Me apaixonei pelo seu sorriso... escrita por Suzanna


Capítulo 60
Love me again ^^


Notas iniciais do capítulo

Saiba que não fiz errado
Deixei seu coração despedaçado
É isso o que diabos fazem?
Te deixei tão pra baixo
Para onde foi toda aquela força
Eu balancei o anjo em você

Agora eu estou saindo da multidão
Subindo até você
Preenchido com toda a força que eu encontrei
Não há nada que eu nao possa fazer

Eu preciso saber agora
Saber agora
Você pode me amar de novo?
Eu preciso saber agora
Saber agora
Você pode me amar de novo?
Você pode me amar de novo?

É imperdoável
Eu roubei e queimei sua alma
É isso que demônios fazem?
eles controlam o pior de mim
Destruiram tudo
Eles destroem anjos como você


Escrevi todo o capitulo escutando essa música: http://www.vagalume.com.br/john-newman/love-me-again-traducao.html

Mais uma coisa: Desculpa pela demora paçocas, desculpa mesmo. Estou muito atarefada esses dias, mas por favor não me esqueçam



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Meu coração não sabia se pulava pela boca ou se descia direto para meu estomago. Minha respiração parecia falhar aqueles olhos brilhantes bem próximos de mim. Seu cheiro, sua pele, sua boca, sua respiração. Tudo nele me contagiava em míseros segundos. Eu confesso que estava assustada, mas nada era maior do que minha vontade de abraça-lo. A proximidade me sufocava e me enlouquecia.

_ Aquilo são roupas para você sair? E acompanhada dele? – sua voz soou irritada em meus ouvidos e me despertando do transe que seus olhos me mantinham. Respirei e procurei algo para dizer. Na verdade eu estava ofendida e feliz pelo ciúme dele.

_ Nessa altura do campeonato eu não te devo mais satisfações. – grossa eu sei, mas foi o que eu achei depois de grandes lembranças retornarem.

_ Tem razão... – meus braços foram soltos e a proximidade tornou-se tão longe. Abaixou a cabeça e passou as mãos pelo rosto. Eu ia dizer algo, só procurava pelo o que dizer. Ele me encarou tristonho e subiu as escadas. Aquilo me corroeu por dentro e despedaçou meu coração.

Congelei e tentei não desabar ali mesmo. Respirei fundo e segui para meu quarto, ainda confusa. Fechei a porta atrás de mim e suspirei perdida. Fui até a cômoda e abri a primeira gaveta, tirando da mesma uma câmera. As lembranças que ela guardava me matavam por dentro. Cai na cama sentada com os olhos ardendo e embaçados.

Engoli o choro e levantei indo até o banheiro. Tomei um banho gelado dos pés à cabeça e voltei para o quarto. Vesti uma roupa simples para dormir e tentei dormir. Estava difícil demais, eu virava de um lado para outro, procurava pensar em coisas diferentes. Até que Victor veio em meus pensamentos e eu sorri do nada.

O seu sorriso meigo, seus olhos azuis que brilhavam feito estrelas, sua pele branca e molhada, seus lábios doces mesmo com o salitro do mar, sua mão em minha nuca, em minha cintura, seu peito gelado, seus cabelos grudados no rosto, seus movimentos, sua pegada, sua língua, seu corpo...

***

No banheiro ás seis e meia da manhã, agua gelada pra tirar a energia ruim e acordar meu organismo. Procurei em meu armário algo que me fizesse suportar o frio dessa manhã e finalmente achei essa roupa. Peguei o celular e dei uma ultima olhada no espelho. Desci as escadas e encarei a pequena sentada no sofá assistindo desenho animado e os outros na mesa tomando café.

_ Bom dia, ela não tinha que estar na aula de ballet? – belo jeito de cumprimentar a família maravilhosa. Joguei a mochila no chão e fui obrigada a sentar do lado ruivo.

_ Ela insiste em dizer que você e o Castiel terão que leva-la. – tia respondeu desanimada e me parecendo cansada.

_ Mas assim eu me atrasarei para o colégio. – o ruivo disse do meu lado. Sua voz me atingiu como um tiro, eu fechei os olhos ardentes.

_ Por favor, só hoje... Amanhã darei um jeito. – estou começando a achar que todos estão em um complô e armando para me deixar á sós com ele.

Levantei-me com uma maça na mão e peguei minha mochila.

_ Aonde vai? Não a levarei sozinho... – como eu queria não estar ali naquele momento.

_ Já que temos que ir, vamos logo... – desdenhei e suspirei indo até pequena.

***

O caminho foi em tremendo silêncio e aquilo incomodava muito. Quando deixamos a pequena no ballet, voltamos para o taxi. A paisagem seguia rápida pela janela. Aquele perfume enchia o espaço e contagiava meu nariz a suspirar. De relance eu o olhava e via seus olhos vidrados nos meus, isso me assustava. Engoli em seco e voltei a observar a janela. O motorista ligou o rádio e do nada começou a tocar a musica que cantei com ele no evento, era de provocação só pode.

_ Poderia mudar a musica? – a voz do ruivo se misturou as notas da musica e aquilo doeu pra caralho.

_ Desculpa meu filho, mas só está pegando essa sintonia. – o coroa respondeu sem tirar os olhos do volante.

_ Desliga. – curto e grosso e bem mandão.

_ Olha sua corrida já está acabando e eu estou a fim de ouvir a musica, então relaxe e sorria. – coroa botou pra lenhar. O ruivo me olhou de canto e suspirou. O que posso fazer?! Está me incomodando também.

***

Parados em frente ao colégio, ambos descemos e o motorista de corrida já paga, se foi. Olhamo-nos como se fosse antigamente, aquele olhar de *segura minha mão*. Parecia cena de filme em câmera lenta. Meus olhos nos seus e o seus nos meus. Sua boca parecia querer dizer algo e meus olhos pareciam embaçar.

Meu coração apertou quando o vi virando de costas e entrando no colégio. Respirei fundo e fechei os olhos pedindo para as lágrimas voltarem de onde veio. Voltei a mim e comecei a caminhar para dentro do colégio.

Encontrei a galera sentada na mesa conversando sobre o assunto do momento *o show*. Enquanto pra uns havia sido maravilhoso e aproveitado para curtir, beber, dançar e namorar. Pra mim trazia lembranças terríveis, lágrimas, ofensas, derrotas. Sentei junto á eles dando um falso sorriso para disfarçar. Ouvi a voz do ruivo bem atrás e me virei para encara-lo. Lá estava ele e ela *Debrah*.

_ Essa garota nunca vai embora?! Estou cansada de sua maquiagem de palhaça. – disse a grisalha ao meu lado. Encarei-a e sorri logo voltando a olhar o casal com desdem. Ele me olhou de relance e sua feição era séria.

_ Vou a biblioteca, preciso de um livro que tem lá. – expliquei pegando minha mochila e levantando. Ele me encarava como se entendesse que aquilo me machucava bastante. Cabelos ao vento e vamos que vamos.

***

Escondidas entre as prateleiras da biblioteca, lá eu me encontrava sentada no chão. Nunca gostei muito de ficar entre leitura, há livros empoeirados que me causam alergia. Mas não achei um lugar mais obvio onde o silêncio fosse bem vindo. Minhas mãos seguravam e escondiam meu rosto. Minha respiração estava forte demais. Meus olhos ardiam e minha garganta parecia ter dado um nó.

_ Jenny? – voz irreconhecível ao meu lado. Levantei devagar a cabeça e encarei o loiro e o castanho mel do cabelo e dos olhos do Nathaniel.

_ Oi... – faltou ânimo e vontade.

_ O que faz aqui? Sabia que está na biblioteca? – isso foi irônico e ofensivo. Tudo bem que não curto livro, mas nada haver.

_ Sabia... Esse é o único lugar que aceita bem o silêncio. – não me importei muito com sua ofensa e sorri falso.

_ Mas não aceita pessoas que estão chorando. – eu não estava chorando, eu acho.

_ Não estou chorando, tenho alergia a essas poeiras que ficam nos livros. – bem convincente Jenny. Ele se sentou ao meu lado e suspirou.

_ Gostaria de te encontrar mais por aqui, há um tempo que não nos falamos. – era verdade, acho que desde a ultima vez que saímos. Sorri meiga e balancei a cabeça positivamente.

_ Pode falar comigo em outros lugares. – respondi apertando os braços nos joelhos.

_ Não costumo frequentar muito os lugares que você frequenta. – isso por que odeio livros?! Ou por que amo diversão?! _ Mas me diga, por que choras? – já te disse. Suspirei.

_ Alergia. – ele não iria acreditar mesmo, mas não estou a fim de ficar falando sobre isso.

_ Tudo bem, quando quiser falar estou aqui. – disse ele pegando um livro qualquer da prateleira, abrindo e focando nas letras. Sorri e assenti.

Meus pensamentos esqueceram-se do loiro ali e voou para longe...

FLASH ON:

E com toda aproximação, eu queria beija-lo, era irracional o que eu sentia por ele, era uma coisa diferente e forte, mais me lembrei do acontecido hoje e quando nos aproximamos, eu o empurrei e sai de perto...

_ O que foi?! (ele perguntou confuso)

_ É melhor não, eu não quero te beijar só por beijar! (falei passando as mãos pelos cabelos)

_ Não importa como, só deixe acontecer! (ele falou se aproximando)

_ Castiel... (falei olhando para ele séria) Se isso crescer dentro de mim, só vai acabar nos machucando!

_ Me deixa acalmar essa fera dentro de você e você acalma a minha! (ele falou pondo suas duas mãos em meu rosto)

_ Por favor, eu... (nervosa nem conseguia falar, umedeci os lábios)

_ Tudo bem! (ele falou simplesmente me abraçando)

FLASH OFF:

Senti algo me cutucando e me despertando dos pensamentos. Olhei para o que seria a mão do loiro e sorri.

_ Achei que precisava acordar do transe. – sua voz era doce e amigável. Sorri novamente e assenti.

_ Preciso ir para aula e acho que você também. – me levantei pegando minha mochila e saindo. Até sentir algo segurar meu braço.

_ Eu sei que não somos muitos próximos, mas sabe que pode contar comigo. – ele não segurava forte. Sorri e assenti. Ele me soltou e eu sai caminhando para sala.

***

Era aula de química, o professor falava algo sobre hidrocarbonetos e eu não estava nem ai. Encarava a janela e balançava freneticamente o lápis nas mãos. Hoje era meu dia de flutuar nos pensamentos. Até que mudou de curso e comecei a pensar no Victor e como ele era um fofo. Meu celular vibrou dentro da mochila e eu procurei ver o que era.

“Algo para hoje?” VICTOR.

Era ele. Não morre mais. Respondi:

“Não, proporciona-me algo?” JENNY.

“Almoça comigo?” VICTOR.

“Pedindo tão gentilmente, não posso negar.” JENNY.

“Te pego no colégio.” VICTOR.

Sorri sozinha e encarei a sala. Ele estava lá, seus cabelos ruivos jogados na testa, sua cabeça deitada na mesa e seus olhos me encarando. Ele podia parar de fazer isso, sabe que isso machuca. D repente o professor chama minha atenção.

_ Jenny? – o encarei assustada. _ Queria dizer que mandou muito bem no show! – não me lembre desse maldito show.

_ Não tanto quanto eu... – sussurrei e suspirei. _ Obrigada! – sorri.

Ele continuava a me encarar. Eu morria de saudades daqueles olhos acinzentados, aqueles cabelos de tomate e aquela boca selvagem. Engoli em seco e senti vontade de sorrir. Ele se virou e respirou fundo. Talvez estivesse tão incomodado quanto eu.

A aula acabou e veio o intervalo, eu não tinha conversado muito com a galera, estava mais pra boca fechada e pensamentos longes. Mas não tinha como não falar nada na presença deles.

_ Quieta demais... – íris reclamava enquanto eu beliscava meu bolo.

_ Viajando demais... – azulzinho ajudou-a. Balancei a cabeça rindo e suspirei.

_ Parece que temos outra Viollete entre nós... – grisalha, só podia ser ela. Bebi o suco e parei de cutucar o bolo.

_ Obrigado. Já estava o vendo gritar por socorro. – dessa vez o grisalho, ele se referia ao bolo e aos buracos que fiz nele.

_ Ok gente, já entendi! Vocês não estão nem um pouco feliz enquanto estou calada. – cansei e enfrentei-os. Todos sorriram e assentiram.

_ Nós sentimos falta da sua voz, pequena! – Armin disse sorrindo e alguns assentiram. Sorri de volta e balancei a cabeça.

***

O intervalo acabou. Faltavam dois minutos e mais nada para a aula acabar e eu poder sair e encontrar o loiro. Não falta mais. O sinal tocou e todos começaram a sair da sala, inclusive eu. No corredor alguém chamou meu nome, alguém *Rosa*.

_ Diga grisalha! – ela geralmente não curtia esse apelido, mas dessa vez nem ligou.

_ Ouviu o professor falar que amanhã é prova, não é? – Meu Deus, eu não ouvi nada.

_ Não... – respondi surpresa.

_ Estude para química e português. – disse ela e me mandando beijo no ar. Sorri ainda surpresa e caminhei para saída. Casal á vista de novo, ruivo e morena. Suspirei e procurei não voar nela.

Eu avistei o carro preto do loiro do lado de fora do portão e o mesmo encostado sobre ele. Sorri e andei até ele. Notei olhares do ruivo para mim e risos da vadia. Levantei a cabeça confiante e me aproximei do loiro. Olhei em seus olhos meio que *se prepara* e o beijei.

Minha mão em sua nuca e a sua em minha cintura. Nesse momento esqueci quem eu era, o que estava fazendo, com quem estava e quem estava ali. Não estava nem ai para o ruivo ou quem quer que seja, só havia eu e Victor, Victor e eu...


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