Everything Has Changed escrita por Anne Atten


Capítulo 7
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Olá bombons, eu nem ia postar hoje só pra deixar claro, porque as coisas voltaram e tudo mais e não teria tempo. Porém eu estava quase acabando o capítulo, então já finalizei e vou postar.
Quero agradecer a Sthefani Niquio por favoritar a história :)
Boa leitura e espero que gostem!



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Abro os olhos e vejo que minha mãe está no quarto, já mandando eu acordar para mais um dia de aula.
–Ai mãe, já vai... – murmuro e enfio a cabeça no travesseiro mais uma vez.
–Escuta aqui, já são vinte pras sete! Levanta logo, Lydia. Vai ter o final de semana pela frente.
Isso me anima. Hoje é sexta feira, como não tenho compromisso, ficarei nessa casa descansando a tarde toda, colocando as séries em dia.
Levanto-me da cama e vou até o banheiro. Prendo o cabelo com um elástico e lavo o rosto. Entro no chuveiro e começo a pensar na prova de semana que vem. Adeus descanso de tarde, eu vou é estudar porque olha, minha situação não está muito fácil. Não é que minha escola antiga era ruim, mas tem coisas que não aprendemos e o ensino varia de escola para escola. Desligo o chuveiro e volto para o quarto.
Coloco uma calça jeans, a blusa do uniforme e um casaco. Pego uma calça de ginástica,elástico e grampo e coloco na parte de dentro da bolsa. Hoje terá educação física. Não querendo me gabar, mas eu corro muito bem. Espero que tenha corrida.
Arrumo o material, coloco meu tênis de esporte e vou tomar café da manhã. Minha mãe já terminou e vai escovar os dentes. Que rápida.
Abro a geladeira, pego meu toddynho, faço meu pão na chapa e como tranquilamente até que ouço minha mãe gritar.
–Lydia, sabe que horas são? Dez pras sete!
Engulo tudo mesmo, corro pro banheiro e escovo os dentes. Dou uma penteada no cabelo e volto pra sala, onde minha mãe está me esperando.
–Menina, não posso chegar atrasada não!
–Desculpa.
Saímos do apartamento e clicamos no elevador, ele parece não querer abrir.
–Abre caramba! – murmura minha mãe irritada.
Depois de uns dez segundos ele se abre, entramos e ela aperta o botão do térreo. Quando chegamos, vamos com passos acelerados até o carro. Ela entra e mal fecho a porta e já começou a dar ré pra sair da vaga.
A rua está lotada de gente, tem trânsito pra caramba.
–Tá tendo algum protesto? – pergunto tentando observar mais ao longe, mas meus óculos não são binóculos.
–Deve ser aniversário da cidade. – diz ela apontando para uma fachada de loja que está escrito que hoje faz uns belos anos que a cidade existe.
Minha mãe começa a buzinar e eu fico extremamente irritada. Vou pegar o celular do bolso, então vejo que o esqueci. Ótimo, ótimo mesmo. Vou ficar presa nesse trânsito sem fazer nada, vou chegar atrasada na escola na minha primeira semana de aula. Eu realmente não mereço isso! Vida injusta.
–Se você acordasse mais cedo... – fala minha mãe pela milésima vez.
Como se ficar protestando fosse adiantar alguma coisa. Ouço alguém bater na janela do carro do meu assento e levo um susto fora do normal, já pensando ser um assassino, um ladrão, qualquer pessoa, menos o enxerido. Minha mãe também se assusta e finalmente, abre o vidro do carro.
–Você quase me matou de susto! – exclamo.
Ele dá um breve aceno.
–Se ficar nesse carro, nunca vai chegar na escola. – diz ele.
–Não tem como a gente sair desse trânsito. – fala a minha mãe. –E de onde você veio?
Pois é, me pergunto a mesma coisa. Ele simplesmente brota nos lugares, isso é normal?
–Você tá me perseguindo? – pergunto pra ele sem pensar e ele ri.
–Não. – diz ele. –Eu vou de bicicleta pra escola, tá difícil até pra eu andar no meio dessa multidão. Daí tava andando pela rua mesmo e reconheci você. – diz ele apontando pra mim.
Qualquer dia desses ainda pergunto onde ele mora, deve ser bem perto daqui pra ele estar fazendo o caminho.
–Quer carona? – pergunta ele.
–Hein? – pergunto sem entender. Sou muito distraída.
Minha mãe me cutuca com o cotovelo.
–Vai, Lydia. Não quero que chegue atrasada.
–Mas... mas...
–Vai logo menina!
Qual o problema dela!? Abro a porta do carro muito contra gosto e tenho uma vontade enorme de socar Thomas. Por que, eu só quero saber o por que, ele tinha que morar perto da minha casa e fazer o mesmo trajeto que faço pra ir pra escola? Bufo em frustração.
–Escuta aqui, se você continuar a brotar nos lugares que eu to, vou chamar a polícia. – falo apontando para ele enquanto me sento na garupa da bicicleta.
–Qual parte do “Não to te perseguindo” não entendeu? – pergunta ele franzindo a testa.
–Eu entendi, mas é estranho. É sinistro, você que parar com isso.
Ele dá risada e sobe na bicicleta e então começa a pedalar rapidamente como se a vida dele dependesse de chegar da escola. Se você pensar bem no fundo, mas bem no fundo mesmo, bem abaixo do subsolo, isso é verdade. Sem a escola não podemos nos formar e ter um emprego e tudo mais.
Saio dos meus pensamentos quando ouço uma buzina e percebo que Thomas atravessou no sinal verde, com carros indo e vindo.
–Você tá louco? – grito. O vento está bagunçando meus cabelos.
–Foi mal. Tá viva?
–To!
–Então não reclama!
Ele continua a pedalar e vejo a escola. Pulo da bicicleta antes que ele tenha parado.
–Depois eu que sou o louco. – o ouço falar enquanto subo as escadinhas correndo. Passo pelo corredor fuzilando, ainda há algumas pessoas.
Subo as escadas para o segundo andar e avisto o professor. Passo correndo por ele e entro na sala, arfando. Todos os presentes viram-se para olhar. Ando calmamente até o meu lugar e deslizo na cadeira.
–Parece que passou por um furacão. – fala Katherin vendo o meu estado.
–Foi tipo isso.
O professor entra na sala e fica olhando pra minha cara como se eu tivesse algum problema mental.
–Turma, hoje irei explicar sobre o grupo de estudos. – diz ele. –Na verdade, dupla de estudos.
Grupo já é ruim, dupla então... Viro para Katherin como se dissesse “Você vai comigo!” e volto para frente.
Thomas para no batente da porta ofegante.
–Licença. – diz ele.
O professor olha assustado pro estado dele, tá pior do que eu.
–Entra. – diz ele. –E feche a porta.
Thomas faz que sim com a cabeça e vai apressado até o lugar dele que no caso, é na minha frente.
–Como eu ia dizendo, as duplas foram formadas a partir do meu critério. – diz o professor. –Coloquei os alunos que estão sabendo bem a matéria, com os que estão com certa dificuldade. – tipo a professora de química com os novatos. –E os que se mudaram agora estudaram com os que tem mais facilidade também.
Por favor seja a Katherin comigo. Por favor seja a Katherin comigo.
–Vamos lá. – diz ele pegando um papel de uma pasta. –Amanda e Roberta. – gente coitada dessa Roberta, já vai estudar com a rata em química, agora matemática... –Carlos e Emma. – ele vai falando. –Thomas e Lydia.
–Mas o que? – pergunto um pouco alto demais e todos se viram para mim, inclusive o colega da frente.
–Perdão? – pergunta o professor se inclinando para frente e sinto as bochechas queimarem. Eu não devia ter gritado.
–Nada não. – falo e tenho vontade de entrar em um buraco.
Ele assente com a cabeça e continua os nomes.
–E por fim, Katherin e Anne.
Katherin não reclama, nem bufa, nem nada. Se ela não gostou da dupla não demonstrou.
–A pessoa boa na matéria tem que passar uns exercícios e eu quero ver resultado. – diz ele. –Quero que os alunos com dificuldade saiam bem nas provas. Entendido?
Todos fazem que sim.
–Então vamos começar com a matéria.
Olho para cima e fico me perguntando o por que desse professor me colocar justo com Thomas.

–Um, dois, três! Já! – grita a professora e saio em disparada na grama do colégio.
Saio correndo feito uma condenada pra ganhar. O prêmio é nada mais que um parabéns, mas é bom ganhar.
–E aí, perdedora? – a última pessoa que eu queria ver na minha frente é Amanda, mas ela está aqui.
–Eu, perdedora? Haha. – falo e acelero mais ainda.
–Sabia que eu sempre ganho as corridas? – diz ela com um sorriso forçado.
–Nossa hein, não sabia que trapacear era permitido.
Então a trouxa percebe que a gente está bem na frente e sabe o que ela faz? Me empurra pro lado, isso mesmo e sai correndo. Caio na terra e fico meio esfolada, mas não é nada demais. Katherin aparece.
–Tá tudo bem? – diz ela estendendo minha mão e me ajudando a levantar.
–A Amanda que me empurrou. – falo limpando a terra do cotovelo.
–Você tem que falar pra professora.
Dou um sorriso de lado.
–Falarei depois de ganhar a corrida. – e sem falar mais nada, saio em disparada atrás daquela maluca.
Deixa eu te contar uma coisa: Amanda não corre muito rápido, ela só acelerou na largada. Passo por ela fuzilando e paro onde tem uma bandeirinha. A professora vem correndo atrás alguns minutos depois. Encosto-me na árvore para retomar o fôlego.
Só digo uma coisa, ganhar é bom, ganhar de virada é melhor ainda, e ganhar de uma inimiga... não tem preço.

Bate o sinal para ir embora e vou sair da sala, quando Thomas me alcança no corredor.
–Não sei se você tá ligada, mas eu tenho que ensinar matemática pra você.
Paro e encaro-o.
–Isso que eu chamo de falta de sorte.
Ele finge não escutar.
–Pode ir estudar hoje?
Posso, não vou fazer nada mesmo. Na verdade estudar química, mas posso deixar pra outro dia.
–Nem dá.
–Segunda feira?
Penso por um segundo.
–Tá certo. Onde?
–Tem um café na esquina dessa rua, a gente pode ir lá de tarde.
Faço que sim com a cabeça.
–Tá legal então.
Ele dá um aceno e continuo andando. Vejo que minha mãe já está na porta da escola e Katherin conversa com ela.
–Oi, Lydia. – fala a minha mãe. –Katherin está falando que a mãe dela deixou ir no cinema.
Abro um sorriso.
–Que ótimo! Por que não falou antes?
–Ela ligou agora pouco. – diz Katherin dando de ombros. –Bom gente, vou indo. Depois combinamos horários certinhos.
–Okay. – ela vai e entro no carro. –Mãe, arruma alguma coisa pra eu fazer na segunda feira? – ela me olha sem entender. –Ou melhor, pra semana toda.

Passo a tarde alternando entre estudar química e ler. As vezes pego o celular pra falar com Kriss ou Jane. Cinco e dez meu telefone toca.
–Alô mãe?
–Lydia, vou chegar um pouco atrasada.
–Ah, tudo bem.
–Tem pão puma no armário.
–Tá certo.
–Beijos, até depois.
–Até.
Decido ir para a sacada. Vejo que o céu está com várias cores diferentes, é fim de tarde afinal. Lembro de Katherin ter perguntado se a vista era bonita e é sim. Dá para ver um pedaço, mesmo que não grande, da cidade. Olho para baixo, pessoas passando. Um está de bicicleta entrando na portaria. Pera o que ele tá fazendo aqui? Ah, isso é perseguição!
Abro a porta de casa e desço as escadas até o térreo. Fico escondida atrás da escada e vejo Thomas apertar o andar cinco. Subo correndo as escadas e chego no quinto andar bem na hora que ele saí do elevador.
–O que você tá fazendo aqui? – pergunto assustada.
–Eu moro aqui. – diz ele levantando as sobrancelhas.
Ele tira a chave do bolso e me mostra. Depois vai até uma porta e abre-a.
–Desde quando?
–Desde... sempre? – diz ele franzindo a testa. -Boa tarde pra você. – diz ele.
Como sou trouxa, eu sei. Nunca passou pela minha cabeça que ele poderia morar no mesmo prédio que eu.

Coloco uma outra calça jeans, sapatilha e uma jaqueta. Meu cabelo deixo solto e desço o elevador com a minha mãe e Katherin.
–Esse filme deve ser muito bom. – falo. –Estou animada.
Ambas sorriem. Nós entramos no carro e vamos até o shopping.
–Tomara que ainda tenha ingresso. – falo.
–Tomara mesmo, o outro horário é só nove da noite. – diz Katherin.
Minha mãe coloca os CDs dela do Roberto Carlos e eu e Katherin rimos das músicas. É cada uma viu.
–Que dia você vai no grupo de estudo? – pergunta Katherin.
Grupo de estudo, eu tinha até esquecido desse assunto.
–Que grupo de estudo? – pergunta minha mãe.
–O professor de matemática fez duplas de estudo, mãe. – falo olhando pela janela.
–Com quem você está?
Sério que preciso responder essa pergunta?
–Com o Thomas. – diz Katherin por mim.
As duas babacas começam a rir.
–Fala sério...
Chegamos na porta do shopping e minha mãe para o carro.
–Guardou o celular na bolsa? – pergunta minha mãe.
–Sim.
–Cuidado pra não ser assaltada.
–Aham.
–Quando terminar o filme me liguem.
–Okay.
–Qualquer coisa estou no supermercado até umas quatro horas.
–Tá certo. – falo e saio do carro, Katherin vem logo atrás de mim.
Fecho a porta e entramos no shopping e paro quando vejo o tamanho da fila pra comprar ingresso e pipoca.
–Não pode ser... – resmungo.
Katherin fica na ponta dos pés e depois vira-se para mim, sorridente.
–Eles estão aqui!
–Eles quem? – pergunto levantando a sobrancelhas.
Ela nem me ouve, sai andando no meio da multidão. Vou atrás dela, é claro. Quando vejo para onde ela está indo, tenho vontade de socar alguém. Que raios o Peter e o Thomas estão fazendo no shopping no mesmo dia que a gente?
–Hey, Thomas! – grita Katherin e ele se vira. –Compra duas meias pra Juntos e Misturados, a gente paga depois.
Peter e ele entreolham-se e no fim, parecem concordar. Depois de dois minutos eles saem da bilheteria e vem até nós.
–Lydia, você está me perseguindo? – pergunta Thomas sorrindo.
Reviro os olhos.
–Pra sua informação, você acabou de estragar o meu sábado.
Katherin me dá uma cotovelada.
–Obrigada pelos ingressos. – ela dá o dinheiro do dela e eu do meu. –Vão ver esse filme também é?
–Sim. – responde Peter.
Olho para o teto em irritação. A gente fica na escola todos os dias da semana, daí vem um sábado e vê seus colegas.
–Péssima tarde pra vocês. – falo já arrastando Katherin para a sala de cinema.


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Notas finais do capítulo

O que acharam?
Seguinte: Sem chances de eu postar amanhã, nem na quinta. Posso até tentar, mas é meio que muitooo improvável que não dê.



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