Beija eu escrita por Robs


Capítulo 8
Fomos pegos!


Notas iniciais do capítulo

Eu disse que esse capítulo não iria demorar uma vida pra sair, no entanto, demorou até mais que o anterior :/ Peço desculpas mais uma vez, mas também gostaria de me esclarecer: tive uma semana cheia por conta de trabalhos na igreja, trabalhos na faculdade etc. Enfim... Estavam com saudades da Ju? Ela voltou!! Boa leitura



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(Juliana’s POV)

Mais um dia começando, sendo este, depois de um curto feriado. Passar um dia sem aguentar as criancices do Gustavo foi maravilhoso, mas encontrar a Alice na praia, quando eu só queria descansar, foi a pior coisa que poderia acontecer. Principalmente, porque ambas vínhamos de uma recente briga tenebrosa, diga-se de passagem.

Tomei banho, me vesti, me maquiei, tomei café e a Mel ainda estava dormindo. Tentei acordá-la, mas ela me disse que não iria trabalhar hoje porque já havia tirado o serviço de uma amiga no feriado. Não sei ao certo se ela estava consciente do que havia acabado de dizer ou se era efeito do sono pesado.

Saí de casa e por incrível que pareça, ainda estava cedo, provavelmente os ônibus ainda estariam vazios e a pista livre. Cheguei ao escritório e poucas pessoas estavam lá, nem mesmo Mônica havia chegado. Acho que eu poderia ter saído mais tarde de casa. Deixei minhas coisas na sala e resolvi andar um pouco, até que o tempo passasse e o trabalho, de fato, começasse.

No corredor tinha um mural que os administradores da revista sempre colocavam fotos dos aniversariantes do mês ou “funcionário do mês”, etc. E, incrivelmente, lá estavam as fotos que eu tirei junto com Gustavo. Uma onda de lembranças me invadiu sem pedir licença e em instantes, eu estava passando o dedo nas fotos, fitando-as com carinho.

— Ficaram muito bonitas. — Um funcionário que eu só tinha visto umas duas vezes, fez questão de parar quando me viu concentrada no mural. Sorri para ele e depois saí de junto.

O fato é que, desde que eu comecei a faculdade, nada nem ninguém foi capaz de atrapalhar a concentração que eu sempre tive na minha vida profissional. Desde muito tempo, meus pais me ensinaram a ser focada e determinada, e a vida em si, obrigou-me a ser assim também. E agora, a Juliana centrada de 19 anos, estava deixando de lado a sua carreira para pensar em coisas supérfluas. Tudo por causa de um garoto infantil que em um dia simples, resolveu me beijar e confundir toda a minha cabecinha.

— Tá pensando em que? — Mônica chegou de repente.

— Nada importante. — Sorri.

— Você viu as fotos lá no mural? Ficaram lindas! — Ela parecia realmente empolgada, diferentemente de mim.

— Vi sim. — Sorri mais uma vez, sendo agora, mais forçado que o primeiro.

— Você não imagina como eu to ansiosa pra publicar essas fotos. Se vocês não se apressarem na matéria, eu vou acabar soltando algumas pra “chamar” o público.

— Se você soltar algumas pra “chamar” o público, a matéria vai ficar sem nenhuma foto.

— Não se preocupe. Vocês tiraram várias fotos, se a revista publicar pelo menos três, ainda terão umas dez inéditas.

— Mas... — Mônica me interrompeu, como era de costume quando ela estava muito empolgada com algo.

— Você me deu uma ótima ideia! — Agora, ela estava olhando pro nada, talvez imaginando as coisas mirabolantes dela — É isso mesmo que eu vou fazer!

— Isso o que?

— Soltar três fotos pra que o público fique ansioso e curioso, pedindo por mais, ansiando a publicação da matéria.

— Mônica... — Ela foi embora e me deixou falando sozinha.

Se ela publicar essas fotos, a minha vida realmente vai está acabada. De jornalista estagiária à modelo romântica, que bela trajetória Juliana. Quando ia sair da sala, dei de cara com Alice, e atrás dela, Gustavo. A garota ousada passou por mim e não disse nada, já ele, deu-me bom dia. Retribuí e quando ia, de novo, sair da sala, Gustavo me chamou.

— Nós três temos uma matéria pra escrever juntos.

— Que já deveríamos ter começado, na minha opinião. — Falei.

— Pois é, mas aí é que tá o problema. Se devemos escrever juntos, os três, como é que vocês duas vão se encarar?

— Como assim? — Alice se fez de sonsa, pra variar.

— Você e a Juliana vão continuar com essas briguinhas infantis entre si? — Ele se dirigiu a ela, mas depois, olhou pra mim como se eu tivesse culpa da Alice ser ridícula e invejosa do jeito que ela é.

— Gustavo, você sabe muito bem que não foi só uma simples briguinha. — Ela estava jogando a culpa toda pra cima de mim. Que safada! — Ela bateu em mim.

— Porque você estragou o meu vestido.

— Eu não fiz nada de propósito. — A essa altura, ambas havíamos esquecido a presença de Gustavo ali, estávamos falando uma à outra, como se estivéssemos sozinhas, igual a última vez, na salinha em que tudo começou.

— Claro que fez, eu te conheço muito bem Alice.

— Você não pode me acusar sem provas.

— Já chega! — Gustavo gritou — Vocês vão começar tudo de novo?

— Se for preciso sim. — Olhei para Alice, desafiando-a — A minha mão tá coçando pra encontrar o rosto dela de novo.

— Então vem!

— Parem! — Ele gritou novamente, e manteve o tom — Se continuarem, eu chamo a Mônica pra resolver isso, tenho certeza que vai ser muito mais eficaz do que eu gritando aqui. Vocês duas não são mais crianças! Sabem que precisam deixar os problemas pessoais lá fora, independente do que quer que tenha acontecido. — Gustavo ainda estava gritando.

— Desculpa. — Alice disse, mais uma vez se fazendo de sonsa.

— Publiquei! — Mônica entrou na sala como se fosse uma celebridade e precisasse de toda a atenção do mundo. Desfez todo o clima que Gustavo havia criado para nos orientar que os problemas pessoais devem ficar blá blá blá.

— Publicou o que? — Gustavo perguntou assustado.

— Três fotos suas com a Juliana. E os acessos já estão bombando!

— Como assim? — Ele me olhou confuso — Essas fotos não eram pra ficarem junto com a matéria?

— Eram sim, na verdade, ainda são. Mas a minha ansiedade é tanta que eu não aguentei. Publiquei apenas três pra deixar o público ansioso e o resto, vem junto com a matéria.

Há alguns minutos atrás eu disse que a minha vida estava acabada com a publicação dessas fotos, mas ver a cara de inveja que a Alice fazia a cada palavra da Mônica estava me fazendo muito bem. No fundo, eu precisava admitir que estava gostando disso tudo.

— Se eu fosse vocês, viria ver o número de acessos. — Mônica saiu correndo pra sala dela e a Ju aqui, foi atrás. Percebi quando Gustavo veio atrás de mim e Alice também, só que lentamente.

Não fazia tanto tempo assim que a Mônica tinha postado as fotos, mas rapidamente, a página já estava com quase mil acessos. Alice agora estava pior que antes, a cara de inveja foi substituída pela cara de ódio e cada comentário que qualquer um de nós fazia, era um martírio pra ela. Até que a mocinha não aguentou e saiu da sala batendo a porta.

— O que deu nela? — Mônica perguntou inocente.

— Nada. — Respondi sorridente. Gustavo estava se gabando tanto por causa das fotos, dos acessos e dos comentários, que preferiu não dar atenção pro ódio da Alice. Acho até que ele preferiu fingir que não percebeu a batida de porta dela.

Eu estava feliz pelas más sensações da Alice, seria a minha forma de me vingar pelo que ela fez comigo, mas também estava confusa. Não só as fotos, mas todos os últimos acontecimentos que envolveram Gustavo e eu ao mesmo tempo, estava complicando toda a minha vida, e eu odiava admitir que também estivessem complicando os meus sentimentos. Minha vida estava num ponto bem incontrolável e tudo porque eu estava me deixando levar.

Se a minha mãe estivesse aqui neste exato momento, ela certamente diria que eu estou agindo como uma adolescente inconsequente, totalmente incapaz de dar um rumo à própria vida. Deixei Mônica e Gustavo se gabando na sala e fui ao banheiro declarar que gostaria de ter nascido homem. Pois é, uma certa cólica já começava a dar os seus primeiros sinais.

— Esse banheiro já foi mais bem frequentado. — Entrei sem perceber que Alice estava lá dentro. Ela tinha molhado o rosto por completo, talvez para “esfriar” a raiva que sentiu das fotos.

— Infelizmente, Alice, a minha cólica não permite que eu discuta com você agora. Você pode esperar cinco minutinhos? — Tentei não ser sarcástica, mas aquela situação acompanhava a típica frase: “rir pra não chorar”.

— Não seja ridícula.

— Eu? Sendo ridícula? Não me confunda com você. — Fiz questão de fechar a porta do sanitário na cara dela. Educação e Alice são palavras que andam desacompanhadas.

— Parece que as fotos fizeram bastante sucesso.

— É. — Disse enquanto abria a porta — E parece que você tá morrendo de inveja de mim e ciúmes do Gustavo.

— Inveja de você? — Ela sorriu ironicamente — Eu não tenho motivos pra ter inveja de você, muito menos ciúmes do Gustavo, nós dois passamos o feriado juntos. E quanto a você, Juliana, essas fotos são como embalagem de salgadinho... — Ela fez uma pausa e voltou a rir, tentando me provocar — “Meramente ilustrativa”.

— Eu nunca disse que você tá com inveja de mim por causa do Gustavo. E sim, por causa do sucesso que não só as fotos estão fazendo, mas eu também. — O sorriso provocante dela desapareceu gradativamente, e o meu começou a abrir. Como eu percebi que ela não ia dizer mais nada, saí do banheiro, deixando-a sozinha. Cheguei à sala de trabalho e Gustavo estava sozinho lá dentro, mexendo no celular. Achei que ele ainda estaria junto com Mônica contando os acessos ao site.

— Nossas fotos já estão causando polêmicas. — Ele disse, ainda empolgado no celular. Me pergunto como é que ele me percebeu.

— Como assim?

— Um grupo de meninas já está especulando sobre um possível relacionamento sério.

— Me poupe. — Falei entre risos irônicos. Certamente, eram meninas entre treze e quinze anos, que enxergavam um pingo de realidade em um mar de encenações.

— Você não acha possível? — Ele levantou-se devagar e veio pra perto de mim. Como não estávamos tão longe um do outro, rapidamente ficamos próximos.

— Possível o que? — Virei e tive a mesma sensação da praia: ele com o corpo quase colado ao meu e com o cabelo um pouco bagunçado.

— Um relacionamento sério.

— Que relacionamento? — A essa altura, minha cabeça já estava no ar, voando pra bem longe do raciocínio lógico.

— O nosso relacionamento. — Gustavo aproximou-se mais e até me puxou pela cintura. Brincou com as nossas bocas como só ele era capaz de fazer, e em seguida, pôs a outra mão na minha nuca me puxando para um beijo quente, porém, com um toque de carinho.

— O que significa isso? — Fomos interrompidos por Mônica e atrás dela, Alice, com um sorriso maldoso e sarcástico.


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Notas finais do capítulo

Queridos queridôncios, não custa nada deixar um review! s2



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