Beija eu escrita por Robs


Capítulo 9
Proposta


Notas iniciais do capítulo

Fiquei sem tempo de escrever porque tive um monte de trabalhos na faculdade essa semana. :( De qualquer forma, vocês já sabem que eu posso demorar muito de um capítulo pra outro pelo menos até o final do ano, por conta das minhas aulas/trabalhos. Mas no final das contas, o capítulo sempre vai ficar prontinho pra vocês, por mais que demore! Boa leitura s2



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— O que significa isso? — Fomos interrompidos por Mônica e atrás dela, Alice, com um sorriso maldoso e sarcástico.

Empurrei Gustavo sem qualquer pena e tentei rapidamente recuperar o ar. Era impossível acreditar que Mônica estava ali, assistindo ao nosso beijo daquela forma tão inexplicável. Apesar de Alice estar bem atrás dela com aquela carinha de “eles vão se dá muito mal”, ela era a última pessoa que deveríamos nos preocupar.

— Desculpa Mônica. — Comecei.

— É, a gente se empolgou um pouco por causa das fotos. — Foi, de longe, a pior coisa que Gustavo poderia ter dito, no entanto, era a melhor para aquele momento.

— Então quer dizer que é verdade? — Mônica pôs a mão no rosto como se estivesse confusa.

— O que é verdade? — Perguntei.

— A especulação.

— Que especulação? — Agora, quem estava confuso era Gustavo.

— Das meninas da internet! — Mônica gritou conosco como se isso fosse óbvio — Sobre o relacionamento de vocês e tudo mais.

— Não, claro que não. — Gustavo começou a se explicar — Isso aqui foi só uma rapidinha.

— Para de falar assim! — Cochichei e bati nele — “Rapidinha”... Parece até que a gente transou. Que ridículo.

— Antes fosse. — Ele cochichou de volta com um sorriso bem malicioso e acabou ganhando outro tapinha, aliás, desta vez, tinha sido um tapão.

— E se as fãs realmente acreditassem que vocês têm alguma coisa?

— Como assim? — O sorriso de Alice sumiu e agora, até ela estava participando da conversa. Confesso que, foi deveras engraçado ver o “como assim?” dela; os olhos arregalados e a surpresa pelo que Mônica falou.

— Elas, com certeza, iriam apoiar vocês e com isso, trazer fama para a nossa revista!

— Eu ainda não entendi. — Gustavo levantou o dedo indicador como uma criança no colegial.

— Nós podíamos postar cada vez mais fotos de vocês dois juntos, sendo assim, as pessoas apoiariam o seu relacionamento e comprariam as nossas revistas loucamente, só pra ver vocês!

— Não concordo. — Alice provocou um certo silêncio na sala depois do que disse — Isso é ridículo. A revista inteira vai ser só pra Juliana e pro Gustavo?

— Sinto muito Alice, mas a chefe aqui sou eu. Sendo assim, eu decido o que ter ou não na revista, independente de você concordar ou discordar de mim. — Mônica sorriu amigavelmente e saiu da sala.

Alice ficou com a cara no chão, talvez me odiando dez vezes mais que antes. Eu não queria que essa ideia da Mônica de nos fazer um casal para o público se concretizasse, mas devo admitir que o que ela falou pra Alice merecia um prêmio de ouro.

Gustavo voltou a mexer no celular e eu fui tomar água, enquanto a mocinha revoltada saiu da sala batendo os pés. Quando coisas assim acontecem, fico torcendo pra que o dia acabe e eu vá pra casa, contar tudo pra Mel, com todos os detalhes possíveis e imagináveis.

Sentei-me um pouco longe de Gustavo, porém, era ele o ponto principal do meu campo de visão.

~ Flashback On ~

— Você não acha possível?

— Possível o que?

— Um relacionamento sério.

— Que relacionamento? — A essa altura, minha cabeça já estava no ar, voando pra bem longe do raciocínio lógico.

— O nosso relacionamento. — Gustavo aproximou-se mais e até me puxou pela cintura. Brincou com as nossas bocas como só ele era capaz de fazer, e em seguida, pôs a outra mão na minha nuca me puxando para um beijo quente, porém, com um toque de carinho.

~ Flashback Off ~

— Vai ficar me olhando o tempo todo? — Depois que ele quebrou o silêncio e interrompeu o meu flashback, eu percebi que durante todo esse tempo, eu o estava fitando.

— Não. — Baixei a cabeça e depois olhei pra outro lugar. Senti meu rosto esquentar, talvez eu estivesse tão vermelha quanto um tomate. Depois percebi quando ele se levantou e arrastou uma cadeira pra perto de mim.

— Se você não vai me olhar, então eu te olho. — Ele guardou o celular, encostou-se confortavelmente na cadeira e agora, eu estava sendo fitada. Mais uma vez, senti o rosto esquentar, acho que mais até que a primeira vez.

— Por quê? — Virei inconscientemente.

— Porque você fica linda com o rosto corado. — Eu não podia esperar por isso! Acho que o meu rosto ia explodir, porque vermelho já estava há muito tempo, além dos níveis seguros e fofos. Fiquei automaticamente impaciente; aquela cadeira parecia não me caber e a sala parecia apertada demais pra mim. Levantei sem dizer nada e saí.

O que tinha dado naquele homem? Primeiro ele diz à Mônica que aquilo foi só uma rapidinha, e depois me vem com essa de que eu fico linda com o rosto corado. Aliás, por que é que eu estou tratando-o como um homem? Eu sempre o considerei um menino mimado e irresponsável.

Fui até ao banheiro e sem pensar, molhei meu rosto todo, e só depois eu lembrei que estava maquiada. Peguei um pedaço de papel e fui tirando o excesso de água devagar pra não borrar tudo por completo.

Sinceramente Juliana, não sei aonde foram parar a sua consciência, o seu bom senso e a sua vida organizada. Três simples beijos e você fica assim, falando consigo mesma e julgando as próprias ações, como se outra pessoa estivesse fazendo tudo isso dentro de você.

Voltei à sala e Gustavo já não estava mais lá, internamente, eu agradeci muito por isso. Não sei se queria ficar sozinha com ele de novo, meu rosto passou por uma experiência terrível.

— Juliana, minha flor, eu preciso da sua ajuda. — Mônica apareceu de repente na sala, e quando ela me chamou de “minha flor”, eu já sabia que ela queria algo de mim.

— Pode falar. — Um rapazinho entrou junto com ela, mas não disse nada, nem um oi. Talvez estivesse acanhado.

— Esse menino é novo aqui e ele vai trabalhar junto conosco, estagiando assim como você.

— Que bom. Oi. — Sorri amigavelmente e ele sorriu de volta.

— Eu preciso que você o auxilie, pelo menos agora no começo, até ele pegar o ritmo do trabalho.

— Claro. Eu vou ajudar em tudo que eu puder.

— Ótimo! Eduardo, essa é a Juliana. E Juliana, este é o Eduardo. — Apertamos as mãos um do outro, e ele me pareceu ser bastante educado e um pouco tímido. Mas timidez é algo que não permanece quando você começa a conviver com pessoas do gênero: Gustavo.

Mônica nos deixou a sós e nós conversamos um pouco sobre a faculdade de jornalismo, sobre o que ele esperava do resto do curso e do trabalho em si; também conversamos sobre qual seria a função dele na revista, e eu até contei sobre a minha, desde o começo.

Ele disse que já tinha visto as fotos no site da revista e perguntou se eu e “o rapaz da foto” tínhamos algum tipo de relação amorosa. Fiz questão de esclarecer toda a situação e ele achou graça das ideias de Mônica, inclusive sobre a matéria que ela quer que nós escrevamos.

A nossa conversa estava fluindo muito bem, talvez ele não fosse tão tímido quanto eu pensei. Gustavo entrou na sala de repente e conseguiu com que Eduardo ficasse com os olhos presos nele.

— O famoso Gustavo. — Ele disse sorrindo.

— Oi — Gustavo forçou um sorriso pelo cantinho da boca — Quem é você?

— Ele vai estagiar aqui, junto com a gente. E a Mônica pediu que eu o ajudasse nos primeiros dias até ele pegar o ritmo de tudo. — Esclareci.

— Hm. Seja bem-vindo. — Novamente, ele estava forçando um sorriso que nem de longe, se parecia com um.

Já era final de expediente e estávamos todos saindo da revista juntos, até mesmo Mônica. Alice se jogando pra cima de Gustavo e insinuando indiretamente que eu deveria esquecê-lo e ficar com Eduardo. Apesar de só ter chegado hoje, o pobre estagiário já estava envolvido nas armações de Alice pra que eu ficasse longe do príncipe dela.

Peguei o ônibus e por incrível que pareça, ele não estava como uma lata de sardinha igual ao outro dia. Eu até consegui sentar no caminho pra casa. Talvez fosse realmente o meu dia de sorte.

Quando cheguei em casa, Mel estava terminando de aprontar o nosso jantar. Que maravilha! Nem se quer fui tomar banho, joguei as coisas em cima do sofá e ajeitei a mesa pra nós duas. Na maioria das vezes nós jantávamos no sofá assistindo televisão, mas por alguma razão, hoje eu não queria.

— Parabéns mais nova modelo! — Mel virou-se com uma lasanha aparentemente deliciosa e eu tive certeza que era o meu dia de sorte.

— Você viu as fotos?

— Claro! Por que eu não veria a minha amiga linda nos holofotes da fama?

— Não exagera. — Sorri meio sem graça e parti a lasanha para nos servir.

— O Gustavo tava um gato também. — Não sabia se falava alguma coisa e denunciava o nosso beijo ou se ficava calada e provava que “quem cala consente” — Você tem admitir Ju!

— Come quieta Mel! — Prendi o sorriso que insistia em aparecer.

— Oi? Eu vi um sorrisinho aí no cantinho da boca? Foi isso mesmo produção?

— Não! — Sorri mais ainda, foi impossível continuar prendendo-o.

— Eu vi hein! Quero saber de tudo.

— Que tudo garota? Tá louca?

— Eu sei que aconteceu alguma coisa, você não estaria só feliz pelas fotos. Não com esse sorriso bobo. — Ela levantou-se e veio pra junto de mim me fazer cócegas, como se isso fosse tortura o bastante pra eu falar o que aconteceu.

— Não aconteceu nada.

— Para de ser ridícula e me conta. — Mel aumentou a intensidade das cócegas e agora sim, isso estava se tornando torturante. Não sei se essa pobre soldada aguentaria esse tipo de ataque.

— Sai daqui. — Empurrei-a e procurei conter os meus sorrisos bobos, como ela mesma havia dito — A lasanha vai esfriar hein?

— Você tem razão. Mas eu ainda quero saber de tudo que aconteceu, porque eu sei que rolou alguma coisa hoje.

— Espera, meu celular tá tocando. — Corri pra pegar, mas quando vi, não era ninguém conhecido — Alô?

Juliana?

— Sim, sou eu.

Me chamo Lívia e sou gerente de uma empresa de modelos conceituadas. Eu vi suas fotos na internet hoje e percebi que já há muitos comentários a seu respeito.

— É. Foi um ensaio fotográfico simples que a gente fez pra uma matéria que ainda vai ser lançada.

Você é jornalista?

— Sou estagiária. E sim, estudante de jornalismo.

Que tal ser modelo?

— Desculpa, eu não to te entendendo.

Eu te liguei porque eu gostei muito das fotos que você fez e queria que você viesse fazer parte da nossa agência de modelos. Aqui as meninas começam uma carreira em poucos meses e depois, já estão ganhando mundos e fundos no exterior, porque se tornam rapidamente conhecidas e renomadas. Você aceita trabalhar conosco?


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Notas finais do capítulo

Comentários são o combustível de qualquer escritor. UHUUUU, COMENTEM GALERA s2