A Irmandade dos Cinco: Irmãs de Sangue escrita por Dear Cami


Capítulo 2
Capítulo 2 - Cassandra e suas influências.


Notas iniciais do capítulo

Desculpem pela demora, eu realmente demoro para poder escrever um capítulo dessa historia hahaha Ainda não descobri o porque, mas vou tentar escrever com mais rapidez.

Espero que gostem e se você não perceberam, tem uma nova capa



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Blake estava em um corredor sombrio e tenebroso, tinha absoluta certeza de que era o mesmo corredor por onde passava todos os dias ao lado de Cersei, mas essa lembrança parecia vaga e incompleta. Sombras se esgueiravam nas paredes douradas e vermelhas, e do lado de fora das janelas, ás arvores dançavam como em um verdadeiro show de horror.

Ela jogou a cabeça para trás e encarou o teto igualmente dourado como as paredes. Algo nele á fazia pensar que alguma coisa naquele lugar estava errada. Em sua frente, um arco de espinhos se desdobrava a onde na verdade existia uma passagem para um grande salão com uma estatua feia no seu centro. Seus pés se moveram relutantemente pelo piso de mármore até conseguir enxergar o salão, onde tudo ali estava perfeito: o salão estava completamente iluminado, alguns estudantes passavam por ali e em um canto mais afastado Cersei dava um tapa de leve no braço de Christian por algum comentário besta e Markos os observava rindo de toda a situação.

Apesar de não estarem muito longe, suas risadas pareciam ecoar pelo ar como se estivessem chegando em ondas sonoras tão distantes que Blake tinha que aguçar ao máximo o seu ouvido para poder escuta-las. Atravessou o arco espinhoso e em segundos ela foi levada novamente para o meio do corredor sombrio, sem nenhuma luz para guia-la. O salão estava longe novamente.

– Blake!

Blake deu meia volta. E lá estava ela estava andando em sua direção – confiante, com cabelos tão loiros que pareciam lançar luz na escuridão, vestindo um vestido preto formal. Ela sorria, um colar prateado com um pingente de sol estava em seu pescoço e com a mão direita que estava estendida segurava uma rosa vermelha que parecia ter a cor escarlate do sangue.

Cassandra.

Estava exatamente igual ao que se lembrava, mas ao mesmo tempo diferente: era ela, genuinamente, mas ainda assim o formato e disposição das feições pareciam ter mudado, as unhas como garras, a pele pálida em vez de bronzeada pelo sol, e os olhos...

Os olhos eram pretos, pretos como a escuridão da noite que banhava a paisagem do outro lado da janela.

– Blake – Falou ela novamente – você não vai acreditar no que aconteceu comigo.

– O que você esta fazendo aqui?

A expressão de Cassandra passou de felicidade a pura incredulidade.

– Como o que eu estou fazendo aqui? Eu vim te ver, é claro.

Mas é claro, porque ela não iria querer te ver? Disse a voz na mente de Blake. Cassandra assim como você é filha dos últimos Stormwell, junto com ela a família estava sempre completa e ela sempre a fez feliz. As pessoas sempre se impressionam com o quanto vocês são parecidas, Cassandra, sua mãe e você. O nome dela é Cassie e ela é sua irmã; ela sempre protegeu você.

– Eu fiquei preocupada com você minha parva turbine – Continuou Cassie, puxando um fio de cabelo de Blake – Soube que você terá uma nova amiga Redhawk.

– Terei?

Os olhos negros da amiga se arregalaram.

– Sim... Mas você não pode se deixar influenciar.

Atrás de Blake ela ouviu as risadas de Markos, queria estar com ele, rodeada de luz e carinho dos amigos. Ela semicerrou os olhos para a irmã. As duas permaneciam paradas no meio do corredor, e nenhuma das duas ousava mexer um músculo sequer.

– Influenciar? Porque eu seria influenciada por outra Redhawk? A família toda esta morta, Cassie.

Cassandra sorriu. Um sorriso sombrio e despreocupado; o sorriso de alguém que escondia segredos obscuros e obscenidades que fariam todos se preocupar com o tamanho do caos que isso poderia causar se escapassem daquela cabecinha. Em algum lugar das profundezas da mente de Blake, ela viu olhos azuis e o sangue escorrendo em um vestido igualmente azul, mas não sabia o por quê. Ela é sua irmã e ela sempre cuidou de você.

– Bem, nunca ninguém teve certeza, certo? – questionou ela, observando as sombras negras viajarem por entre as paredes – Por falar nisso, você acha que realmente os Lucem vão sobreviver a esse pequeno transtorno da Academia e você poderá assumir o lugar ao meu lado?

Blake prendeu a respiração.

– Mas e Cersei?

Cassie olhou para ela, as sombras estampadas em seus olhos.

– Quem é Cersei?

Blake sentiu o chão desabar. Esticou o braço como se fosse se apoiar na irmã, porém sua mão a atravessou. O corredor sombrio, o salão iluminado, a menina parada em sua frente voaram para longe, e ela tropeçou, colidindo contra o chão violentamente, machucando os cotovelos com uma dor que subiu pelos braços.

Ela rolou para o lado, engasgando. Estava deitada na sua cama em seu quarto, na Academia.

Nada daquilo foi real, pensou Blake repetidas vezes, nada daquilo foi real.

Suas mãos e pernas tremiam, e o coração parecia que ia saltar do peito. Encarou o teto de madeira por alguns segundo antes de finalmente se levantar. Cersei dormia serenamente em uma cama ao lado e por um momento ficou com inveja de a amiga ter conseguido ter pelo menos um sonho bom.

Cambaleou até o banheiro e fitou seu próprio reflexo no espelho. Os cabelos platinados eram de um tom quase branco e eles caiam em cachos bem abertos até um pouco mais para cima da sua cintura. Os olhos que deveriam estar dourados e cheios de vida estavam escurecidos e com olheiras cinza em sua volta.

Respirou fundo uma vez e abriu a torneira da pia jogando agua gelada por toda a extensão do rosto. Nada daquilo foi real. Alguma coisa brilhou em seu pescoço com o sol da manhã que entrava pela pequena janela do banheiro, e ainda olhando para o espelho ela viu. O colar com pingente de sol de Cassandra estava acomodado por entre suas clavículas e embaraçado no cabelo.

Reprimiu um grito de susto e colocou as mãos no coração quando Cersei apareceu atrás dela.

– Meu deus! – Disse enquanto tirava a roupa e entrava debaixo do chuveiro – Até parece que viu um fantasma.

– É... Quase isso.

Blake penteou o cabelo e colocou uma blusa laranja com uma saia preta. Não quis tirar o colar, mas também não queria que ninguém o visse, por isso apenas o jogou por dentro da blusa e colocou a mão para poder ter certeza de que não havia volume ali. A prata fria entrou em contato com sua pele quente e a vez estremecer.

– Nós estamos um pouco atrasadas – Cersei calçava rapidamente o par de sapatilhas pretas e quando terminou correu até o armário a procura de um casaco. Ela sempre estava deslumbrante ao ver de Blake, com os seus olhos verdes e o cabelo bem curto e negro, como seu rosto angelical e toda a timidez Cersei até parecia ser do primeiro ano se não contassem que ela era mais alta que todos de lá e até mesmo mais alta que Blake.

As duas saíram ás pressas do quarto para apenas quando chegaram em frente da sala descobrirem que o professor estava doente e não daria aula. Christian que também teria aula com as duas caminhou até elas com o seu melhor sorriso cafajeste.

– Belas pernas pequena Miss.

– Vê se cresse Christian.

Ele apenas riu e colocou a mão na cabeça de Blake, mostrando que era ela quem tinha que crescer. Christian era um moreno esguio de olhos escuros que era completamente despreocupado com a vida. Seu cabelo castanho vivia bagunçado e todos, menos ele, percebiam que precisava de um corte urgentemente.

Não demorou muito para que os outros alunos também saíssem da sala. Essa era uma das cinco aulas que os quatro tinham juntos e Markos agora vinha na direção deles. Ele estava com o os cabelos loiros cacheados bagunçados, vestia um suéter creme, jeans e botas de motoqueiro. Seus olhos azuis encontraram os de Blake e ele sorriu.

– Acho que essa historia toda de doença esta meio mal contada – Sua expressão era de divertimento enquanto olhava para Christian, que negava com a cabeça e levantava as mãos para cima – Blake?

– Acabei de chegar. Tenho Cersei de prova.

Cersei que estava um pouco distraída de tudo piscou algumas vezes e concordou com a cabeça em defesa da amiga. Seus olhos verdes por um momento se focaram em algo e ela cutucou Blake com o cotovelo em um sinal desesperado para que a loira visse a mesma coisa que ela.

Agnes Lucem seguia na direção do pequeno grupo. Usava roupas formais - um terninho preto e uma saia igualmente preta que batia nos joelhos. O cabelo negro como o da filha, hoje estava preso em um coque alto. Uma linha fina de preocupação se estendia por seu rosto e ao se aproximar, fitou cada um nos olhos se demorando apenas na filha.

– Venham comigo a minha sala, por favor.

Por mais que Agnes tivesse sido educada, aquilo não era um pedido. Era uma ordem explicita e nenhum deles devia questionar. A mais velha se virou sem aguardar respostas e seguiu em direção a sua sala com os demais em seu encalço.

Passaram por vários corredores e por fim quando chegaram ao ultimo corredor Blake estremeceu. Era o mesmo corredor do seu pesadelo, se seguisse um pouco mais para frente ela poderia ver o começo do salão com sua estatua feia no meio. Para o seu alivio, os cinco viraram em uma sala antes mesmo de chegarem no meio do corredor.

A sala da coordenadora Lucem era extremamente arrumada. Havia uma estante cheia de documentos, um pequeno sofá azul ao lado esquerdo e no centro havia uma mesa de escritório cheia de papeis e porta-retratos. Duas cadeiras estavam em frente à mesa, mas uma estava sendo ocupada por uma garota que se levantou imediatamente quando a coordenadora surgiu para se sentar em sua cadeira do outro lado da mesa.

Seu cabelo batia no ombro e era de um tom vermelho vivo. Pequenas sardas se espalhavam pelo seu rosto e pareciam deixar os olhos azuis maiores e adoráveis. Sua pele era clara, porém podia se notar o leve rosado de queimado que o sol deixara em sua pele. Usava jeans e all-star, e encarava Blake com grande otimismo.

– Estes são os últimos descentes de Salem – Disse Agnes gesticulando para os garotos parados um do lado do outro – Esta é Rosie Redhawk.

O sonho de Blake veio como um soco em sua cabeça. Você terá uma nova amiga Redhawk, dissera Cassie, Você não pode se deixar influenciar. O colar queimava em seu pescoço como um verdadeiro sol. Suas mãos suavam e ela tentava disfarçar ao máximo o nervosismo.

Rosie continuava a encarar. Sua boca se abriu por um momento como se tivesse alguma coisa para dizer, mas fechou logo em seguida. Algo naqueles olhos azuis dava calafrios em sua espinha, porque aqueles eram os mesmo olhos azuis que Cassandra tinha.

Cassandra, aquela em quem ela mais confiou. E aquela quem mais a traiu.

Você não pode se deixar influenciar.


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Notas finais do capítulo

E então o que acharam?? Deixem um comentário, faz bem para a alma do autor.

Os mistérios sobre Cassandra e todas as suas influencias vão ser explicadas no próximo cap.
Parva turbine significa pequena tempestade em latim