Blind escrita por AnneBlack
Ela não seria capaz de olhar nos olhos de Elena e mentir, então decidiu falar toda a verdade para os dois.
– Tem algo muito estranho acontecendo entre mim e Klaus. – confessou Caroline. – Nossos sentimentos estão se misturando, eu sinto a necessidade de tê-lo por perto e sinto essa necessidade nele também, mesmo quando ele está a quilômetros de distancia. Eu não sei o que está acontecendo.
Damon e Elena trocaram olhares estranhos e depois ambos olharam para Caroline.
– Você não percebe o que está acontecendo? – perguntou Damon. – Vocês estão ligados. Como eu e Elena estivemos uma vez, ligados pelo sangue. Mas eis a questão, quando você bebeu o sangue dele?
Caroline não queria falar. Ela não queria admitir que havia sido uma completa idiota com Klaus e horas depois ele salvou sua vida, era humilhação demais e além disso havia o fato de ela possivelmente estar ligada a ele.
Definitivamente humilhação demais.
Antes que ela pudesse responder a Elena e Damon, um vulto apareceu na janela do quarto. Primeiro eles se assustaram e Damon ficou pronto para o ataque, mas Caroline reconheceu Klaus.
Ela abriu a janela.
– O que está fazendo aqui Klaus?!
– Não consegui dormir. De novo. – ele respondeu. – Você podia ser menos agitada?
– Entre e cale a boca.
Klaus entrou no pequeno quarto, olhou ao seu redor com atenção e depois sacudiu a cabeça.
– Você precisa sair dessa gaiola que chama de casa.
– Eu gosto.
Ele deu de ombros e sentou-se na cama, obviamente testando sua maciez.
– Pelo menos a cama é boa. – Klaus sorriu.
– Tinha esquecido como você era engraçado Klaus. – disse Damon em seu tom mais sarcástico.
Elena revirou os olhos.
– O que veio fazer aqui?
– Caroline contou para vocês nosso problema. Quero saber se tem solução para isso e como funciona. – ele olhou diretamente para Caroline. – Eu estou enlouquecendo.
– Primeiro: Como isso aconteceu? – perguntou Elena.
Caroline encolheu-se em um canto e Klaus tomou a iniciativa, enquanto ela corava de vergonha, ele narrava todos os fatos da noite em que ele a salvou do lobisomem. Como ela pode ser tão distraída?! Se tivesse prestado atenção aos sinais nada disso estaria acontecendo.
– Para alguém que não gosta de Klaus, você vive fazendo coisas para que ele tenha que salva-la. – disse Damon.
– Eu não fiz isso. Foi um acidente.
– Não sentiu cheiro de lobo há um centímetro de você? Faça-me um favor Caroline...
Ela estava prestes a responder quando Elena interrompeu os dois.
– Chega vocês dois. – disse ela. – Fico feliz que Klaus tenha salvado sua vida e infelizmente só conheço uma maneira de quebrar esse laço.
– Ótimo. – disse Caroline. – E como é?
– Você precisa criar um laço com outra pessoa.
O mundo parou e então começou a ruir lentamente, levando junto todas as esperanças de Caroline de se livrar de Klaus e desse estranho laço que a incomodava tanto. Ela olhou para Klaus, mas o rosto dele estava em branco.
– Não posso fazer isso. Sentir tudo isso por outra pessoa é muito intimo, muito invasivo. – disse ela. – Não posso.
Pela primeira vez em muitos meses ela quis chorar, quis deitar-se na cama e chorar pelo problema que aparentemente não tinha solução, mas ela aguentou firme. Elena percebeu a fraqueza da amiga e lhe deu um abraço, que dizia que ela entendia a dor de Caroline e que iria ficar tudo bem.
Caroline assentiu e se separou de Elena.
– Vamos voltar para Mystic Falls e procurar alguma coisa sobre laços de sangue. Se encontrarmos algo eu te ligo.
– Tudo bem. E até lá?
– Até lá você e Klaus vão ter que ficar muito próximos. – disse Damon com um sorriso torto. Ele e Elena já estavam na porta quando Damon gritou. – Boa sorte casal!
Ele fechou a porta antes que o abajur voasse na cabeça dele. O objeto caiu no chão e quebrou-se em mil pedaços.
– Droga!
Caroline sentou-se na cama ao lado de Klaus e os dois ficaram em silencio. Depois de vários minutos Klaus disse:
– Não sou tão horrível como você pensa. Pode gostar de mim se conviver comigo e me conhecer.
Ela olhou para ele e bufou.
– Percebe como isso é muito mais difícil para mim do que para você? Eu não a odeio, mas você sim.
Caroline levantou-se da cama e ficou em frente a Klaus, ele parecia inocente e tranquilo, enquanto ela estava explodindo.
– Chega ok? Não quero ouvir o quanto eu sou uma má pessoa com você. – ela respirou fundo e continuou. – Você machucou muitos de meus amigos e me machucou também. Perseguiu minha família e eu não sei se há perdão para isso Klaus.
Quando ela terminou de falar, sentiu apenas a brisa que a saída de Klaus deixou. Ele tinha ido embora e mais uma vez ela sentia que ele estava profundamente machucado.
Naquela manhã ela se despediu de seus amigos e teve de voltar para sua vida real. Ela trocou de roupa e pegou as chaves o carro, mas sem nem perceber ela estava guiando para um local diferente.
Ela desceu do carro e tocou a campainha da porta, Klaus não levou nem um segundo para atendê-la.
– O que quer?
– Posso entrar?
Ele deixou o caminho livre para ela e Caroline entrou na suntuosa mansão de Klaus.
– Deve ser complicado morar nessa casa gigante sem nenhuma companhia.
Ela ouviu o barulho da porta se fechando atrás dela.
– As vezes eu trago companhia.
O coração de Caroline deu um nó em seu peito, ela sentia o gosto amargo do ciúme porque sabia exatamente que tipo de companhia Klaus trazia para casa.
– Eu vim lhe pedir desculpas. Sei que fez coisas ruins, mas eu também disse coisas horríveis para você e tem todo o direito de me odiar agora.
– Tudo bem.
Ele sentou-se no sofá e olhou para o lado, Caroline sentiu-se incomodada com a frieza dele, mas em parte ela sabia que merecia o desprezo de Klaus. Doía muita quando ele a ignorava daquela maneira e ela não sabia se era a ligação ou apenas a dor de ser ignorado por quem se quer ser admirado.
– Tem algo mais a dizer? – ele perguntou.
– Eu entreguei a chave do meu apartamento hoje. – ela torceu os dedos, nervosa. – E queria saber se há um quarto nessa casa para mim.
Caroline baixou a cabeça e ficou esperando a resposta de Klaus, aflita. Ele foi rápido em respondê-la.
– Você teve uma atitude muito bonita Caroline, pedir desculpas é importante. Pode ficar aqui o quanto quiser.
Ela cansou-se de ser humilde:
– Não finja que não está amando isso!
Klaus não respondeu, apenas sorriu torto e serviu-se de whisky. Ele estava subindo as escadas quando disse:
– Pode escolher o quarto que quiser. Até o meu!
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