Cartas para Hope escrita por Skye Miller


Capítulo 21
Twenty One.


Notas iniciais do capítulo

Olá!
Nossa, sei que vocês querem me matar, né? Mas calma gente! Aqui tem capitulo fresquinho e eu não vou demorar tanto pro proximo, prometo!
Mil desculpas pela demora pessoal, sério, é que tive problemas com a net, com a escola e um bloqueio criativo, mas tá tudo voltando aos eixos.
Proximo capitulo é um dos meus favs, e é enorme, por isso acho que vai se dividir em dois.
Espero que gostem.
Hello G! (sdds)



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– Você quer o quê?

Meu pai arregala os olhos e anda de um lado para o outro, parecendo pensar. Estou nervosa e quero sair do seu escritório o quanto antes. Não consigo me sentir bem em nenhum cômodo dessa casa, estou sufocada, acredito que se eu não tomar alguma iniciativa a qualquer segundo irei desmaiar diante de tanta pressão que está sendo colocada sobre meus ombros.

Logo após o meu surto, ao qual eu destruí quase tudo dentro do meu quarto, saí de casa e fiquei correndo pelos quarteirões. Não sei ao certo o que aconteceu, eu estava sem ar, chorando e soluçando, com calças jeans e blusa de manga comprida, mas mesmo assim corria de um lado para o outro no frio típico de Minneapolis. Lá pela decima sexta corrida, já estava tarde da noite e eu voltei para casa, porém, no meio do caminho, topei com Anna e Ethan em uma praça.

Não foi um encontro muito agradável, devo ressaltar. Eu bati com bastante força nos braços de Ethan e o xinguei de diversos nomes possíveis, enquanto Anna tentava me fazer parar. Quando eu me voltei contra ela, Ethan a defendeu, dizendo que ela não sabia de absolutamente nada sobre Henry e o Sr. Confuso e que eu não deveria culpa-la. Anna insistiu para conversar á sós comigo, e Ethan meio relutante aceitou. Ela me obrigou a falar sobre o que havia acontecido, e eu estava tão desesperada em desabafar aquilo com alguém que acabei despejando tudo em cima dela. Se fosse em outra ocasião, eu nunca falaria tanto sobre mim para ela, mas naquele momento eu senti que fiquei até mesmo mais leve.

– Então, como vai ser? – Anna perguntou quando eu terminei de contar sobre tudo, fiz uma careta em confusão. – Digo, você vai evita-lo pelo resto da sua vida?

– Não pensei muito sobre isso, na verdade não quero pensar, eu só quero... Sumir.

– Há algo que eu possa fazer por você? – Ela perguntou inocentemente, como alguém que pergunta por perguntar, não porque quer realmente ajudar. Então eu olhei bem no fundo dos seus olhos e vi que ela estava falando sério, que ela se importa de verdade, e dei um sorriso de lado. Eu precisava de uma amiga naquele momento. Sophia estava em Nova Iorque, Callie muito focada em passar na universidade, Jassie em uma mine depressão por causa do Flynn e Lília... Bem, eu não queria nem pensar nela, meu sentimento por ela estava o mesmo que pelo Smith: Raiva, frustação e magoa. Anna era minha única e melhor opção. – Ai Meu Deus, não gostei desse sorriso...

– Você vai ter que me suportar por um longo tempo, Anna Palmer. – Foi a única coisa que eu disse a ela.

Deve ser por isso que meu pai está tão preocupado, talvez ele acredite que Anna e sua família não conseguirão me suportar por muito tempo. Propus a ele o seguinte: Irei passar alguns dias – semanas – na casa da Anna treinando para as regionais, pois me daria inspiração e força de vontade. Mas não estou indo por causa disso, estou indo porque quero fugir de Henry e todos desse círculo fechado ao redor de mim.

Eu engulo em seco sentindo minha mochila pesar em meus ombros e finalmente meu pai simplesmente assente e faz um gesto com a mão, indicando que eu já posso ir. Um mínimo sorriso surge em meu rosto e eu o abraço, depois corro escadas abaixo em direção ao carro de Suzana. Minha mãe está na sala me olhando aflita e Henry encostado na soleira da porta, tento passar por eles sem fazer contato visual ou falar algo, mas meu irmão me puxa pelo cotovelo quando passo por ele.

– O que você pensa que está fazendo? – Ele pergunta nervoso e eu fecho os olhos com força. – Você não precisa sair de casa, Hope, não precisa fugir de mim, não sou um monstro e nós poderíamos...

– Fique longe de mim. – É tudo o que digo quando me afasto. – Me deixe em paz, Henry,

Mesmo andando a passos largo Henry me acompanha e abre a porta do carro para mim, como se fizesse isso o tempo todo, como se fosse um cavaleiro – o que é uma completa mentira – e sorri para mim. Sinto vontade de socar o seu rosto diante de tal ousadia.

– Vou deixar você em paz, Hope. – Henry diz quando eu entro, tento ignorar, mas meus ouvidos estão atentos a cada palavra. – Sabe por quê? Porque amo você, porque me importo, porque sou um otário que liga mais para os seus sentimentos do que para os meus. Pronto, finalmente disse isso, cara a cara e não em uma carta idiota usando um pseudônimo ridículo. Eu não vou deixar nada nem ninguém machucar você. Não mais. Mas eu não posso protegê-la de si mesma. Tenha uma boa sorte nessa tentativa fracassada de ignorar o que realmente sente por mim.

Suzana liga o carro e quando ele começa a locomover eu viro o rosto para o lado, me focando em falar asneiras para não pensar nas palavras de Henry. É idiotice, porque às vezes, as pessoas quando deixadas sozinhas podem ouvir seu próprio ódio por si mesmas. E eu estou me odiando, com as palavras de Henry martelando constantemente sem parar na minha cabeça.

Eu realmente, verdadeiramente gostaria que ele não tivesse dito isso. Fico pensando nisso. Não consigo parar. Meus pensamentos vão acabar me matando.

...

Há duas semanas quando eu estava na casa dos meus pais vivia constantemente em uma rotina com tudo estrategicamente programado, havia hora para dormir e acordar, hora para treinar, hora para simplesmente assistir TV. Tudo, absolutamente tudo, era calculado.

Mas, agora, percebo que tudo isso é uma farsa. Determinar o que você vai fazer durante o dia é perda de tempo. É chato, cansativo e repetitivo. A verdade é que a gente nunca vai conseguir prever o que vai acontecer, sempre pode haver uma reviravolta.

Morar com Anna Palmer é como estar sempre em uma montanha russa. Ela nunca tem um tempo para terminar algo, apenas começar. Ela não planeja o futuro, ela planeja o presente, o agora, o que estamos vivendo.

Os finais de semana sempre são os melhores com ela. Na sexta-feira fomos para a biblioteca municipal de Minneapolis para trabalhos comunitários. Perguntei se ela fazia isso com frequência e ela disse que apenas quando sente vontade. No sábado, simplesmente passamos a tarde inteira correndo pela avenida central treinando para as regionais, no domingo fomos visitar sua mãe na cidade vizinha. Hoje, vamos ao supermercado do seu pai, É o único compromisso que Anna tem ao menos três vezes por semana, ela fica encarregada de checar o estoque e receber novas encomendas. Eu lhe perguntei o que ela fez nas semanas passadas, e foram coisas alternativas que não se repetiram nessa semana. Confesso que senti inveja, meu pai sempre me obrigou a seguir doutrinas, a seguir um padrão. Estou me sentindo mais livre longe dele e de todas as minhas obrigações.

– Sabe o que eu estaria fazendo agora? – Pergunto retoricamente colocando uma caixa de sardinhas dentro do deposito. O supermercado é enorme, se não fosse pela experiência de Anna ao se locomover por aqui ficaríamos a tarde inteira presa a isso. – Na casa da Lília. Todas as segundas eu costumava ir visita-la.

– Como você consegue fazer coisas repetitivas? – A voz de Anna tem um “quê” de exagero, como se ela estivesse realmente horrorizada. Apenas dou de ombros e me foco em terminar o que estamos fazendo.

As coisas voltaram ao normal, ou quase isso. Voltei a cantar rap com Charlie, voltei a fazer as aulas de balé, quando estou entediada voltei a ir para o terraço e ficar brincando com um maço de cigarros. Resumindo: Voltei a me comportar da maneira que me comportava antes das cartas surgirem. Muita coisa mudou, também: Tenho evitado Lília ao máximo possível, não fico mais preocupada quando vejo Henry sendo expulso da sala e não trato mais Tyler com tanto indiferença. Para falar a verdade voltei a falar com Tyler, está sendo meio complicado porque hora ou outra ele insiste em falar do passado, e tudo o que eu quero fazer é esquecer os últimos meses.

– Falta só uma caixa e... – Dou alguns passos e coloco a caixa em cima do balcão com um sorriso triunfante. – Terminamos.

– Ótimo. Vou me encontrar com o Ethan agora, vamos ao cinema com alguns amigos dele... Quer ir?

Eu quero sorrir e dizer que sim; quero ficar animada, colocar uma roupa bacana e aproveitar esses dias longes dos meus pais, quero fazer todas essas coisas sem me arrepender.

Mas querer não é poder.

Então eu nego e marcho a passas rápidos até a saída do supermercado. Ir ao cinema com Anna significa que terei de falar com Ethan e eu não vou conseguir fazer isso, não quando ele assume uma postura de indiferença, de que está tudo bem, que nada aconteceu. Não quando ele me chama de Bonequinha de Luxo com a maior naturalidade possível. Além do mais, se Ethan vai estar lá, é bem provável que Henry também esteja.

Eu não vou conseguir estar no mesmo ambiente que ele, com meus pensamentos confusos me pressionando a tomar alguma decisão. Eu sinto que preciso fazer algo, mas não sei exatamente o quê.

São três da tarde. Eu deveria estar indo para a avenida central treinar para as regionais, que será em três dias, mas eu apenas fico vagando por Minneapolis sem destino algum. Hoje o clima está favorável, meio quente, mas ainda sim frio. Eu acho que tenho estado deprimente demais, chata demais, chorona demais, careta demais. Tenho estado em pleno exagero relacionado a absolutamente disso.

Minha mãe costumava dizer que nasci para ser dramática e intensa. É por isso que divago tanto, que falo tanto, que complico tanto. Sou um poço de indecisões, que sempre procura as mais fáceis alternativas para solucionar problemas e esse é o meu problema: Tenho medo das alternativas mais difíceis, tenho medo de errar, tenho medo de tentar.

É isso o que sou, uma medrosa. Eu deveria enfrentar os meus medos e dizer sim livremente para tudo, dizer sim para o convite de Anna, dizer sim para os pedidos de desculpas de Ethan e Lília, dizer sim para os pedidos desesperados de minha mãe para voltar para casa, sim para Henry, sim para mim mesma, sim para os meus sentimentos. Por que eu tenho tanto medo de uma única palavra?

Depois de andar por algum tempo sento-me em um banco e observo as pessoas que andam de um lado para o outro. O quê será que elas pensam quando olham para mim? Será que elas veem uma adolescente problemática, apaixonada ou idiota? Será que eles se perguntam o que estou fazendo sentada como se não tivesse nada de interessante pra fazer? Será que eles já me viram antes e estão se questionando o porquê de meu rosto ser tão comum? Sinto algo estranho quando as pessoas gastam meros segundos olhando para o meu rosto, como se eu fosse apenas uma barreira que os atrapalha de olhar para algo mais importante.

Todos me veem, mas ninguém realmente me enxerga. Isso é triste. É como ser uma pessoa famosa: Todo mundo sabe quem você é, mas ninguém te conhece.

Eu tombo a cabeça para o lado, repassando os últimos dias detalhadamente na minha cabeça; de vez em quando fico presa a momentos aleatórios por tempo demais. Lembro-me de Callie animada com os resultados para a faculdade, de Jassie dizer estar superando Flynn ao encontrar apoio em quem ela menos esperava, de Charlie e Ethan eufóricos com a bolsa de estudos que ganharam, de Lília ganhando o prêmio de aluna exemplar do primeiro ano e de Anna animada com os três meses de namoro. Todos meus amigos estão contentes com algo, ou quase todos.

A situação de David com Louis se agravou para algo obscuro e complicado. A mãe de Louis é homofobica e descobriu da pior maneira possível que o filho estava tendo um envolvimento com outro rapaz, o que resultou em David e Louis se engalfinhando entre tapas e socos em uma festa do colegiado. Foi uma das festas ao qual faltei, o que foi um erro porque David realmente precisava de apoio naquele momento.

Callie me contou que foi um escândalo. Louis ficou bêbado e foi gritar com David, dizendo que ele era um inútil e que foi a principal razão para sua mãe tê-lo batido ( Louis estava com uma sobrancelha cortada e o nariz quebrado e sim, foi sua mãe quem fez o estrago), David tentou pedir desculpas, mas Louis o chamou de viadinho na frente de todo mundo.

E ninguém, absolutamente ninguém insulta David Mitchell e saí ileso. David é o tipo de cara que pode ser amável, companheiro e sincero, mas quando está com raiva se torna um ogro. E foi isso o que ele se tornou naquela noite: Um ogro que acabou com o rosto perfeito e regular de Louis. Ninguém sabe da história dos dois, ninguém sabe o que motivou a briga, ninguém sabe o que realmente aconteceu ali. Apenas eles mesmos.

Foi uma semana estranha, pois enquanto todos estavam alegres; David se encontrava cabisbaixo. Aos poucos estou me tornando uma atriz. Tenho tentado ao máximo possível me manter em pé, com minha mascara de “Hey, estou bem”, mas tem estado complicado, pois todas as noites tenho pesadelos comigo mesma se jogando em um campo cheio de tulipas e então elas se transformam em rosas brancas que escondem facas afiadas nas raízes. Sempre acordo gritando, sentindo uma dor na pele como se as facas estivessem realmente me perfurando. Às vezes, os pesadelos mudam, e são cartas no lugar de flores, e quem se joga não sou, é Henry, e enquanto seu corpo se contorce sendo perfurado pelas facas que as cartas escondem ele sussurra “Querida Hope.”

Todos acreditam que está tudo bem comigo. Que estou feliz. Que tudo voltou ao normal.

Mas é uma completa mentira.

Há dias, muitos deles, que acordo pensativa e com vontade de escrever uma carta, mas nunca sei para quem mandar. Eu só... quero escrever, e quando percebo que isso se tornou um habito, que se tornou uma rotina escrever para o Sr. Confuso, sinto-me estranhamente triste e vazia. Nesses momentos sentia vontade de chorar, mas não saía nenhuma lagrima. Era só uma espécie de tristeza, de dor, de náusea, de sufoco, ou uma mistura de tudo. Não existe nada pior. Acho que você sabe o que é isso, sabe o que eu estou querendo dizer. Acho que todo mundo, hora ou outra, passa por isso, volta e meia tem essa sensação. Mas comigo é muito frequente, acontece demais. É inconstante.

É como minha mãe sempre diz: Nasci para ser dramática e intensa. Eu já deveria estar acostumada em me sentir assim.

...

– Senhorita Adams, o que você achou da sua colocação?

– Gratificante.

É estranho quando você percebe que é capaz de dizer uma coisa enquanto está pensando em outra, agir como se estivesse ouvindo quando não está, fingir estar calma e feliz enquanto na verdade está surtando. É mais estranho ainda quando você percebe que já desenvolveu essa habilidade há muito tempo e ela estava oculta. Você tem que aprender que as pessoas estão sempre ligadas no que você diz, que elas sempre prestam atenção, que elas sempre estão ouvindo.

Algumas vezes sinto como se houvesse duas de mim, uma brigando diretamente com a outra tentando assumir o controle: Uma que é superficial – como agora – que assente no momento certo, que diz o que deve dizer, e a parte profunda, a parte que grita loucamente “eu prefiro morrer do meu jeito a viver do seu”, a parte que quer nesse momento bater nesses repórteres e gritar que eu perdi de proposito, que eu não queria ganhar, que eu não quero tanta atenção.

– Senhorita Adams, como foi perder para a sua companheira de escola, Anna Palmer?

– Normal.

Eu forço um sorriso e sinto que há duas pessoas dentro de mim, e que eu posso me partir a qualquer segundo. Que a qualquer segundo eu posso perder o controle. É como se a Hope Stonem quisesse tomar o lugar da Hope Adams, elas são duas pessoas em uma só lutando por uma chance de se mostrar para o mundo.

Veja bem, hoje o dia já começou ruim quando eu acordei e havia um telefonema do meu pai dizendo que, com o fim das regionais, eu deveria voltar para casa. Depois disso, fui obrigada a dar várias entrevistas chatas e ficar quase duas horas esperando a competição começar.

Confesso que, no inicio, eu estava animada com isso, eu estava pronta para dar o meu melhor. Quando o apito soou, eu corri em disparada até a linha de chegada, com o queixo para cima e olhos fixos em um ponto inexistente além de mim. Meus sentidos estavam aguçados. Eu sentia o suor escorrendo pelo meu corpo, minhas mãos tremendo, meus olhos ardendo por conta do sol, meus ouvidos latejando pelo grito das pessoas, meu nariz inalando a poeira que pairava no ar e meus lábios em um sorriso torto. Eu sentia tudo.

Mas então, a poucos metros da linha de chegada, eu desacelerei o passo. Apesar de estar em vantagem dos outros concorrentes, apesar de já estar com a corrida ganha, eu simplesmente... parei. Anna e um garoto da cidade vizinha passaram por mim e atravessaram a linha de chegada. Meu nome brilhava em bronze na categoria de terceiro lugar e Anna me olhava com uma careta estranha, talvez se perguntando por que eu havia feito aquilo, porque eu havia dado o primeiro lugar de bandeja.

Eu nunca diria o motivo em voz alta, eu nunca diria isso para alguém, mas a quem estou querendo enganar com isso? A quem estou querendo enganar com sorriso s e abraços afetados que tenho distribuído por isso? Essa não sou eu. Eu não sou assim, eu não fujo dos meus sentimentos, eu não finjo ser o que não sou. Então por que continuo com isso?

Enquanto estava ali, correndo e determinada a ganhar, percebi que eu estava sendo falsa até mesmo ali, fazendo algo que realmente gosto. Pois, para inicio de conversa, eu nem sequer queria ter participado das seletivas, então o que diabos eu estava fazendo ali, lutando para o primeiro lugar nas regionais, se era algo que eu não queria? Se correr era a minha paixão, mas não era algo que eu quisesse compartilhar, não era algo que eu queria ser venerada?

– Confesse que você me deixou ganhar, Hope. – Anna praticamente grita quando entramos dentro de casa e eu me jogo no sofá, fingindo prestar atenção no que passa na TV. – Qual é o seu problema? Você parecia tão feliz, treinando todos os dias e...

– Eu só pareço feliz, Anna, mas não estou. – Confesso com um suspiro e coço a nuca nervosamente. – E eu não estava necessariamente treinando, eu... correndo só estava. Eu gosto de correr Anna, eu me sinto viva correndo, mas não gosto de competir. Essa é a verdade, eu odeio competições, eu odeio tudo isso.

– Mas... Mas... Eu achei que... Você é tão complicada! – A voz de Anna é engraçada, é como se ela tivesse doze anos e não dezessete. É linda, mas infantil, por isso não consigo leva-la a sério e acabo sorrindo. – Pare de rir! Eu juro que tento entender você, mas não dá! Em um momento você é toda extrovertida e no outro é sentimental! Em um momento ri feito uma hiena e no outro chora feito uma bezerra.

– Como é rir feito uma hiena?

– Argh! – Ela joga um travesseiro em mim e eu começo a rir descontroladamente. É bom rir verdadeiramente depois de muitos risos forçados. – Eu desisto.

Ela faz um bico e eu volto a rir. Sua postura é tão infantil que me pergunto como não notei isso em Anna antes, esse seu lado dramático e mimado. Estou tão concentrada em rir do seu comportamento que não noto quando Suzana entra na sala com uma caixa e coloca e cima da mesinha de centro.

– Henry disse para entregar isso a você.

Meu sangue gela e meu sorriso se desfaz. Faz quanto tempo que não vejo Henry pelos corredores da escola? Duas semanas ou mais? Ele pareceu ter levado a sério o meu pedido para deixar-me em paz, então por que agora decidiu aparecer do nada?

Eu pego a caixa e lentamente a coloco sobre minhas pernas. As irmãs Palmer me encaram com expectativas e eu abro a caixa, soltando todo o ar do meu corpo em um único suspiro quando vejo o quê há lá dentro.

Cartas.


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Notas finais do capítulo

Só eu que estou com saudades da Lília na fic? Sério cara, agora que percebi que ela tá meio sumida, graças a Deus daqui a pouco ela volta a ativa.
Genteeeeeeeeeeeeyyyyyyyyyyy, proximo capitulo é apenas de cartas! Yeah! Vamos comemorar meu povo lindo! Vai ser em compensação a esse capitulo dramático e bosta aka 21.

Gente, queria pedir uma ajudinha: To escrevendo três capitulos bônus para o fim da fic, os três sendo ponto de vista do nosso amavel Henry, então sugiram alguma cena ou situação para que eu possa escrever. Tipo, querem que eu escreva sobre toda aquela questão de suicidio? Ou tipo, o ponto de vista do Henry naquela noite no gramado em que jogou a maquina fora? Ou quem sabe, algum capitulo de quando Henry era criança?
Tipo isso, sugiram algo, por favor!

Ah, ia esquecendo: Eu imagino a Cara Delavigne como a Sophia, sério cara, vim perceber isso ontem skjeklmskjes e vocês?

Bom, é isso, beijinho de luz e até breve.



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