Tudo bem, então... só queria que você soubesse de duas coisas: uma que eu te amo muito, e outra que eu quero muito, que você...- e ele fez a Chiquinha virar.

Quer mesmo saber o que nós fizemos? Pois bem, nós pegamos várias cartolinas de diversas cores formando placas e escrevemos uma frase, ou melhor, um pedido, nelas:"Me Perdoa"

A palavra "ME" estava na placa que Catarina segurava, depois, cada letra da palavra "Perdoa" estava pendurada no resto de nós, quando Chiquinha viu aquilo, ela se emocionou, sorriu, chorou e acenou, pois nós éramos os melhores amigos dela, não tinha como ela recusar aquele pedido tinha?

–É sério isso?- ela perguntou com um sorriso de orelha a orelha, mas com os olhos cheios de lágrimas.

–Claro.- Chaves pareceu segurar as lágrimas e depois perguntou:

–Você me perdoa?- agora ele estava sério.

–Mas é claro!!!- e eles se abraçaram, depois disso, foi muita felicidade entre nós, Alejandra e Catarina se emocionaram, enquanto que eu e os outros meninos batíamos palmas, fiquei surpreso pelo Seu Madruga e Alejandra terem aceitado participar desse plano pra unir os dois novamente depois de tentarem muita coisa pra afastá-los um do outro, mas todo mundo aprende a lição, e eles devem ter aprendido a deles.

Depois de cinco minutos, quando a comemoração havia acabado, estávamos recolhendo tudo pra voltar pra casa quando meu braço começou a desaparecer, depois, minhas pernas, quando todos viram que eu estava desaparecendo, Catarina ficou chocada e veio até a mim:

–Alessandro, o que houve com você? Por quê você está sumindo assim?

–Tenho certeza que a minha hora de partir chegou.

–Como assim?

–Eu vim do futuro pra impedir a morte do Chaves e da Chiquinha como uma promessa que fiz para o Seu Madruga lá no futuro, e agora, tenho certeza que o meu tempo acabou, está na hora de voltar e o inventor da máquina do tempo, Dave, apertou o botão para me levar de volta.

Depois disso, Chaves e Chiquinha vieram até a mim.

–Olha Alessandro, antes de você ir, quero te agradecer por tudo que você fez, você cumpriu sua promessa de forma corajosa e batalhadora, me salvou de um acidente de carro, me resgatou da floresta, você é mesmo um guerreiro, viu?

–Que é isso Chiquinha. Você também foi muito forte por ter aguentado todos esses problemas, como Popis e a Paulina.

Depois, o Chaves falou.

–Muito obrigado mesmo viu? Se não fosse por você, eu não teria conseguido sobreviver da tuberculose e a Chiquinha também não estaria aqui agora, você é e sempre será meu herói.- ele chorava muito.

–Pra sempre companheiro.- eu disse, depois minha visão também foi embaçando, a cada parte do meu corpo que sumia, eu ficava sem sentí-la, até que minha visão ficou embaçada, pois agora só minha cabeça ainda estava ali, quando senti meus olhos pesarem, não tive outra escolha a não ser fechá-los e deixar que aquela sensação de liberdade me levasse de volta para meu tempo, não sem antes ouvir um "Adeus" de todos ali presentes, fechei meus olhos e me vi dentro de um enorme túnel escuro, que continha telas de televisão que mostrava cada parte do futuro, como o bebê de Chaves e Chiquinha, o policial Carlos com seus filhos e muitas outras coisas que aconteceriam no futuro mudado, depois de alguns minutos naquele túnel, vi na minha frente uma enorme porta, a mesma de quando entrei na máquina, eu estava de volta ao meu tempo, então, respirei fundo, coloquei a mão na maçaneta e abri a porta.


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Notas finais do capítulo

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