Coração de Soldado escrita por Incrível


Capítulo 42
Capítulo 42 - Opostos


Notas iniciais do capítulo

Postando adiantadooooo
Não sei se isso é bom ou ruim mas tem um motivo...
Bom, leiam ai agente se fala la em baixo ;)



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– Deixa eu ver se entendi - digo - eu fico a semana inteira com meu celular, e nos 15 minutos em que eu o deixo com você, o Leon liga?

– Exatamente. Agora você vai ter que ir pra festa! - me relembra Ludmila pela terceira vez naquela noite de sábado - como a ligação caiu, não deu tempo de avisar que você já ia estar em Buenos Aires.

– Eu sei - digo passando o rímel.

– Você vai acabar gostando, Vilu. Logo verá o Leon! - diz Anne encostada no batente da porta do banheiro ao lado de Ludmila.

– Vai demorar muito? - pergunta Federico.

Ludmila virou a cabeça para o quarto e eu podia jurar que naquele exato momento fuzilava Federico com o olhar enquanto eu e Anne riamos. Aquela seria uma longa noite.

Fomos para uma área aberta da Faculdade, onde a festa/balada ocorria. O lugar era extremamente grande e já estava lotado de pessoas cantando e dançando à luz das estrelas.

– Vamos dançar? - pergunta Anne.

– Claro, viemos aqui pra isso! - digo animadamente entrando no clima da festa.

Puxei Anne, enquanto Fede e Ludmi nos seguiam. Adentramos na multidão e dançamos animadamente no ritmo da música, entre gritos e risadas.

Passamos um bom tempo dançando e logo me senti completamente cansada. Então me afastei da galera e fui tomar alguma coisa.

Chegando a mesa de bebidas, pego um copo e despejo refrigerante no mesmo. Como já eramos maiores de idade, a faculdade fornecia bebidas alcolicas. Eu as odiava, por isso nem passou pela minha cabeça chegar perto e muito menos tomar uma.

Fiquei observando as pessoas dançarem enquanto tomava meu refrigerante calmamente.

– Ei, o Robert ta te procurando! - diz Marcelo, um amigo de Robert, se aproximando por trás de mim.

– Oi, Marcelo! Diz pra ele que eu to aqui mesmo - digo.

– Tudo bem, mas acho que ele pode esperar! - Passa um braço em volta de meu pescoço. - Então... Quer dançar? - vira o rosto pra mim e eu sinto o forte cheiro de alcool do seu álito.

– Não, obrigada - digo tentando me desvencilhar do braço dele para pode respirar ar puro.

Se tinha algo que eu odiava mais que bebidas alcólicas, era consumidores de bebidas alcólicas.

– Tem razão. Tem algo melhor para fazermos... - seu outro braço se enrolou como cobra em minha cintura e me trouxe junto de seu peito.

Seu braço que estava em meus ombros, "escorregou" para minha cintura. Espalmei as mão em seu peito e o empurrei mas ele não pareceu se abalar por minha força.

– Marcelo, me solta - digo o mais controlada possivel.

Ele me aperta mais fortemente, fazendo minhas costelas doerem.

– Você está me machucando - Gemo - Me solta! - grito e ele ri.

Me debati e logo ele me libertou. Mas não foi minha força que o fez me soltar, e sim a força de alguém que o empurrou para longe de mim, quase caindo mas conseguindo se equilibrar.

– Larga ela! - grita, e apesar de ele estar de costas pra mim e a alguns passos de distância, eu sabia que era Leon.

Antes que eu tivesse tempo para lhe abraçar, Leon caminhou rapidamente em direção a Marcelo.

– Então gosta de se aproveitar de garotas inocentes? Vou te mostrar como é que se aperta alguém até ela gemer de dor - diz Leon ameaçadoramente enquanto avançava.

– Ei, amigo. Relaxa! Ele ta bebado, não percebeu? - diz Robert ficando no meio deles.

– Não me importa, ele merece uma punição, ninguém faz isso com... - dizia Leon e se virou para apontar para mim.

Nesse instante nossos olhos se encontraram e ele perdeu a linha de pensamento. A raiva, evaporou imediatamente, e um sorriso encantador e exclusivamente para mim foi exposto em seu rosto. Eu notei que ele tinha uma cicatriz rosada proxima a sua sombrancelha, os cabelos estavam mais curtos e as roupas eram próprias para festa. Sorri para ele.

– Marcelo, nunca mais você vai tocar nela! - grita Robert - quem é você? - se vira pra Leon.

– Isso digo eu - diz Leon se virando para ele nervosamente.

– Sou Robert, amigo dos dois. Ele não é esse idiota sempre, só quando bebe de mais! Tem que se acalmar, cara. Foi só um mal entendido - diz.

– Não existem mal entendidos quando alguem põe essas mãos imundas em cima da minha noiva! - diz Leon.

Robert me encarou por um segundo e seu rosto era indecifravel. Depois se voltou para Leon com olhos flamejantes.

– Algum problema? - pergunta Leon.

– Não, estamos indo - diz Robert puxando Marcelo.

Assim que eles já não podiam ser vistos, Leon se virou pra mim e caminhou em minha direção com olhos serenos e um sorriso no rosto. Quando estávamos próximos o suficiente, nos abraçamos.

– Você está bem? - pergunta.

– Agora estou - digo suspirando.

– Vim te levar pra casa.

– Agora? - pergunto.

– Sim... Hã, desculpe por você não poder ficar mais.

– Tudo bem - me afasto.

– Vai la pegar as suas coisas. Estou te esperando na frente da faculdade - me solta.

– Okay - digo me afastando contra minha vontade.

Avisei ao pessoal que ia embora e fui para o meu dormitório. Numa bolsa, coloquei uma muda de roupas, meus produtos de higiene e o presente de Laura.

Quando sai da faculdade, encontrei Leon, literalmente na frente da mesma. Ele já estava de capacete e montado em sua harley davidson.

Sem dizer nada eu subi na moto e coloquei o capacete que ele me estendia. Me abracei a Leon e logo a moto começou a ganhar velocidade.

Como a moto era rápida e o transito em altas horas da noite era tranquilo, em 3 horas e meia chegamos à Buenos Aires.

– Eu consigo ver um cavalo. E você? - pergunto para Leon.

Estavamos deitados na grama do jardim da casa de Leon. Não queriamos entrar para não acordar os pais dele, então deitamos no gramado esperando amanhecer.

Sua mão direita e a minha esquerda estavam entrelaçadas, formando uma corrente por cima de nossos corpos, já que Leon estava a minha direita.

Observavamos as estrelas tentando formar uma constelação com um desenho. Como se fosse um "ligue os pontos".

– Um cavalo? Onde? - pergunta.

– Ali, amor. Olha: a cabeça, o corpo e o rabo - indico com a mão direita.

– Nossa, aquilo parece um dragão cuspindo fogo, pra mim - rimos.

– Ta legal, vamos ver se nós enxergamos uma coisa igual - digo analisando o céu.

Foi então que eu notei o desenho de uma bailarina dançando. Um pouco mais para o lado, notei um guerreiro, com espada e escudo na mão e parecia que ele observava a bailarina.

– Sei que parece loucura, mas to vendo uma bailarina e um guerreiro medieval - diz Leon.

– E se eu dissesse que também vejo isso? - viro meu rosto para ele com um sorriso.

– Eu diria que acabamos de criar nossa própria constelação - vira seu rosto pra mim com um sorriso.

– Podemos fazer isso?

– Podemos - sorri torto pra mim, lembrando da canção. - Então, como quer chamar a nossa constelação?

– Pode ser... Opostos, Constelação de Opostos - digo me sentando.

– Gostei! O que foi? - pergunta se sentando ao meu lado.

– Nada, só esses grampos que estão machucando a minha cabeça - digo remechendo em meus cabelos.

– Ei, calma - ri fracamente - deixa que eu tiro.

Deixei que ele se resolvesse com meus cabelos enquanto observava os traços de seu rosto e o jeito em que seus olhos ficavam atentos e caltelosos.

Ele soltou todos os grampos, e logo meus cabelos estavam completamente soltos sobre meus ombros. Ele deixou os grampos de lado sem desviar os olhos de mim.

– Linda - sorri, tirando uma mecha que estava em meu rosto e colocando atrás de minha orelha.

Sua mão se moveu para trás de minha cabeça e se afundou profundamente em meus cabelos me trazendo para perto enquanto a outra acariciava meu rosto. Quando já estávamos tão próximos que podiamos sentir nossas respirações, sorrimos aliviadamente um para o outro. Então nos beijamos.

Apesar de suas mãos estarem ásperas, seus lábios era macios e se moviam sobre os meus no mais leve e gentil beijo imaginável. Separei meus lábios ligeiramente e sentindo sua língua aumentei o espaço para ele explorar minha boca.

Me senti desequilibrada, então espalmei uma mão em seu peito para me fixar. Senti que estávamos deitando no chão, comigo sobre o peito de Leon, pois eu o havia desequilibrado.

Paramos o beijo entre risadas. Depois de alguns segundos permanecemos em silêncio, admirando um ao outro. Logo, nossas mãos se entrelaçaram de novo.

– Olha - diz Leon apontando com a cabeça em direção à nossas mãos.

Olhei para nossas mãos unidas. Minha mão, clara, pequena e delicada se perdia no meio de sua grande, forte e calejada mão. Apesar das diferenças, parecia que a mão de Leon fora feita para segurar a minha.

– Somos como eles: completamente diferentes mas unidos - beija nossas mãos unidas.

– É como dizem: "os opostos se atraem" - digo com sorriso leve. Olhando em seus olhos claros tão de perto, notei a saudades que eu havia senti-lo assim, junto de mim - Senti sua falta - digo soltando sua mão.

– Eu também - beija minha testa, me ajeitando em seus braços.

Repousei minha cabeça em seu peito e aquecida por seu abraço adormeci.

Pov's Leon

– Ela ficou agitada a noite inteira. Só dormiu às duas da manhã. Acho que estava esperando você chegar. - diz minha mãe observando Laura brincar com Violetta no tapete da sala, montando o LEGO que a mesma havia dado de presente de aniversário.

– Nem dá pra acreditar que ela está com 1 ano - digo com um sorriso leve a observando.

– Pois é - concorda. - O tempo passa muito rapido. Olha pra você: um homem, se preparando para ser um militar, com namorada...

– Como se ter namorada me tornasse importante - digo em zombaria.

– Mas torna... pra ela - sorri.

Ri levemente, olhando para minha mãe. Logo, meu pai adentra a sala.

– Muito bem, acho que todos já deram seus presentes, e até agora o LEGO da Violetta foi o que mais segurou a atenção de Laura. Então... surpreenda-nos, Leon - desafia passando o braço pelo ombro de minha mãe.

– Okay - pego a caixa com embrulho de presente no sofá e me aproximo de Laura.

Agaicho em sua frente e ela presta atenção no pacote em minha mão. Abri o embrulho cuidadosamente e assim que me livro dele o deixo de lado. Laura encarou a caixa de madeira talhada com olhos curiosos. Abri a caixa vagarosamente.

Então uma melodia de ninar começou a tocar, enquanto uma bailarina girava no centro da caixa. Seus olhos brilharam e logo ela tirou a caixa de minha mão com um sorriso nos lábios.

– Uma caixinha de música! - diz Violetta.

– Que linda, Leon - diz minha mãe.

– Ganhei! - digo vitorioso para meu pai.

– No próximo aniversário vou pensar em algo melhor - diz ele pensativamente.

– Eu já sei o meu - digo com um sorriso malicioso.

Levei Vilu pra casa, assim ela poderia reencontrar os pais. Voltei rapidamente pra minha casa para a festa de aniversário que meus pais fizeram para Laura. Haviam apenas crianças que brincavam com Laura e amigos de meus pais. Fiquei por um tempo, mas logo, tive de ir embora, buscar Vilu, pois eu tinha que me apresentar às 19:00 na Academia Militar.

A viajem foi cansativa, mas logo chegamos a Faculdade Nacional del Litoral. Estacionei num lugar tranquilo e com poucas pessoas, assim poderia me despedir de Violetta.

– Gostei da cicatriz - brinca Vilu depois de ficarmos em silêncio - o que aconteceu?

– Os caras que eu te falei, são uns idiotas.

– Eles fizeram isso com você? - pergunta preocupada.

– Tecnicamente, sim - comento.

– E porque não mandou alguém me avisar ou a sua familia? - diz irritada.

– Pra que? O que vai mudar vocês saberem? Eu fiquei bem.

– O que vai mudar eu saber? Antes, você me contava qualquer mínimo detalhe sem que eu tivesse que pedir. O que aconteceu agora?

– Não sei, talvez esse hábito tenha ido embora assim que eu descobri os tipos de companhias que você tem na faculdade - digo no mesmo tom, me lembrando do tal de Robert que olhou pra Violetta como se ela fosse sua melhor amiga.

– Robert e Marcelo não têm nada a ver com isso, Leon! E se você tivesse se machucado gravemente, ido pro hospital ou quem sabe morrido? Eu ia ficar igual uma tonta, desesperada por alguma informação - argumenta.

– Tem razão! Por que não me prende numa coleira? Acho que assim se sentiria mais segura - provoco.

– Pára de agir como criança, sabe que fico preocupada. Tudo o que você gosta de fazer, exceto a música, faz você correr risco de vida. Eu fico sempre perturbada com medo de que algo te aconteça! - fala rapidamente.

– Talvez não tenha sido uma boa idéia eu ir pra Academia Militar, então - disparo.

– Tem razão - diz secamente virando de costas pra mim.

Ficamos em um silêncio desconfortável. Comecei a me ajeitar para ir embora. Nesse meio tempo ela se virou pra mim, já mais calma.

– Não, isso foi da boca pra fora - diz se aproximando - eu adoro saber que está seguindo seu sonho. Me desculpe.

– A culpa foi minha - digo a abraçando. - Me desculpe.

Mais tarde, quando eu já estava chegando à Academia, pensei que realmente, o que eu havia dito e Violetta havia confirmado "da boca pra fora", talvez fosse verdade, só não queríamos admitir.


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Notas finais do capítulo

Então? O que acharam?
Desculpem por qualquer erro de ortografia, to postando pelo cel.
Bom, realmente decidi terminar a fic. Então eu estava pensando se vcs querem dois caps por semana (um na terça e outro na quinta). Me digam oq acham, vcs q mandam :)
Bjss e até terça, ou quinta kkkk



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