Everything Has Changed escrita por Anne Atten


Capítulo 26
Capítulo 26


Notas iniciais do capítulo

Eu disse que ia postar só semana que vem, mas não aguentei aapsapksapks Eu quero agradecer muito a Babi por ter recomendado minha história



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Passo a manhã da quarta feira sem fazer nada depois que chego da escola. Ainda não me sinto muito bem, mas não consigo fazer nada pra evitar essa dor. Tomei remédio de dor de cabeça já que também fiquei com essa dor. Durmo uma meia hora e então acordo e pego o celular. Entro no meu facebook e vejo que a escola postou umas fotos do show de talentos. Clico nelas e vou passando, até que vejo uma do Thomas e tenho vontade de jogar o celular na parede, mas eu sou pobre e pobre não pode fazer essas coisas não. Não era minha intenção olhar, mas alguém postou uma foto no comentário e eu acabei clicando. É uma foto da Amanda e o Thomas se beijando. Pego uma almofada que está do meu lado e taco na parede, com raiva e desligo o celular pra evitar ver essas coisas idiotas.
Pego meu computador e procuro uma série nova pra ver, escolho Reign. Sempre tive vontade de ver e não estou fazendo nada, então vou ver. Fico em dúvida em qual prefiro: Francis ou Bash. Depois de dois episódios minha mãe me liga.
–Lydia, vim te buscar pra gente almoçar.
–Mãe, não to com fome...
Você tem que se alimentar, Lydia. A gente pode estar com dificuldades financeiras mas mesmo que você vai ficar doente por causa disso. – diz ela. –Desça já pra gente ir almoçar. – e desliga.
Bufo e vou até o meu armário. Coloco uma blusa cinza clara de manga comprida. Saio de casa e tranco a porta, então desço no elevador. Quando chego no térreo vejo que minha mãe está do lado de fora do prédio e vou até lá. Entro no carro.
–Tá melhor, filha? – pergunta ela e leva a mão na minha testa. –Bom, com febre você não tá. O que sente?
–Agora tá passando, mas eu estava com dor e só. Não sei explicar.
A minha dor eu nunca senti na minha vida, era uma dor que não parecia estar em nenhum lugar do meu corpo.
–Que bom que tá melhorando. – diz ela e liga o carro. –Seguinte, Lydia. Eu vou passar a fazer umas horinhas extras no trabalho. Vou trabalhar até mais tarde.
–Até que horas? – pergunto.
–Até às nove e meia da noite.
Arregalo os olhos.
–Mãe, isso é muito tarde! Você voltava às cinco.
–Eu sei, mas a gente tá precisando de dinheiro.
–Mas mãe...
Ela me interrompe.
–Tá tudo bem, Lydia. Vai ser temporário, só até a gente se estabilizar financeiramente.
Ainda não concordo com isso. O trabalho dela começa sete e meia, ela tem pausa de uma hora e meia pro almoço e agora vai ter que trabalhar até nove e meia? É muito tempo, ela vai se desgastar pra caramba.
–Se eu tiver como ajudar, me diga. – falo.
Ela afaga meus cabelos.
–Você só tem que estudar, é o que você tem que fazer. Não se preocupe.
–Eu podia trabalhar... – falo mais pra mim do que pra ela.
Minha mãe faz que não com a cabeça.
–Você é adolescente e tem que estudar, não trabalhar. Ainda não.
–Mas estamos precisando e...
–A nossa situação não está tão ruim assim. – diz ela colocando um ponto final na história.
Não argumento mais mesmo sabendo que a situação tá ruim sim. Chegamos no restaurante e almoçamos. Depois volto pro prédio e quando entro no elevador, Thomas entra também. Fecho a cara imediatamente.
–Oi. – diz ele.
–Oi. – respondo secamente, não to nada afim de falar com ele.
–Você tá melhor? – pergunta ele vindo pro meu lado e dou um passo pra trás. –Por que fez isso?
–Isso o que?
–Deu um passo pra trás. – diz ele sem entender.
–Nada. – falo dando de ombros. –Não que você se importe, mas sim, eu estou melhor.
Ele revira os olhos.
–Claro que eu me importo. – diz ele e eu sinto meu rosto esquentar.
–Tá...
–É sério. – diz ele, se aproxima de mim e pega minhas duas mãos e entrelaça nossos dedos. Meu coração acelera na hora e sinto um formigamento estranho.
–Por que fez isso? – pergunto sentindo o rosto esquentar.
Ele esboça um sorriso.
–Nada. – diz ele. –Não sei o que você tem, mas eu espero que passe logo, não gosto de te ver mal. – ele parece sincero e isso me faz corar.
Não tiro minhas mãos das suas porque isso parece tão correto. Não devo estar raciocinando direito.
–E se eu puder ajudar, eu vou. – diz ele me olhando nos olhos.
–Você pode me ajudar ficando longe de mim. – falo sem saber como essas palavras saíram pela minha boca. –Quero dizer...
–Não fala nada. – diz ele e me puxa pra ele, me dando um abraço inesperado e sem nenhuma razão. Minhas pernas perdem o movimento e eu abraço-o de volta meio hesitante. –Não me diga pra ficar longe de você, porque eu não conseguiria. – sussurra ele no meu ouvido e eu fico zonza.
–Conseguiria sim. – sussurro, sentindo que minhas bochechas estão muito vermelhas.
–Não conseguiria. – diz ele de novo.
–Você tem muita gente, tipo a Amanda. – e logo fico irritada de novo. -Você pode voltar pros braços dela, eu estou bem. – falo e me desvencilho do abraço.
–Ah, não. A Amanda, sério? – fala ele quase rindo.
–Sério. – falo irritada. –Não se faça de desentendido, ok? Eu vi vocês dois se beijando.
–Ah, aquilo? Foi ela que me beijou! – diz o Thomas.
–E nem protestou, certo? – falo cruzando os braços. –Quer saber, isso não é da minha conta.
–Lydia...
Interrompo-o.
–Você não me deve satisfações.
–Devo sim. – diz ele.
–Não, você não deve. – falo, mas ele fala do mesmo jeito.
– A Amanda, bom eu fui pego de surpresa. Ela simplesmente apareceu e me deu um beijo. O que eu podia fazer? Eu não podia chutar ela que nem certas pessoas fazem.
Solto uma leve risada.
–E foi isso. Daí você sumiu e foi isso. – diz ele e fica um pouco vermelho. –Você, hum, me ouviu cantando?
–Ouvi. – falo e então lembro do “Aperto o 3 que é o seu andar”, sinto as bochechas esquentarem de novo.
–Você gostou? – pergunta ele na expectativa e não posso deixar de pensar que ele está muito fofo. Realmente eu acho que não estou raciocinando direito.
–Sim, você foi demais. – falo sem pensar e fico me sentindo envergonha.
Thomas apenas sorri. O elevador se abre no terceiro andar e saio, mas ele puxa o meu pulso e de novo meu coração acelera.
–Que foi? – pergunto.
–Tchau. – diz ele e me beija na bochecha.
Tenho certeza que devo estar como um pimentão nesse momento.
–Tchau. – falo e entro em casa.

Quinta-feira. Quando eu vi a Amanda eu tive uma imensa vontade de pular nela e dar uns belos de uns tapas naquela cara dela. E o Thomas chegou também um tempinho depois e eu lembrei de quando a gente tava no elevador ontem e abaixei a cabeça, sentindo minhas bochechas queimarem, porque ontem a situação foi no mínimo estranha.
Estou no intervalo quando meu celular começa a tocar. Olho surpresa pro meu aparelho, quase ninguém me liga. Vejo que é a Kriss.
–Kriss, aconteceu alguma coisa?
–Oi, aconteceu, mas não comigo. É com a Jane.
–O que foi? – pergunto preocupada.
–Sabe o Will?
–Aham.
–Digamos que ela gosta dele.
Abro um sorriso.
–Mas isso é bom, o Will é muito gente boa!
–Na verdade não é nada bom, porque ele acabou de contar pra ela que tá namorando.
Meu sorriso de desfaz.
–Ah não, Kriss! Como ela tá?
Péssima né, ela tá aqui do meu lado e eu resolvi te ligar.
Obrigada por telefonar, passa o telefone pra ela. – peço e logo ouço um som de choro baixo. –Jane, como você tá?
–Eu... to muito mal. – diz ela chorando. –Desculpa te incomodar com isso...
–Não tá incomodando não, você é minha amiga, pode contar comigo pro que você quiser. – falo. –Escuta, eu sou péssima com conselhos porque eu nunca passei por isso, mas vai pra casa, tome um banho e durma um pouco.
–Não posso ir, vou perder muita matéria. – fala ela.
–Mas vai ser pior se você ficar, vai ter que ficar olhando pra cara do Will e da tal namorada dele o dia inteiro. – falo.
Eu vou ficar na escola, Lydia. – diz ela.
–Tudo bem, então. Mas tente fique melhor, okay?
–Vou tentar. – diz ela.
–Olha, eu ia te contar mais tarde, mas eu vou no seu aniversário.
Minha mãe falou com Clarisse ontem e ela aceitou, isso é mais do que ótimo.
–Sério!? – ouço um grito de Jane e Kriss e não posso deixar de sorrir.
–Sério! Eu to muito animada. – falo com sinceridade. –Não vejo a hora de ver vocês! E é melhor você se alegrar porque quero ver um sorriso nessa sua cara de deboche. – falo rindo.
Ela também ri e fico feliz com isso, espero que ela não fique tão mal por causa do Will. Deve estar sendo difícil pra ela.
Só você e a Kriss pra me fazerem rir a uma hora dessas. – diz ela. –Muito obrigada, Lydia.
–Estamos sentindo muito a sua falta.
– agora é a Kriss.
–Eu também. – falo.
–Acho melhor eu levar a Jane pra lavar o rosto. – diz ela. –Beijos, Lydia e obrigada por nos ajudar. Eu tava desesperada, nunca vi a Jane chorar tanto assim.
–Ei, eu to aqui sabia?
– ouço a Jane falar rindo.
–Não foi nada, podem ligar quando quiserem. – falo. –Nos falamos mais tarde?
–Pottercerteza! – falam as duas em uníssono.
Piada antiga, eu sei, mas a gente tem dessas coisas. Dou risada. Elas logo desligam o telefone e me viro pra Katherin, ela está mexendo no celular, mas logo olha pra mim.
–Eram suas amigas da outra escola? – pergunta ela.
–Sim.
–Elas parecem ser legais. – diz ela. –O que aconteceu?
–Uns problemas com uma delas. – falo dando de ombros.
Passo o resto do intervalo falando com a Katherin sobre as minhas amigas e como elas se dariam bem. Quem sabe um dia elas não se conhecem.
Vejo o Peter na quadra e cutuco a Katherin com o cotovelo.
–Olha quem tá ali.
Ela filha corada.
–Parou, Lydia.
–Aô, mas eu não fiz nada! – falo rindo.
Ela faz uma careta.
–Ele mal fala comigo. – diz ela. –Depois do beijo ele mal conversa comigo.
–Vai ver ele está nervoso, ué. Quero dizer, um beijo é uma coisa grande, mesmo que seja um selinho. Você não está nem um pouquinho envergonhada?
–Estar eu estou... Mas sei lá, será que a gente vai parar de se falar? – pergunta ela preocupado.
Solto uma risada.
–Claro que não, ele vive falando com você. Não é muito, mas ele tá sempre te dando beijos na bochecha que eu vejo.
Ela fica corada de novo e então me encara.
–E você, o que faria se o Thomas te beijasse? – fala ela rindo.
–Não que ele vá me beijar, mas eu iria ignorá-lo. – falo. –Olha as perguntas, por que ele me beijaria?
Katherin me dá um peteleco na cabeça e eu solto um “Ai!”.
–Ô coisa tonta, ele gosta de você!
–Ô coisa loira, ele não gosta coisa nenhuma. – falo rindo.
–Vai dizer que não nota o jeito que ele age com você? – ela diz com um sorrisinho.
Não respondo nada.

Sexta feira, até que enfim! Termina a última aula e guardo todo o material na bolsa. Preciso ir na biblioteca da escola pra pegar uns livros pra fazer um trabalho que a professora de história passou. Eu nunca tinha ido pra biblioteca então pergunto pra professora onde é.
–É só virar a quadra e seguir reto. – diz ela.
–Deixa que eu mostro pra ela onde é. – fala o Thomas.
–Não precisa, eu entendi. – falo. Eu estou ainda brava com ele, sem motivo aparente.
–Eu também preciso pegar uns livros. – fala ele dando de ombros.
–Beleza então.
Dou tchau pra Katherin e eu e o enxerido vamos pra biblioteca. Fico encantada com o lugar, tenho vontade de passar o dia inteiro aqui. São tantos livros, socorro. Que lugar perfeito. Pego os livros numa estante e perco o Thomas de vista. Então a rata aparece e bufo.
–Olha quem tá aqui. – diz ela ironicamente. –A ridícula que negou um beijo do Thomas. – diz ela rindo e passa por mim. –E a propósito, ele beija muito bem.
Sinto o sangue subir e tenho vontade de voar no pescoço dela.
–Eu não pedi sua opinião.
–Mas eu dei mesmo assim. – diz ela. –Aposto que ele adorou. – ela ri. –E quem não gostaria de me beijar? Olha pra mim. – ela aponta pra ela mesma. –Você não é nem metade do que eu sou.
–Não sou nem metade vaca do que você é, é o que quer dizer. – falo com um sorrisinho irônico.
Ela fica vermelha de raiva.
–Olha pra você, parece uma garotinha de dez anos. – provoca a Amanda.
–A garotinha de dez anos mais bonita que eu já vi. – fala o Thomas passando um braço sobre meus ombros e o meu coração meio que parece que vai sair pela minha boca.
Amanda o olha irada.
–Já cansou de mim?
Como assim cansou dela?
–Vocês... ficavam? – pergunto sentindo uma pontada sem sentido.
–Não. – diz ele. –Ela só quer te irritar.
–Mas bem que você gostou de quarta, ou vai dizer que não? – provoca ela jogando os cabelos pra trás. –Estarei sempre disponível pra você, ao contrário dessa umazinha que tá do seu lado.
–Eu não sou MSN pra ficar disponível. – falo estressada e tiro o braço do Thomas de cima de mim, com raiva dele. –Podem ficar aí, não vou atrapalhar não.
Saio sem esperar uma resposta. Falo pra bibliotecária que peguei os livros e vou saindo.
–Lydia, espera aí. – ouço o Thomas chamar.
Continuo andando e logo ele está ao meu lado.
–O que foi aquilo? – diz ele com um sorrisinho.
Paro e encaro-o.
–Aquilo o que, meu filho? Eu só falei a verdade. Não sirvo pra ser vela.
Ele ri balançando a cabeça.
–Mas você é muito teimosa mesmo, hein? Já disse que eu não tenho nada com ela.
–E eu continuo não acreditando. – falo. –E quer saber, isso não me interessa nem um pouco.
Continuo andando e entramos no corredor.
–Eu to com dor de cabeça. – diz ele do nada, mas ignoro-o.
Como eu estou muito estressada com aquela coisa loira idiota, paro e me encosto na parede, e começo a falar sozinha. Sim, eu gosto de falar sozinha, colocar as coisas pra fora.
–Ela é o ser humano mais podre que eu conheço, sério. Nossa, ela não presta. Ela é uma vaca, idiota, patética.
–Entendi já. – diz o Thomas.
–Ela é tão... baixa! Ela acha que pode me atingir com comentários bobos como me chamar de garotinha de dez anos. – falo com raiva. –Ela se acha a gata, né?
–Já disse que você é mais bonita do que ela, agora será que...
–E dai ela começou a falar que eu sou ridícula. Tipo, quem é ela pra falar isso? Ela não presta e nem se enxerga no espelho. Tirando o fato que a Jane ta super mal agora que o Will disse que tem uma namorada. Eu adoro o Will, mas será que o cara é cego? Eu sabia que ela gostava dele, nunca enchi a menina, mas tinha minhas suspeitas.
–Lydia, to com dor de cabeça, da pra parar? – diz ele irritado e olha pro teto, revirando os olhos.
–Eu to falando sozinha, você que quer ouvir. - resmungo.
–Sério, cala a boca.
–Vem calar. - falo sem pensar direito no sentido das minhas palavras.
Não tenho tempo de dizer nada antes que o Thomas avance, bata suas duas mãos na parede atrás de mim, uma em cada lado do meu rosto e pressione seus lábios levemente dos meus.
E eu só consigo pensar uma coisa: caramba ele me beijou.


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Notas finais do capítulo

Eu sei, adiei demais esse first kiss e nem era pra ser assim pra deixar claro. Foi simples? Foi. Não foi um beijão também, mas eu ia fazer um beijo de verdade primeiro, porém como a minha amiga me deu essa ideia do "vem calar" (e eu gostei da ideia!) resolvi antecipar. O que eu escrevi faz acho que dois meses vai ter mais pra frente e daí vai ser um first kiss MESMOOOOOOO kkkkkkkkkkkkkkk



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