Coração de Soldado escrita por Incrível


Capítulo 44
Capítulo 44 - Mau Pressentimento


Notas iniciais do capítulo

Fárias!!!!!!!!!!
Bom, primeiramente queria agradecer aos rotinhos conhecidos que comentaram e estão acompanhando Além do Seu Olhar! Sério, muito obrigada, gente, vcs são D+
Chega de ficar enrolando e bom cap pra vcs ;)



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Aquela, sem duvida, não podia ser eu. Em frente a mim, havia uma mulher linda. Era alta por conta dos saltos que calçava, seu vestido cor de creme tinha pregas na altura do busto, definindo sua cintura. Da cintura, o vestido se abria levemente até o chão. Seu cabelo estava preso num penteado e em seu rosto havia uma maquiagem leve com um batom vermelho.

Como eu estava de frente para o espelho, tentava acreditar que aquele era meu reflexo. Talvez fosse só o nervosismo do casamento de meus pais que me deixava assim. Suspirei.

Estavamos na Praia de La Plata. Já havia conversado e visto Angie, ela estava perfeita e feliz, mas nervosa. Então me pediu alguns minutos e enquanto isso, decidi me olhar no espelho finalmente.

Alguém abriu a porta e adentrou o quarto onde eu me encontrava. Ele caminhou até mim e parou.

No espelho, atrás de mim, estava um homem de smoking, gravata borboleta, sapato social e o cabelo num topete perfeito com um sorriso sereno. Ele colocou suas mãos em meu ombro e, após uma significativa troca de olhares cheia de admiração no espelho, beijou a curvatura de meu pescoço, me arrepiando por completo.

— Apesar de parecer impossível, você está mais perfeita do que já é — diz Leon.

— Para, Leon. Ta me deixando envergonhada — digo com um sorriso.

— Isso é bom, porque corada você fica mais linda ainda — ri beijando minha bochecha. — Acho melhor irmos, não queremos nos atrasar mais que a noiva.

— Tem razão — digo com um sorriso. — Está com as alianças?

— Estou. Está tudo perfeito, não precisa se preocupar.

— Tudo bem, então vamos — digo com um sorriso. — Ah, e a propósito, você está incrivelmente bonito hoje.

— Eu sei que você não me resiste — sorri sedutoramente.

— Mereço isso por ter abrido a boca — ri.

Saindo da casa de praia (que parecia mais uma pousada de praia por conta de ser enorme para suportar os convidados), fomos ao local onde seria o casamento. Na areia da praia, à alguns metros da casa, havia um arco de flores, onde papai já esperava ansiosamente. Haviam pétalas de flores no caminho central, e os convidados já ocupavam seus lugares.

Ali, apenas Ludmila, Federico, a família de Leon, Beto, Gregório e Antônio eu conhecia, o resto eram empresários, amigos de meu pai ou amigas de Angie.

Ficamos esperando cinco minutos no fundo. Assim que Angie chegou, às 15:27, acompanhada de Pablo, os músicos começaram a tocar e eu e Leon entramos de braços dados.

Chegando ao altar, Leon e eu nos posicionamos ao lado de meu pai. Lhe dei um olhar tranquilizador pois notei seu nervosismo, e ele sorriu.

Então a música começou e Angie caminhou radiante para o altar, junto de Pablo. Papai a pegou pela mão e eles se posicionaram de costas para o público.

A cerimonia foi curta e simples, mas cheia de significado. À cada palavra pronunciada eu podia notar o amor entre eles e o quanto ansiavam por aquela união. Então assim que se ouviu o "vos torno agora, marido e mulher", papai e Angie estavam se beijando apaixonadamente. É... Já sabia que teria de suportar a baboseira por uns tempos...

A festa era numa tenda enorme, ao lado do local do casamento, mas já em terra firme e não na areia. A partir dai foi só gritaria, dança e conversas. Me diverti muito.

Sorri enquanto observava Leon dançar com Laura entre risadas na pista de dança. Logo, Beto se sentou ao meu lado e começamos a conversar sobre como estava o Studio. Antônio e Pablo se aproximaram de nós e se uniu a nossa conversa, deixando Beto livre para comer à vontade.

— Então, eu estava falando com Marotti à alguns dias e ele me contou que você finalmente assinou o contrato com o U-mix! Porque não nos contou? — diz Antônio.

— Desculpe, ainda estamos acertando isso — digo com um sorriso.

— Tudo bem. É um orgulho saber que a melhor aluna que o Studio já teve, vai se tornar famosa! — diz.

— Agora você vai ter que se dedicar muito ao trabalho, hein? — diz Pablo.

— Pois é. Marotti está querendo fazer uma turnê de "lançamento" — digo.

— Isso é ótimo. Pode ter certeza que depois dela, você não pára mais. Provavelmente nem vai precisar terminar a faculdade — sorri Antônio.

— Marotti disse a mesma coisa — digo com um sorriso fraco.

Nesse momento, Leon apareceu de trás de mim. Ele me olhou tristemente e se afastou, caminhando para para fora da tenda. Eu não havia contado nada disto para ele e sabia que quando ele descobrisse não gostaria nem um pouco.

— Han... Podem me dar licença? Preciso tomar um ar — digo me levantando.

— Claro! — respondem Pablo e Antônio em uníssono.

— Quando voltar, pode me trazer mais daqueles canapés? — pergunta Beto com a boca cheia de comida.

— Deixa a menina, Beto — diz Pablo enquanto eu e Antônio rimos.

Me afastei da mesa, dando sorrisos à todos os convidados.

Saindo da tenda, vejo que o sol começa a se por. Leon estava de costas para a tenda, olhando pro mar com as mãos nos bolsos da calça. Me aproximei rapidamente.

— Leon, eu...

— Porque não me contou? — me interrompe sem olhar para mim.

— Fiquei com medo de você não gostar — respondi defensivamente.

— E como acha que me sinto agora? — diz nervoso. — Mentiu pra mim.

— Não menti. Apenas ocultei um fato.

— Dane-se, Violetta! Tinha que ter me contado! — grita enquanto se vira pra mim. — Como assim, você vai embora?

— Eu não vou embora, Leon! — grito irritada.

— Como não? Vai fazer turnê, então como eu vou te ver?

— Queria que eu não assinasse o contrato só pra estar todo final de semana à sua disposição?! — grito.

— Não, eu não sou igual você!

Por alguns segundos permanecemos nos encarando. Aquilo foi como um soco no meu estômago. Aquelas palavras haviam me magoado como nenhuma outra. Sem perceber, uma lagrima caiu por meu rosto. Suspirei colocando as mãos em frente ao rosto.

— Desculpe — diz Leon suspirando.

— Não suporto mais brigar, Leon — digo tirando as mãos do rosto.

— Eu também — diz se aproximando.

— Podemos ter uma trégua, pelo menos hoje? — peço.

— Claro — sorri tristemente.

Ficamos observando o mar em silêncio, ouvindo as risadas, conversas e música da festa. Então uma música calma começou a tocar.

— Quer dançar? — pergunta Leon estendendo a mão.

— Claro — respondo a pegando.

Caminhamos de volta para a festa. Entrando na tenda, caminhamos de mãos dadas até a pista de dança, onde papai e Angie, junto de alguns convidados, dançavam.

Chegando a pista, Leon colocou suas mãos em minha cintura e eu entrelacei as minhas em seu pescoço. Dançamos mecanicamente por algum tempo. Então nossos olhos se encontraram e ele sorriu largamente, me olhando da maneira que era reservada somente à mim. Sem conseguir evitar, eu sorri.

— Você é muito linda — diz encantadoramente.

— Eu agradeceria se você parasse de dizer isso — respondo com um sorriso.

— O que? É a verdade. Quer que eu minta? — ergue uma sobrancelha.

— Sim — respondo desafiadoramente.

— Okay. Você está ridícula com esse vestido, ele te deixa gorda. Esse penteado parece mais um ninho de passarinhos e essa maquiagem....

— Okay, okay — interrompo rindo. — Prefiro elogios.

— Foi o que eu imaginei — ri.

O tempo passou rapidamente, e logo já estava de noite. Papai e Angie tinham de ir embora para a Lua de Mel no Caribe. Então todos se reuniram do lado de fora para a despedida.

— Tomem cuidado — digo os abraçando.

— Pode deixar — dizem juntos.

— Você vai ficar bem sem a gente? — pergunta Angie preocupada.

— Ótima. Agora que vocês casaram, estou mais feliz que nunca! — respondo e ele riem levemente.

— Se cuida, filha. Qualquer coisa nos liguem, mande mensagem ou e-mail e...

— Pai, pai — chamo sua atenção com um sorriso. — Vou ficar bem, podem ir sem preocupação.

— Tudo bem, em um mês agente volta e nos vemos em Santa Fé — diz papai mais despreocupado.

— Tudo bem, amo vocês — os abraço novamente.

— Nós também — respondem.

Quando o carro se foi, todos começaram a se afastar. Alguns iam para a casa de praia dormir, outros voltaram à tenda para continuar a festa. Fiquei observando a estrada vazia, de costas para a praia.

— Vem, Vilu! — chama Fede.

Me virando, vi que ele tirava os sapatos, com planos de molhar os pés na água. Ludmila já estava descalça, esperando-o. Leon caminhava em minha direção.

— Acho que não, Fede! — grito para que ele ouvisse.

— Você está bem? — pergunta Leon.

— Sim.

— Então vem com a gente.

— Não quero.

— Vamos fazer outra coisa, então? Que tal uma brincadeira? — sorri maliciosamente. — Pega-pega.

— Ah não. Não somos mais crianças, Leon — digo rindo.

— Ninguém disse que não podemos agir como uma — ri.

— Ta bom... — digo com um sorriso. Me aproximo e o toco no ombro. — Peguei! Ta com você!

— Não sabe o que fez, Castillo — sorri.— É melhor começar a correr.

— O...ou, não foi uma boa ideia — digo fingindo estar com medo. — Só deixa eu tirar meu salto.

Após eu retirar o salto Leon sorriu.

— Quando começo a correr?

— Agora! — grita e eu corro começando a gritar.

Corri para a praia, segurando a barra do vertido para não tropeçar no mesmo. Minhas risadas pareciam incontroláveis, assim como as de Leon. Corria em zigue-zague, indo e voltando de um lado pro outro, enquanto Leon corria atrás de mim.

— Não vai me pegar! — grito provocativamente.

Me virando, não encontrei Leon atrás de mim, o que me deixou confusa. Como assim? Então um braço me agarrou pela cintura, enquanto Leon dava uma risada diabólica.

— Peguei! — diz vitorioso no meu ouvido.

— E o que pretende fazer? — pergunto.

— Acho que você já sabe — diz me colocando em seu obro como um saco de batatas.

— Não, Leon... Pode parar, era só uma brincadeira — começo a me debater.

— E ainda é uma brincadeira — ri, andando para o mar.

Ficamos na margem. Assim que notei os pés de Leon serem molhados pela água, me debati de tal forma que ele quase me derrubou e acabou me soltando. Assim que me coloquei chão, me desequilibrei e me segurei em Leon. Ele, já estava desequilibrado, então tecnicamente eu o puxei, e caímos os dois nas águas frias do mar.

A água estava rasa pois estávamos na margem, mas acabamos nos molhando inteiramente, rindo descontroladamente.

— Leon! Olha pra mim, agora — digo tentando parecer séria.

— Relaxa, Vilu. É só água — diz entre risadas jogando água em mim.

— Vem cá, Leon Vargas! — grito indo em sua direção.

Por horas permanecemos na praia, brincando igual crianças junto com Ludmila e Federico. Mas logo eu comecei a sentir muito frio e o super-protetor do meu noivo me obrigou a ir pra casa tomar banho e me aquecer.

Após o banho, coloquei roupas quentes e me deitei em minha cama. O sono me atingiu rapidamente.

Pov's Leon

— Parece que o fim de semana foi bom, Vargas — diz Jonas quando adentro o quarto cantarolando.

O dormitório estava vazio, exceto por Jonas que sempre chegava antes de mim. Ele estava sentado em minha cama, e jogava uma pequena bolinha para o alto com o braço bom, enquanto o outro repousava (sem gesso) na tipoia.

Era domingo. Havia acabado de chegar da praia de La Plata. Fiquei com Violetta por um tempo, mas logo tive de ir embora para ter tempo de chegar à Academia. Ela, voltaria com Federico, que havia comprado um carro.

— Claro, Flicker — respondo.

— Como foi o casamento? — pergunta.

— Ótimo. Eu e Vilu fizemos uma trégua e vimos que estar em paz é bem melhor que brigar — digo colocando minha bolsa num canto.

— Finalmente! Vocês tem que parar com essas brigas. Aliás, porque estão brigando? — ri.

— Não sei... Acho que estamos passando muito tempo separados e isso nos estressa — digo me sentando na beliche.

— Não deviam desperdiçar o pouco tempo que têm juntos, discutindo o tempo que têm separados, não? — pergunta sabiamente.

— Pois é... O amor... Fazemos coisas as vezes e nem sabemos por quê — digo pensativamente.

— Acho que te entendo — diz.

— Sei que entende. Tem uma garota muito bonita que eu sei que te interessa — digo com um sorriso.

— Tem razão. Acabo de pensar uma coisa: nunca perguntei como ela é... — diz.

— Ela é baixinha e usa óculos pra ler. Tem cabelos loiros e olhos escuros. Tem um rosto delicado e é magra. Ela é muito bonita — caracterizo Angel e ele faz um simples "hum". — Também dá um sorriso bobo e os olhos brilham quando te vê.

— Verdade? — Pergunta curioso.

— Verdade... Ela também gosta de você. Acho que só espera você dizer algo.

— Não sei o que dizer... Fico nervoso.

— Vai ter que começar a criar coragem. Não deixe essa garota sair da sua vida, Jonas. Ela é fantástica.

— Era exatamente isso que eu ia dizer pra você sobre a Violetta — ri.

— Não vou deixar Vilu sair da minha vida. Inclusive, à partir do próximo final de semana, vou fazer de tudo para não brigar mais com ela. Nem que eu tenha que ficar com um esparadrapo na boca pra não dizer nada que a magoe — ri junto com ele.

— Nossa! Essa garota é importante mesmo!

— Olha, Jonas. Você pode tirar tudo de mim, menos minha família e essa garota. Se ela sair da minha vida, não vou saber como continuar...

— Então vai lutar para pararem de brigar?

— Sim. Não posso perde-la. Parece que tudo conspira para que estejamos separados — digo frustrado. — Hoje mesmo, meu pai disse que ele e minha família estão voltando pro México por conta de uns problemas na EPA.

— Você vai voltar? — pergunta incomodado.

— Claro que não! Tenho que ficar por causa da Academia e pela Violetta, obviamente. Não vai se livrar tão facilmente de mim — digo divertido.

— Percebi — ri.

Nesse momento, ouvimos um barulho na porta e alguns passos apressados se afastando. Não sabia o que era aquilo, mas com certeza não era nada bom.


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Notas finais do capítulo

Realmente espero que nos próximos capítulos eu continue viva kkkkk
EPA (Empresa de Peças Automobilísticas) é o nome da empresa do pai do Leon.
Bom, por hoje é só, mas quinta eu posto outro, com certeza.
Então, até quinta, meus amores :)