Coração de Soldado escrita por Incrível


Capítulo 43
Capítulo 43 - De novo


Notas iniciais do capítulo

Heyyy Povo!
Vcs queriam e aqui estou eu em plena quinta-feira kkkk
Notas finais são mais que importantes então a gente se vê lá em baixo ;)



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Um mês depois

Pov's Leon

Arrumava minhas coisas rapidamente. Tinha que chegar à tempo para a apresentação de Vilu.

Nas últimas semanas em que nos encontramos, ela me contou que cada um de sua turma estava preparando uma música para a nota bimestral de um dos cursos da Faculdade. Eu havia prometido que iria assistir a apresentação de todos e, claro, a dela.

Haviamos trabalhado a noite inteira, para um treinamento especial, então não pude sair às 19 horas da sexta (como de costume). Agora, às 11 da manhã de sábado, havia acabado de ser dispensado. Teria tempo de sobra para ir a faculdade, ficar um pouco com Violetta e assistir sua apresentação.

– Leon! - grita Angélica desesperadamente adentrando o dormitório.

– O que foi Angel? Até parece que viu um fantasma - brinco tirando os olhos de minha bolsa.

– É o Jonas! Luke e os seus amigos estão maltratando-o! Descobriram que ele é cego - diz rapidamente.

– Vem comigo! Me mostra onde eles estão! - digo puxando-a pelo braço e começando a correr.

Saimos da Academia, correndo pelas ruas de Córdoba. Se eles tivessem feito algo dentro da Academia, seriam punidos, mas eles eram tão covardes que decidiram fazer isso fora da mesma.

Me enfureci, após virar a esquina e encontrar Luke, Jhonny e Ethan formando um circulo ao redor de Jonas, lhe dando socos e chutes. Eles gritavam coisas como: "cadê o Jonas?", "abra os olhos", "estamos bem aqui, Jonas" entre risadas. Zombavam dele.

Aquilo me irritou de tal forma que eu nem sequer falei alguma coisa. Simplesmente fui direto ao encontro de Luke e lhe dei um soco certeiro no rosto, o deixando atordoado. Mirei em Ethan e lhe dei um chute na virilha antes de oferecer o mesmo soco que dei a Luke, deixando-o caido no chão. Jhonny tentou me acertar mas eu esquivei, pegando seu braço e o torcendo atrás de suas costas até ele gemer de dor. Soltei-o com um chute no traseiro, o fazendo cair.

– Nunca mais se aproximem dele! - grito com puro ódio.

– Essa foi apenas uma parte da vingança - diz Luke sorrindo com a boca sangrando.

Não dei atenção ao seu comentário. Simplesmente me virei e corri para Jonas e Angel que caminhavam lentamente, de volta para a Academia. Angel acariciava seu rosto, enquanto ajudava-o a andar.

Passei meu braço pela cintura de Jonas, o firmando sobre mim.

– Te machucaram muito? - pergunto.

– Me diz você. O cego aqui sou eu - ri.

– Acho que não foi nada grave - entro na brincadeira.

– Acho que isso feriu mais meu ego do que a mim mesmo - comenta com um sorriso leve.

– Vocês dois querem parar? Não veem a gravidade disso? - diz Angel irritada.

Notei quão meiga e doce Angel se tornava ao lado de Jonas, e sorri com o pensamento de que talvez aquilo fosse mais que amizade.

Chegando a Academia, levamos Jonas ao dormitório e o deitamos na cama. Cuidamos de seus ferimentos rapidamente, mas não havia sido muito grave: uns cortes aqui, uns ematomas roxos alí... Nada que Jonas não pudesse superar. Logo, Jonas estava dormindo, tanto por conta do calmante que Angel lhe deu, quanto por termos ficado a noite inteira acordados.

– Não deviamos ter revidado - comenta Angel, olhando Jonas.

– Tem razão - respondo - Jonas sabia que usariam isso contra nós se descobrissem...

Olhei para meu relógio, ele indicava que era meio-dia. Precisava ir.

– Você tem algo pra fazer? - pergunta.

– Na verdade, sim. Eu tinha que ir pra apresentação da Violetta - suspiro - mas esqueça, vou ficar aqui - digo sabendo que Violetta ficaria furiosa.

– Não, pode ir.

– Não, vou levar Jonas pra casa, quando despertar.

– Não, você vai ir pra essa apresentação. Pode deixar que de Jonas cuido eu! - diz determinada - agora vá, antes que eu lhe de um belo tapa!

– Qualquer coisa, me ligue - digo dando um beijo em sua testa.

Peguei minha bolsa e caminhei para a saída. Parei na porta, me voltando para Angel.

– Ah, e Angel, cuidado com esses caras. Não quero você perto deles, já me basta Jonas - digo.

– Pode deixar - sorri.

Chegando a garagem procuro minha moto. Mas o que encontrei foi um monte de metal. Eles haviam desmontado a minha moto. Xinguei Luke, Ethan e Jhonny mentalmente de tudo o que podia me lembrar. Odiava-os como nunca a ninguém.

Joguei minha bolsa num canto e entrei em desespero, andando de um lado pro outro com as mão na cabeça. O que faria?

Tinha que remontar aquela moto e rápido. Arregaçando as mangas, comecei logo com o trabalho. Não me importei que a graxa sujou minha camisa nova, sabia que se não montasse a moto logo, de nada valeria minha camisa.

Após muito esforço, suor e alguns ferimentos gratis na minha mão, terminei. Olhando o relógio, vi que estava atrasado. Se corresse, chegaria a tempo.

Como não tive a decência de colocar uma roupa velha para montar a moto, estava todo sujo, então coloquei meu uniforme da Academia (única roupa limpa que encontrei) e subi na moto.

Corri entre os carro, mas mesmo assim, o trânsito estava horrível. Odiava ter de esperar os semáforos. Apesar de todo o cansaço e frustração, cheguei à cidade de Santa Fé. Passando por uma banca, vi um lindo buquê de rosas, então decidi comprá-las para presentear Violetta após a apresentação.

Chegando à faculdade, corri para seu interior e pedi informações desesperadamente para uma das mulheres que limpavam a mesma.

Entrando no auditório, vi Violetta cantando e nem me importei em sentar. Mas menos de um minuto depois ela acabou, sendo aplaudida. A aplaudi orgulhosamente, apesar de estar decepcionado comigo mesmo por haver chegado atrasado.

Então todos os colegas de classe de Violetta se reuniram no palco, unindo as mãos e fazendo reverência para o público.

Todos começaram à descer do palco enquanto seus parentes se encaminhavam para a frente do auditório para parabeniza-los. Caminhei para Violetta, ela estava abraçada com Ludmila e Federico, enquanto Robert e uma garota que eu supunha ser Annie, conversavam entre si com sorrisos largos.

Quando estava próximo, os três se separaram do abraço e Violetta coincidentemente se virou de frente pra mim.

– Oi - digo sorrindo.

– Oi - sorri minimamente.

– São pra você. Parabéns! Estava cantando lindamente - digo lhe entregando as flores.

– Obrigado, sorte que fui a última a cantar, se não você não estaria presente para ver e ouvir - alfineta pegando as flores.

– Então, Leon. Íamos comer numa pizzaria que tem aqui perto, pra comemorar. - diz Ludmila - gostaria de vir?

– Claro - respondo encarando Robert.

Fiquei conversando com Federico o caminho todo. Ele me disse que havia conversado com Pablo e que talvez nos apresentássemos no Studio como incentivo para os novos alunos. Não tirava os olhos de Violetta conversando com Robert.

Logo, chegamos à tal pizzaria. Nos sentamos em uma mesa e fizemos o pedido.

– Como se chama a música que cantou, Vilu? - pergunta Robert.

– Descubrí - responde com um sorriso.

– Ficou perfeita - afirma Annie.

– Obrigada - responde curtamente olhando para as próprias mãos - levei o mês todo fazendo.

– Não é de se surpreender que você tenha feito uma música tão bonita - diz Federico com um sorriso.

Nossas pizzas, logo chegaram. Então começamos a comer entre conversas e brincadeiras (da parte de Federico). Não gostava de Robert, muito menos do jeito que ele olhava para Violetta.

Meu celular tocou. Atendi ali mesmo, já que era Angelica.

– Fala, Angel - digo atraindo o olhar de Violetta.

– Leon, preciso da sua ajuda - diz.

– O que aconteceu? - pergunto preocupado.

– Jonas acordou faz uma hora e está reclamando de muita dor no braço, talvez ele possa ter quebrado. Ia levar ele pro hospital mas minha moto está quebrada - esclarece.

A única palavra que veio à minha cabeça foi: Luke.

– Okay. To indo ai, agora.

– Obrigada, Leon - diz aliviada.

– Disponha - digo desligando.

– Você vai embora, agora? - pergunta Violetta um pouco alto em tom acusatório, chamando a atenção dos outros.

Por alguns segundos, ficamos nos encarando, enquanto Annie, Robert, Ludmila e Federico observavam. Não queria começar mais uma discussão, muito menos com eles presentes.

– Podemos conversar lá fora? - pergunto.

Ela, simplesmente se levantou e começou a caminhar em direção a saída. Me levantei e a segui. Abrindo a porta, vejo Violetta me encarando seriamente, com os braços cruzados.

– O que foi? - pergunta secamente.

– Isso digo eu. Quero entender porque está irritada - respondo.

– Não sei, Leon. Talvez seja porque eu esperei a semana inteira pra te ver. Talvez seja porque você praticamente perdeu minha apresentação. Talvez seja porque você está aqui a menos de uma hora e já vai embora - responde em tom irônico, nervosamente.

– Desculpe. Mas aconteceu umas coisas sérias e eu tenho que ir. Os garotos da Academia fizeram uma brincadeira de mal gosto e... - dizia levantando as mãos em sinal de rendição.

– Não é disso que estou falando. Não é só sobre hoje. - aumenta o tom, me interrompendo - Olha pra nós, nem passamos mais tempo juntos e já não sabemos tudo da vida do outro!

– Me desculpe, Vilu - é a única coisa que vem a minha cabeça.

– Não quero suas desculpas, quero que fique comigo - suspira frustrada - eu olho pros casais da faculdade, e os vejo juntos e felizes . Mas isso não acontece conosco, estamos sempre longe e a felicidade só dura nas poucas horas em que permanecemos juntos - acusa.

– Então preferiria estar com Robert do que a mim? - me irrito.

– Não foi isso que eu quis dizer...

– Mas foi o que pareceu - respondo friamente - se queria um namorado que ficasse o tempo todo ao seu lado, escolheu a pessoa errada.

– Eu, não pedi pra você escolher isso - responde agressivamente.

– Mas você prometeu que não se importaria em me ter longe por algum tempo - digo no mesmo tom.

– Não imaginava que seria tanto tempo assim!

– E eu não imaginava que você seria capaz de me fazer sentir mal por realizar algo que gosto - respondo tristemente, me afastando.

Caminhei pelas ruas de Santa Fé, por algum tempo. Odiava brigar com Violetta, mas nas últimas semanas parecia quase inevitável, pois tudo era motivo de briga.

Logo comecei a correr, precisava chegar a faculdade para pegar minha moto e ir para Córdoba, o mais rápido possivel.

Pov's Violetta

Ele foi embora. Por alguns minutos permaneci admirando sua silhueta enquanto ele caminhava mais e mais longe, até eu perde-lo de vista.

Uma das coisas que eu mais odiava, eram discussões mal acabadas, porque eu sabia que no futuro, de alguma forma, aquela mesma discussão começaria.

Caminhei vagarosamente, de volta para a faculdade. Nem me despedi do pessoal, simplesmente não queria ficar com ninguém. Na verdade eu queria, mas essa pessoa estava indo pra Córdoba, me deixando, de novo.

Chegando ao dormitório, eu notei que havia uma chamada de vídeo em meu notebook em cima da escrivaninha, que eu havia esquecido de desligar.

Aceitei a chamada, recebendo uma Francesca com um sorriso largo.

– Oi, Vilu! - diz.

– Oi, Fran! Que saudades, amiga - sorri.

– Eu sei. Também estou. Mas tivemos sorte de nos falarmos hoje, achei que não estaria online - comenta.

– Acabei esquecendo o not ligado. Acho que foi o destino, precisávamos nos falar, já faz tanto tempo...

– Tanta coisa mudou na minha vida, Vilu. Preciso te contar tudo!

– Na minha também! - respondo - conta você primeiro.

– Okay. Pra começar, eu terminei com o Marco.

– O que?! - grito.

– Calma, mulher - ri - ele quis voltar pra Buenos Aires e como eu queria ficar aqui na Itália, decidimos terminar.

– Ah, entendi. E não tem ninguém que te interesse, agora? - pergunto maliciosamente.

– Então, essa era a outra coisa que eu queria contar. Eu to começando a gostar do Diego.

– O que?! - grito mais alto - Como assim? Como isso aconteceu?

– Ah, acontecendo - responde e após um olhar desconfiado da minha parte, emendou - bem, estamos conversando muito, e nos tornamos muito íntimos. Percebi o quão maravilhoso ele é, e semana passada ele comentou que está querendo vir pra cá por uns tempos! - bate palmas com um gritinho.

– Nossa, porque só quando a gente se separa, coisas interessantes acontecem? - rimos - o que mais aconteceu?

– Bom, assinei meu contrato mês passado e meu produtor já está pensando em fazer um CD de lançamento!

– Nossa que bom, Fran!

– Mas e você, já está famosa? Se ainda não, os argentinos são burros.

– Não, - ri - semana que vem eu vou falar com Marotti pra assinar o contrato com o U-mix. Já era pra ter feito, mas o meu pai me obrigou a levar o contrato e o histórico do U-mix pro advogado dele. E o advogado só devolveu no começo da semana - suspiro.

– Ai que legal, nós duas, cantoras e famosas em ascensão! Já imaginou? - diz sonhadora, me fazendo rir fracamente.

– Ai, Fran. Só você - digo.

– Eu sei. - ri - E o Leon? Como estão as coisas desde que ele foi pra Academia?

– Nossa, se você fizesse ideia do quanto as coisas mudaram na nossa relação - suspiro, fechando os olhos pra não chorar.

– O que aconteceu, amiga? - pergunta preocupada.

– Estamos brigando muito, Fran. E eu sei que a culpa não é dele, e sim, nossa, mas eu não entendo o que acontece conosco. Achei que o noivado fosse nos aproximar mais, mas parece que...

– Pára tudo! - grita - noivado?

– Nossa, me esqueci de te contar. Se bem que era um segredo... - começo a divagar.

Penso no dia em que Leon me pediu em casamento e não posso evitar derramar uma lágrima.

– Vilu! Me conta tudo desde o começo, amiga. - diz Fran compreensivelmente.

– Tudo bem - suspiro - tudo começou um dia antes de eu ir pra faculdade...

Fiquei um pouco feliz, porque tinha uma amiga tão maravilhosa que, apesar de estar longe, ironicamente estava perto.


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Notas finais do capítulo

As coisas vão começar a se complicar....
Próximo cap vai ser no Casamento dos pais da Vilu :)
Bom, o que eu ia contar é que (finalmente kkkk), eu e minha amiga postamos a fic Além do Seu Olhar!!!!!! Quem quiser, dá uma passadinha em http://fanfiction.com.br/historia/624019/Alem_do_seu_Olhar/ e diga o que acha. Desde já, muito obrigadinha, meus amores