“Não importa se você cair ou voar.”

P.D.V. Braider

– Consegui algumas manchetes com alguns jornais da cidade – Isaac disse enquanto entrava em minha sala e jogava os jornais sobre a mármore. – Sobre a morte de Andrômeda.

– Eu consegui alguns arquivos em alguns navegadores e todos eles ressaltam que ela foi assassinada. – Murmurei enquanto olhava as diversas colunas de jornais.

– Nicholas conversou com um dos legistas do Caso da mãe da garota. – Isaac caminho novamente até a porta, fechando-a e observando em volta. – Ele disse que a causa da morte foi envenenamento.

– Um dos legistas? – Perguntei, colocando as manchetes uma ao lado da outra. – Quantos legistas eles contrataram? Que eu saiba eles preferem permanecer sempre com o mesmo.

– Foram exatamente quatro Legistas, Braider. Cada um indentifica a morte da Sra.Black como algo diferente. – Deu de ombros enquanto dizia confuso. – As fotos do corpo não tem ferimentos ou ferimentos que apareçam em algumas das fotos, talvez ele tenha sido envenenada.

– Dentro da própria casa ou em qualquer lugar da Califórnia? – Questionei.

– Isso é o que você tem que descobrir. – Murmurou Isaac enquanto mexia no celular.

Joguei as páginas dentro da mesma gaveta e a fechei em seguida, pegando as chaves do carro e trancando novamente a porta de mármore. Segui até a sala principal, estranhando o fato de Nicholas não ter dado nenhuma notícia até hoje. Isaac subiu as escadas correndo antes que fossemos para o Estado Dourado, o que era um nome um tanto duvidoso para uma festa para Calouros da Califórnia.

O celular vibrou e o baixo som de aviso chegou logo em seguida, fazendo com que eu abrisse na mesma hora.

“Nicholas: Seu pai está na Califórnia, ele está associando-se novamente com Damon Black. Desde quando sua família tem associação em uma das maiores empresas da Califórnia?”

– Alguma informação?

Isaac perguntou enquanto pegava suas coisas antes de começar a acionar a segurança da casa. Desde quando o idiota do meu pai estava na Califórnia? Desde quando ele se importava com os caminhos que eu começava a seguir? Saindo de Altanta para São Francisco não quer dizer que preciso estar sobre a inútil vigia de um cara que nem ao menos honrou o sobrenome que teve por algum tempo.

Os casos são extremamente sigilosos e em hipótese alguma ele teria acesso para saber de qualquer coisa, só se ele estiver envolvido com algo do passado de Andrômeda Black.

– Bryan está na cidade. – Murmurei enquanto excluia a mensagem e jogava o celular do outro da sala, escutando ele se espatilhar contra a parede neutra.

– Seu pai? – As expressões no rosto de Isaac oscilaram e pude prestar atenção no que ele diria a seguir. – Arrumei uma colega de apartamento para nós.

– Você o quê?!

– Só está estranhando a ideia porque está nervosinho com seu papaizinho, Braider. – Debocha enquanto sorri torto e anda até a porta. – Mas isso é normal por aqui, ela se chama Holly e aparecerá amanhã. Dê boas-vindas a ela.

– Você é idiota ou o que, Sanders?! – Grunhi irritado. – Uma garota? Você quer colocar uma garota dentro de casa enquanto investiga um caso?!

– Ela é uma boa garota. – Abriu a porta e murmurou antes de sair. – Dê uma chanche a Holly. Mostre o que você costumava a ser antes de virar um dependente de informações, elas virão apenas quando você parar de tentar ser o melhor, Levinsk.

**

– Ei, garoto de Atlanta. – Escutei uma voz aveludada dizer assim que sai de casa, fechando a porta atrás de mim e sentindo a claridade da manhã incomodar meus olhos. – Achei que fosse ir nas Boas-Vindas.

Blaze usava novamente um outro vestido florido curto rodado, deixando-a com um ar femino, combinando com o verão ou qualquer coisa que seja da Califórnia. Os olhos puxados, provavelmente de descendência asiática, estavam fixados em um ponto fixo atrás de mim e os cabelos castanhos presos em um coque perfeitamente arrumado.

Virei-me rapidamente, encontrando Bárbara andando lentamente até Blaze. Ela mantinha os olhos fixos nos pés e escutava alguma música pelos fones.

– Não gosto de boas-vindas.

Blaze revirou os olhos e sorriu, esperando que Bárbara chegasse até nós.

– Bárbara também não gosta. – Blaze mexeu nas unhas, arrumando os fios soltos do cabelo castanho e chamando atenção da Black. – Parece que vocês tem algo em comum.

– Como?

Os olhos negros me encararam surpresos enquanto ela olhava para Blaze e pausava a música alta que escutava, tirando os fones rapidamente. As roupas negras marcavam o corpo delineado de curvas e deixava-a aparentemente ainda menor, jogando a mochila para os ombros novamente enquanto a mesma caia em seguida.

Os cabelos negros, agora, alisados estavam soltos, marcando o contorno fino dos traços de seu rosto, enquanto mordia os lábios destacados de vermelho.

– Eu não vou a aula hoje, Bárbara precisa de uma carona. – Blaze disse enquanto andava em minha direção e passava por mim lentamente. – Você dá conta do recado, não é Levinsk?

– Como assim você não vai a aula?! – Grunhiu a Black olhando-a se afastar, enquanto Blaze piscava e acenava com as mãos, sumindo dentro da própria casa. – Blaze!

– Vem, eu te levo até lá.

Segurei levemente em seu braço, indicando o caminho que ela deveria seguir, e Bárbara se soltou caminhando furiosamente em direção do carro, abrindo a porta e a batendo com força depois de ter entrado. Olhei mais uma vez para casa antes de jogar as coisas no banco de atrás e entrar logo em seguida dentro do carro, encarando Bárbara.

Os braços cruzados em volta de seu corpo me fez relembrar que aquilo significa proteção, o que não era nem de longe muito lógico, já que ela estava mais que segura.

– É na Universidade. – Murmurou olhando fixamente para frente. – Seis quadras a frente.

– Está atrasada? – Perguntei enquanto ligava o carro e entrava rapidamente na avenida, vendo as mãos delicadas da morena segurarem fortemente a porta ao lado.

– Não.Corra! – Grunhiu irritada enquanto prendia rapidamente os cabelos. – Não, eu pareço atrasada pra você?

– Se quiser, posso buscá-la quando suas aulas terminarem. – Parei no semáfaro enquanto olhava as expressões da morena.

As mãos soltaram levemente a porta enquanto colocava as madeixas negras para trás novamente e a expressão tensionada em seu rosto havia sumido dando lugar para uma expressão completamente suave. Os lábios oscilavam em um sorriso e desisti de esperar uma resposta, enquanto voltava a dirigir em direção da Universidade, que já estava sob minha visão.

– Acabam daqui seis horas. – Murmurou baixinho enquanto colocava o celular dentro da mochila, verificando as horas antes. – Se quiser e não for incomodo, acho que Blaze não vai sair da casa dela hoje.

Parei em frente da Universidade, vendo os alunos andarem rapidamente em direção da portaria. Nicholas estava escorado em sua moto, observando a mesma coisa e tomando algum líquido que se encontrava dentro do copo em que ele segurava em suas mãos.

Bárbara começou a recolher suas coisas, pronta para sair do carro enquanto passava meu braço em sua frente e abria a porta por dentro, vendo-a engolir em seco em seguida.

– Boa aula. – Murmurei enquanto puxava seu rosto para mais perto, fazendo-a se inclinar em minha direção enquanto depositava um beijo em seu rosto, soltando-a em seguida e percebendo os olhos negros arregalados. – Estarei aqui quando sair, não se preocupe.

– Obrigada, Braider.

Bárbara saiu rapidamente do carro, fechando a porta e caminhando apressadamente em direção da portaria, junto com os outros alunos. Pude ver Nicholas seguir ela com o olhar, prestando atenção no que ela fazia até sumir dentro do Campus.

Escutei batidas no vidro do carro e revirei os olhos impaciente ao encontrar Isaac me olhando. Abri a porta, saindo do carro e escorando no mesmo.

– Essa é a Sommers, Holly Sommers.