Resumo 

Cap 1 – A história com Ranma viajando pela China até chegar ao vale de Jusenkyo. 

Cap 2 — Ranma pede ajuda do Guia de Jusenkyo para achar a Nannichuan. Enquanto espera, ele é atacado por homens-pássaro e quase cai em uma fonte amaldiçoada, mas é salvo no último instante por Mousse. 

Cap 3 — Mousse leva Ranma até o vilarejo das Juketsuzoku onde ele encontra Cologne. A anciã explica a Ranma que elas estão em conflito e que precisam de guerreiros poderosos. Num primeiro momento Ranma se recusa a se envolver. Cologne o convence prometendo ajuda-lo a achar a fonte do Homem Afogado. Mousse e Ranma conversam sobre Shampoo, maldições e Akane. 

Cap 4 — Ranma concorda em ajudar as Juketsuzoku, mas exige que elas deem um jeito nos problemas de visão de Mousse. 1 mês se passa com Ranma lutando contra os habitante do Monte da Fênix. 

Cap 5 — Ranma enfrenta Kiema, comandante das tropas de Saffron, lider do Monte da Fênix. A mulher consegue foge com seus dois lacaios. Shampoo beija Ranma a força e é rejeitada pelo mesmo. Mousse vê toda a ação de trás de uma arvore. 

Cap 6 — Ranma e Mousse tem uma segunda conversa e o segundo admite que sabe sobre o beijo. Após lavar a roupa suja, Ranma explica o motivo de estar na China. Aparentemente, Akane não conseguiu lidar com o fato de Ranma se transformar em mulher e decide pôr um fim na  relação dos dois. Mais tarde, é revelado que Cologne ameaçou a família Tendo e forçou Akane a rejeitar Ranma. 

Cap 7 – Ranma enfrenta Cologne. Kiema aparece no meio da luta e Ajuda Cologne. Ranma é capturado e é revelado que existe uma espécie de trato entre as Juketsuzoku e o Monte Fênix. 

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As águas de Jusekyo eram consideradas amaldiçoadas por todos aqueles que conheciam suas histórias trágicas. Não era pra menos, afinal, um simples banho daquelas águas e sua vida mudaria pra sempre. Em um segundo você era um humano e no seguinte poderia se transformar num cachorro, numa ave, numa toupeira ou, no menos pior dos casos, em alguém do sexo oposto. Pelo menos você continuaria a ser um humano. 

É claro também, existem aqueles que poderiam ver os efeitos das águas mais como uma benção do que uma maldição. Para um transexual seria o fim de um tormento de finalmente se sentir confortável num corpo relacionado a sua mente. E para um espião seria o disfarce perfeito. 

Desconfiando que as amazonas tinham olhos em pontos estratégicos para se manterem o mais informados possível, Nabiki sabia que disfarces normais não seriam suficientes para despista-las. Esconder o rosto ou mudar o corte de cabelo eram estratégias amadoras. E amador não era um adjetivo para ser usado para se referir a Nabiki Tendo, não importava sobre o que estivesse falando. Se um serviço tivesse que ser feito por ela, ele seria feito da melhor maneira possível. 

Logo depois da partida do (ex)cunhado ela começou a juntar todo tipo de informação que pudesse ser usada a seu favor. Afinal, você tem que ser muito idiota pra enfrentar seu inimigo sem qualquer informação do mesmo. 

Em uma primeira análise, a morena concluiu que foi bom Ranma ter partido. As ameaças de Cologne com certeza não eram um blefe. Por mais forte que Ranma fosse, ele não poderia estar em dois lugares ao mesmo tempo. Então, com Ranma na China, o foco da anciã estaria fora de Nerima. 

A informação de que as Juketsuzoku tinham olhos nos portos e aeroportos parecia verídica. Nabiki conversou com alguns contatos e, de fato, haviam mulheres de origem chinesas trabalhando em pontos chaves nessas duas áreas. Elas com certeza iriam contatar seus superiores no momento em que vissem qualquer nome relacionado a família dela ou dos Saotomes em algum registro de viagem. 

Uma ampla rede de favores e uma quantidade considerável de dinheiro teve que ser desembolsado para Nabiki conseguir identidades falsas. Ela teria gastado o dobro ou triplo se aquilo significasse tirar sua irmã mais nova do poço da miséria e depressão que ela havia se enfiado, e também uma oportunidade de se vingar de Cologne. Ninguém ameaçava a família dela e saia ileso. 

Em suas pesquisas, uma informação interessante caiu em suas mãos. Seu pai havia recebido uma da encomenda da China dias antes e estava fazendo de tudo para mantê-la escondido até mesmo do seu amigo Genma. A encomenda não era nada mais, nada menos que um barril com Nannichuan. Ele pretendia usar a água para persuadir Ranma a se casar com Akane em troca de sua cura. Bem esperto, papai. Bem esperto. 

A água de Jusenkyo foi uma grata surpresa. Seu plano inicial usar os pacotes instantâneos de Nannichuan que Shampoo usou uma vez para enganar Ranma. Ela conseguiu o contato do fornecedor e encomendou algumas poucas unidades, mas nunca as usou. Elas funcionavam apenas uma vez, então não havia muito sentido em usa-las. A não ser que você tivesse uma mente curiosa e/ou pervertida pra fazer "experimentos" com o corpo do sexo oposto. Essa não era Nabiki. 

Certa noite a irmã do meio conversou com caçula a respeito do seu plano. Os olhos de Akane brilharam com a possibilidade de ir atrás do amado e limpar toda a roupa suja. Ela hesitou apenas por alguns uns instantes quando foi dito que teria que se amaldiçoar pra poderem prosseguir. Isso significava uma mudança tremenda até que fosse achada uma cura. Dentre muitas mudanças, ela perderia uma pouco de sua feminidade, afinal, as vítimas de Jusenkyo pareciam ter uma imã de água em seus corpos. Com a maldição ela teria que pensar duas vezes sobre tudo o que iria vestir, por exemplo. 

— Não me importo. Se for o preço a pagar para ir até a China e tirar as garras daquelas mulheres do homem que eu amo, eu pagarei com juros. — A herdeira da Escola Tendo de Artes Marciais declarou sem pestanejar. 

— Tem certeza, maninha? Não estamos falando de algo temporário. Pelo o que sei as aguas Nyannichuan podem anular sua maldição, como também podem misturá-la com a atual. O que o Ranma vai pensar quando ele te ver transformada em um homem? 

— Me preocuparei com isso depois. 

— Sempre agindo por impulso. Se isso é realmente o que você quer, não irei fazer nada para impedi-la. Apenas te desejo sorte, maninha. 

Nodoka também concordou sem pensar duas vezes em usar os pacotes instantâneos para poder viajar. 

E foi assim que Nodoka Saotome e Akane Tendo, ou melhor, Kenshin Himura e Shiki Tohno conseguiram viajar pra China sem serem descobertos. 

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A porta da cela se abriu e som característico das dobradiças enferrujadas ecoou pelo lugar. Uma figura diminuta apoiada em seu longo cajado deu dois passou a frente e passou pelo portal. 

—Saía. — A figura ordenou a guarda que havia removido as trancas e aberto a porta feita com barras de ferro. — Quero ficar a sós com ele. 

A guarda fez uma reverência e se retirou. Agora sozinha, a pessoa tirou um cachimbo de suas longas robes, o acendeu e deu um longa tragada. 

— Você pode parar de fingir agora, Genro. Eu sei que você está acordado. 

O dito cujo levantou a cabeça de sua posição prostrada. Apesar das roupas rasgadas, do rosto sujo, das feridas ao longo do corpo e toda falta de dignidade que aquela situação lhe impusera, o ímpeto nunca deixou seus olhos. Os dois globos azuis brilharam intensamente mesmo com a pouca luz do ambiente. 

— Já te disse pra não me chamar de genro, velha maldita. Na próxima eu juro que eu te mato. 

Cologne não deixou de ficar admirada com a tenacidade de Ranma Saotome. Mesmo ferido, preso e desprovido de sua força, o rapaz ainda mantinha suas bravatas na ponta da língua. Realmente era um espirito selvagem quase indomável. Ou talvez orgulhoso demais pra admitir derrota. 

— Mesmo se eu te soltasse, você e eu sabemos muito bem que você não faria isso. Você não teria coragem de tirar a vida de outra pessoa. Sua honra não lhe permite ir tão longe. 

— Pra você e todo e seu vilarejo de merda eu abrirei uma exceção. Todos nós temos um limite que cedo ou tarde iremos transpassar. 

— Sério? — Cologne tragou a fumaça de seu cachimbo pelo cano e a expeliu no rosto de Ranma.— Me diga como pretende fazer isso? Além de ferido, das algemas com correntes presas na parede, eu pressionei pontos de shiatsu para bloquear o fluxo natural do seu chi. Em resumo, você não tem chance nem mesmo contra a mais fraca de nossas guerreiras. Como pretende me matar? 

— É segredo. Eu mal posso esperar pra ver a sua cara quando eu sair daqui. — Ranma deu a Cologne seu característico sorriso de confiança. 

O excesso de confiança e otimismo fez Cologne duvidar por um momento se Ranma realmente tinha um plano para escapar. Mesmo que ele tivesse conhecimento dos pontos de pressão, seria impossível desfazer todos eles com as mãos amarradas. Sem dúvida, o rapaz era um prodígio nas artes marciais, mas ter esperanças de conseguir escapar daquela situação parecia ser delírio demais. Talvez a falta de nutrientes e contato com o mundo exterior estivessem começando a afetar suas atividades cerebrais. Afinal, fazia 6 dias que ele estava preso dentro daquela cela com comida e água escassas. 

— Ranma, Ranma, Ranma... Pense na proposta que eu fiz. Pense bem, ponha esse seu cérebro pra funcionar. A próxima vez que eu vir aqui talvez seja a última. 

— Então não perca seu tempo. Faça logo o que tiver que fazer ou então se arrependera. Você sabe que quando eu sair daqui nada vai me impedir de ter minha vingança. 

Cologne não respondeu. Apenas girou nos calcanhares e tomou o caminho da saída. Uma guarda apareceu instantes depois para trancar a cela. 

Ranma sabia que sua situação não era boa. Era péssima, pra falar a verdade. Apesar da bravata ele ainda não tinha descoberto um jeito pra se libertar. Cologne e toda a sua tribo tinham um conhecimento incrível de técnicas e artes que muitos considerariam perdidas. Cada dia que se passava sentia o significado de esperança perdia o sentido. Se não descobrisse logo uma maneira de escapar, temia pelo o que as Joketsuzoku tinham planejado para o seu futuro.