The Last Time escrita por Ana


Capítulo 5
Cinco


Notas iniciais do capítulo

Um capítulo grande YEY! Bom leitores, amados e tudo mais, eu revisei dessa vez, mas sempre corro o risco de uma palavra passar despercebida. Qualquer coisa, só avisar e obrigado por estar lendo.



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Corine sonhou com coisas estranhas e indistintas a noite toda, acordando com a sensação de que tinha um dever a ser cumprido, mas sem saber exatamente do que se tratava.

Era sábado, portanto não teria aulas por hoje. Resolveu se levantar e se vestir. A maioria das meninas de seu dormitório já havia levantado, estando praticamente sozinha no local.

Parecia frio lá fora, portanto deveria vestir algo que a protegesse do vento. Prendeu seus cabelos em um alto rabo e usou suéter carmim de lã.

Desceu os degraus do dormitório até o Salão Comunal, onde estavam Simas Finnigan, Neville Longbottom, Dino Thomas e outros alunos.

Sentou-se em uma das poltronas perto da lareira onde estavam seus amigos mais próximos.

– Faz uns dois dias que não te vejo por aqui, Corine – falou Simas.

– Poções têm tomado o meu tempo. Aliás, eu não sei por que ando tão péssima nisso, sempre fui uma das melhores.

– Herbologia está maravilhoso – iniciou Neville com um sorriso no rosto – Professora Sprout me disse que posso ajudá-la na estufa quando puder.

– Vai passar o dia regando tentáculos venenosos, Neville – riu Simas que foi até a lareira atiçar o fogo.

– Não tem graça – Longbottom pareceu chateado – Herbologia é uma matéria maravilhosa.

– Vai acabar casando-se com uma mandrágora Neville.

– Por falar em casar-se – disse Corine – Conheço alguém que tem perguntado de você, Finnigan.

– Quem? – ele pareceu interessado e cruzou os braços esperando respostas.

– Ela é da Corvinal – respondeu a garota, levantando as sobrancelhas – Grace Fitz.

– Está de brincadeira – ele passou a mão pelo cabelo, sorrindo – Só pode estar brincando.

– O que foi?

– Ela é uma beleza, não é Neville? Fascinante.

– Ainda acho Corine mais bonita – respondeu Neville, sorrindo para a garota.

– Ah, obrigada? – a garota riu um pouco acanhada.

Um silencio breve ocupou o grupo dos três enquanto Corine observava o fogo crepitar na lareira.

– Teremos jogo de quadribol hoje. Estou pensando seriamente em ir, tenho que estudar – Simas voltara a se sentar no tapete de pernas cruzadas, com um livro entre elas.

– Eu vou ao jogo. Vai ser um clássico contra a Sonserina – concluiu Neville, olhando em volta.

– Está frio o bastante para sair, não acham? – Corine sempre fora exagerada quando se tratava de frio – Mas é contra a Sonserina, não posso perder.

– Por quê? – Neville sempre fazia perguntas.

– Não quero que a Sonserina ganhe – respondeu – Minha torcida pode fazer diferença.

**

O jogo estava animado e flocos de neve invadiam o campo. As cores de sua casa estavam por quase todo o local. Alunos gritavam, outros cantavam e chamavam por Potter, implorando para que ele pegasse o pomo de ouro logo, antes que todos acabassem congelados. Corine gritava todas as vezes que Rony Weasley defendia em um dos arcos.

Neville estava ao seu lado usando cachecol carmesim e amarelo ouro. Batia palmas e gritava com todos, sempre estivera animado para o evento esportivo.

Quando a Grifinória ganhou, ele abraçou Corine e bateu no ombro de Simas com tanta força que o garoto quase desmontou e logo passou a mão no local para aliviar a dor que sentira. Ficara de cara feia o resto do dia para Longbottom, nada que realmente importasse.

A festa fora no Salão Comunal, todos riam, conversavam alto e parabenizavam Rony Weasley por sua maravilhosa defesa.

Os gritos ficaram mais altos quando uma garota, Lilá, beijou o ruivo desprevenidamente e todos urraram de surpresa.

Corine estava um pouco longe, rindo com alguns colegas e viu Hermione se retirar do local repentinamente. Achou estranho, mas voltou a conversar com suas amigas até o fim da festa, quando Rony e Lilá saíram juntos pelos corredores, rindo e dando beijocas.

**

Professor Slughorn resolvera chamar alguns de seus alunos para uma festa de natal. Corine não tinha um par, portanto decidira levar Grace como amiga.

A garota vestira algo azul e Corine optou pelo azul marinho. Era estranho pensar que Grace sempre trajava as cores de sua casa e era realmente verdade. Sempre estava com algo azul, não importava onde iria ou o que faria.

Não entendia porque Horácio a convidara para a festa, já que estava totalmente perdida em sua matéria e suas notas não eram tão boas quanto pretendia que fossem. Pensava que o professor sentia um apresso por ela pelo simples fato de seu avô, George Gouldfye ter sido seu grande amigo quando estudara ali mesmo em Hogwarts há muito tempo atrás.

O lugar estava cheio de alunos, pessoas servindo os convidados e bem decorado. Uma musica agradável tocava no fundo e Grace sorriu quando lhe trouxeram algo para comer. Tortinhas de abóbora eram suas favoritas.

– Você acha que Draco vem pra festa? – perguntou Grace mastigando sua torta.

– Ele não foi convidado. Também não tenho o visto nas aulas de poções. – respondeu observando os alunos.

Neville servia alguns convidados, não era surpresa alguma já que ele havia lhe contado dias antes.

– Essas tortinhas são magníficas – Grace estava com a boca cheia enquanto falava.

– Feche a boca para comer, por favor.

A garota fez um gesto positivo com o dedo indicador e saiu andando pelo cômodo sorrindo para algumas pessoas.

Corine se aproximou de Harry Potter, afim de conversar já que ele era o mais conhecido, assim como Hermione, mas ela escolheu o garoto por motivos desconhecidos. Quando começava a se aproximar, Severo Snape entrou na sala, olhou para Corine e lhe dirigiu um sorriso. Ela retribuiu rapidamente e então o professor foi diretamente conversar com Potter.

Trocaram meia dúzia de palavras e quando o homem preparava-se para sair, Filch adentrou a sala com Draco Malfoy nas mãos. Ele tinha uma expressão de ódio no rosto e alegava que havia sido convidado para a festa de Slughorn, coisa que todos sabiam que não era verdade.

Severo o puxou e o levou para fora do local e tudo voltou ao normal.

Enquanto Draco estivera ali, ela havia se paralisado e prendido a respiração. Andou até a porta tomando cuidado para que ninguém a visse e saiu andando pelo corredor, no encalço de Snape e Malfoy.

Ouvira-os falando sobre uma promessa, algo sobre o garoto loiro não precisar de proteção e passos indo embora. Corine se colocou no corredor novamente, fazendo um ruído alto com o solado de seu sapato, que chamou atenção de Draco. O garoto virou-se para trás e assumiu uma expressão de descontentamento.

– O que você quer? – perguntou – Agora você me segue?

– Eu não...

– Sua obsessão infantil está me irritando, Gouldfye.

– Não estava te seguindo – respondeu ela, ultrapassando Draco em passos apertados.

Antes que ela pudesse estar distante o bastante, o garoto a segurou pelo braço, fazendo-a ficar.

– Sim, você estava. Não minta Corine.

Ela ficou imóvel e silenciosa olhando para Draco por um longo tempo até sentir seu braço formigar e doer onde o garoto lhe apertava.

– Está me machucando, Malfoy – seu queixo ficou duro e sua expressão orgulhosa – Me solte e eu não vou te machucar.

Ele sorriu de canto, observando a garota por mais um tempo, mas não a soltou.

– Não pode me machucar. Não quer me machucar, na verdade, não teria coragem. O que você ouviu?

– Nada.

– Posso saber exatamente o que ouviu se quiser.

– Não ouvi nada – afirmou, puxando o braço – Devo ir para meu quarto, estou com sono.

Em seu coração, sabia que não queria ir para seu quarto e que poderia ficar sendo segurada por Draco a noite toda se fosse possível, ali mesmo no meio do corredor, mas ele a soltou.

– Da próxima vez que me seguir – ele falou perto de seu ouvido, num tom baixo – talvez se arrependa.

Passou por ela e a deixou ali, parada de costas para o caminho que o garoto seguiu. Sentia ele se afastar rapidamente. Respirava num ritmo acelerado e tinha certeza de que não voltaria para a festa.

**

O local onde Draco havia segurado-a começava a ficar roxo. Um hematoma feito por ele não era exatamente algo que se orgulhava.

Não trocavam meias palavras desde a festa, fazendo com que Corine chegasse a conclusão que se afastar do garoto seria a melhor opção naquele momento. Grace duvidava que conseguisse acabar com sua obsessão por Malfoy, mas ela discordava.

Durante as aulas, evitava ao máximo não olhar para o garoto e também se esquivava dele pelos corredores. Há alguns dias havia se escondido dentro de um armário de vassouras afim de não ter de cruzar com ele.

– Você deveria procurá-lo – comentou Grace.

– Não acho que seja uma boa idéia – respondeu Corine.

– Bem que Violet tinha razão em chamá-lo de demônio loiro, não acha?

– Penso que não. Na verdade não penso nada.

Corine levantou-se de sua mesa no Salão Principal em meio a pessoas falando e saiu pelas portas de carvalho do local.

Não cruzara com Draco durante toda aquela manhã e isso era grande avanço em seu modo de ver. Encontrara Simas sentado no pátio aproveitando o pouco de sol que fizera naquele dia. Os dias andavam frios e um pouco de calor era totalmente bem vindo.

– Sozinho hoje, Simas? – ela se sentou próxima a ele, aproveitando o pouco de calor que o sol poderia lhe oferecer.

– Neville resolveu passar um tempo com a Sprout, geralmente é isso que ele sempre faz, nada que mude a rotina dele.

Grace aparecera rapidamente em sua frente com uma careta nada amigável no rosto.

– Nunca mais me deixe falando sozinha Corine Gouldfye. Odeio ser ignorada. – a menina parecia bastante zangada por ter sido abandonada.

– Nunca mais te deixarei falando sozinha senhora Fitz.

– Olá Grace – saudou Simas com um sorriso no rosto, maior do que o habitual acredita-se.

– Olá Simas – disse Grace sentando-se entre os dois colegas.

– Vocês vão para Hogsmeade nesse fim de semana? – perguntou ele distraidamente.

– Sim – Grace tratava sempre de responder pelas duas, já que se Corine ousasse a recusar-se a fazer algo, ela provavelmente a obrigaria – Estou louca por uma caneca de cerveja amanteigada.

– E também para se encher de pirulitos e sapos de chocolates na Dedos de Mel – completou Corine, dando-lhe tapinhas na perna.

– Poderíamos tomar cerveja amanteigada juntos no Três Vassouras, o que acha Grace? – propôs Finnigan ansioso.

– Claro, podemos combinar – respondeu Grace com um sorriso largo.

– Temos aula – anunciou Corine – Estou tão ansiosa para poções, vocês nem imaginam o quanto.

**

Acabou por desviar-se em um corredor enquanto ia para sua próxima aula. Ouvira passos a sua frente e resolvera olhar quem era. Não mantinha o habito de bisbilhotar, mas geralmente isso se tornava incontrolável.

Caminhou com certa pressa atrás dos passos que se perdiam mais a frente e de repete pararam. Escondeu-se atrás de um dos pilares grossos de pedra e olhou com cuidado para onde uma figura vestida de preto e de cabelos platinados estava parada. Onde havia antes uma parede de pedra maciça, aos poucos dava lugar a uma enorme porta. Corine soltou um silvo de surpresa e aquilo chamou a atenção do garoto que abria o local até então secreto.

Os passos apressados de Draco se aproximavam e ela não tinha para onde fugir. Se corresse, poderia ser encantada e cair dura no chão revelando sua identidade e se continuasse ali, bem, seria pega da mesma forma. Seus passos pararam e a garota prendeu sua respiração, tentando não fazer barulho e apertou os olhos. Quando os abriu novamente, Malfoy empunhava sua varinha perto do rosto de Corine, que por sua vez possuía seus olhos assustados para a ponta do cilindro de madeira escura.

– Eu te disse que da próxima vez se arrependeria, não disse? – seu tom era baixo e irritado.

– Não te segui. Aliás, tenho evitado você, se não percebeu.

– Anda bastante corajosa para uma alunazinha qualquer – ele ainda segurava sua varinha firmemente.

– Eu discordo.

– Posso te matar agora, pra aprender a nunca mais bisbilhotar a vida dos outros. Se bem que acho que mortos não conseguem bisbilhotar muito, entende? – ele sorriu de canto e abaixou a varinha.

– Mas você não vai, por quê? – Corine sabia que estava mexendo com fogo, mas não resistia a procurar respostas mal criadas ou petulantes para Draco.

Ele preferiu estudá-la em silêncio. A garota sentia-se assustada por dentro, mas realmente não precisava demonstrar, não tinha condições de mostrar naquele momento.

– Se você não percebeu ainda – ela sorriu, olhando-o firmemente – Não sou do tipo que costuma chamar atenção.

Draco a prensou na parede com um olhar carregado de desprezo e relances de ódio.

– Não me provoque Gouldfye – rosnou perto de seu ouvido – Você não sabe quem sou, não me conhece de verdade.

– Conheço o bastante para dizer que é fraco – sussurrou em seu ouvido tranquilamente – para dizer que não consegue fazer o que promete.

Malfoy procurou a manga de seu terno preto e mostrou-lhe uma tatuagem ligeiramente recente. Uma cobra que saía da cabeça de um crânio, nada agradável de ver e um crime visto com péssimos olhos pela sociedade bruxa.

Ela se calou ao ver aquilo, provavelmente ficou pálida, pois sentiu seu corpo esfriar lentamente. Sabia que poderia esperar aquilo de Malfoy, mas não esperava naquele momento. Os boatos de que Draco havia se tornado um comensal eram verdadeiros. Ela tinha a prova, ela sabia.

– Como dizia antes? – ele perguntou, esquadrinhando-a, procurando reações em Corine.

– Ser um Comensal da Morte não te torna mais forte, Draco – espremeu os olhos ao dizer aquilo, preparada para qualquer coisa que viria a seguir.

– Cale a boca – ele levantou a mão para batê-la, mas ouvira passos atrás deles. Segurou Corine pelo braço, puxando para a outra lateral do pilar, levando suas mãos para a boca da garota.

Duas alunas da Lufa-Lufa passaram por eles tagarelando e dando risinhos, desaparecendo a primeira curva do corredor. Retirou a mão da boca da garota, mas continuou a segura-la pelo pulso firmemente.

– Você vem comigo.

Ele a puxou sem cortesia até a porta que voltara a se abrir na parede de pedra e entraram na sala onde tudo se esconde e onde tudo se acha. Ouvira falar dela pelos alunos que participaram da Armada de Dumbledore no ano passado. Ela fora utilizada pelos colegas como sala de Defesa Contra as Artes das Trevas, tendo como professor Harry Potter. Era chamada Sala Precisa e lá estava ela, no lugar onde menos precisava estar.


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