Pov’s Tenten

– Vamos logo Lee, a gente vai se atrasar. – eu choramingava com a cabeça encostada no balcão de entrada.

Eu descobri uma coisa nessa meia hora que estou parada contando meus batimentos cardíacos enquanto espero Lee. Ele é uma pessoa extremamente vaidosa!

Sim minha gente, ele é. Nem eu que sou mulher demoro tanto tempo em um banheiro, ainda por cima para sair do trabalho, aliás, eu nem me arrumo para ir embora do trabalho, vou fedendo mesmo e que se dane os olhares de reprovação, banho eu tomo quando chegar em casa.

Eu sempre fui assim, meio Maria João, e quem dizia isso era minha mãe. Eu nunca tive o habito da maioria das meninas da minha idade, principalmente na época de escola. Enquanto as meninas chegavam ao colégio com cabelo da Jessica Rabbit, 1 kg de massa corrida no rosto - digamos que aquilo se parecia com uma maquiagem -, e com perfumes que intoxicava qualquer um que passava do lado... Eu apenas fazia minha higiene matinal, jogava água na cara, passava um desodorante para dar um cheirinho e prendia meu cabelo nos meus tradicionais dois coques, só! Apenas isso, natural como a luz do dia.

– Prontinho, já podemos ir. – ergui os olhos para o dono da voz.

Olha... Confesso que não fez muita diferença não, ele continua feio como de costume - sem querer ofender é claro -, a diferença é que a tigela que é o cabelo dele está mais brilhante, as taturanas que representam uma sobrancelha estão penteadas, e o sorriso tem um brilhante de canto...

Para tudo! Aquilo é um piercing de dente? O Lee tem um piercing no dente?

– Lee... – hesitei um pouco ainda olhando em sua boca. – você tem um piercing, no dente?

Ergui uma sobrancelha com uma espécie de careta sinistra. Se eu tivesse um espelho agora eu mesma iria rir da minha cara.

– Tenho sim, gostou?

Não.

– Ficou diferente. – bem melhor do que mentir, e de fato, ficou diferente. – doeu?

Lee me olhou como se tivesse nascido um terceiro olho no meio da minha testa... A pergunta foi tão ruim assim?

– Tenten, piercing no dente é dentista que coloca, e é só cola, não fura nem nada.

Ele ergueu as sobrancelhas sugestivamente com um sorrisinho discreto que cá entre nós, eu achei fofo.

Acenei com a cabeça positivamente, fazia sentido. Mas parando para pensar a minha pergunta foi bem burra mesmo, como que ia furar o dente para por um piercing?

Sorri balançando a cabeça em sinal negativo, às vezes eu viaja bem.

– Mas eu sempre quis colocar um no rosto que ficasse visível para todos verem. – ele falou dando de ombros.

Ok gente, eu não viajo, ele sim, e muito.

– Você tem coragem? – perguntei franzindo levemente o cenho.

Tentei imaginar o Lee com um piercing no rosto em diversas partes e ângulos e convenhamos que... Não tinha ficado muito bom.

– Claro que eu tenho, o procedimento é rápido.

– Eu acho muito bonito e sempre quis saber como ficaria em mim, mas eu tenho medo de agulhas. – falei suspirando.

Levantei meus olhos depois de uns segundos para chamá-lo para irmos embora.

Fechei minha boca no mesmo instante. Lee me encarava com um sorriso enorme, diferente dos outros sorrisos esse tinha segundas intenções, e tinha também aumentado alguns centímetros em seu rosto... Meu Deus socorro, alguém avisa ele que eu tenho medo de palhaços?

Parece engraçado né, Mitsashi Tenten com medo de palhaços. Mas é sério, eu nunca gostei dessas coisas estranhas. Uma vez meus pais me levaram no circo, eu deveria ter cerca de 10 ou 11 anos, não lembro direito. Só sei que nesse dia, os palhaços começaram a entrar no meio das pessoas que estavam assistindo com aqueles sorrisos tenebrosos. Eu mantinha meus olhos atentos a qualquer movimento suspeito que tivesse perto de mim. Enquanto as pessoas riam encantadas, eu mantinha a pior cara de assassina do mundo, e eu era só uma criança. Depois de um tempo os palhaços começaram a voltar para o palco e eu suspirei sorrindo aliviada, quando de repente surgiu um palhaço se levantando bem na minha frente e me assustando.

Eu não pensei duas vezes, aliás, eu nunca penso mesmo, agir é bem mais fácil. Só sei que em um minuto ele estava com aquele sorriso macabro na minha frente e no outro deitado no chão com o nariz sangrando. Sim meu povo, eu soquei a cara dele. Agora devem estar se perguntando como uma menina em seus 11 ou 12 anos conseguiu dar um soco tão forte no nariz de um palhaço a ponto de tirar sangue?

Eu sou o Hulk de coques.

– Vamos por piercing Tenten, vamos agora!

Lee disse animado e eu o encarei indignada.

– Tu ta maluco?

Respeita o moço.

Ok parei.

– Claro que não, Tenten é uma ótima ideia, você vai ficar linda. – disse tentando me convencer.

Tentando, porque né... Nunca iria conseguir.

– Não Lee. – bati o pé e ele estreitou os olhos. – só se você conseguir me tirar daqui.

Ai senhor, que burrada que eu fiz...

30min depois, Shopping Center de San Diego.

– Isso vai doer pelo amor de Deus, alguém me ajuda! – eu berrava enquanto Lee tentava me manter sentada no banco do estúdio de tattoos e piercing.

Eu sabia que eu tinha feito uma burrada, Lee não teve o menor trabalho, ele simplesmente se agachou na minha frente pegando as minhas pernas e me levantando, fui de cara na suas costas que mais pareciam uma parede. Esfreguei o nariz que tinha ficado dolorido enquanto eu começava a espernear em vão, pois não tinha efeito algum sobre ele que literalmente me jogou no MEU carro e pegou minhas chaves se sentando no banco do motorista.

E agora aqui estou eu, em um estúdio tentando escapar de qualquer maneira dessa cadeira tortuosa enquanto um moço cheio de tatuagens e piercing me olhava impacientemente com o cateter – agulha de piercing – na mão.

Tenho que admitir que ele era muito bonito. Tinha os cabelos laranjas, e um tanto de piercing pelo o rosto.

Ok pode até parecer estranho, mas lhe dava um charme único. Se eu não estivesse tão apavorada, talvez pedisse seu numero. Mas eu estou muito apavorada, então deixa para outro dia.

– Qual seu nome mesmo? – perguntei me endireitando na cadeira.

Eu já estava passando mico, e passar mico na frente de gente bonita definitivamente não é legal. Olha só os meus pensamentos, culpa da Ino, essa doença contagia.

– Yahiko. – respondeu erguendo as duas sobrancelhas.

Ai papai... Apaixonei.

– Mas todos me chamam de Pain. – deu de ombros se aproximando.

Ele estava perto demais, e o meu pânico também. Resolvi intervir de novo.

– Quantos piercing você tem no rosto? – dei um sorriso amarelo enquanto ele se afastava bufando impaciente.

Ah qual é gente? Vão furar meu nariz com uma agulha medonha, eu tenho que me preparar.

– Vinte e dois. – ele respondeu respirando pesadamente.

“Ual” era a única coisa que eu conseguia pensar. Vinte e dois piercing só no rosto? Que cara corajoso.

– Vira mulher, nem parece a Tenten durona que eu conheço. – Lee falou revirando os olhos.

Estreitei os olhos em sua direção, eu conhecia esse jogo de palavras, mas comigo...

... Vai funcionar porque o meu orgulho é grande demais para ser engolido.

– Pode furar Pain. – disse séria encarando Lee que abria um daqueles sorrisos enormes.

Tive quase certeza que escutei Pain murmurar um “graças a Deus”. Não sei não, deve ser só impressão minha mesmo.

Ele foi se aproximando e eu o encarei um tanto apreensiva.

Cravei as minhas unhas no estofado do banco quando ele tocou meu nariz delicadamente passando um cotonete com antisséptico por dentro e por fora. Ele se afastou e abriu um cesto de lixo apertando com o pé na sua base e jogando o cotonete dentro.

Digamos que o que aconteceu em seguida foi bastante perturbador para o meu cérebro...

No momento que ele pegou meu nariz calmamente e colocou o cateter aonde tinha um pontinho com caneta marcado no lugar que deveria furar, nossos olhos se cruzaram.

Ele estava a centímetros do meu rosto, eu quase podia sentir sua respiração um tanto calma me tocar. E em questão de segundos ele perfurou meu nariz ainda me olhando nos olhos. A única reação que eu tive foi de estreitar um pouco o cenho e sentir uma fina lágrima descer pela minha bochecha direita, o lado do nariz que eu havia escolhido para furar.

Eu não tenho a mínima ideia do tempo que ficamos um olhando nos olhos do outro, só sei que havia se passado o suficiente para Lee pigarrear nos olhando suspeito. Pain logo se virou indo pegar algo no balcão.

– Vou passar a argolinha preta agora. – ele falou em um tom indiferente, meio que ignorando meu olhar sobre ele.

Inclinou-se novamente a minha frente e eu desviei o olhar encontrando os de Lee, até um cego podia ver a corrente elétrica que passava pelo meu corpo. Podia ter certeza que iria encontrar um olhar raivoso em Lee, mas para minha surpresa ele apenas me lançou um sorriso divertido enquanto balançava a cabeça negativamente.

Suspirei baixo e aliviada. Pude perceber ali que Lee estava mais para um irmão mais velho do que para um namorado, e eu agradecia internamente por isso.

– Terminamos, sua vez Rock Lee. – Pain falou e eu me levantei da cadeira, logo em seguida Lee se sentou.

Caminhei para o espelho da sala e me assustei com meu reflexo.

O piercing de argolinha preta no meu nariz fez meu rosto ficar mais... Bonito. Yahiko vem aqui agora e me da um beijo seu lindo, vou me casar com você.

Me virei sorrindo pronta para falar isso quando meu queixo despencou em direção ao chão. Na minha frente estava já em pé estava Pain e um Rock Lee com um piercing... Na boca!

– Na boca Lee? – perguntei um tanto chocada.

Não sou galinha, mas sim, eu estava muito chocada e simplesmente não conseguia disfarçar.

– Sim, você gostou? – ele perguntou animado.

Eu apenas me dignei há abrir um pouco mais a boca em um perfeito ‘o’. Aquele piercing no canto esquerdo do lábio inferior de Lee havia ficado um tanto que... Estranho.

Dei um sorriso amarelo em resposta, eu não iria falar isso.

– Bom cara, valeu pelo serviço, quanto ficou o preço? – Lee perguntou tirando a carteira.

Eu não escutei a resposta, só fui pegando minha carteira e a abrindo quase chorando, pagar por algo que eu não queria era triste, mas no fim ficou bonito, então vale a pena.

– Vamos Tenten. – Lee passou o braço pelo meu ombro.

– Espera aí, estou pegando meu dinheiro.

– Que dinheiro? Eu já paguei. Foi um presente meu para você.

O olhei sorrindo, ele realmente parecia um irmão mais velho que eu nunca tive.

Fomos andando em direção à porta de saída e senti meu braço ser puxado levemente. Lee nem tinha percebido que eu parei e continuou andando.

Olhei para trás e me deparei com Pain segurando um cartão.

– Toma meu cartão, caso precise de meus serviços. – ele deu um sorrisinho tímido e eu derreti.

Olhei o cartão preto a minha mão com uma caveira no meio e o nome e número escrito em branco.

A minha próxima pergunta saiu um tanto sem pensar, mas quando eu notei o que tinha falado já era tarde demais...

– Serviços sexuais também?

Pain arregalou os olhos e eu tapei minha boca com as duas mãos corando violentamente.

Que papelão em Tenten.

– Er... Não. – ele respondeu hesitante e eu senti uma pontada de decepção.

Com certeza Ino tinha uma força enorme sobre mim, já estava ficando pervertida igual ela.

– Vamos Tenten. – Lee gritou de fora da loja.

Olhei para Pain acenando e sai correndo da loja, que vergonha.

10min depois, Shopping Center de San Diego.

– Esse é o bom de já estar no maior shopping de San Diego, tudo que precisa fazer já faz aqui dentro. O Pain tem sorte de ter uma loja aqui dentro, deve ter centenas de clientes.

Lee falava enquanto a gente entrava em um salão de cabelereiro.

Olhei o lugar e era gigante com varias funcionarias sorridentes e bonitas. Só tinha um problema... Era tudo rosa demais.

– Olá, posso ajudar vocês? – uma loira artificial sorridente nos perguntou gentil.

A olhei de cima embaixo, lá todo mundo era bonito assim? Lee vamos fugir daqui, estamos sendo humilhados por tanta gente bonita.

– Sim, queremos mudar o visual, o problema é que não sabemos exatamente o que vamos fazer. – Lee disse e eu o olhei.

Desde quando ele tinha essa etiqueta toda? Baixa bola aí meu irmão.

– Adoro clientes assim, que nos dão liberdade para fazer o que quisermos. – a loira sorriu mais ainda.

Liberdade o cacete, não vai fazer nada que eu não queira. Aquilo estava virando invasão de privacidade já. Cruzei os braços sobre os seios e fechei a cara.

Saudades água na cara e desodorante, se é que me entende.

– O Sr. Rock Lee vai ser encaminhado para o setor masculino, e a Srt. Mitsashi poderá me acompanhar.

Acenei com a cabeça e a moça se virou começando a andar. Olhei para Lee que me deu um sorriso encorajador. Suspirei seguindo a loira, cabelo cresce de novo, o que não pode é quebrar um dente.

1hr depois, Salão de Beleza Fênix.

– Tem certeza que eu não posso dar uma olhadinha? – choraminguei para a loira a minha frente que descobri se chamar Yas. E sim, era a mesma que havia nos atendido na recepção, me simpatizei bem com ela.

– Não, é uma surpresa, e você está ficando linda. – me lançou um daqueles sorrisos Naruto só que na versão feminina.

Suspirei pesadamente, aqueles puxões de cabelo já estava irritando, eu podia sentir meu cérebro saindo pelos buraquinhos do coro cabeludo.

– Por favor, escolha uma roupa do catálogo.

– Pra que? – perguntei franzindo o cenho.

– O Sr. Rock Lee falou que vocês iriam sair hoje na sala de depilação, e queria que vocês estivessem arrasando para impressionar.

Dei um breve sorriso e peguei o catálogo em suas mãos, até que minha fixa caiu... Rock Lee em uma sala de depilação?

– Sala de depilação? – perguntei descrente.

– Sim, estava fazendo as sobrancelhas, que estavam um pouquinho... Grossas. – ela estreitou um pouco os olhos olhando para longe.

Pouquinho? Nossa moça, você conseguiu ser bem gentil ainda.

Olhei o catálogo e suspirei, eu definitivamente não servia para essas coisas.

2hrs mais tarde, Salão de Beleza Fênix.

– Já são 19h00min, eu ainda preciso ir em casa tomar banho, vou chegar lá e a comida já vai ter acabado.

Sim, eu estava fazendo drama. Mas cara, é comida! Quem desperdiça comida? Só uns babacas mesmo.

– Já terminamos. – Yas sorria abertamente virando a minha cadeira giratória com um pé e as duas mãos.

– Final...

Minha fala morreu assim que eu fitei meu reflexo no espelho.

– Ficou linda né? – Yas apoiou o rosto no meu ombro.

– Mas como você conseguiu fazer esse milagre?

Yas bufou me olhando séria.

– Que milagre? Tenten eu não fiz quase nada. Você já é linda por natureza. – ela parou um pouco, parecia pensar em algo. – Agora o Lee deu trabalho pelo o que eu soube.

Gargalhei alto da careta que ela fez, era meio que automático fazer esse tipo de coisa.

– Agora vem porque eu quero ver como ele ficou. – Yas pegou minha mão e saiu correndo me puxando. Que menina doida.

Descemos as escadas quase capotando, ela realmente corria, parecia que íamos ver a revelação do século. Paramos na recepção e um moço muito bonito sorriu para mim. Automaticamente eu sorri de volta, esse salão estava um pecado e com certeza eu viria aqui mais vezes.

Olhei para Yas confusa, afinal, onde estava o Lee?

– Yas cadê ele? – perguntei e não obtive resposta.

Yas olhava atônita para um ponto atrás de mim. Olhei para trás e me deparei com aquele moço bonito de novo sorrindo, forcei um sorriso dessa vez e me virei novamente para Yas que continuava paralisada.

E então uma lâmpada se acendeu na minha cabeça me fazendo virar completamente para trás e fitar o moço procurando um ponto em especifico... E eu encontrei. Aquele piercing no lábio inferior esquerdo nunca mais me enganaria.

– Lee... – sussurrei boquiaberta.

– Tenten. – ele desencostou do balcão e se aproximou.

Ouvi suspiros atrás de mim e pelo canto de olho pude ver uma Yas corada. Reprimi a vontade de rir da cara dela.

– Você está linda. – Lee falou pegando minha mão e me rodando.

Ainda estávamos com as mesmas roupas, o rosto dele ficou tão chamativo que eu ignorei completamente a roupa esquisita em que ele usava aquele dia.

– Você também está magnifico. – falei sincera. Mas um barulho no meu estomago indicou que não era hora para enrolar. – Vamos logos, estamos atrasados. – me virei para Yas que continuava fitando Lee e depois de um tempo pareceu perceber meu olhar malicioso sobre ela e corou um pouco envergonhada. – Já passou o cartão? – ela acenou positivamente.

Sai correndo do salão, não tem rostinho bonito que me faça suspirar quando se tem comida me esperando.

20h00min, Restaurante Circuito das Águas.

Combinei de encontrar com Lee em frente ao restaurante que iriamos encontrar todo o pessoal. Dirigi para casa correndo, chegando à mesma e encontrando tudo escuro assim como na casa dos meninos.

Tomei um banho rápido tomando cuidado para não borrar a maquiagem ou estragar o cabelo, hoje eu faria surpresa para minhas amigas que tanto insistiam para mim agir mais como uma mulher. Passei tudo que tinha direito, desde a cremes de frutas vermelhas a perfumes que Ino me dava para ver se eu usaria. Coloquei o vestido que eu havia comprado e os saltos, olhei-me no espelho aprovando o que via. Peguei minha bolsa e sai em disparada de casa.

E agora cá estou eu, em frente ao restaurante tomando coragem para entrar com Lee ao meu lado. Não adiantaria mudar visual, sempre seriamos os mesmos, e isso me deixava feliz. Eu podia até estar com um rostinho bonito, mas cutuca para ver o que acontece.

Um friozinho começou a se manifestar no meu ventre me fazendo querer fugir.

– Eu quero ir embora Lee. – me virei suplicante para ele.

O nervosismo começava a tomar conta, eu simplesmente nunca sei como agir em uma hora dessas. Nunca soube para ser sincera.

– Não Tenten, a gente veio até aqui e agora vamos entrar.

Lee falava me olhando sério e me segurando delicadamente pelos ombros. Engoli em seco e acenei positivamente. Ele abaixou a mão e entrelaçou seus dedos aos meus. Eu continuava com os planos, só que agora o consentimento era reciproco.

Adentramos o restaurante e tudo era muito grande e lindo, o que fazia meu desespero de sair correndo aumentar. Lee apertou minha mão mais firme e começamos a andar em direção a um canto mais afastado onde já se podia ver mesas juntadas e todos meus amigos nela. Eu não podia mais correr, agora era só ir em frente.

A passos lentos chegamos perto da enorme mesa que havia se formado com a junção das menores e ninguém tinha nos notado. Estava preste a girar sobre os calcanhares e sair dali quando Lee pigarreou chamando atenção de todos os presentes da mesa, o silencio que se formou foi imediato e absoluto.

Senti minhas bochechas queimarem com todos aqueles pares de olhos voltados a mim e a Lee. Todos tinham a mesma expressão, olhos arregalados e bocas entreabertas. Exceto por alguns que não demostravam tanto, mas podia se perceber um pouco.

– Tenten?! – Ino perguntou como se não acreditasse no que visse.

Sorri simpática e inclinei a cabeça um pouco para o lado me lembrando do conselho dos pinguins de Madagascar.

Sorria e acene...

– Olá.