Cartas para Hope escrita por Skye Miller


Capítulo 3
Three.


Notas iniciais do capítulo

Olá! Bom, estou aqui com mais um comentário e gostaria de agradecer a todos que comentaram no capitulo anterior, sério, fiquei muiiiittoooo feliz com os seis comentários! Socorro! Obrigada a quem visualizou, as três pessoas que favoritaram e as seis que estão acompanhando! Amo vocês, sério, awn.

O capitulo é meio who, mas gosto dele, no proximo melhora, prometo. Xoxo



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Na sala de teatro há um grande espelho, ele é de tamanho mediano e redondo. Nunca entendi o motivo de terem colocando-o ali, talvez tenha sido ideia do professor Giulio ou sei lá, mas todas as vezes que entro ali e vejo meu reflexo no espelho me sinto estranha, talvez pelo fato de que ele me revela o quanto baixa e sem graça eu sou.

Olho para os lados e percebo que apenas Hannah Wade está ali, ela sempre anda entre os outros de cabeça baixa tentando esconder seu rosto por debaixo de um gorro cinza, com as diversas partituras do coral em uma pasta. Quando ela toca piano é como se você estivesse ouvindo uma melodia vinda dos céus, seus dedos são ágeis e ela tem um ar critico, apesar de ser bem tímida e raramente encarar diretamente as pessoas, seus grandes óculos quadrados fazem com que ela tenha uma aparência diminutiva.

– Olá! – Digo e sorrio, tentando disfarçar o meu constrangimento por estar ali, sendo que não faço parte do coral ou da companhia de teatro. Ela me olha desconfiada por míseros três segundos, acena e sai do meu campo de visão rapidamente. – Garota estranha...

Meus olhos vasculham toda a sala e então encontro a escada ao qual o Sr. Confuso cita em sua carta. Olho para os lados me certificando de que estou sozinha e coloco-a ali, com o coração batendo rapidamente. Não sei por que, mas estou animada e sinto que isso me deixa ainda mais maluca do que o normal. Saio dali como se nada estivesse acontecendo e então o sinal para o intervalo toca, antes mesmo de dar um passo a frente Callie surge ao meu lado, com os olhos arregalados e curiosos.

– E então?! – Ela pergunta eufórica e eu apenas dou um leve dar de ombros, o que faz com que Callie feche a cara. Normalmente Callie está sempre acompanhada de Jassie, que é muito desengonçada. As duas fazem uma dupla engraçada, apesar de estarem sempre discutindo do nada por motivos muito toscos, mas elas têm tantas coisas em comum que me pergunto por que se desentendem tanto. – Fala alguma coisa, porra!

– Se você xingar novamente eu lhe dou um tiro.

– Ai que medinho.

– Callie eu estou falando sério! – Resmungo e ela revira os olhos, começamos a andar pelos longos corredores que há na minha escola. Passo pelo meu armário para preparar meus livros e percebo que há outro bilhetinho ali, bufo. – Gente, que clichê.

“Bom dia Esperança! Ou bom dia Hope, é a mesma coisa mesmo.

Ontem estive na aula de literatura e a professora Margarete começou a recitar Shakespeare, e como sei que você ama tudo relacionado a ele eu venho pensando em lhe dar um livro da autoria dele, que tal? Mas não sei se tem como lhe entregar, meu anjo, então se contente com isso:

Ser ou não ser, eis a questão.

E aí, você é quem você se diz ser? Olha, eu não entendo essa frase/verso, seja lá o que seja isso, minha querida Esperança, você sabe? Ma bad.”

– Mas o que diabos é isso? – Callie pergunta entre risos e eu tento me controlar para não rir também. Não achei o bilhete fofo nem nada disso, na verdade achei sem lógica, mas ainda sim o guardo na minha bolsa decidida a coloca-lo no mural. Checo o armário para ver se ainda tem alguma coisa e noto que há outro papel, porém o material é diferente e percebo que não é um bilhete e sim um desenho. E é lindo, vários pássaros voando em círculos e uma grande rosa no meio. Sorrio. – Isso sim é fofo!

– Mas cadê a lógica dele me mandar cartas e bilhetes? Cartas já não basta? – Pergunto e Callie parece pensar um pouco, quando não encontramos nenhuma justificativa fiel a isso resolvemos ignorar. Abro meu caderno e escrevo um grande “NÃO COLOQUE BILHETES NO MEU ARMARIO” rasgo a folha e colo na porta, Callie começa a rir descontroladamente e tudo o que faço é exibir um sorrisinho de lado. – Eu não gosto de bilhetes, nunca gostei. Quando Kate me mandava bilhetinhos na quarta série sobre os garotos novatos a professora confiscou e ligou para os meus pais, desde então odeio bilhetes. Pois é.

– Você é estranha.

– Cara, eu sei disso, tá okay? Não precisa ficar repetindo.

Estranha.

– Vai se foder.

– Ai que estressada!

Reviro os olhos e dou de ombros. O sinal toca novamente e vou para a aula de história, que é e não é a minha aula preferida. Gosto muito de história, ainda mais quando retrata de povos antigos. O que eu não gosto dela é o professor Ryan, ele tem 26 anos e é muito bonito, mas a maioria das alunas dão em cima dele durante a aula inteira e ele dá bola, o que torna a aula em cem por cento chata. Não estou sendo dramática nem nada disso, ele tem um ego muito grande e se acha o tal com as suas roupas de grifes, o que me causa náuseas.

A única coisa que salva o resto dos horários é Jassie, já que sentamos lado a lado. Hoje decidimos que vamos passar a tarde juntas fazendo algo produtivo, já que Lília vai para o treino de vôlei e Callie estudar. Eu sempre sobro como uma desocupada, mas as vezes Sophia, minha prima, passa algumas tardes comigo quando ela consegue um tempinho em sua agenda, o que melhora as coisas pra mim. Pior do que não ter nada para fazer é ser uma inútil, e essa sou eu.

Prazer, Hope Adams, a garota sem talento.

Isso mesmo, sem talento.

Desde pequena eu nunca tive talento para nada, eu nunca fui realmente boa em nada. Não consigo me fixar em alguma profissão ou me adaptar em algo, pois nunca sou realmente eficiente. Já tentei de tudo o que você possa imaginar, e ultimamente vinha achando que talvez o rap fosse um talento, mas percebi que não, então voltei ao zero.

– Que tal se nós tentarmos... hum... dança? – Sei que Jassie está tentando ser gentil, mas estou com dor de cabeça e cansada. Porém, continuo prestando atenção no que ela fala e nego com um balançar de cabeça. – Você nem tentou, Hope.

Bufo e me levanto do sofá. Jassie coloca para tocar uma música aleatória e eu tento remexer os quadris, em vão. Então ela liga a tv e procura por uma coreografia, quando encontra eu começo a tentar aprender. Não consigo acompanhar os passos, o que faz tudo sair muito bizarro e fora de ordem. Jassie começa a rir e eu cruzo os braços.

– Tudo bem, vamos riscar “dançar” da lista. Okay, cantar?

– Você não pode estar falando sério.

– Estamos procurando o seu talento! Sua anta, anda logo.

Começo a cantar “99 Problems”, é a música favorita do Henry, ele a escuta quase todos os dias antes de dormir e “Sail” também. Como eu sei disso? Bem, dormimos com apenas uma parede nos separando, o que faz com que eu consiga ouvir coisas dentro do seu quarto, mas normalmente é só isso o que eu ouço, na maior parte do tempo tudo está silencioso. Ele gosta do silêncio.

Percebo que estou desafinando e então paro. Isso me faz me lembrar de quando era dia das crianças e nas brincadeirinhas eu tinha que cantar, todo mundo fechava os ouvidos e ficava implorando para que eu parasse. Mas eu não parava, eu gostava de continuar, aí percebia que ninguém estava gostando além de mim e eu ficava tão constrangida que não falava absolutamente nada depois.

– Cantar também não é uma especialidade minha.

Ela está tentando não rir e eu também.

– Contar piadas?

– Não.

– Ser cupido?

– Nunca.

– Desenhar?

– Impossível.

– Não ter nenhum talento?

– Nisso eu manjo.

Começamos a rir descontroladamente e então meu celular começa a tocar, é a Sophia.

– Olá! – Grito sorrindo.

Não me venha com “Olá”, sua vadia. Eu estou te esperando no shopping faz duas horas! – A voz de Sophia tem um “quê” de irritação, então engulo em seco.

– O que?

Hope, que dia é hoje?

– Hum... Quarta?

Estou falando em numero, idiota.

– Não me chama de idiota! Quinze! Hoje é quinze!

– Certo, o que fazemos uma vez por mês no dia quinze?

– Vamos ao shopping, compramos livros e cds, aí vamos no cinema e... – Paro de falar e arregalo os olhos. – Ai meu Deus, Sopinha! Desculpa, eu esqueci!

Esqueceu é? Vaca. Olha, eu vou embora.

– Não! – Jassie está me olhando confusa e eu gesticulo com a mão para que ela fique quieta, isso faz com que ela abre a boca para protestar, repito o mesmo ato e então ela me fulmina com os olhos, Jassie odeia ser contrariada. Sobe em cima da cama e começa a pular, fazendo uma dancinha engraçada. – Estou aí em dez minutos, eu prometo.

– Tá legal, mas venha só você, não traga as suas amiguinhas.

– Não fala assim delas... – Começo a defende-las, mas ela já desligou.

Suspiro e olho para Jassie. Ela faz um biquinho e tem um olhar engraçado, sorrio e subo em cima da cama. Começo a pular junto a ela e então gargalhamos, continuo pulando, os braços para cima encostando no lustre, isso faz com que eu me sinta mais alta. Jassie começa a cantar “American Dream” e eu a acompanho, então percebo que tem uma pessoa parada na porta nos encarando. É Tyler.

Paro imediatamente, mas Jassie continua, ela ainda não percebeu a presença do Paskin nos encarando, então me empurra para o lado e eu caio da cama. Estou tão constrangida que me levanto calmamente, o encarando. Ele tem um sorriso nos lábios.

O-oi Ty-ler – Gaguejo e tento arrumar meus cabelos, Jassie continua pulando. – Tu-do b-e-em?

– Yeah! – Isso é tudo o que ele diz, então ele entra dentro do quarto sem pedir permissão, tira seus vans e começa a pular na minha cama com Jassie. Arregalo os olhos. – Vem Hope!

– Eu preciso ir. – Falo rapidamente pegando uma bolsa e me calço. Olho para trás e Tyler continua me encarando enquanto pula, Jassie começa a cantar olhando distraidamente para Tyler e para mim, me incentivando a subir também, mas estou tão envergonhada que não consigo nem ficar dentro do meu próprio quarto com eles ali. Saio correndo e desço as escadas, Henry está deitado no sofá jogando videogame, fico na sua frente. – Heeennrryyy meu amor! Como você está?

Minha voz sai manhosa e esguichada quando digo seu nome. Estou fingindo ser gentil para que ele me empreste dinheiro para que eu possa pegar um taxi. Henry olha para mim e arqueia uma sobrancelha, ele encara minhas coxas vagarosamente e depois desvia rapidamente para o controle, como se ele fosse mais interessante. Suspiro e chuto sua canela. Ele grita.

– Você tá maluca?

– Eu to falando com você!

– O que é que você quer?!

– Henry, querido, eu preciso ir encontrar a Sophia, você poderia me emprestar alguns dólares para eu pegar um taxi?

– Não.

– Por favor!

– Hope, me deixa em paz.

– Para de ser chato.

– Eu estou sendo chato? Eu?! Garota, se toca! Você fica ai o dia inteiro sem fazer nada enquanto eu estou fazendo algo produtivo.

– Jogar videogame é produtivo?

– Claro que é.

Fecho os olhos e suspiro.

– Agora sai da minha frente, tá atrapalhando.

– Eu vou contar para a mamãe!

– “Eu vou contar para a mamãe.” – Ele tenta inutilmente imitar a minha voz, dou outro chute em sua canela e ele guincha. – Tá legal! Quanto é que você quer?

– Cinquenta dólares.

– Não.

– Sim! E anda logo, se não conto para todo mundo que você foi parar de usar fraudas com dez anos. – Ele abre a boca para protestar e eu ameaço chutar a sua canela novamente, então ele tira a carteira do bolso e me dá não só cinquenta, mas cem dólares. Sorrio e abro os braços, pulo em seu pescoço para lhe dar um abraço forçado e ele me empurra. – Obrigada! Você é o melhor irmão do mundo, Deus ama você! Mas eu não!

Henry apenas dá de ombros e eu continuo parada na sua frente.

– SE VOCÊ NÃO SAIR DA MINHA FRENTE AGORA EU TE MATO. – Ele grita me empurrando para o lado, e como sou uma pessoa muito chata e insistente volto a ficar na sua frente. Henry bufa.

– Ai irmãozinho, relaxa. Já estou indo.

Mando um beijo no ar e ele me devolve o dedo do meio. Dou um sorriso amarelo e saio correndo quando ele se alevanta vindo carrancudo na minha direção. Henry me da medo, as vezes acho que ele tem um ser psicopata interior. Sabe-se lá Deus o que ele pode fazer. Pego um taxi e quando chego no shopping percebo que Sophia está sentada de braços cruzados na praça de alimentação, encarando o ponteiro do relógio. Sento ao seu lado.

–Você demorou vinte e cinco minutos.

– Foi mal, tive que resolver algumas coisas e o Henry ficou puxando meu saco.

–Ou foi você quem ficou enchendo ele? – Sophia sempre defendeu Henry em tudo, esse é um defeito horrível nela. Ela sempre preferiu Henry a mim e todas as vezes que nós brigamos ela fica do lado dele, o que é uma droga pois assim ele fica ainda mais superficial. Reviro os olhos e ela sorri. – Você deveria ser menos chata.

– Eu não sou chata.

– Às vezes é. Você é divertida e legal quando tá com seus amigos, mas ai do nada fica insuportável.

– Obrigada. – Digo sarcástica.

– Não tem de quê.

– Tá, vamos na livraria? Preciso esfriar a cabeça. E nada que um bom livro não resolva.

...

– Eu tenho absoluta certeza de que conheço ele – Minha cabeça está doendo e Sophie me arrasta de um lado para o outro, pelo que parece estamos perseguindo um garoto. Depois que saímos da livraria e eu comprei um Milk-Shake um garoto passou por nós e Sophia fixou os olhos nele, depois começou a me arrastar e falar diversas coisas. Saimos do shopping e eu acendo um cigarro, Sophia me encara e tira o cigarro da minha mão. – Você sabia que isso da câncer? Você tem noção do quanto é ruim não respirar? Você é louca?

– Eu fumo apenas as vezes, relaxa.

– Relaxar? Hope! Se a tia Cassie descobre que você está fumando ela arranca o seu fígado e come cru!

– Não exagera. – Digo e tiro outro cigarro do maço, acendo-o e começo a fumar. Olho para os lados e percebo que o garoto sumiu. – Cadê ele?

Sophia aperta os olhos e aponta para frente, ele está há uns vinte metros de nós duas, então começamos a correr e eu tento equilibrar a minha bolsa e fumar ao mesmo tempo. As pessoas estão olhando estranhamente para nós, mas eu não ligo. Nós estamos correndo e então a cinco metro de distancia nós paramos, e então o garoto olha para trás e encara Sophia. Ela está com a mão sobre o peito, tentando respirar e ele tem uma sobrancelha arqueada, fala alguma coisa para o garoto que está ao seu lado e eles voltam a andar.

– Ele estuda na minha escola, agora lembrei, terceiro ano. Nós sentamos um na frente do outro na hora do recreio e ficamos nos encarando, mas nem o nome dele eu sei.

– Tá e agora? Ele ficou aí te encarando todo debochado.

– Continuamos seguindo.

– Pra que?

– Ai, eu não sei! – Ela fala entre risos e eu começo a sorrir também, meu cigarro está acabando então já acendo outro. Começamos a andar mais calmamente entre as pessoas e o garoto cujo vou começar a chamar de Super Homem – Ele parece muito com o ator que faz o shuper homem – e ele olha novamente para trás, mas não nos vê já que somos baixinhas. Quando passamos por um semáforo um senhor cai de uma moto e sai rolando pelo chão, sei que eu deveria ir lá e ajudar, mas tudo o que posso fazer é rir. Rir da nossa situação e da situação que o senhor está. O transito inteiro para e nós corremos pela faixa de pedestre, estou tentando controlar a minha risada, o super-homem e seu amigo gato estão a dois metros de distancia. Passo a andar mais calmamente e então ambos olham para trás por míseros segundos e andam mais rápido, como se estivesse com medo de nós. Isso foi tão cômico que me encosto em uma parede e começo a rir descontroladamente. – Para de rir Hope, vamos continuar andando.

– Não dá! – Falo entre risos e então minha bexiga aperta, começo a rir mais ainda. Encolho-me um pouco e percebo que se eu rir demais vou começar a fazer xixi, já que bebi muita água nas ultimas horas. – Sophia eu vou mijar!

– Hiperbólica.

– Estou falando sério – Tento controlar a risada e minha bexiga aperta novamente, coloco um braço sobre minha barriga e aos poucos paro de sorrir, mas a vontade de urinar ainda não passou. – Pronto.

Depois de andar bastante atrás do super-homem ele dobra a direita e seu amigo gato continua seguindo reto, Sophia poe a mão no meu braço e nós andamos mais rápido, dobramos na mesma rua e ele não está lá.

– Cadê ele? – Ela fala quase gritando, olha para trás e para os lados. Tem pessoas sentadas nas portas aqui e acolá e uma marcenaria na esquina, mas fora isso a rua está vazia. Começo a rir novamente, eu amo sorrir. – Será que ele foi abduzido?

– Você é idiota ou o que? – Pergunto e agarro seu braço, voltamos a andar normalmente mas mesmo assim ela continua olhando para trás. Então quando já estamos quase chegando na outra esquina ele sai da marcenaria com os braços cruzados olhando para nós. Engulo em seco. – Olha ele aí.

– Ele ficou escondido esperando a gente passar. – Ela cochicha. – Ele sabe que nós estávamos o seguindo.

– Sim.

Então ele anda rapidamente na nossa direção e nós começamos a correr. Estamos a quatro quadras da minha casa, então aperto o passo sem olhar para trás. Sophia não fuma, mas corre como um fumante, enquanto eu tenho os pulmões de uma pessoa saudável, não entendo isso, mas continuo correndo. Estamos a duas quadras e eu não consigo controlar o riso, meu cabelo voa de um lado para o outro e meu chapéu ameaça cair. Então paro para olhar para trás quando vejo que estou a alguns passos de casa e paro de correr, o super-homem não nos seguiu. Sophia está com o rosto vermelho e respira com dificuldade. Abro a porta de casa e então nós entramos e nos jogamos no sofá onde Henry ainda continua jogando videogame. Ele pausa e olha rapidamente para nós, Sophia beija seu rosto e em troca ele lhe da um abraço aperto. Faço uma careta.

– Parem com isso. – Murmuro quando Henry começa a dar beijos estalados por todo o rosto de Sophia enquanto ela solta uma gargalhada. Fecho os olhos e bufo. – Parem!

– Você tá é com inveja porque o Henry me ama, mas te odeia – Sophia fala e eu dou língua, isso faz ela rir ainda mais. Coloco os pés em cima da mesinha e ele sem querer bate em um jarro de flores, fazendo-o cair no chão e soltar um som estridente – Desastrada! Olha que tulipas lindas!

Olho para o chão e me deparo com diversas tulipas vermelhas, todas bem cuidadas de cor chamativa. Pego uma e absorvo sua fragrância, fecho os olhos com um sorriso. Esse era o presente que o Sr. Confuso iria me dar, essa é a surpresa. Abro os olhos e Sophie está colocando-as no jarro novamente, suas mãos tocam delicadamente as flores e eu sinto uma pintada de ciúmes. Porque são minhas tulipas.

– Solta! – Falo rapidamente pegando o jarro de sua mão e juntando contra o peito. – Elas são minhas. Henry, como foi que elas vieram parar aqui? Quem as trouxe?

– Eu estava jogando videogame e aí a campainha tocou – Ele fala calmamente com uma voz carregada de tédio e sono, isso faz com que eu queira lhe encher de tapas. Henry me irrita. – Era um cara de uma floricultura e disse que o cliente dele pediu para que deixasse em cima da mesa de centro, tinha um cartãozinho vermelho cheio de friscura, perfumado e com seu nome na frente, achei tão gay que amacei e joguei no lixo.

– Você não faria isso. – Digo entredentes.

– Fiz sim, tá na lixeira.

Caminho calmamente até a lixeira e percebo que realmente tem um cartão ali, tão amassado que faz meu coração doer, mas ainda consigo sentir seu cheiro. Fecho os olhos rapidamente e caminho decidida na direção de Henry, ele está concentrado no seu jogo idiota e Sophia faz cafuné em seu cabelo bagunçado, ponho calmamente o jarro em cima da mesinha e dou um chute em sua canela, Henry prende a respiração e seus olhos começam a lacrimejar, sinto um pouquinho de pena, mas a raiva é maior.

– Da próxima vez que você pegar algo que é meu e jogar no lixo, eu vou quebrar a sua perna.

– Louca. – Ele sussurra, percebo que ficou um hematoma roxo sobre sua pele branca, mas não ligo. Sua voz está fria e ele me fulmina com o olhar. Dou de ombros e pego o jarro, corro para meu quarto e ponho em cima da escrivaninha. Coloco o cartão amassado na parede e suspiro com um sorriso no rosto.

Passo o resto da tarde e a noite ali, deitada, encarando aquelas lindas tulipas vermelhas.


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Notas finais do capítulo

Jujubas, eu fiz um grupo no wpp sobre minhas fanfics, que são : Cartas para Hope (original) e outras duas que posto em outro perfil: Arabella (pjo- Tratie) e Skinny Love (Thaluke) lá, todo mundo se dá bem e se ama, falamos sobre diversas coisas e diversas fanfics, principalmente sobre cph e sobre o gato do querido Henry (Mas o Tyler é meu, okay?) , amosou. Então, se vocês quiserem entrar, me avisem, ok? Bjks.
Comentem mt mt mt mt pra eu ficar feliz e fazer um capitulo bem legal :]



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